Fomos para cama e nos beijamos muito nossas línguas se entrelaçavam e conversavam entre elas. Era o ritmo perfeito, Sergio estava calmo seu beijo era mais sereno e seu olhar para mim o mais puro que eu pude ver de alguém alguma vez na vida.
Sergio: Promete não fugir de mim quando eu estiver confuso?
Caio: Prometo, mas espero que não fique confuso.
Sergio: Eu sou assim, tenho medo de me relacionar, ainda mais por um homem.
Caio: Não sei porque tanto medo... Mas procurarei te entender.
Sergio: Meu pai abusou de mim quando criança...
Meu mundo havia parado naquele momento quando ouvi Sergio jogar aquelas palavras ao vento...
CONTINUANDO...
Engoli seco quando ouvi aquela monstruosidade vindo de Sergio, só podia ser mentira, um cara bonito, bem resolvido por mais chato que ele parecia ser ele era ainda o Sergio;
Caio: Não estou conseguindo aceitar isso. Fui para ponta da cama e fiquei ali por minutos estático sem saber o que falar.
Sergio: Você não precisa aceitar, já aconteceu, esse é o segredo mais obscuro do machão aqui que quando criança sua mãe saia para trabalhar e seu pai chamava até a sala – Filho vem aqui sentar no colo do papai pra vermos Tv.
Caio: Por favor para. Disse tentando conter as lagrimas.
Sergio: Eu achava estranho aos meus 8 anos sentando no colo do meu pai, no começo achei que fosse somente algo afetuoso de pai para filho, mas quando sua mão começou a percorrer por meu corpo e senti uma leve pressão contra minha coxa vi que algo estava errado –Pai não quero ver tv agora, quero ir para o quarto jogar vídeo game.
-Não filho agora é hora do papai brincar com você.
Sergio: A partir dai comecei a entender a malícia nos olhos do meu pai, e o que eu poderia chamar de pai na verdade se tornou o cara que abusava do filho enquanto a mãe não estava em casa.
-Mãe não vai trabalhar hoje não, por favor fica aqui em casa comigo
Mãe: Filho a mamãe precisa trabalhar, papai ta sem emprego à mais de dois meses, se a mamãe não trabalhar não vai ter dinheiro pra pagar a conta de luz e sem a conta de luz você fica sem o vídeo game.
Sergio: Eu não me importo de ficar sem o vídeo game, fica hoje aqui em casa comigo. Disse quase chorando.
Mãe: Tudo bem a mamãe fica.
Sergio: Respirava aliviado aquele dia em que minha mãe disse que ficaria em casa, ela me trazia segurança e eu não precisaria assistir Tv com meu pai.
A cada palavra que Sergio narrava a imagem se passava em minha cabeça como se fosse uma lembrança de algum filme ruim. Eu queria não poder ter que ouvi aquilo, mas eu precisava ser forte, ele precisava de um amparo precisava de alguém que te ouvisse sem o julgar. Não tinha palavras no mundo que eu falasse para amenizar aquela dor.
Sergio: Aquilo tudo durou 2 anos, dois miseráveis anos, onde pude comer o pão que o diabo amassou, onde pude sentir o quão podre um ser humano poderia ser.
- Filho papai vai entrar para o banho, vem comigo que já ta ficando tarde e jaja sua mãe chega.
Sergio: Vou esperar a mamãe papai.
- Sua mãe vai estar muito cansada, então acho bom você entrar antes que eu te de uma surra.
Sergio: Eu ia contra a minha própria vontade, mas sabia que aquilo não iria cessar enquanto eu não tomasse uma atitude.
Caio: O que você fez.
Sergio: Um dia saindo da escola, tomei a liberdade de falar com a minha professora, perguntei a ela se isso era certo, pois quando tentei falar a minha mãe ela não acreditou em mim. Minha professora me ajudou, ela via o quanto eu não estava bem e o medo tomava conta de mim a cada dia que se passava.
Sergio: Eu sei que um delegado não acreditaria numa criança de 10 anos na época, mas por muita insistência da professora para com a minha mãe consegui que ela fosse junto.
Os olhos de Sergio já marejava, vi algumas lágrimas escorrerem, eu já estava debulhado, acabado sem saber como amparar aquele homem. Puxei para um abraço, onde o mesmo havia deitado em meu colo.
Caio: Qual foi a reação da sua mãe ao saber?
