(Um pouco de fé em mim)
Os primeiros raios de sol daquela manhã de domingo espreitaram pela pequena fresta das cortinas, alvas como o algodão. Alcançaram o rosto de Anna-Lú fazendo-a se remexer. Abriu os olhos vagarosamente tentando ajustar a visão ainda turva pelo sono, estreitou os olhos um pouco mais e logo o fragrante odor dos cabelos loiros apreenderam seus sentidos fazendo-a despertar por completo. Não pôde conter a enorme satisfação que estufou seu peito ao contemplar aquele corpo nu que se aconchegava ainda mais e encaixava-se perfeitamente no seu, os imagens da noite que tiveram foram surgindo sem que ela pudesse ou quisesse se controlar, e na verdade não queria. Sentiu-se novamente incendiar.
Acariciou e beijou o rosto da loira maravilhosamente linda ao seu lado recebendo em troca um ronronar como de uma gatinha preguiçosa, sorriu feliz com aquele momento de quase magia, fitou a boca de Carol e a magia deu lugar a um arrepio incandescente. Beijou Carol nos lábios e levou a mão até sua cintura tentando traze-la pra mais perto de si, o coração malhava com loucura dentro do peito, era assim todas as vezes que Anna-Lú tocava ou mesmo pensava em Carol.
Os olhos azuis abriram-se vagarosamente durante o encostar de lábios e se tornaram como duas chamas tão logo encontraram os negros urgentes de excitação, então a expressão do rosto Carol se transformou de sonolenta para faminta, antes de voltarem a se beijar e por mais uma vez dividiram a mesma magnitude ainda mais prazerosa do que poderiam imaginar, “intenso, indescritível, maravilhoso” eram os pensamentos, onde o amor que sentiam uma pela outra aflorava em cada célula de seus corpos.
As bocas abrasavam-se ao passo que as mãos apertavam freneticamente em todos os lugares que podiam alcançar. O fulgor do contato fazendo-as arfar, mas nem por isso se afastavam, a urgência com que Anna-Lú esquadrinhou as curvas com os lábios fez um tsunami caudaloso de prazer quase sufocar Carol, que se lançou sobre Anna-Lú cobrindo o corpo dela com o seu. Quando os corpos se colaram era como se cada milímetro de pele fulgurasse um calor latente e ainda mais explosivo que a noite anterior, mergulharam naquela intensidade uma nos braços da outra de forma apaixonada e absolutamente ardente e faminta. Perderam-se em gemidos provocados pelos movimentos insensatamente espevitados, aceleraram os movimentos até que os corpos em uníssono se se contraíram e uma nova explosão de cores as arrebatou. Permaneceram abraçadas por um tempo em uma espécie de falta de gravidade até que as respirações aos poucos voltaram a seu estado normal. Olharam-se com profundo carinho e compartilharam uma sensação de intensa felicidade.
Quando as respirações se normalizaram Anna-Lú virou aconchegando Carol por trás e colocando uma das pernas entre as pernas de Carol, deslizou a mão pela lateral do corpo até chegar à barriga de Carol e ficou fazendo carinho enquanto afundava os lábios no pescoço e assim ficaram entre beijos, caricias e amenidades até Anna-Lú visualizar algo no canto oposto a cama, pôs-se sobre os cotovelos e virou perplexa para Carol:
Você toca?! – foi muito mais uma afirmação do que uma pergunta.
Ãh?? – respondeu Carol parecendo não entender. Mas, obstinadamente Anna-Lú levantou totalmente nua e caminhou (de uma forma que para Carol pareceu "sexy demais"), até o canto do quarto onde o objeto que prendera sua atenção se encontrava.
Isso aqui... Você toca?? – falou apontando. Um violão preto e azul, “lindo” na percepção de Anna-Lú. Pegou-o e trouxe até a cama.
Já toquei...num tempo muito distante - respondeu suspirando.
Toca pra mim?! - pediu Anna-Lú com os olhos brilhando de antecipação.
Claro que não! - foi a resposta imediata - nem sei mais...faz tanto tempo que não pratico – tentando se livrar da ideia.
Ah por favor, Carolina! - falou fazendo beicinho e juntando as mãos num gesto de suplica.
Não me olha assim amor! – retrucou Carol.
Repete! – pediu Anna-Lú boquiaberta.
O quê?! – perguntou Carol sem entender.
O que você acabou de dizer!
Pra você não me olhar assim?! – disse num fiapo de voz.
Não assim, a parte em que me chama de amor! – sentenciou Anna-Lú com um sorriso de orelha a orelha.
Ah! – foi tudo que Carol conseguiu dizer ficando imediatamente muito vermelha.
