A melhor parte de mim. Cap. 4

Um conto erótico de Phamy
Categoria: Homossexual
Contém 1385 palavras
Data: 30/09/2016 20:55:21

CAPITULO 4: MARINA

Infelizmente fui obrigada a participar do jantar. Depois da chantagem do meu pai não tive outra escolha. Não tinha coisa mais chata do que esses jantares de negócio. Quando meu pai surgiu na porta do meu quarto anunciando a chegada de seus convidados ja sabia que seria a noite mais chata de todas. Cheguei na sala e não pude acreditar na coincidência. Era a Clara. A mulher do acidente. Acredito que ela estava tão surpresa quanto eu. A cara que ela e o amigo fizeram foi hilária. Ela usava um vestido bem simples de cor amarela. Ela tinha um jeito de pobre que me irritava. Como uma mulher milionária poderia vestir trajes tão... Sem graças? Eu não compreendia e pra ser sincera, nem queria.

Em comparação aos outros jantares, até que esse foi divertido. Me deliciei em provocar nossos convidados. Porém, meu prazer estava em ser provocada de volta. Toda a minha implicância era rebatida com uma classe invejável. Aquela mulher não era de levar desaforos para casa. Isso me incitava.

Logo após o jantar fui encontrar o André e a Jade num barzinho. Contei- lhes o ocorrido na porta da construtora e do jantar da minha casa.

- É isso mesmo que entendi? A mulher daquele dia do acidente é a chefe do seu pai? - Perguntou Jade. Apenas balancei a cabeça em sinal positivo, fazendo ela levar as duas mãos a boca.

- Eu pensei que a dona da construtora Bertolazzo fosse uma velha. - Disse André.

- A coroa faleceu. A Maria Clara é filha dela e a única herdeira da fortuna.

- Isso é destino!

- Eu já te disse que não acredito em destinos!

- Eu acredito!

A Clara era chefe do meu pai. Como que pode? Eu não gostava dela. Não gostava do jeito que ela falava comigo. Não gostava do jeito que ela me olhava. Não gostava de nada que ela fazia.

Ela me olhava como se visse a minha alma. Me despia e eu permitia sem a menor resistência. Isso me irritava.

Nesta noite voltei cedo pra casa e tive uma péssima noite de sono. O nome Maria Clara de Almeida Bertolazzo não saía da minha cabeça. Ela era tão abusada, tão petulante...

Acordei tão cedo no dia seguinte que quando meus pais chegaram na sala de estar para fazer o desjejum eu já estava.

- Filha? Aconteceu alguma coisa? -- Perguntou minha mãe. Ela parecia preocupada.

- Não.

- Então o que faz acordada tão cedo?

- Perdi o sono. Agora podemos comer?

- Não,não podemos. É muito bom você esta acordada, pois eu queria mesmo falar com você. -- Disse meu pai.

- Pode deixar pra depois? Eu não estou com paciência para conversar agora.

Ele me ignorou. Isso me deixou visivelmente irritada.

- Você vai na casa da Maria Clara hoje. Desfazer o mal entendido do dia do acidente e as provocações do jantar.

- Eu vou? Você ta louco? Não vou mesmo!

- Se você quiser manter essa sua vida de princesa você vai sim. Quero que saiba que se eu perder o meu emprego não vai ter como continuar mantendo os seus luxos.

Olhei pra ele furiosa. Eu não iria me humilhar para aquela mulherzinha. Me levantei e voltei para o meu quarto. Minutos depois chegou uma mensagem no meu celular, era o meu pai. Ele me enviou o numero do celular e o endereço da Maria Clara. Fiquei olhando para o celular por um tempo indeterminado.

Mais tarde quando finalmente tomei coragem me arrumei e chamei um taxi. Paramos em frente a uma mansão e eu disquei um número.

--- Ligação ---

- Maria Clara?

- Sim. Sou eu.

- Aqui é a Marina...

- Oi.

- Podemos conversar?

- Pra que?

- Podemos ou não?

- Podemos. Aonde você quer me encontrar?

- Pode ser na sua casa?

- Sim. Vou te passar o endereço.

- Não vai ser necessário. Só libere a minha entrada. Estou no portão.

- OkFim da ligaçãoQuem me recebeu foi o Fabio. Perguntou se eu queria beber algo e quando respondi que não ele se retirou. Logo em seguida a Maria Clara veio ao meu encontro.

- Sente-se. -- Ordenou. Não sentei. -- Posso saber qual o motivo da sua visita?

- Meu pai me obrigou a vim até aqui me desculpar.

