Capítulo 12
O Inferno se inicia.
Tsol e Alec só acordaram quando o sol começou a bater em seus pés, despertando-os com uma ardência nos pés.
- Hm... Mas já? - Tsol resmungou - ei, dorminhoco - ele cutucou Alec, que se encolheu. Nossa, o rosto de Tsol queimou ao ver Alec sem camisa - Acorda, Alec! - deu um tapa na sua bunda.
- Ei... ! - resmungou ele, arregalando os olhos enormes - seu maluco.
- Se não parar de reclamar, te como nessa posição - disse de forma sacana.
- Palhaço!
Já a caminho de casa, Alec devorava outra fruta. A sexta na verdade . Bem que dizem que sexo lhe abre o apetite.
- Bem, fico feliz que tenha gostado - disse Tsol com um jeito meigo - foi... A minha primeira vez.
- A minha também - disse Alec, enrubescendo.
- Eu tô com fome. Um prato de panquecas cairia bem - disse Tsol, com o estômago concordado num rugido faminto.
- Já estamos chegando, controle-se - disse Alec, comendo mais uma fruta - porquê não come uma fruta fresca?
- Não me sacia.
- Seu guloso!
- Seu tampinha! - Tsol levou um tapa - ei!
Antes que recebesse o troco pela pirraça, Alec disparou correndo. Logo atrás dele Tsol fez o mesmo. Estava tão cômico e clichê que Alec sentiu-se em um final de filmes antigos, onde todos corriam alegremente na direção do por do sol.
Ou quase isso.
•♪•
Chegando em casa, como sempre, Came e Yruf conversavam animadamente sobre algo. Marcy tocava algo aleatório em seu baixo, mas assim que fez contato visuak com os dois, largou-o de lado
- Ohoho! Vejam só quem chegou! - ela andou dramaticamente na ponta dos pés até chegar em Alec - e então, aprontou muitas com o cabelo de feno?
Alec ficou vermelho como um pimentão.
- Marcy, isso é pergunta que se faça?
- Ah, vamos. Todos os fatos apontam para essa probabilidade. E você tá muito animadinho...
- Sai da Frente!! - berrou Sam, chegando agarrado a algo gigantesco.
Uma abóbora.
- Uou, isso sim é A ABÓBORA - disse Came - dá pra fazer mais tortas do que eu aguentaria comer.
- E o Cam adora torta de abóbora - comentou Yruf.
- Nossa, vocês estão bem entrosados hein? - Tsol comentou - ei, Cameron. O meu irmãozinho é um mocinho direito. Se quiser algo com ele queremos a aliança no dedo e conhecer os seu pais...
- Para de envergonhar seu irmão, Tsol... - Srta. Dorothea chegou com uma cesta cheia de hortaliças, ervas, legumes, verduras e frutas - afinal, temos muito pra fazer!
- Nossa, pra quê tudo isso? - perguntou Alec ajudando a pôr na mesa toda a colheita.
- O Festival de ouro e prata está chegando! - disse Sam - é uma comemoração da chegada da primavera e do Sol.
- Nossa, deve ser muito Bacana!
- Concerteza - disse Marcy - tem doces, festivais, feiras ao ar livre, barracas de comida caseira, exposição de animais, brechós e muitas outras coisas.
- E nesse ano, Serei vitoriosa novamente sobre a Htiduj, aquela nariguda convencida! Aquela vadia louca, bruxa cleptomaníaca, raquítica... - disse Srta. Dorothea num tom um tanto obsessivo demais.
- O que ela quis dizer com isso? - perguntou Alec para Sam.
- É uma inimiga da juventude pelo que ela me disse. Essa mulher tentou tomar o marido dela.
- Oh...
Depois de xingar a mulher mais alguns bocados, Srta. Dorothea recobrou a compostura.
- Bem, já que temos mais gente em casa esse ano eu seria imensamente grata se me ajudassem a preparar tudo.
Todos concordaram.
- E qual é a da Abóbora tamanho família? - Marceline questionou.
