Capítulo 7
- Nós transamos. – Falei de supetão.- Em um daqueles corredores da Jack House. Ele me fez gozar e depois eu saí correndo deixando-o sem... sem... “alívio”, por falta de uma palavra melhor. – Concluí nervosamente.
- Nããããoo!!! – Rebateu Lana em choque e cuspindo todo o vinho em consequência.
- Aí que nojo Lana, fecha essa boca!
- Foi por isso que estava tão esquisito depois que voltou do “banheiro”?- Perguntou ignorando meu comentário.
- Foi. – Ela estava bêbada, como lembra isso?
- Porque você não me contou? – Questionou dando-me um tapa no meu braço em sinal de revolta.
- Aí! Isso dói, sua mulher das cavernas! E se quer saber tem mais... – Preciso por isso pra fora, prometi a mim mesmo que não me envolveria com o meu chefe, mas tenho falhado miseravelmente. A Lana é a minha melhor amiga e saberá qual o melhor conselho para mim. – As coisas começaram a esquentar depois que ele me trancou em seu escritório e me agarrou, a partir daí ele começou a ser ainda mais ousado. Por fim eu acabei tentando faze-lo provar do próprio veneno.
- Viadooo, Tô chocada! E ainda com raiva de você por ter escondido isso de mim. –Já, já ela me perdoa, conheço a Lana.
- Eu sei, eu sei! – Concordei. - Mas o que você queria que eu dissesse? – Indaguei um pouco nervoso.
- Ahh, tipo sei lá, que tal “Amiga acabei de dar para o meu chefe naquele corredor”?- Respondeu sarcástica. - Tem mais alguma coisa que você queira me contar? – Me questionou.
-Pra falar a verdade, tenho sim. – Preciso por para fora o que sinto. – Eu estou com medo Lana.
- Do que tem medo Greg? – Me questionou atenciosa. Ela poderia sem uma ogra em pele de princesa, mas ainda sim era a melhor amiga que alguém poderia ter. Sabia me ouvir e me apoiava quando necessário.
- Tenho medo que algo dê errado e eu acabe perdendo o estágio. O medo de jogar todo o esforço da minha vida no lixo está me corroendo e essa viagem para NY será uma provação. Ficaremos no mesmo hotel por quatro dias, com quartos um do lado do outro. Estou em pânico Lana! – Cuspi melancolicamente.
- Olha migo, eu nunca te vi tão inseguro assim antes, se você decidir que não deve continuar com isso você deverá ser claro com o Stoch e dizer que isso deve acabar. Mas se decidir pelo contrário e quiser se aprofundar nesse lance louco de vocês, então terá que aprender a separar o sexo do trabalho.
- Isso parece sensato, mas é mais difícil do que parece. – Falei.
- Eu entendo, mas você terá que decidir Greg. Sei que está com medo e confuso, mas terá que tomar alguma atitude ou acabará se machucando. E se isso acontecer vou ter que cortar fora as bolas de um certo empresário. – Disse sorrindo para mim.
Após o papo cabeça que tive com Lana me senti um pouco melhor. Deitei em minha cama olhando fixamente para o teto e refleti sobre o que ela me aconselhou. Ela está certa, eu terei que decidir.
***
Era fim de tarde de terça-feira quando cheguei em casa exausto. Passei praticamente o dia perambulando pela cidade organizando preparativos da viagem, já havia regularizado os passaportes e comprado as passagens aéreas, além de ter comprado duas malas novas, pois as minhas estavam com defeito nas rodinhas. Organizei a papelada da conferência e pus em ordem a agenda do brutamonte. Estava indo tomar um banho quando meu celular tocou.
- Alô?
- Filho, é a mamãe. – Respondeu uma voz doce do outro lado do telefone.
- Oi mãe! Que saudade, quando vocês voltam? – Perguntei alegre.
- É sobre isso que queria falar meu anjo. Eu e o seu pai fechamos negócios com uma empresa Alemã e acabamos de adquirir outras 17 lojas novas, então está uma loucura por aqui, provavelmente vamos levar uns dois meses para organizar tudo. -Ok, eu não esperava por isso.
- Ahh... Tudo bem. – Falei tristemente.
- Não fica assim meu anjo, prometo que compensamos quando voltarmos.
- Pois vou cobrar. – Retruquei.
- Pode cobrar, enfim, como vai no trabalho?-Perguntou.
- Tudo bem mãe, eu estou indo para Nova Iorque em três dias, teremos uma conferência com alguns outros publicitários.
