Era Só Uma Noite. #4

Um conto erótico de Caio Alvarez
Categoria: Homossexual
Contém 2049 palavras
Data: 27/09/2016 04:19:59

Eu não posso mentir que passei os dias seguintes esperando por uma ligação. Cada toque e a identificação de um número que não constava na minha agenda eu sentia uma descarga de adrenalina e ansiedade tomar meu corpo. Eu pediu meu número. Ele tinha que ligar.

Marquei de encontrar Alexandre, o curioso, na praia ao final daquele dia. Após a conclusão das tarefas que exigiam de mim, desci na estação combinada e de cara já avistei a careca brilhosa de Alê.

Alexandre tem 23 anos e diferente de mim, é quase sempre o centro das atenções. Como antecipei, o garoto ostenta uma careca bonita e um rosto que às vezes pode parecer rude por causa de seu queixo bem marcado e firme. Contrariando a rudez, seus lábios são grossos e naturalmente rosados, contrastando com sua pele branquinha. Seus olhos apertados e escuros chegam a ser fofos. Medimos a mesma altura mas seus ombros largos me fazem parecer menor ao lado dele. Seu corpo em boa forma sempre atrai todos os olhares. “Nunca sobra nada pra mim”, eu brinco quando vamos a algum lugar e naturalmente ele consegue todas as atenções. Não preciso falar da fama que ele deve fazer entre os seus clientes, não é?

- Seja cuidadoso. Hoje eu to cuspindo fogo – eu o alertei ao sentar próximo ao seu corpo.

- Parece um velho rabugento. Boa tarde, né? – é claro que havia cobrança em sua voz.

- Tá vai... boa tarde, cretino! – eu esbocei um sorrio não tão natural.

- Me diga, nada do misterioso do 1405?

- Você não consegue esquecer isso?

Que falsidade a minha. Eu também não conseguia esquecer a sensação daqueles dedos firmes agarrados aos meus cabelos bagunçados.

- Eu estou animado por você, seu chato. – Alê deu um gole em sua bebida descolada demais pra mim.

- E quem disse que não estou animado?

- Animado não. Você pode estar excitado, mas animado não.

Ele estava mais que certo. Aquela noite tinha me excitado mais do que me animado. E não tinha nada de errado com isso, afinal.

Num segundo me flagrei pensando sobre a tal noite. Era inevitável. Naturalmente minhas mãos já estavam presas no vão apertado e quente das minhas coxas. “Esquece isso, mané”, eu falei para mim mesmo em pensamento ao mesmo tempo que balança as idéias dali. Com um sorriso esperto, Alexandre me observava. É claro que ele sabia no que eu estava pensando, mas preferiu me provocar. Eu não sabia fazer outra coisa.

- Ou está no pensando no gigante gostosão... – ele estudou meu olhar e viu que eu mirava seu dedo percorrer a extensão da garrafa azulada sobre a mesa – ou está pensando no serviço que eu ofereci ao telefone. – O sorriso esperto ainda estava lá, mais rosado e brincalhão que nunca.

Talvez ele tivesse marcado o encontro apenas para provar que estava disposto a cumprir com a promessa. Quem sabe eu me devia um tanto de diversão. Já estava mais que na hora de me deixar ultrapassar alguns limites. Ele já me oferecera uma centena de oportunidades de experimentar coisas que estavam além da minha imaginação. Minha vida não poderia ser exemplo de caretice pra sempre. Não mesmo.

- Estou pensando se sua mão tem esse poder todo, ou se você é apenas exibido, como são esses garotos descolados – eu lhe respondi devolvendo outro sorriso brincalhão. Ele sabia o que isso significava.

- Faça o favor de manter essa ereção que você esconde aí – disse-me Alexandre, provocativo.

Alexandre não tinha feito o tradicional caminho para seu apartamento. Eu estranhava o que acontecia ali. Somente saquei o nosso destino final quando avistei a entrada do estacionamento do hotel onde me encontrei com o tal homem misterioso da última noite. Alexandre exibia o sorriso mais safado e brincalhão que alguém já me entregara. Como eu previa, ele tinha planejado aquilo. Cretino!

As chaves carregam o número do quarto: 1405.

No elevador, absurdamente próximo a mim, Alexandre deixou que seus dedos roçassem os meus sensualmente. O estranhamento só durou o tempo necessário para que eu aceitasse aquilo que estava acontecendo.

- Todo nosso – ele disse ao abrir a porta para mim.