- Pro Pumpinkoncurso. - Yruf explicou - a mais bem cuidada, bonita, brilhante e maior abóbora leva uma fita como prêmio e uma canastra cheia de ouro.
- Uou, vou começar a plantar abóboras no meu quintal - disse Alec.
- Eu ainda permanecerei vitoriosa! - disse Srta. Dorothea - agora, mãos á obra!!
Alec descascou tantas cenouras, batatas, frutas, mexeu tantas panelas, picou tantos temperos e temperou tantas coisas que já se sentia um mestre cuca.
No final das duas semanas que tinham de prazo já tinha passado a detestar ficar na cozinha.
ÊNFASE no "detestar".
- Bem, está quase na hora do Festival - disse Alec, terminando de ajudar a confeitar alguns doces - melhor eu tomar um banho e ficar menos... Cremoso - disse, limpando a mão grudenta de creme da cobertura num paninho.
- Como todo esse doce e comida não estragou? - estranhou Came, tirando um bolo de carne do fogão de lenha - é seguro comer?
- Ah, relaxa - Alec disse, tentando arrancar metade do açúcar impregnado em sua mão - são bençãos do mágico. Essa comida vai ficar fresca, boa e não perecível enquanto a magia dele infestar a atmosfera.
- Hã? - Came franziu o cenho, coisa que fazia toda vez que não entendia algo.
- É " M a g i a ! " - disse Alec erguendo as mãos e as abrindo de acordo com o que pronunciava - a maior prova está a sua volta. Nenhuma migalha de pão fica dormida ou mofa por aqui - disse Alec.
Came ficou quieto, mas não parecia duvidoso.
- Você não tem como negar essa realidade, não é? - Came olhou feio para Alec. Ele sempre tinha um argumento para tudo. Mas nos casos em que não tinha, Alec sempre lhe lançava AQUELE olhar irritante de "ha! Peguei você!" - até porque seu crush habita aqui.
- Hein?! Que crush? - Came quase caiu pra trás.
- O Yruf, Ué.
- N-No-Nós somos s-só amigos, Alec!! - esperneou, mais vermelho que um tomate maduro.
- Ah, Tá rolando uma Amizade Colorida, é isso?! - disse Sam, pondo lenha na fogueira.
- Mais colorida que a maleta de tintas do papai - Alec disse, mal tendo ar para falar de tanto rir - bem, tenho que ir tomar banho, afinal, daqui a pouco temos que ir!
•♪•
~ Enquanto isso, no Reino Vermelho...
-Senhor Às! - ouviu o rapaz ao sair da sala de comando. Uma garota encapuzada encolhida num canto o chamava - por favor, aproxime-se!
Ás avançou, cuidadoso.
- Quem é você?
- Sou eu! - a garota retirou a capa e as feições magras da jovem foram automaticamente reconhecidas, porém...
- Eu... Digo... Sei quem você é, porém... Não sei como dizer seu nome, mesmo que eu saiba! - ele fez careta - é tão estranho!
- Me amaldiçoaram, Senhor Ás! Tomaram meu nome. E com uma boa razão. Eu fiz uma descoberta. Tenho sob minha posse uma informação extremamente importante.
- Vamos para um lugar silencioso. Aqui é inseguro! - disse Ás guiando-a até o labirinto vivo. Ao chegar ao centro, a conversa retomou;
- Acontece que: Aquele jovem que você mandou ao vilarejo madeireiro... Qual o seu nome mesmo?
- Alec?
- Sim! - a jovem bruxa disse com os olhos brilhantes - ele não é uma pessoa humana como imagina.
- Hã? - Ás sentiu que havia perdido tempo ouvindo até ali - não blefe! Ele éNão, realmente não parece, mas posso provar!
- Certo, prossiga - Ás sentou-se novamente.