Sergio: Demorou um pouco a acreditar, mas ela confessava ao meu pai que ele à batia e a ameaçava se falasse algo para alguém.
Cada vez mais eu ficava chocado com cada palavra dita por Sergio, não era possível que uma pessoa tão saudável tão bem de vida, tivesse um mistério e um aborrecimento desse na vida.
Caio: Sergio não quero estender este assunto, não quero te deixar pior do que já está.
Sergio: Tu não precisa se preocupar comigo não, me faz bem compartilhar isso com alguém e você foi a primeira pessoa com quem abro minha vida e compartilho um dos meus piores momentos da vida.
Caio: E após esta denúncia como ficou toda essa história, desculpa questionar mas espero que esse monstro não tenha ficado impune.
Sergio: Gostaria que ele tivesse apodrecido na cadeia, mas sem provas concretas não foi bem isso o que aconteceu, ele ficou pouco tempo pagando pelo seu erro, e nesse período de tempo minha mãe sumiu do mapa sem deixar rastro para que ele pudesse nos encontrar, me pediu desculpas por não ter acreditado em mim e seguimos em frente, fomos morar com uma tia que nos ajudou e nos deu todo apoio. Passei por psicólogos para amenizar este trauma, mas cada vez que lembro disso desejo a morte daquele monstro.
Caio: Você é um verdadeiro guerreiro Sergio, me orgulho muito em estar ao seu lado, ver que você não desistiu da vida e luta a cada dia mais para estar por cima. E sua mãe porque não trouxe ela com você?
Sergio havia mudado novamente seu semblante o que te deixava mais triste...
Sergio: Minha mãe se foi há algum tempo, ela fazia um tratamento contra o câncer mas não conseguiu resistir.
Caio: Nossa, sinto muito. Não foi minha intenção.
Sergio: Tudo bem, hora ou outra você iria me questionar, então porque não agora, o momento já está propicio a desgraças.
Caio: Não vamos falar sobre isso, o importante é que você tem a mim agora, irei fazer o possível para se sentir seguro ao meu lado, você pode ser esse ogro, mas é um ogro que está despertando um grande sentimento no meu coração.
Sergio: Eu sei que sou chato, mas você é a primeira pessoa que eu quero ver bem sempre.
Caio: Acho que nós dois temos muito o que aprender um com o outro e será uma troca de experiência incrível.
Sergio: Como foi a aula hoje? Encontrou o desgraçado do Marcelo.
Caio: Saímos de um assunto ruim para falar em outro credo, mas não o vi na aula hoje, foi até bom senão eu iria fazer merda.
Sergio: Pelo jeito teu sangue não é de barata.
Caio: Não, não é. Eu sou uma pessoa tranquilo até certo ponto...
Sergio: Nem quero ver nós dois esquentadinho, vai dar porrada.
Caio: Não consigo brigar com você.
Sergio: Consegue sim, fica de bico fácil, mas gosto quando faz esse bico gostoso.
Puxei Sergio para um beijo tranquilo e molhado, ele estava mais calmo sua tonalidade de voz era gostosa transmitia uma serenidade, encostou sua cabeça em meu ombro e ficou em silencio por um minuto...
Caio: No que está pensando?
Sergio: Em você, como me conquistou com esse jeito, você tem algo que nunca vi em outra pessoa, sua essência, seu jeito de falar lidar com diferentes situações. Você tem um brilho no olhar.
Caio: Você também tem tudo isso Sérgio e eu o admiro muito, seu brilho no olhar não se apagou mesmo depois de tudo o que passou, isso sim é ser guerreiro, lutar pela vida, eu ainda tenho que aprender muito.
Sergio: Posso te pedir uma coisa? O não eu já tenho...
Caio: Claro que pode.
Sergio: Dorme comigo, por favor, preciso de você ao meu lado essa noite.
Não tinha como dizer não para aquela carinha de cachorro que acabava de cair da mudança.
Caio: Pedindo desse jeito não tem como negar.
Sergio me deu um abraço apertado, talvez fora o abraço mais apertado que recebi dele um abraço cheio de sentimentos.
Deitei ao seu lado e te puxei para os meus ombros, nossas pernas se entrelaçaram debaixo das cobertas. O clima não estava propicio para sexo, e nem estávamos com cabeça para isso. Trocamos alguns beijos longos e demorado até que Sergio apagou em meu braço.
Me sentia extasiado em ter aquele grandão nos meus braços, sua respiração estava funda e seu corpo colado ao meu, fiz carinho em seus cabelos e tempo depois acabei apagando.
