XXI
Digitei no teclado do celular: “já tô em Mariana.” Enviei o SMS. Não tardou ele respondeu:
“Graças a Deus que chegou. Saudades moço.”
Escrevi outra mensagem:
“Tô na pousada de Dona Carmem. Vai vir aqui?”
Ele respondeu:
“Muita vontade, contudo não vai dar. Nos vemos na festa.”
Enviei outra mensagem:
“ok.”
Tirei a roupa da viagem, joguei sobre a cama. Em seguida, procurei a toalha na minha mochila, pois a mala havia deixado em Nova Correia na feita que eu passei por lá vindo de São Luis, aproveitei, encostei e deixei a mala.
Com a toalha no ombro seguir para o banho.
Enrolado com a toalha ao redor da cintura sai do banheiro, diga-se de passagem, cheiroso. Verifico o celular há duas mensagens de Mauricio.
O primeiro SMS:
“Se alimentou bacana hoje?”
Segundo SMS:
“Não use smoking. Não se atrase. Ah, tô doido pra ti foder!”
Rio sozinho.
Respondo as mensagens:
“Sim, eu me alimentei bem, meu senhor.” Envio.
Escrevo outra:
“Irei sem smoking, meu senhor, segundo tuas recomendações. Do jeito que você desejar do teu submisso”. Envio.
Vejo o visor do celular são 19: 00hs da noite. Quando vou para deixar o celular na cama, ele vibra anunciando um novo SMS.
Leio ansioso.
Diz o texto:
“Meu submisso é? Não faça moço eu ir à agora na pousada de Dona Carmem, só te comer”.
O texto escrito por ele provoca em mim pensamentos libidinosos.
Esse homem é uma maquina de sexo. Penso envolvido com o nível da mensagem. Nisto chega outra.
Leio.
SMS:
“Não brinca com um homem que tá há uma semana sem sexo. É um perigo.”
Caio na gargalhada.
Ás 21: 00hs estaciono o carro na garagem da família Alencar.
- Todo vez que vejo Engenheiro tenho a sensação que te conheço. – Informa por trás de mim o homem de confiança do prefeito. Lembro que a ultima vez que tivemos tão próximo no mesmo lugar foi por ocasião do coquetel organizado para me dá boas vindas. O homem tinha uma aparência envelhecida, embora não o fosse de fato; além de um corpo arredondado.
- O que? – Volto-me para ele fingindo que não havia entendido o que ele falara.
Ele rebate.
- O que você entendeu perfeitamente. – É incisivo o homem de aparência envelhecida e corpo arredondado.
- E ai reside o problema, eu não entendi. – Mantenho a farsa.
- Ou finge.
Faço-me de ofendido.
- Não vou ficar aqui sendo ofendido sem precisão. Boa noite meu caro.
Travo o carro e sigo para meu destino.
A casa do prefeito é suntuosa, os móveis, os adereços tudo é de bom gosto. Adjacente a escada que levava aos cômodos de cima foi posto um altar, onde os aniversariantes renovariam seus votos. Por isso, os sofás foram recolhidas e no lugar cadeiras estofadas em posição que lembrasse uma capela aconchegante com ares nada modesto.
Á ornamentação prevalecia a cores vermelha e rosa.
Quando entrei foi perceptível, os olhares todo vieram em minha direção. O que me deixou meio constrangido, mas não pedir a imponência de quem dirige o tamanho de um empreendimento gigantesco, qual seja: a estrada da Cidade de Mariana.
Uma moça vestida a caráter de quem estava servindo passou por mim com a bandeja repleta de taça de champanhe. Chamei-a.
- Por favor.
Ela entendeu e me serviu.
Com o champanhe à mão sentei em uma das ultimas cadeiras da capela improvisada.
- Oi moço.
Ao escutar o moço, já percebi de quem se tratava a voz, Mauricio. Ele rodeou e sentou ao meu lado.
Agora, as coisas ganharam ar nobre. O clima ficou melhor, eu fiquei melhor.
- Tava morrendo de saudades.