- Escute; ele possui... Poderes mágicos poderosos! Analisei os arquivos que temos dele, começando pelo torneio de dois anos atrás. Ele possui uma grande combustão mágica no corpo quando se enfurece ou quando os sentimentos dele se expõem fortemente. Além disso, humanos têm uma visão adaptada de qualquer ser mágico, porém ele consegue ver originalmente o que realmente somos - Ás estava boquiaberto - e tem mais! Alec tinha um poderoso rastro de magia negra em volta da mente e da alma dele, porém... Ele quebrou de alguma forma este ciclo. Ele literalmente dizimou aquela magia de sí. E eu... Sei que foi errado, mas pus um sensor num fio do cabelo dele. Era extremamente pequeno e apenas mede os níveis de magia influenciando num corpo. Ele de alguma forma teve contato com aquele outro rapaz que foi o primeiro parceiro dele no torneio, certo?
- Sim, descobrimos isso juntos.
- Pois então, acontece que essa mesma magia repeliu o meu feitiço de esquecimento. Ele anulou a magia de uma bruxa.
- Certo, eu compreendo. Mas aonde desejar chegar? - Ás teve uma sensação ruim.
- Ele... É Alexander. Aposto. O nome dele, Alec. Pode ser só um apelido. Eu tenho a total certeza que ele é o Alexander. Principalmente quando aquela bruxa sequestrou o parceiro dele. A magia dele afetou a água, tornando-a extremamente ácida para monstros e matando a bruxa. Ele repele magia maligna e torna-se mais poderoso em momentos de fraqueza. Ele é a pessoa cuja chegada este povo aguardou por milênios!!
- Eu não posso acreditar que ele esteve tão perto de nós!! - Ás realmente estava certo daquilo. As provas realmente apontavam àquilo. Ele levantou-se e ia andando para sair do labirinto. A bruxa sem nome olhava aterrorizada para trás dele - então tenho que avisar para ele ir em... - então deu de cara com alguém.
- Mas que coisa feia, Ás... - disse o Príncipe puxando o "s" como se estivesse decidindo como matá-lo - guardando o segredo de vossa majestade?
A última coisa que Ás viu foi um punho.
•♪•
~Voltando ao vilarejo...
- Woah...! - Alec admirou boquiaberto a paisagem. Acima da colina era possível ver a gigantesca feira que se estendia por todo o pasto verde afora. Até onde os olhos pudessem alcançar haviam barracas ou jogos ou atrações. Inúmeros tipos de competições ou barracas de apostas estavam espalhadas por aqui e ali, e havia até um palco onde mais tarde seria o "Pumpkoncurso" - isso é incrível!
- Você ainda não viu nada, Alec! - disse Tsol agitando as rédeas para Ydnac e o outro cavalo que era do Yruf, Tlas andarem mais rápido - espero que não tenha tomado café da manhã.
- Não, e estou faminto.
- Por pouco tempo - disse dando uma pescadinha confidente - Vamos deixar essas coisas na barraquinha da mamãe e já vamos encher a barriga o quanto aguentarmos!
Ao chegar na barraca de Srta. Dorothea, viram a barraca mais bem arrumada e fofa desse mundo, cheia de prateleiras de madeira de pinheiro e mesinhas forradas por toalhinhas bordadas.
- Claro, que está lindo - disse Marceline - fomos eu e a Dorothy que fizemos! Apenas espalhamos o sinônimo de nossa bela aparência nessa arrumação!
Srta. Dorothea riu.
- Você é uma graça, Marcy!
- Somos, querida!
- Não acredito que você está tomando liberdades com minha mãe - disse Tsol claramente enciumado pela mãe.
- E eu não acredito que fadas dão origem a ogros! - ela mordeu a língua - quer dizer, é uma comparação. Fadas como sua mãe não dão origem a ogros como você.
Alec apenas ria de toda a situação.
- Não vai me defender?! - Tsol resmungou, indignado.
- Marcy, para por favor - disse gesticulando no ar - ANTES QUE EU PERCA O AR DE TANTO RIR!
No final, Marceline e Alec explodiram em gargalharam até ficarem sem ar. E Tsol saiu andando, frustrado.