- Que ótimo meu amor, fico feliz que esteja crescendo na empresa. Aposto que a Chloe vai adorar uma visita e seus primos também.
A tia Chloe era a irmã da minha mãe e morava em NY há 22 anos. Era mãe do Will, Elizabeth e Benjamin, meus primos. Quando criança eu os visitava no natal com meus pais, íamos à fazenda deles no estado da Virgínia e passávamos todo o fim de ano fazendo bonecos e guerras de neve. A Elizabeth, ou como chamo, Liza, é a minha prima preferida e foi a primeira pessoa para quem contei que eu era gay. Sempre fomos confidentes.
- Tenho certeza disso mãe, farei uma visita se sobrar um tempinho.
- Ok querido, preciso desligar.
- Ok mamãe, um beijo.
***
- Ponto de vista Sr. Stoch –
Já faziam dois malditos dias em que não via o Sr.Müller. Com sua ausência pude trabalhar sem perder o foco e sem ficar pensando em sacanagens a cada 10 segundos, mas também, foi com sua ausência que pude perceber o quanto esse lugar é chato. Caralho, as horas não passam nunca nesse escritório? Era muito mais divertido quando havia um estagiário para agarr... digo beij... não, infernizar, isso, infernizar é a palavra.
Assim que cheguei do trabalho fui direto à adega providenciar um copo de Whisky, a porcaria do trânsito havia me deixado puto mais uma vez e precisava relaxar um pouco. Tirei o paletó e o colete, sentei em meu sofá na sala de TV com a gravata folgada e os botões de minha camisa abertos, expondo os músculos de minha barriga.
Estava passando pelos canais procurando por algo menos imbecil de se assistir, até que uma reportagem me chamou a atenção. Havia uma linda mulher loura de olhos azuis usando um vestido preto de tubo e um homem com olhos igualmente azuis usando um terno cinza. Mas o que mais me chamou a atenção foi a tarja no canto inferior dizendo: “ Empresa brasileira compra grande rede de lojas alemãs...”. Prestei atenção por um instante e cheguei à conclusão em que se tratava dos pais do Greg. Eles eram realmente muito ricos o que me fez admirar o Sr.Müller. Ele não precisava se esforçar tanto na faculdade ou no trabalho, no entanto suas notas eram impecáveis e me apresentou um ótimo trabalho em todos esses dias como estagiário.
***
Acordo ativo pela manhã e começo a arrumar minhas malas para a viagem, não levarei muitas coisas, serão apenas alguns dias. Ponho tudo em cima da cama e faço um inventário mental: Paletós; confere, Sapatos; confere, Perfume; confere...
Assim que terminei de arrumar tudo fico sem nada para fazer. Logo meus pensamentos flutuaram para o Sr.Müller, terei quatro dias com ele só para mim. Passei praticamente a semana sem vê-lo e admito que senti um pouco de saudades da sua petulância.
Foi no calor do momento e no limiar do tédio que tive a brilhante ideia de ligar para o Sr.Müller. Poderia inventar alguma desculpa só para poder ouvir a voz dele e quem sabe provocá-lo um pouco.
- Ponto de vista do Greg –
- Alô? – Perguntei.
- Olá, Sr.Müller.- Respondeu o brutamonte.
- Precisa de algo Sr.Stoch?
- Não especificamente, só estou ligando para saber se foi capaz de fazer o seu trabalho. – Falou petulante. Como se eu não fosse capaz de organizar uns papéis.
- Sr.Stoch, está insultando minhas capacidades?
- Não, apenas checando.
- Pois então saiba que tenho tudo pronto há muito tempo. E já que terminou de fazer sua checagem vou desligar.
- Não, espera! – Gritou do outro lado.
- O que foi?
- Porque você é tão bravinho em? – Questionou com uma voz safada.
- Grr, adeus! – Exclamei desligando na cara dele.Que idiota, ele não perde a chance de me irritar.
***
Já era noite de Quinta-feira e a Lana veio passar a noite comigo antes da viagem de amanhã.
- E aí princeso, ansioso para viajar com o poderoso chefão? – Perguntou sorrindo marotamente.
- Não começa Lana. Eu decidi, acho que vou dar um basta nisso tudo, se ele me quiser, será apenas como empregado, nada de sexo.
- Ui, ui, ui, ele está sério hoje.
- Haha! Engraçadinha. Que tal um filme antes de dormir?
- Tô dentro!
***
Assistimos o Cisnei Negro com Natalie Portman e acabamos dormindo no sofá mesmo. Na manhã seguinte tomamos um café da manhã e fomos de táxi direto para o aeroporto. Lana fez questão de ficar comigo sentada nos bancos enquanto o brutamonte não chegava.
