Estava pelas ruas da cidade, dirigindo sem rumo, com a cabeça cheia de coisas. Acho que se pegasse um tornado e jogasse um monte de coisas ali dentro dele, seria minha cabeça naquele momento.
Peguei o caminho de um dos locais favoritos. A praia dos namorados era um dos locais mais lindos da cidade. Era uma praia cheia de coqueiros e pedras, ótimo para namorar, por isso o nome.
Estacionei o carro e fui para a praia, tirei minha camisa e vi uma mão desenhada em tinta nas costas. Era a mão do João. Fiquei rindo feito bobo olhando aquela mão em azul. Não era possível eu estar gostando de um cara. Não que isso seja errado, afinal toda forma de amor é verdadeira. Eu só não conseguia acreditar que um guri conseguiu fazer o que ninguém ate então conseguiu. Fazer eu me apaixonar.
Telefone começou a tocar no bolso da calça e eu vi que era meu pai.
-oi pai. Disse olhando as ondas quebrarem nas rochas.
Marlon- ta aonde filhote? Que barulho de mar é esse?
-to na praia dos namorados pai. Vim pensar um pouco.
Marlon- e a faculdade? Moleque se você estiver filando aula eu arranco seu coro.
-to não pai. Minhas aulas só semana que vem.
Ouvi meu pai acelerar o carro e ambos ficamos quietos por um instante, só se ouvia as ondas e o carro do meu pai do outro lado da linha.
Marlon- Marcelo o que acha da gente comer uns camarões e uns caranguejos naquele quiosque que você gosta?
-mas isso fica aqui na praia pai, você pode vir?
Marlon- posso filho, eu to passando ai perto, vou aproveitar pra almoçar com você e colocar o papo em dia.
Não tinha como esconder nada do meu pai. Certeza que ele percebeu algo em minha voz, pelo menos eu poderia conversar um pouco com ele.
-beleza pai, vou esperar no local.
Ele desligou e eu fui para o quiosque ficar esperando por ele, aproveitei e já fiz o pedido enquanto meu pai não vinha.
Fiquei no celular atualizando minhas redes sociais e de repente um numero desconhecido me ligou. Eu não atendi pois imaginava ser da operadora me vendendo algum plano. Voltei a mexer nas minhas coisas quando uma solicitação no face me chamou a atenção. Era o João.
Não aceitei de primeira pois iria dar uma olhada nas fotos dele. Stalkear modo on hahaha. Fui para as pastas dele e me surpreendi quando vi o quão lindo ele poderia ser, tinha uma foto dele sem camisa em uma praia, usando boné e óculos escuros. Aquele corpo branquinho e com massa muscular não muito exageradas. Aquele sorriso lindo que ele tem. A foto estampava felicidade.
Descobri que ele tinha 19 anos, e era filho único. Mas sempre estava rodeado de amigos. Era um cara sempre feliz nas fotos. Mas foi uma foto, uma em especial que eu passei um bom tempo olhando.
Ele estava sentado na areia da praia olhando o mar, a foto mostrava ele de costas para a câmera, o sol se pondo ao horizonte deixando todo o mar dourado, ele usando um boné virado para trás e com as mãos na areia olhando o sol se por. E tinha a legenda que dizia assim: “às vezes o amor, a felicidade e a paz vem de onde menos se espera, as vezes só em olhar, ou só em ouvir você já se apaixona, amar é isso.”
Aceitei a solicitação e imediatamente outra solicitação apareceu, agora no insta. E também era ele hahaha. Tratei de aceitar todas e fiquei olhando a foto dele. Definitivamente João, você me conquistou. Fiquei olhando a foto que nem percebi alguém sentado na minha frente olhando pra mim.
-pai? Disse olhando pra ele com óculos escuros e sem camisa. Chegou quando?
Marlon- cheguei agora a pouco filhão. Ele disse sorrindo olhando pra mim. –o que tem nesse celular ai que deixou você sorrindo atoa pra tela?
-eu? Celular? Como assim?
Marlon- a não vem com essa não. Você ficou com cara de besta olhando pro celular. Já tenho 45 anos Marcelo, vivi muito e já sei tudo sobre amor.
Ele parou de falar e ficou olhando pra mim serio, depois começou a rir alto.
Marlon- olha só se a muralha de pedras não esta apaixonada.
-como é?
Marlon- você filhote, esta apaixonado, por quem eu não sei. Só sei que esse olhar abobado ai, essa cabeça nas nuvens e esse sorriso besta é de quem esta apaixonado.
-oxe pai, to nada disso ai não. Tentei me esquivar. –é outra coisa.
Marlon- outra coisa o que Marcelo, me engana que eu gosto. Quem é ela? Ele disse sorrindo e pegando nossa comida que o garçom trouxe.
-ela quem?
Marlon- meu deus, o cara se apaixona e fica burro. A menina caramba.
-tem ninguém não homem. Valei-me.
Ele começou a rir da minha cara de tacho e das minhas esquivas. Eu sabia que não tinha como esconder dele. Ele sabia tudo de mim. Começamos a comer e colocar o papo em dia. Era ótimo passar o tempo com meu pai, não parecia que ele tinha aquela idade afinal ele era mais brincalhão que eu. Era um adolescente de 45 anos. E sem falar que ele malha desde jovem, tem um corpo de dar inveja a qualquer um.