- Esperaaa! - Alec berrou. Mal conseguia falar rindo daquele jeito.
- Você é um traidor. Devia ter me defendido - resmungou.
- Ah, me poupe estressadinho.
- Você vai me pagar. Pode contar com isso.
- Só depois de comer muito, você prometeu - disse Alec agarrando a mão dele e o puxando para as barraquinhas de comida. Depois de comer vários tipos de massas, doces, carnes, saladas e guloseimas, Alec só tomava um suco roxo com gosto de groselha e Tsol assistia um Ciclope chamado Yaj comer 10 km de macarrão.
- Ele fica quatro semanas sem comer, num sono profundo - disse Tsol - assim, quando acorda tá faminto.
- Principalmente porque gigantes comem bastante - disse Came, surgindo do nada acompanhado de Yruf.
- Uh... É um Ciclope, Came - disse Alec.
- Não, é um gigante. Ciclopes só têm um olho - Came falou claramente certo do que dizia.
Alec encarou bem Yaj e só viu um grande, brilhante e castanho olho bem no meio da cara dele.
- Tá me tirando, né?
- É um gigante Concerteza. Ele tem dois olhos, não vê?
- Não - disse Yruf - ele é realmente um Ciclope, Cam.
- Vocês estão loucos - disse Came, comendo um pedaço de torta de Amora da Colina que tinha uma cor laranja viva.
- Uau, olha só aquele concurso de adestradores de lobos! - Yruf gritou, apontando - vem! A gente tem que ver isso!
- Espera, eu... - Yruf começou a arrastá-lo pra longe - Eeeeeeei!
- Bem, eu estou satisfeito - disse Tsol terminando de comer um hot dog no palito. Alec ainda tomava o suco e encarava concentrado o Yaj engolir macarrão sem parar - ei, Alec.
Alec virou-se, ainda tomando o suco. Era tão fofo que sentiu vontade de enchê-lo de beijos.
- Já te falei como você é fofo?
- Acho que já, por quê? - disse, voltando a olhar enquanto algumas pessoas faziam apostas sobre ele vomitar antes do 3º quilômetro de macarrão.
- Por quê você é fofo demais - disse Tsol, abaixando a beijando a bochecha dele. Alec roubou um beijo antes dele fazer qualquer coisa.
- Ah, não! Agora eu quero meu beijo de volta! - disse o agarrando e dando inúmeros beijinhos na boca dele - tudo em você é fofo. Até seu nome.
- Meu nome? - Alec riu - eu tenho nome de velho.
- Não diz isso! Alec é um nome legal.
- Mas meu nome não é Alec, Geninho!
- E porque há anos atrás você disse que eu podia te chamar de Alec?
- É um apelido, dãããã - Alec falou como se aquilo fosse óbvio demais pra precisar explicar.
- Ah é, Sr. Dedutor? Então me diga seu real nome.
- O mesmo nome do cara que criou o telefone.
- Não seja bobo! - Tsol o abraçou com força - seja sincero, qual o seu nome.
- Alexander Ludwig Feel, ora essa - Falou Alec com uma expressão séria - o que há demais em se chamar Alexander?
Algumas pessoas que estavam ali por perto olharam pra Alec como se ele houvesse acabado de Xingar a mãe de todo mundo.
- Certo, o que tá acontecendo? - Tsol cobria a boca com um sorriso como o de quem acabou de achar um milhão de dólares no meio da rua... Digo, em ouro, lógico.
- Eu não acredito! - disse Tsol segurando a mão dele - vem, precisamos falar com a mamãe.
- Ok, agora eu realmente estou apavorado - disse Alec sentindo um frio no meio da barriga. Isso era um mal sinal. Essa sensação era praticamente uma premonição de coisas ruins.
Tsol realmente parecia estranhamente feliz por sabe-se-lá-o-quê.
- Tsol, o que tá acontecendo?