O já conhecido quarto estava claro demais, mas tudo estava ali: a mesa, as cortinas de caimento perfeito, as paredes claras e confortáveis. A cama surgiu quando virei meu corpo. Seguro, Alexandre caminhou pelo quarto e sentou na beira da cama, assim como eu tinha relatado ao telefone. Mantinha suas pernas levemente abertas, dizendo numa linguagem totalmente corporal que me queria no meio delas. Entrei em seu jogo. Primeiro me vi livre de meu tênis. Tirei a blusa vagarosamente enquanto o observava fazer o mesmo e deixei a peça sobre a mesa, ele jogou a sua no chão. O mesmo fizemos com nossas calças. Para ele, deixei apenas minha cueca segurando meu volume que crescia num ritmo bastante acelerado. Para mim ele guardava sua pele rosada coberta por uma camada muito fina e delicada de pelos dourados. Enquanto eu caminhava na direção do garoto, seus olhos estavam presos na região que guardava meu membro. Era tudo que ele queria. Era tudo que eu tinha para dar. Parei quando me senti suficientemente próximo de Alexandre. Ele ergueu seu rosto e me entregou um sorriso satisfeito, mas ainda assim provocante. Ele tinha todas as armas possíveis. Se não eu, qualquer outro homem do mundo poderia ocupar meu olhar, apenas seduzido pelo seu olhar insinuante.

Ele apoiou suas mãos nas laterais do meu quadril e eu copiei o movimento do meu homem misterioso, apoiando meus dedos firmemente em sua nuca. Era gostoso sentir a pele áspera de sua careca rude. Gostoso e excitante. Inevitavelmente suspirei quando senti seus lábios grossos, úmidos e quentes tocar meu volume por cima do tecido. Eu apertei sua nuca e ele gostou, pois logo abocanhou a cabeça de meu membro coberta pelo tecido fino e esticado. Ele sabia como fazer isso. O desgraçado sabia até como respirar em minha pele. Ele deslizava os lábios por toda a extensão do meu pau. Quando cansou do inconveniente tecido, abaixou minha cueca de uma vez até os pés e deixou que meu membro completamente ereto saltasse em seu rosto. Realizado, seus olhos brilharam, seus lábios se apertaram e suas mãos agarram a pele da minha cintura. Ele iniciou um ataque sem pressa, mas muito preciso: colocou os lábios perfeitamente em volta da cabeça do meu pau e a babou inteira. Engoliu alguns sentimentos do meu membro não muito grande ou grosso, mas nada fraco, e agora sugava o que tinha despejado ali. Sua língua marcava presença, seus dentes me tocavam milimetricamente calculados.

Eu já puxava o ar e tomava cuidado para não penetrá-lo de uma vez. Mal apertei os olhos numa liberação violenta de ar, ele havia me sugado inteiro para dentro de sua boca. Eu me sentia quente e molhado. Apertado e chupado. Eu tinha a sensação de que entrava cada vez mais fundo naquela boca macia. Ele respirava com dificuldade a medida que cada mínimo espaço era preenchido pela pulsação excitante do meu membro. Suas mãos percorriam meu saco, minhas coxas, minha virilha úmida e minhas nádegas. Eu estava entregue. Quando mais forte e rápido ele me chupava, mais eu apertava sua cabeça contra mim. Eu jamais estive tão fundo em alguém. Eu jamais fui tão bem chupado em minha vida. O gemido do garoto saía abafado quando seu rosto estava colado na base do meu pau. Numa dessas estocadas, ele o tirou de sua boca e buscou o ar com um desespero absurdamente excitante. Seus lábios estavam cobertos por uma baba viscosa e brilhosa que escorria, deliciosamente, para seu queixo. Ali, de um ponto de vista inferior, ele sorriu satisfeito, como um santo diante de um milagre. Levei meus dedos firmes ao seu queixo e o apertei. Aquele lábios rosados prendiam toda minha atenção. A presença do homem misteriosos não existia mais ali.

- Seu cretino... – eu lancei minhas palavras sobre ele pausadamente.

- Seu cretino! – ele deu ênfase ao “seu”. Ele queria dizer que era meu naquele momento. Eu honraria a entrega.

- Venha cá!

O puxei pelo queixo, ergui seu corpo e lacei sua cintura levemente musculosa e absurdamente macia com meu braço. Nossos olhos violentos se penetravam, meus lábios estavam a centímetros de um toque nos lábios molhados dele. Eu necessitava sentir meu sabor impregnado em sua boca. Encurtei a distância e o beijei com pressa. Agilmente ele me entregou toda sua saliva e meu sabor estava presente nela. Deixei que ele chupasse minha língua áspera o tempo necessário, mas logo parei o que fazíamos e num sorriso quase tão provocativo quanto o dele, o empurrei na cama de costas para mim.

