Já se passou uma semana, e nada do Thomas lembrar de mim...
Uma semana antes...
Horas depois de eu ter doado sangue, Thomas abriu os olhos, perguntou onde estava, e o que tinha acontecido, a mãe dele não soube explicar muito bem a última pergunta. Me lembro como se fosse ontem, ela me chamando para ver ele. Quando entro no quarto não me contenho e choro (desculpa, mas não aguentei mesmo). Eu estava ali, olhando para ele, vivo e a salvo. Chego mais perto e tento abraça-lo, mas quando eu cheguei perto ele perguntou.
-Quem é você? –
Fiquei sem reação, será que ele não lembra de mim ou deve estar de zoação?
-Quem é você? – Perguntou novamente
-Sou o Raphael, não se lembra? –
-Raphael? Desculpa, mas não conheço nenhum Raphael. –
-Sou o Raphael, irmão da Camila (poderia também ter falado que sou o amor dele, mas acho que isso não iria resolver) –
-Desculpa cara, mas não lembro quem é você, e nem essa tal de Camila. –
Não quis forçar a barra com ele, pois tinha acabado de sofrer tudo aquilo e ele deve está abalado, mas também pode ter sido um esquecimento repentino ou algo do tipo, é melhor eu ir atrás de um médico.
Perguntei ao médico o que ele tinha e tive uma resposta não muito agradável.
-Senhor Raphael, me parece que ele teve uma perda de memória, não sei lhe dizer se ele vai recuperar essa memória em uma semana, um mês ou um ano, isso a medicina não ensina. –
-E agora? O que faço? –
-Tenta estimular a memória dele, mas é claro, não agora. –
Perda de memória, Meu Deus, o que houve com ele? Uma coisa é certa, vou procurar quem fez isso, só veio uma pessoa na minha mente Caio.
Volto para o quarto do Thomas, quando chego lá vejo uns policiais fazendo pergunta para ele. (Será que eles não percebem que ele acabou de voltar de uma cirurgia e que quer descansar?) Fiquei lá escutando tudo que ele falava para os polícias, eu não acredito que fizeram tudo isso com ele, meu Deus, quando ele disse que a única alternativa era pular para se salvar, uma lagrima caiu dos meus olhos. O policial perguntou quem fez tudo isso com ele, mas ele infelizmente não lembrou, só sabia que era duas pessoas e nada mais.
Já era quase meia noite e, ele ainda estava acordado no quarto. A mãe dele chega perto de mim e pergunta:
-Você ainda vai continuar aqui? –
-Claro, não vou sair de perto dele. Esse acidente foi culpa minha, senhora, se eu estivesse junto com ele, nada disso teria acontecido. – depois De ter dito estas palavras, meu coração se apertou, pois sabia que era verdade.
-Meu filho, não foi culpa sua. – E com isso ela me deu um abraço e olhou fundo nos meus olhos. – Desculpa pelo o que eu disse mais cedo, não foi justo da minha parte tratar você daquele jeito. –
-Não se preocupa, a senhora estava um pouco alterada por causa da notícia. –
-Posso pedir um favor? –
-Pode –
-Olha eu estou com meu sobrinho em casa e, ele estar sozinho, tenho de voltar pois, acho que ele nem comeu ainda e também não posso abandona-lo, sei também que o meu filho vai está em boas mãos. –
-Não se preocupe, vou cuidar muito bem dele. –
Antes dela ir embora, ela foi até o Thomas, mas infelizmente a reação dele não foi das melhores.
-A senhora vai me deixar com esse estranho aí? –
-Ele não é estranho, Thomas. –
-Não quero ficar com ele. – Quando ele disse essas palavras, meu coração chorou.
-Não importa, você está bem, e agora tenho que ir para a casa e ir cuidar do meu sobrinho. –
-Tudo bem-
Depois que ela saiu, passou alguns minutos e o Thomas dormiu, fiquei olhando para ele dormir, queria está no lado dele nessa hora, poder abraça-lo bem forte e falar que tudo vai ficar bem, mas, a vida não é assim. Acabei pegando no sono também, ele estava calmo e tudo estava bem.
Acordo atordoado, vejo que o Thomas estar falando alto, acho que ele está em um pesadelo.
-Thomas, acorda, você estar tendo um pesadelo. –
-Não, me solta, não quero. –
-Thomas, acorda-
-Não! –
Ele acorda de uma vez, percebo que ele estar chorando, os batimentos cardíacos dele estão altos. Um médico entra na sala.
-O que houve? –
-Doutor, ele teve um pesadelo. –
-Ok, vou receitar um calmante para ele. –
Quando o médico sai da sala, eu chego para o Thomas e pergunto.
-Você estar bem? –
Ele não responde
-Quer que eu faça alguma coisa?
Ele não respondeu, então voltei para o meu canto. Uma enfermeira entra no quarto e injeta o calmante no soro dele. Ele fica olhando para mim.
-O que somos? –
-Hã? –
-Para você tá aqui, agora-
-Somos só bons amigos –
Ele olhou para mim e deu meio sorriso, retribui chegando perto dele
-Acho que não consigo voltar a dormir –
-Por causa Do pesadelo? –
-Sim –
-Não se preocupa, o calmante já, já faz efeito. –
-Posso pedir algo? –
-O que quiser –
-Poderia me abraçar? –
-Claro. –
Abracei ele, nossa, foi a melhor coisa do mundo, tê-lo em meus braços
-Poderia dormir comigo? É só até eu pegar no sono. –
-Sim, posso –
Ele afastou um pouco, e me deitei lá. Thomas encostou a cabeça bem no meu peito.
-É bom escutar o seu coração. – Disse ele. Ele volta a olhar para mim e deu um sorriso (eu me derreto pelo sorriso dele, naquele momento só queria beijá-lo)
Dou um meio sorriso e faço carinho na bochecha dele. Não demora muito e ele volta a ouvir meu coração.
-Seus batimentos me acalmam. – Disso com a voz de sono.
Quando percebo, ele já pegou no sono. Faço carinho nas bochechas dele, e digo.
-Desculpa por ter sido a pior pessoa do mundo, deveria ter te protegido e não fiz, eu não te mereço, mas quero que saiba que te amo. –
Sei que ele não escutou, sei que ele agora não sente o mesmo, será que ele vai recuperar as memorias rápido? Será que ele vai lembrar de mim? Será que vou ter mais uma chance de poder beijá-lo de novo?
Fiquei pesando em tudo e nem percebi que já.... Estava…. Pegando…. no.… sono.
Continua....
Beijos Mandalay