- Calma, não se preocupa - eles chegaram na Barraquinha de Srta. Dorothea e Tsol disse algo a ela e ela começou a olhar Alec daquela forma afetada também
- Certo, alguém me diz o que está acontecendo aqui?
- Ale... Xander - disse ela vagarosamente - digo, Alec! É você!
- Eu?
- Sim!
- Lógico que sou eu, Srta. Dorothea - Alec estava sentindo as mãos gelarem de nervosismo - só estão me desesperando mais.
- Certo, certo, realmente - disse ela, respirando fundo e cobrindo a boca com as mãos para esconder um sorriso - escute, Alec, você sabe da lenda de Oz, certo?
- Hm... Sim, que ele trouxe a vida para cá após um conflito horrível que houve no passado, pelo que eu soube do Yruf.
- Exatamente! Quando ele se foi, o País de Oz inundou-se com desespero. Tínhamos medo de que o pior acontecesse, e aconteceu. Digo, o Reino Vermelho, que havia sido exilada pelo Espadachim Vorpal retornou. E por inúmeros anos vivemos em paz. O mágico constituiu uma lei de paz e igualdade e todos estavam em paz, então veio uma guerra. Uma guerra contra um ser obscuro que conseguia medir forças até mesmo com o mágico. Por causa disso, ficou muito fraco e se afastou para muito longe, num lugar que não sabemos onde é e nem como se chega lá. Com isso, o Reino Vermelho retornou com força máxima e novamente não tínhamos o que fazer. E vivemos por tempos em desespero, até que surgiu uma profecia vinda do Mágico: Um dia, alguém tão iluminado quanto o sol surgiria em meio à escuridão que nos cercava. Nem mesmo ser um herói aparentava. Ele tornaria nesse povo esperançoso, pelo seu ato de bondade e jeito corajoso. Ele será aquele que nos protegerá no agora no depois e no antes; nosso grande herói, Alexander.
Alec se arrepiou. Sentia como se fizesse parte de uma daquelas profecias de filmes ou livros, mas logo caiu na real;
- Não pode ser eu. Não tem condições. Eu... Eu sou franzino, anão, fraco e eu não brilho mais que o sol. Eu não sou um gikho de Apolo nem nada do tipo. Pelo menos que eu saiba...
- Eu sei que está confuso, Alec, mas todos os fatos apontam pra você! - disse Srta. Dorothea de forma dócil - suas crises nervosas que lhe tornam capazes de possuir uma força imensa e... Você teve a capacidade de lembrar daqui mesmo com um feitiço de esquecimento. Não há como negar!
Alec se sentia sem chão. Parecia que havia se tornado um recipiente vivo, e estava furado.
- Eu não consigo acreditar... Eu sou mesmo filho de... Oz? A coisa mais mágica que eu fiz foi derreter isopor em acetona pura numa feira de ciências da escola.
- Mas concerteza você é. Você é a cara do Oscar - disse Srta. Dorothea com um olhar misterioso.
- Ei, como assim? - Alec disse alarmado - a... A senhorita conhece MEU pai?!
- Bem... Sim - Srta. Dorothea - o conheci quando éramos adolescentes. Ele que me apresentou meu Cawthon.
- E... Minha mãe... - Alec sentiu uma inquietude dentro de si - conhecia minha mãe?!
- Claro que sim! Eu era a melhor amiga de Alice!
- Mas minha mãe se chama Grace!
- Não, ela se chama Alice - disse ela - ela mudou de nome. Digamos que... Ela foi obrigada a isso, mas eu não sei dos detalhes - os olhos dela adquiriram uma expressão triste - a tempos eu perdi meu contato com ela.
A esperança dentro Alec pareceu morrer novamente. Por um momento sentiu que reencontraria sua mãe.
- Alec, não fique assim. Tenho certeza que, se domar seus poderes, haverá uma probabilidade altíssima de revê-la.
- Dorothy, precisamos de você aqui! - Marceline berrou.
- Já vou! - disse ela - escute, Alec, a o Príncipe pode descobrir isso também, por isso não posso deixar que permaneça nesse mundo... Você terá de voltar para casa.