-pai? Disse olhando pra ele que estava resolvendo algo no celular.
Marlon- fala.
-quero comprar um violão.
Aquilo pegou ele de surpresa que se engasgou com o suco que estava bebendo. Comecei a bater nas costas dele que já estava vermelho hahaha, o povo todo que estava ali ficou olhando pra gente.
Marlon- quer me matar com isso? Que historia é essa?
-quero aprender a tocar violão, e um amigo me disse que iria ajudar a me ensinar. Disse olhando para o chão envergonhado.
Marlon- um amigo? Que amigo é esse?
-é um carinha que conheci na faculdade, gente boa.
Marlon- a sim, conheceu hoje foi?
-sim.
Marlon- e já esta assim? Com uma amizade forte desse jeito? parabéns ao moleque.
-parabéns?
Marlon- sim, você nunca quis amizades. E agora esta ai com um amigo. Parabéns a ele. Qual o nome?
-João. Ele faz faculdade de musica.
Marlon- a sim. Legal. Meu pai pegou o celular e ficou sorrindo olhando pra tela. –saindo daqui vamos passar no shopping comprar seu violão.
Ficamos mais um pouco na praia, aproveitei para tirar fotos com meu pai e atualizar minhas redes socais. Saímos da praia e meu pai foi no carro dele na minha frente e eu fui no meu ouvindo projota o álbum foco, força e fé (melhor álbum <3). Ouvia pensando em como minha vida em um único dia deu um salto nas minhas emoções. Me tornei forte por causa das pessoas, me tornei frio por causa das pessoas, estou ficando mais humano por causa de uma pessoa. O João que conseguiu me conquistar com seu jeito único de ver as coisas.
Chegamos ao shopping e deixei meu pai ir à frente à loja de instrumentos musicais, eu aproveitei e fui na loja de CDs comprar um presente. Comprei um cd pro João e aproveitei para comprar alguns pra mim.
Quando sai da loja de CDs vi meu pai em frente a de instrumentos olhando um violão branco muito lindo.
- nossa que violão maneiro.
Marlon- maneiro mesmo, o mais lindo da loja.
-será que é caro? Disse olhando pra meu pai.
Marlon- besteira Marcelo, você quase nunca gasta seu dinheiro. Esse aqui é um presente pra você.
Meu pai pediu para o vendedor pegar o vilão e foi no caixa pagar.
-agora sim, vou aprender a tocar. Minha felicidade era imensa.
Marlon- aquieta menino. Nunca lhe vi interessado nisso. Que milagre foi esse? Quem é o milagre? Ele disse sorrindo.
-milagre nenhum pai. Só deu vontade de aprender depois que vi um amigo tocando.
Marlon- a sim um amigo, João NE isso.
Meu pai saiu da loja sorrindo com o violão no ombro.
-o violão é meu. Por que esta levando?
Marlon- dizem que um homem com instrumento musical fica mais atraente, me deixa levar ate o carro poxa.
Não consegui parar de rir do meu pai naquele momento. Parecia mais doido do que já era.
Ele me entregou o violão e disse que iria voltar para a clinica, resolver umas coisas com os sócios e a noite estaria em casa. Aproveitei e passei no caminho de casa no subway e comprei muitos lanches para comer durante aquele dia.
Quando cheguei na frente do condomínio encontrei os guardas conversando com uma pessoa virada as contas para mim, ela estava com um violão no ombro e sorria junto com a galera ali. Desci do carro e fui ver quem era, e foi ali que me assustei.
-joao? Disse vendo ele se virar pra mim sorrindo. -quem lhe trouxe? Você não sabe onde moro.
João- e ae Marcelo. Ele disse sorrindo e olhando pra galera. –desculpa chegar assim, eu liguei pra você, mas não atendeu. Foi a Sam, ela procurou você por todo canto e não achou, então disse que saberia onde estava me puxou com ela e me trouxe para cá. Ele pegou o violão do ombro e colocou encostado na parede da guarita. –fiquei esperando você aqui com eles, super gente boa os seguranças.
Não consegui contar um riso e chamei ele pra entrar comigo. Ele pegou o violão e foi junto comigo pro carro. A Sam foi embora, planejou tudo aquela peste. Agora só estava eu e ele em casa, durante toda uma tarde, sentindo aquele perfume, isso não vai prestar...
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E ae povo, espero que estejam gostando da historia. vou logo adiantando que muita tempestade vem no futuro. a vou deixar uma pergunta aqui para voces:
"voces gostam quando eu misturo musicas com a situação do personagem?"
respondam se sim ou não. qualquer coisa eu tiro as musicas.
bom final de semana a todos. boa leitura.
Ru/Ruanito o brigado que estaja achando liiiinnndoooo a historia haha. pois é cara, resolvi mudar completamente isso.
amordestinados2 eu sei que estao curtos, desculpa =(. vou tentar nos próximos ir aumentando aos poucos. obrigado por ler.
Flor de maio obrigado por estar lendo, fico agradecido de coração. vou tentar aumentar eles aos poucos. nao sou acostumado com capítulos muito grandes.
Marcos Costa obrigado por ler. ai esta a continuação. boa leitura.
a todos que leem e não comentam, uma boa leitura e um ótimo final de semana. semana que vem eu volto. sou mal hahaha.