- Cara alguém pode ouvir.
- Tô nem ai.
Mauricio estava lindo num smoking preto e camisa azul claro.
- Tá usando smoking.
Ele tratou de se explicar.
- Vou levar mamãe até o altar para renovar os votos.
- Cena bonita você entregando sua mãe para seu pai. Mas não compreendi porque determinou que eu não viesse com smoking.
- Porque será mais fácil para eu tirar.
- Fala sério.
- Eu tô.
- Não tá pensando... – Não acredito que Mauricio cogita a possibilidade de transarmos aqui na casa dele. Antes de concluir ele me corta confirmando meu receio.
Ele balança a cabeça que sim.
Protestei.
- Não mesmo.
- Moço uma semana sem sexo. Tô subindo pelas paredes.
- Mesmo assim. Depois dos votos eu resolvo essa questão, agora aqui tá fora de cogitação.
- Mas, eu preciso trocar o óleo. Eu quero te comer.
- Não iria recorrer a punheta? Não venha me dizer que não recorreu a punheta?
- Foi meu escape, do contrário, estaria louco. Porém, é paliativo, não resolve. Somente tu resolves, moço.
Fico lisonjeado.
- Sou medroso grandão.
- Deixa medo de lado, moço. Eu preciso ti foder.
- Aqui e a gora?
- Aqui e agora! – Rir. – melhor, no escritório do meu pai.
- É perigoso. Já pensou se alguém entra?
- Travo a porta.
- Se alguém perceber?
- Eu vou primeiro e depois de um tempo tu vais atrás, a gente age na discrição. Assim, ninguém vai perceber.
Todas as minhas alegações ele rebate. Fico sem argumento, e, uma vez sem argumento, confesso:
- Tenho medo por mim, por ti.
- Cadê o Caio ousado, sacana da semana passada? - Agora, é a vez de ele argumentar e o faz sabendo o que queria; uma rapidinha. – Essas sacanagens são um aperitivo para a gente curtir adrenalina, nos faz sentir que estamos vivos. E o mais importante, meu submisso não vai permitir que o seu senhor continue neste estagio. – Discretamente pega minha mão e a leva até seu pau que está duro feito pedra.
Pela primeira vez não está do lado na cueca, mas na vertical, reto. Foi tocá-lo acionou um instinto primitivo em mim, como seu meu ide tomasse conta do meu corpo e da minha mente.
Ele finalizou o argumento apelando.
- Não vai deixar teu homem neste estado, né?
- Também tô uma semana sem sexo.
- Não quero apenas um oral. Quero foder teu cú.
Meu pau acorda.
- Tá me deixando excitado grandão.
- É meu objetivo, para que assim tope logo, a não ser que não goste de foder comigo.
- Tu és meu homem. Meu homem. – Rebato-o já sentindo os efeitos da excitação.
- Então, diga sim. É só uma rapidinha.
Já mesmo tomado pelo ide, respondo.
- Vamos então curtir a vida.
- Beleza. Moço tô doido pra ficarmos a sós, porque quero beijar tua boca, faz uma semana que não sei o gosto de tua boca.
As palavras de Mauricio são como choques de eletricidade em mim.
- Da mesma forma. Tá me seduzindo safado.
- Claro, quero foder. Eu vou primeiro. Daqui a cinco minutos entra no escritório que tarei lá te esperando – Aponta para o escritório me amostrando, onde ficava. Levanta-se e desaparece.
Há grande circulação de pessoas. Um entra e sai da casa do prefeito.
O visor do celular marca 21: 35hs. Os 5 minutos já se passaram. Rumo para o escritório, antes, porém de adentrar sondo se alguém me observa. Perscruto minuciosamente, uma vez verificado que o caminho estava livre giro a maçaneta e entro no escritório, Mauricio, por sua vez me espera logo na entrada; assim foi colocar o primeiro pé no escritório do prefeito, o grandão me envolveu nos seus braços num abraço apertado e cheio de fome.
- Moço tô com muitas saudades da tua boca.