Como alguns reclamaram do tamanho do outro, vou postar um bônus, porque meu coração é bondoso kkkk. Mas antes, respondendo: O Bruno tem 16 anos e Otávio 15. Essa diferença de um ano parece não mudar muita coisa, mas no que tange a maturidade dos dois, Bruno amadureceu mais rápido, ou só amadureceu em partes, depende da concepção de maturidade que se tem. Otávio é mais coração e alma, Bruno é mais frio e racional, essas características vão se apresentando ao longo da história e pouco a pouco veremos como que isso vai complicar tudo.
BDSP: Realmente o Rodrigo é uma pessoa incrível, vamos ver que papel ele vai ter nessa história.
Gordim.leitor: Você que é maravilhoso meu querido. Saber que nosso amor ta com ciúmes é bom sim, eleva o ego e também a pessoa corre mais um pouquinho atrás da gente kkkk. te adoro nego.
Malévola: É realmente uma fase muito boa. Essa primeira parte da história é só açucar, depois que o vinagre vai entrar.
Ru/Ruanito: vai prestar sim queridão kkkk.
Monster: que bom que está gostando, essa primeira parte é BEEEM clean mesmo, mel puro, a ação da história vem depois, mas é ação do nosso cotidiano.
Plutão:Obrigado por estar comigo, que bom que acompanhou os outros. Prisioneiro da paixão é meu filho mais amado, que esse também aqueça os corações.
Hello, desculpa kkkk não aguentei kkkk. Obrigado por estar comigo.
Atheno, logo logo eles crescem, mas não tinha 14, e sim 15, não muda muito, mas é o que há.
Vamos à história:
O namoro dos dois seguiu da mesma forma, se vendo de quinze em quinze dias e quando Bruno não podia ir vê-lo, ele ia para lá. Conversavam diariamente e sempre um ajudava o outro nas suas necessidades afetivas e materiais, nada diminuía, só aumentava o amor, a cumplicidade, o ciúme de Otávio e os compromissos de Bruno, que cada vez se destacava mais em suas atividades.
Nos outros quatro meses que se passaram, as coisas foram mudando pouco a pouco e alguns problemas atrapalhavam a paz do casal. Primeiramente a distância não era nunca motivo de felicidade para os dois e Otávio sempre pedia para Bruno voltar a morar no Rio, com sua mãe. Mas este estava feliz no interior de são Paulo, com sua vó e sua nova vida e Otávio deveria entender isso, mas para ele era difícil, ouvir “não” ainda era difícil. Como tinha falado, suas atividades aumentavam com o tempo e chegou um momento que suas viagens ficaram comprometidas. Ele havia sido chamado, pela prefeitura, para dar aula de inglês para jovens carentes em uma comunidade do município, por mais que ele queria, não conseguiu recusar, primeiro pelo salário e segundo porque eram jovens carentes, ele já foi um jovem carente, sabem o que eles passam.
Mas para os dois esse foi motivo de discussão. Falar que ele só poderia ir ao Rio de dois em dois meses foi muito difícil, assim como foi mais difícil ainda para Otávio ouvir isso. Ele não se controlou e começou a brigar com seu namorado:
- Que loucura é essa Bruno? Dar aula todo fim de semana?
- Pois é amor, surgiu esse emprego e vai me abrir muitas portas, pois foi a prefeitura que me chamou.
- Não interessa que foi a prefeitura, o governador, o presidente! O que eu estou vendo é que você não quer mais vir me ver.
- Não é que eu não quero amor, mas é uma oportunidade ótima...
- Porra nenhuma, eu sabia que ia ser assim. E como a gente fica? Só se vê de dois em dois meses? Isso é justo Bruno?
- Não, eu sei que não é justo, mas você pode vir pra cá também né, como estamos fazendo.
- Mesmo assim, não gostei disso. Porque você não larga tudo isso e volta pra cá Bruno, é melhor.
- Otávio, eu não vou mais discutir isso com você. Meu lugar é aqui.
- Você não me ama como eu te amo.
- Você que é muito infantil.
- Vai pra porra! – E desliguei o telefone.
Passamos uma semana sem nos falarmos e foi angustiante para ambos. Mas aos poucos, no final da semana eles já voltavam a mandar mensagens um ao outro. Só mesmo depois de mais uma semana que pediram desculpas um ao outro e voltaram a se falar.
Os pais de Otávio também se tornaram um problema para os dois, pois o jovem queria ir toda a semana para a cidade do amigo e isso parecia estranho aos olhos dos dois, principalmente a mãe dele, que começara a desconfiar de algo que o marido já tinha certeza. O filho estava apaixonado pelo amigo. E agora, o que fazer? A primeira atitude deles foi conversar com o rapaz, quando este veio pedir para comprarem a passagem.
- Mãe, vou no Bruno esse fim de semana, tem como comprar a passagem pra mim?
- Não filho, você não vai. – Eu fiquei surpreso com aquele não, eles nunca reclamaram das minhas idas à São Paulo.
- Como é?
- Isso mesmo, você não vai mais para aquele fim de mundo. Que loucura!
- Mãe, mas o Bruno está lá, ele é meu amigo, quero ver ele.
- Ele esteve aqui semana passada garoto! Precisa você se despencar pra São Paulo pra ver ele?
- Sim, preciso, ele é meu irmão e eu quero ir lá.
- Mas não vai. Arruma outros amigos aqui filho, você está muito preso ao Bruno. Eu sei que ele te faz bem, vocês são amigos desde pequenos, você mudou muito e pra melhor, está mais centrado, um ótimo filho; mas está saindo muito caro essas suas viagens e outra, não tem necessidade, vocês acabaram de se ver.