...
Fui acordado pela manhã com Sergio levantando, senti o claro da luz invadindo o quarto, cobri meu rosto com o travesseiro, porém sem sucesso.
Sergio: Bom dia Cako, acorda ai senão vai atrasar pra aula.
Caio: Não vou hoje. Disse abafando a voz no travesseiro.
Sergio: Porque?
Caio: To cansado, a matéria de hoje é mais para revisão de prova, não vai contar falta e eu estudo pela tarde aqui.
Sergio: Que delicia, me acompanha no café da manhã? Disse Sergio sentando na beira da cama me dando um beijo molhado na testa.
Caio: Pedindo desse jeito grandão é claro que eu vou. Dei um selinho e fui para o banheiro escovar os dentes.
Lavei o rosto e acompanhei meu grandão até a cozinha, eu estava caído de sono. Coloquei a agua para ferver enquanto Sergio se arrumava. Coloquei alguns pães doce na mesa para ele para não o atrasar.
Sergio: Cako você vai falar com o Beto? Disse Sergio vindo para a cozinha.
Caio: Tenho que falar, preciso abrir o jogo com ele, depois de ontem provavelmente ele questione porque não dormi no quarto, não que isso importe a ele mas preciso falar a verdade para conviver com você aqui dentro sem ter que me preocupar em ser pego.
Sergio: Se tu quiser esperar tudo bem, eu respeito.
Caio: Está tudo bem grandão, hoje converso com ele, ele vai entender.
Sergio: Assim espero. Ta afim de fazer algo hoje a noite?
Caio: Isso foi um convite?
Sergio: Sim, se você quiser é claro.
Caio: Claro que quero, aonde vai me levar?
Sergio: Isso é uma surpresa.
Caio: Ah, sério que vai me deixar curioso? Fiz bico.
Sergio: Vou te deixar curioso sim, te aquieta ai.
Dei um beijo em Sergio que ainda estava sentado tomando café, dei um abraço apertado por traz, estava gostando da ideia em abraçar forte aquele grandão. Aos poucos ele ia se entregando e nossa sintonia apenas aumentava...
Sergio: Preciso ir agora, senão chego atrasado na aula.
Caio: Tudo bem, bom trabalho hoje e fica tranquilo, o emprego continua sendo seu.
Sergio: Amém, que assim seja.
Sergio me deu um beijo na testa e um selinho rápido e foi para o elevador. O acompanhei com os olhos até o elevador se fechar. Era tão bom acordar junto de Sergio, senti uma paz em tê-lo aos meus braços saber que ele confiava em mim e que contou o seu maior segredo. Não é fácil viver todos os dias e lembrando de algo horrendo que lhe aconteceu no passado. Meu maior objetivo era faze-lo ocupar-se mais e esquecer que um dia teve aquela fase ruim em sua vida.
Acabei cochilando no sofá enquanto via desenhos, de tanto conviver com Sergio os desenhos faziam parte da minha rotina com ele, os pães doces preferidos dele, suas comidas, aos poucos estava me adaptando ao meu homem. Acordei com Beto fazendo barulho na cozinha.
Caio: Bom dia. Disse levantando.
Beto: Puta mano, foi mal se te acordei.
Caio: Não já estava na hora, acabei cochilando no sofá.
Beto: Ta tudo bem?
Caio: Está sim, mas preciso falar algo contigo.
Beto: Pode falar Brother, to aqui a todo ouvidos.
Caio: É sobre mim e Sergio.
Beto: Cara não vai me dizer que vocês são viado?
Caio: Esse não seria o termo correto, mas respondendo a sua pergunta, sim estamos nos relacionando.
Beto: Meu, foi só você sair de minas pra cá e já começou a fazer merda?
CONTINUA...
PESSOAS BOA NOITE, DESCULPA A DEMORA, MAS ESTOU EM SEMANA DE PROVA E O TRABALHO ESTA ME SUGANDO ENTÃO PRECISO DAR UMA ATENÇÃO ESPECIAL PARA AS PROVAS NÃO POSSO FICAR DE DP EM NENHUMA MATÉRIA RSRS. PROMETO DAR UMA ATENÇÃO ESPECIAL A HISTÓRIA E A TODOS VOCÊS ASSIM QUE ESSAS PROVAS ACABAR.
ESPERO QUE ENTENDAM E TENHAM GOSTADO.
UM GRANDE ABRAÇO...