Pontualmente às oito, Lana ergue sua cabeça olhando para algo que está aparentemente vindo em nossa direção. Só então se vira novamente para mim.
- Migo, não olha agora, mas você está ferrado. – Falou me olhando nos olhos e com um sorrisinho no rosto.
Lentamente me viro para saber sobre o que ela estava falando, foi quando eu o vi.
Em minha direção pude ver o Sr.Stoch caminhando. Não foi difícil de achá-lo no meio da multidão que lotava o aeroporto, pois ele é muito alto. Vestia uma jaqueta de couro com uma camisa preta por baixo, em conjunto com calças jeans justas e botas de cano alto escuras. Estava lindo! Muito, muito lindo! Deus, se você existe, deve me odiar.
Veio desfilando do salão principal, e assim que nossos olhares se cruzaram sua boca perfeita abriu-se em um sorriso sedutor que me tirou o fôlego. Eu nunca tinha o visto sorrir tão serenamente.
- Oh-meu-deus!- Falei.
- Boa sorte migo, qualquer coisa me liga. –Falou Lana condescendente.
- Você já vai? Não me deixa sozinho aqui com esse brutamonte, por favor! – Implorei.
- Migo, eu tenho aula agorinha, não posso ficar mais, desculpa.
Nesse exato momento o Brutamonte nos alcança com seu sorriso ainda estampado no rosto, porém um pouco menor.
- Lana, este é o meu chefe, o Sr.Stoch. – Falei apresentando-os.
- Prazer Sr.Stoch. – Disse Lana estendendo a mão.
- Não há a necessidade de ser tão formal, pode me chamar de só de Jonathan. – Como é? Eu perdi alguma coisa?
Eles deram um pequeno abraço e Lana sussurrou algo no ouvido dele fazendo- o sorrir.
- Bem essa é a minha deixa, boa viagem Greg. – Disse Lana.
- Obrigado. – Falei cerrando os olhos para ela em desconfiança. Acompanhei-a com o olhar até perdê-la de vista. O que será que ela falou para ele?
- É um prazer revê-lo Sr.Müller. – Falou o brutamonte sentando-se ao meu lado.
- O prazer é todo seu. – Respondi irônico.
- Vejo que continua bravinho. – Rebateu.
- Vai ver é um efeito colateral por estar perto de você.- Toma essa!
- Vai ver é efeito colateral da falta de sexo. – Replicou diabólico.
Fui responder a provocação, mas uma voz anunciando a autorização para o embarque do nosso voo me interrompeu. Rapidamente nos dirigimos para a sala de embarque sem dirigir uma única palavra um ao outro.
***
Embarcando na aeronave dirigi-me ao meu assento na poltrona 7-B. Quando comprei as passagens me certifiquei de pegar poltronas que não estivessem uma do lado da outra, assim evitaria qualquer gracinha do babaca. Quando percebeu que não sentaríamos juntos me fez uma cara feia que retribuí com um sorrisinho. Uma adorável senhora havia sentado do meu lado na poltrona tangente ao corredor, enquanto eu ocupava a poltrona da janela, visto que adorava ver o céu de lá de cima.
O avião se preparava para decolar quando uma voz grave chamou minha atenção.
- Com licença senhora. Se importaria em trocar de lugar comigo? – Falou o babaca com aquele sorriso irresistível. - É que meu irmão comprou as passagens de última hora e acabamos sentados separados, o problema é que ele morre de medo de altura e por isso é bom algum familiar estar por perto para quando ele entrar em pânico.
- É claro meu querido. - Respondeu docemente a senhora se levantando. Mas que manipulador barato! Assisti á toda a cena revoltado.
- Tá de brincadeira né? – Perguntei com raiva enquanto ele se acomodava do meu lado.
- Não. Parece que estou de brincadeira? – Respondeu marotamente.
O avião iniciou sua decolagem 10 minutos depois. Quando olhei para o Stoch pude ver suas mãos apertando tão forte a borda da poltrona que os nós de seus dedos estavam brancos.
- Parece que alguém tem medo de decolagens. – Falei provocando-o.
- Eu não tenho medo de nada! – Rebateu nervosamente.
- Ah tá bom, e eu nasci ontem.