Já deitado, a pele da bunda rosada aparecia no tecido absurdamente fino de sua cueca. Até isso ele tinha preparado. Não demorei e num segundo estava com meu rosto cravado entre suas nádegas. A cueca já estava jogada em algum canto do quarto. Sua pele estava quente, cheirosa, macia e totalmente arrepiada. Procurei ir fundo dentro de seu rabo com minha língua enquanto ele, agarrado aos meus cabelos bagunçados, forçava meu rosto contra sua bunda deliciosa. Deixei sua entrada tão molhada quanto aberta e ele me entregava os mais sinceros e excitantes gemidos. O garoto era uma máquina de tesão. Desgraçado!

Ergui meu corpo, virei o dele e deitei entre suas pernas. Eu queria fodê-lo e queria fazer isso admirando aquele rosto naturalmente bonito. Sábio, ele segurou minha cintura e puxou meu corpo contra o seu, soltando um sussurro delirante:

- Você quer me foder, tanto quando eu quero lhe dar?

Em seu rosto continha todas as más intenções do mundo.

- Eu quero fazer tudo com você, cretino!

Minha voz saiu rouca e grave, como um macho transformado. Ele sorriu e me encaixou em sua bunda.

- Tá sentindo? – a voz dele ainda era um sussurro.

- O quê? Me diga!

- O meu corpo. Eu quero você dentro de mim.

- Dentro de você... – eu posicionei a cabeça do meu pau naquela entrada lubrificada por mim. –... É onde eu quero estar.

Eu não dei tempo para a resposta dele. Num impulso, metade de mim já estava penetrado. Senti suas mãos agarrarem minha pele e me puxar para baixo. Caí sobre o corpo macio e cremoso de Alexandre, penetrando os outros centímetros que tinham ficado de fora da brincadeira. Ele soltou um gemido alto e grosso em meu ouvido. Eu enfiei meu rosto em seu pescoço já molhado de suor e iniciei nossa dança sensual. Cada estocada nossos gemidos tomavam proporções maiores. Cada rebolada que ele dava, meu pau atingia níveis mais profundos. Era delicioso estar dentro dele. Tão experiente, tão quente, tão safado.

Cada movimentação dele era no intuito de me deixar completamente louco de tesão. Ele lambia minha orelha, mordiscava meu queixo e implorava por meu falo estratosfericamente duro.

- Vai, caio. Era isso que você queria.

Eu gemia em seu pescoço.

- Me fode. Fode seu garoto!

Eu marcava sua pele com meus dentes.

Tudo era absurdamente intenso e inesperadamente senti meu pau pulsar dentro de Alexandre. Agarrei seu membro avermelhado e também duro e o masturbei com força. Ele se contorcia com minha estimulação dupla. Nossos gemidos se misturavam quando ele gozou, explodindo em meus dedos. Não consegui segurar e fiz chover dentro dele. Meu gozo pareceu o ápice de uma substância alucinógena. Seus olhos se reviraram e um sorriso confortável surgiu em seu rosto. Molhados de suor e ainda em êxtase, novamente nos beijamos com força. Paramos apenas quando ele quis falar, com a voz falhada e rouca:

- Você já teve um amigo tão gostoso?

Eu ri. Eu ri e desabei meu rosto em seu peito vermelho demais.

- Não. Nunca tive e quer saber? Estou adorando! – eu disse distribuindo beijos em sua pele cheirosa. Ergui meu rosto e falei tocando seu queixo com meus lábios duros. – Temos quanto tempo?

Não preciso dizer que ele ostentava aquele sorriso divino enquanto sussurra sua resposta precisa:

- A vida inteira!

Transamos incansavelmente sobre a mesma cama outras vezes. Éramos dois amigos vivendo um ao outro. Ele tinha meu corpo, eu tinha o dele e isso bastava. Ele tinha meu gozo, eu tinha o dele e isso era nosso alimento. A partir daquele momento eu pertencia apenas ao agora. Ele seria meu deus, minha religião e minha regra.

Adendo: desculpem-me pelo tamanho. Essa história é viva demais para ter seus detalhes minimizados.

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Comentários

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nossa. demais, cara.onde a prosa ae torna verso.extasiado.qq nota é pouco para o tanto que ofereces.bjs

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