- É mesmo? Você não me parece ser do tipo que obedece alguém.

- E não sou mesmo. Eu vim te dizer que você ser chefe do meu pai não muda nada. Eu continuo não gostando de você.

- Ótimo!

- Ótimo? Você não vai pirar, nem demitir o meu pai?

- Por que eu piraria ou dispensaria seu pai? Porque você foi sincera? Seria bem pior se você viesse aqui "puxar o meu saco".

- Ainda bem. Pois minha opinião sobre você não vai mudar.

Ela continuou me olhando seríssima. Uma coisa que eu reparei nela foi que ela nunca sorria. Sempre estava séria, impenetrável e muitas vezes distante.

- Ja que tudo foi esclarecido... Vou embora.

- Espera! -- Segurou em meu braço direito -- Vamos almoçar amanhã?

- Não. Não mesmo!

- Porque?

- Não sei se percebeu, mas eu não gosto de você.

- Eu te ligo pra dizer o local e o horário.

- Você não me ouviu?

- Eu te ligo!

Essa mulher só pode ser louca. Eu acabo de dizer que não gosto dela e em troca ela me convida para almoçar. Eu estava no mínimo surpresa. Fui pra casa me sentindo estranha. A Maria Clara sabia como me instigar.

No dia seguinte acordei com o celular tocando. Era a Clara.

--- LigaçãoJa está pronta?

- Não. Porque eu não vou.

- Se apresse em se arrumar. Temos uma reserva para 11h:30 AM.

- Ta. Ta bomFim da ligação -----

Tomei um banho e coloquei um vestido azul marinho dois dedos acima do joelho.

Quando cheguei ao último degrau da escada a Aparecida, a empregada da casa me abordou.

- Bom dia Senhorita. Tem uma pessoa lhe aguardando.

- Quem?

- Senhorita Bertolazzo.

Nem agradeci. Ja fui na direção apontada. Ela estava na cozinha comendo um pedaço de bolo e tomando café, mas essa não é a pior parte. Ela estava no maior papo com a cozinheira, a Beth.

- Maria Clara vamos logo!

Me ignorou.

- Maria Clara! Se você não sair dessa droga de cozinha agora...

- Bom dia Marina. Você está muito bonita.

- O que?

- Beth foi um prazer conhece-la. Espero que vá me visitar qualquer dia desses. Será um prazer te receber na minha casa.

Ela abraçou a Beth e deu um beijo no rosto. Eu não estava acreditando. Eu estava pasma.

- Vamos? -- Disse e saiu me puxando pelo braço.

Não sei se eu iria aguentar passar pelo menos uma hora sozinha com a Clara. Ela me irritava muito. Nem sei porque aceitei esse pedido idiota para almoçar com ela.

Ela me levou a um restaurante de classe média... De classe média! Da pra acreditar??

- O que foi? Fiz algo errado? -- Perguntou-me assim que percebeu que eu estava brava.

- O que você acha? -- Perguntei olhando-a indignada. -- Você me trouxe a um restaurante classe média! Eu nunca comi num lugar desse nível!

- Me desculpe, de verdade. Não sabia que você se ofenderia.

Ela fez uma carinha tão... Tão... Tão... Não sei como descrever. Me comoveu.

- Tudo bem.

Fizemos o nosso pedido e ficamos conversando coisas banais. De repente ela se levantou dizendo que precisava ir embora. Não entendi nada, a gente nem tinha comido ainda. Não parava de olhar para o lado de fora do restaurante. Ela estava gelada e seus olhos estavam arregalados. Ela estava apavorada. Saiu as pressas do restaurante e eu atrás. Eu não compreendia, estava tudo tão bem...

- Maria Clara! Maria Clara! Me espere!

Ela não me esperou. Entrou no carro e eu também. Ela tremia. Ali comigo já não estava mais a mulher séria que conheci. Parecia ser uma criança assustada e com medo. Encostei em seu braço e ela se afastou.

- Maria Clara fala comigo. O que foi? -- Eu estava preocupada com ela, de verdade. -- Me diz... Por favor...

Ela começou a chorar copiosamente.

- É... É... Que... Qu... O... É... Era... O... O... San... Dro...

Essas palavras foram as únicas que saíram de sua boca. O choro e os seus soluços tomaram conta das palavras. Fiquei tão comovida que fiz algo impensável. A abracei. E durante o tempo que ficamos ali naquele carro abraçadas uma pergunta latejava em minha mente: Afinal de contas, quem era Sandro??

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Me amarro nesse seu jeito de escrever s2

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