Não acredito que CAROLINA VANDRÉ ESTÁ ENVERGONHADA!! – respondeu Anna-Lú divertindo-se a valer e deixando Carol ainda mais vexada.
Para já com isso Anna Luiza!! – Carol tentou recompor-se fingindo cara de brava.
Vixe a muié usou o nome todo, não é bom sinal! – falou zombeteira.
Muito engraçadinha! Amor, amor e amor....era o que você queria ouvir, pronto já disse! – respondeu cruzando os braços.
Desculpa vai, não precisas ficar bravinha, eu apenas me empolguei com o jeito lindo que você me chamou – falou Anna-Lú dando um selinho em Carol que se derreteu toda.
Olha só por que eu não digo: Eu te amo o tempo todo não quer dizer que eu não sinta, você precisa confiar mais em mim sabia meu amor?! E eu que peço desculpa por não demonstrar tanto, já que você é a rainha do eu te amo, vive dizendo isso toda hora e pra todo mundo – disse Carol rindo a bastante da cara de Anna-Lú.
Exagerada!!! Eu nem falo tanto assim, mas deixa de “enrroleition” quero minha música! – Anna-Lú falou categórica.
Mas, eu não disse que ia cantar! – respondeu.
Nem eu! Pedi pra tocar, mas já que a senhorita se entregou, quero ouvi-la cantar também – falou Anna-Lú apoiando os braços nos quadris.
Aff! Lú faz séculos que eu não canto, não seja boba você não vai gostar! – tentou convencer Anna-Lú.
Nem pensar, agora quero pacote completo!
Ai amor, você é mesmo impossível! Tudo bem eu toco, eu canto, faço tudo que você quiser e já que você insiste, vejamos, essa música traduz muito do que eu gostaria de dizer pra você – respondeu Carol já ajeitando o violão sobre a coxa. E logo melodia e letra ecoaram pelo quarto.
(Jon Bon Jovi & Lea Michele - Have A Little Faith In Me)
< https://www.youtube.com/watch?v=1L-Cm5zbt9Q>
When the road gets dark (Quando a estrada ficar escura)
And you can no longer see (E você não conseguir mais ver)
Os olhos azuis vidrados em Anna-Lú ofuscando, cativando e seduzindo ainda mais....enquanto cantava e dedilhava as notas...
Let my love throw a spark (Deixe meu amor lançar uma faísca)
Have a little faith in me (Tenha um pouco de fé em mim)
And when the tears you cry (E quando as lágrimas que você chora)
Are all you can believe (São tudo que você pode acreditar)
Give these loving arms a try baby (Deixe esses braços amorosos tentarem, amor)
Have a little faith in me (Tenha um pouco de fé em mim)
Have a little faith in me (Tenha um pouco de fé em mim)
Have a little faith in me (Tenha um pouco de fé em mim)
Have a little faith in me (Tenha um pouco de fé em mim)
Have a little faith in me (Tenha um pouco de fé em mim)
...Carol encostou a testa na de Anna-Lú que estava bem a sua frente quando cantou...
I've been loving you for such a long time girl (Eu venho te amando por muito tempo garota)
Expecting nothing in return (Sem esperar nada em troca)
Just for you to have a little faith in me (Apenas que você tenha um pouco de fé em mim)
You know time, time is our friend (Você sabe o tempo, o tempo é nosso amigo)
I will hold you up, i will hold you up (Eu vou te apoiar, eu vou te segurar)
Have a little faith in me (Tenha um pouco de fé em mim)
Have a little faith in me (Tenha um pouco de fé em mim)
Have a little faith in me (Tenha um pouco de fé em mim)
Have a little faith in me (Tenha um pouco de fé em mim)
Have a little faith in me (Tenha um pouco de fé em mim)
O coração de Anna-Lú bateu mais forte que porta pesada quando Carol cantou as primeiras palavras e a admiração que já nutria por ela apenas aumentou. O olhar que esta lhe lançara durante toda a musica fez Anna-Lú desejar tê-la cada vez mais para si. Quando a musica acabou tudo que Anna-Lú pode fazer foi o que já estava morrendo de vontade de ter feito, mas teve que esperar até o fim da musica, lançou-se sobre Carol enlaçando o pescoço e já a enchendo de beijos numa inegável felicidade.
Sua voz é linda Carolina! – disse deslumbrada entre beijos.
Boba, claro que não, só você mesmo pra me fazer cantar depois de séculos!
Boba é você que fica dando uma de modesta. É linda e pronto, acabou a história! – afirmou Anna-Lú. Carol só pode rir das crenças da namorada, pois logo seu estômago deu sinal de vida, então resolveram tomar o café da manhã.
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Obrigada a todas que acompanham, e um bj especial pra todas as meninas que comentaram, valeu! ^_^
P. S.: Bj amor! :*