***
Metade do voo de onze horas havia se passado e a minha bexiga estava quase explodindo. O Sr.Stoch dormia feito um bebê do meu lado, havia tirado sua jaqueta e estava apenas com a camisa preta, cuja os bíceps alargavam as mangas, olhando-o assim, não parece ser um brutamonte, ele era tão lindo dormindo quanto acordado. Lentamente fui saindo para o corredor com cuidado para não acordá-lo e dirigi-me ao banheiro. O avião era do tipo leito, portanto estava com uma iluminação fraca e maiorias dos tripulantes estavam em sono profundo.
Havia acabado de me aliviar quando ouço uma batida na porta, seguida de mais outra e outra.
- Calma, já estou saindo!- Gritei. Que pessoa mal educada.
Assim que abri a porta uma parede de músculos invadiu o banheiro, me empurrando para dentro.
- Aí! O que você está fazendo? – Falei erguendo o olhar e vendo que era o Sr.Stoch.
- Conseguindo ficar a sós com você. – Mal terminou de formular a frase, me pôs contra a parede com os braços erguidos. Olhou em meus olhos e veio se aproximando com a intenção de me beijar.
É agora Greg, fale para ele o que decidiu, fale que não quer esse tipo de relação com o chefe. Ele tentou me beijar uma, duas, três vezes, mas em todas eu virava a cabeça evitando o contato de nossos lábios.
- Qual é Greg? Eu sei que você quer que eu te beije, porque está sendo tão teimoso?- Perguntou. Ele me chamou pelo nome!
- Eu... – Lá vamos nós.- Eu não quero mais isso... essa... essa coisa entre nós, seja lá o que for. Tenho medo de estragar toda uma vida de esforços e não ter um futuro. Por favor, não insista. – Implorei olhando em seus olhos verde-caramelados.
- Eu também tenho medo Greg.- Falou compreensivo.
- Do que exatamente? Você, em suas próprias palavras, é o chefe! Não tem do que ter medo, afinal o que pode acontecer contigo, ser demitido? Você é o dono da sua própria empresa, eu sou apenas um estagiário. – Cuspi quase chorando.
- Tem razão, estamos em camadas diferentes. Então tenho um pedido a te fazer. - Pronunciou seriamente.
- Qual? – Perguntei.
- Não é bem um pedido e sim uma proposta. Somente enquanto durar essa viagem, quero ter-te livremente, sem barreiras, sem preocupações. Depois que a viagem acabar voltamos ao normal, com apenas a relação profissional ou como desejar que seja. – Tá, essa me pegou de surpresa.
- Sr.Stoch eu... – fui interrompido por ele.
- Me chama de Jonathan, só Jonathan, por favor. Então o que me diz?
Continua...
Oi galerinha! Então, esse capítulo é especial, ele está uma folha do word mais longo. Também consegui trazer ele para vocês mais rápido do que achei que seria pois acabei tendo um tempinho livre. Espero que gostem.
Eu também tive a ideia de apresentar a vocês o modo como imagino o Greg e o Jonathan, pois algumas pessoas gostam de idealizar os personagens em cima de alguém real. Então quem quiser ver como eles são é só ir no link abaixo que serão direcionados para meu twitter ai lá estarão as fotos.
https://twitter.com/LorenzoPuppy
Primeiramente o Greg. Imaginei ele com cabelos escuros e olhos azuis, porém ele tem apenas 22 anos por isso ainda tem um rostinho de menino.
O Jonathan é um cara alto, bonito e forte sem ser exagerado. Ele é 7 anos mais velho que o Greg (e meu amor platônico há algum tempo).
Respondendo aos comentários do capítulo anterior:
Regi1069, obrigado pelo apoio, pode deixar q voltei com tudo ; )
Quelsilva, obrigado por ler, eu tbm estava com saudade de escrever, mas pode deixar q o tempo que fiquei impossibilitado
me permitiu ter várias ideias ; D
rezinha27, Hahahahahaha mto obrigado, tem muita coisa por vir ainda, espero q goste. :D
Marimarina, Lê sim hahaha, espero vê-la por aqui mais vezes ; )
Atheno, então kkkk eu já tinha tido essa ideia tbm, mas e aí, será que o Greg vai usar esse artifício? = D
paiper trovao, Volteeeeeii obg pelo apoio gatão!
FlaAngel, Obrigado, a gente tenta né? Hahahaha
Monster, Hahahahahaha Fico feliz q tenha gostado (emotion safado), pode deixar q não vou sumir não, vou até o fim do conto ; D
magus, Obrigado pelas palavras de apoio hehe, esse capítulo fiz um pouquinho maior como o 1, é que normalmente faço 6 páginas do word mas obg pela sugestão ; D
VALTERSÓ, Será? KKKKKK