- Mas... Eu... - Alec encarou Tsol que parecia abalado também - não quero ir embora novamente e deixá-lo...
- Mas não vai precisar - Srta. Dorothea afirmou - eu terei de ir para instruir você, e porque não levá-los junto?
Tsol não falou nada, apenas abraçou Alec forte enquanto Dorothea ia embora.
- Droga... - Alec sentiu a respiração pesada do Alec - nesses momentos eu sinto que vou morrer.
- Eu não sei mais o que eu tô sentindo... - disse Alec, confuso - não sei nem se eu sinto mais alguma coisa.
- Alec... Não fala isso!
- Meu pai mentiu, Tsol! Mentiu pra mim na cara dura! Aposto que... Nossa! Eu nem mesmo sei qual a é a personalidade dele! Mas provavelmente vai me dizer uma desculpa clichê quando souber que eu descobri a verdade.
- Tipo... O quê?
- Tipo: "Ah, foi pro seu próprio bem!"
- E se tiver sido?
Alec não falou nada.
- Alec, eu sei o que você está sentindo, ok? Mas ficar com raiva não vai te fazer bem - disse Tsol.
- Ah, e o que vai me fazer bem? Hein, Tsol?! HEIN?!
- Comece ficando frio - disse ele, agarrando o rosto dele e dando um beijo em Alec - olha nos meus olhos! Você tem que se manter calmo! Deixa a fúria pra quando vocês forem conversar!
- Não sei o que seria de mim sem você... - Alec o abraçou, agarrando-se a seu casaco.
- Vai ficar tudo bem... Eu pro... - Alec não conseguiu ouvir o resto. Uma onda de gritos emergiu da feira.
Eles pensaram que era alguma atração de início. Mas os gritos se tornaram desesperados, enlouquecidos.
- Havia algo de errado acontecendo.
- Uma cavalaria inteira arrasava o local, destruindo as barracas, intimidando os animais e fazendo as todos correrem de cá pra lá, desnorteados e com medo.
Um deles escalou um palco meio baixo demais pra ele e rosnou:
- Procuramos o chamado Alexander.
- Eu? - Alec sentiu um frio na barriga.
- Isso significa que...
Fora descoberto!
- Vamos sair daqui - Tsol agarrou Alec pela mão - o pior pode acontecer se ele te achar.
- Não podemos deixar eles machucarem inocentes! - esbravejou Alec ao ver um guarda ameaçar uma mãe que se agarrava aos seus filhos, em lágrimas. Outro era um idoso que se apoiava numa Bengala de madeira velha e um guarda a puxou de uma vez das mãos dele.
Ele caiu no chão encolhido.
- Alec, não! - Tsol gritou.
Mas era tarde demais. Alec saiu de trás da barraquinha e subiu numa mesa.
- EI, SEUS BABACAS! - Ele mostrou o dedo do meio - EU TÔ AQUI! EU SOU ALEXANDER!
Um deles checou um papel e fez um sinal afirmativo.
- Capturem-no!!
- Ah, que Droga!! - Tsol montou Ydnac e o agitou - Faça isso pelo Alec! Corra como o vento!!
Ydnac relinchou alto e disparou à toda velocidade. Assim que encostou o suficiente na mesa, agarrou Alec como se agarra um saco de batatas e saiu á toda velocidade. Os guardas o seguiam furiosamente.
- Não podemos ir pra casa, pode haver problemas se eles souberem que você mora lá.
- E o que... Fazemos?! - Tsol quase não falava, por estar ocupado fugindo dos guardas.
- Florestas.
- Hein?
- Vamos para as florestas!
- Oh meu deus, você é maluco!
- E você ama isso em mim - Alec disse.
- Amo, mas isso não interessa agora.
Chegando na floresta, deixaram Ydnac correr floresta adentro. Amarraram montes de feno em Ydnac e o cavalo saiu a todo vapor.
- Acho que não há escolhas senão levar vocês ao mundo humano - disse Alec, encolhido no colo de Tsol. Ambos estavam numa árvore a inúmeros metros de distância do solo. Mal dava pra ver o chão, porém ouviram a cavalaria passar, perseguindo Ydnac.
- Não os deixe escapar! Vossa majestade, O Príncipe disse que Alexander deve presenciar o destino do traidor!
- Traidor? De quem estão falando? - surrurrou Tsol.
Às? Estaria ele falando de Às? Não seria possível, seria? E Valete? O que acontecera com ele?
- Temos de ir para o Reino Vermelho. Agora! - Alec falou.
- Não é possível, Alec! O transporte mais rápido que temos é o trem e ele demora um dia!
- Mas o expresso aéreo da Marcy demora umas poucas horas! - disse alguém animadamente ao lado deles.
- Marcy?! - Alec sentiu uma alegria indescritível em vê-la bem.
- Oi!! - Marceline flutuava com os braços agarrando os joelhos ao lado deles - o que acha de partirmos?
- E a mamãe, Yruf, Cameron e Sam? - Tsol resmungou.
- Marcy pediu ajuda a um parceiro dela - atrás deles, um esqueleto de uma ave gigante com dentes no bico voava com todos acomodados em suas costas.
- Esse é o pássaro ceifeiro. Ele devora almas dos condenados da noitosfera - disse ela como se fosse um pombo ou uma andorinha - agora, temos que ir para o reino vermelho.
- Por quê? - Sam perguntou.
- Vamos para o planeta terra.
Alec sentiu um frio ruim na barriga.
- Antes, vamos salvar Ás.
- Claro, Alec, mas é melhor discutirmos um plano no caminho! - Srta. Dorothea interrompeu.
Então, partiram, a toda velocidade.
•♪•
Enquanto voavam, Marceline explicou que uns "amigos" dela a informaram que todos os vilarejos estão sendo devastados pelo reino vermelho, e tudo isso por uma única razão.
- Ele sabe que pode não encontrá-lo... Mas forçá-lo a ir de encontro - disse Came.
- Exatamente! E o pior, eu ouvi dizer que ele vai começar a decapitar pessoas em praça pública caso você não apareça logo - Marcy disse.
- Mas que filho duma puta! - Alec estava vermelho de raiva - é mais infantil que uma criancinha de creche. Temos que deter ele!
- A pergunta é; Como? Afinal, se você é Alexander, logicamente você deveria fazê-lo, mas suas habilidades ainda não chegaram a um nível adequado - disse Yruf - você precisa de treinamento.
- Treinamento? - Came fez careta - pra usar magia?
- Parece bobo, mas Yruf está certo. Magia é como um instrumento musical. Deve ser treinado até se alcançar um domínio sobre o mesmo.
- Não é só falar umas palavras mágicas e mandar tudo pelos ares?
- Não é assim que funciona, Alec! - Marcy riu - infelizmente é bem mais complexo. Por isso exige treinamento.
- Não se preocupe. Você vai conseguir. Vamos te apoiar como for possível - disse Tsol de forma afetuosa.
- Isso aí - Came e Sam concordaram.
- Eu também quero ajudar! - disse Yruf.
- Muito obrigado, pessoal - disse Alec, sentindo-se sinceramente feliz com tudo aquilo.
- Bem, treinaremos bem depois. Olhem para frente - disse Marceline.
A frente, o reino vermelho se extendia atrás das grandes muralhas. Uma fila gigantesca de pessoas dirigia-se para lá, escoltados por soldados.
- O... Que significa isso? - Alec questionou sem palavras.
- Esse covarde falou, Alec - Yruf olhava fixamente - ele vai ferir inocentes até fazer você aparecer.
" Eu não posso deixar! " Alec pensou, enquanto o pássaro ceifeiro dirigia-se para lá.
Continua...
Gente, sou irresponsável pra krl. Aceito completamente se quiserem me decaptar. Vou adiantar o próximo 💙
Bjs seus lindos /o/