- Não estou acreditando que estão me proibindo de viajar por causa de dinheiro.
- Ele não sai do seu bolso Otávio! – Gritou ela.
- Calma Cecília. – falou meu pai.
- É isso Otávio, se você quiser ir ver seu amigo, vai ter que pagar do seu bolso.
- Isso é muito injusto! Eu não estou fazendo nada de errado? Porque vocês estão me punindo?
- Só quero que você conheça outros amigos e não fique fixo nesse. Parece uma obsessão.
- Porra nenhuma! A senhora nunca gostou dele! Mas já que é assim, ótimo! Não preciso do seu dinheiro! Engole ele!
- OTÁVIO!! NÃO FALA ASSIM COMIGO! Agora mesmo que você não vai porra de lugar nenhum! – nós dois já estávamos descontrolados.
- Otávio, vai pro seu quarto e você está de castigo. – disse meu pai, mas vi no seu olhar que ele iria conversar comigo.
Só virei as costas e fui para meu quarto, claro que bufando de ódio. Cheguei lá, coloquei minha música alta e comecei a socar o saco de areia. Queria descontar toda minha raiva ali e pensar também, no que eu iria fazer. Ele não podia mais vir, e agora mais essa, eu não podia ir, fudeu! Eu tinha que arrumar um emprego, mas como?
Otávio estava se saindo muito bem nos treinos de boxe e nos amistosos em que disputava, já ficou em primeiro lugar em um, terceiro em outro, claro, todos iniciantes, entre academias, mas mesmo assim ele tinha futuro, dizia seu treinador. Haviam lhe oferecido a oportunidade se tornar um boxeador amador em um clube especializado em boxe e receber financiamento, mas seus pais não permitiram, visto que ele era muito jovem e o boxe era, para sua mãe e seu namorado, algo muito violento. Mas dessa vez era diferente, agora ele precisava de dinheiro, pois não queria depender de seus pais para mais nada.
Ali, socando seu saco de areia, ele queria juntar suas coisas e sair de casa. Até pensou em ir morar com Bruno, no interior, mas o que faria lá? Ficaria às custas dele? Jamais. Ele já lhe havia chamado de vagabundo uma vez, quando este foi reclamar que o namorado tinha muitos compromissos; e isso doeu fundo. Ele parou de socar o saco e ligou para seu treinador. Este ficou feliz ao saber que ele tinha reconsiderado a proposta e marcou de ir ainda naquela semana com ele a alguns clubes. Ele pediu para treinar aquela tarde e o seu mestre não se opôs. Na academia passou a ele os movimentos que costumam se cobrar nas provas e ficaram treinando, assim como testaram sua resistência física e sua força. Na verdade, Otávio queria era sair de casa, ficar o mais distante possível, então ficou o dia todo lá, mesmo depois que seu treinador fora embora.
Só parou de treinar quando seu namorado ligou para ele. Otávio não quis contar o que aconteceu, queria dar seu jeito, pois com certeza Bruno lhe ofereceria dinheiro para que ele viajasse. Mas este nunca iria aceitar, ia conseguir com suas próprias mãos.
- É Otávio, está na hora de crescer! – pensou ele.
Durante a semana ele continuou seu treino, corrida, pular corda, etc; e por fim chegou o dia em que seu treinador o iria apresentar para o clube. Lá eles conversaram bastante e pediram uma luta para avaliarem o lutador. Otávio ia lutar com um rapaz que já treinava lá, mas que ele não sabia se era bom ou ruim. Ele pensou na sua mãe e em como ela o irritou e entrou no ringue.
A luta foi difícil, ele deu tudo de si, mas perdeu. Ele ficou arrasado, pois teria que largar o boxe para poder trabalhar, não tinha como conciliar os treinos e a labuta diária. Saiu do ringue e foi direto para o vestiário, de cabeça baixa, com vergonha. O treinador o seguiu e lá o parabenizou, pois viu que ele tinha dado tudo de si e tinha aguentado bem um cara mais velho e mais experiente que ele.
- Vamos embora logo Fábio, não quero nem ouvir eles falando que sou ruim demais pra treinar aqui.
- Mas você não é ruim demais garoto, não fala besteira.
- Vou desistir disso tudo, tenho que ter dinheiro e pra isso vou ter que trabalhar.
- Calma Otávio, vamos ver o que eles vão nos dizer e seja o que for, acolha com respeito e humildade.
Ele voltou para o ringue e lá estava a equipe.
- Muito bem Otávio, ficamos impressionados com sua luta e vamos querer que você treine conosco.
- Ué, mas eu perdi.
- Claro! Se nosso lutador perdesse para um iniciante, ou você seria um prodígio, ou ele uma droga, ou nossa equipe é uma droga. – Falou ele rindo. – Você é bom, mas tem que treinar mais e melhor. Seu treinador fez um bom trabalho, mas ainda falta e queremos te dar o que falta.
- Eu estou dentro?
- Está. Preciso dos seus pais ou representantes legais para assinar a papelada ainda essa semana. Ok?
- Maravilha! Nossa! Estou muito feliz, de verdade.
- Agora é começar a luta para ser o melhor heim garoto!
- Podem contar comigo.
Eles ainda ficaram conversando sobre alguns pontos e por fim voltaram para casa. Otávio estava feliz igual pinto no lixo, ia conseguir um dinheiro bom com o financiamento do clube e para isso teria que se dedicar demais. Ele só tinha mais um passo a dar, convencer seu pai, pois ele não queria nem ver sua mãe, quem dirá conversar com ela sobre boxe.
Cheguei em casa e fui direto para o quarto, nem cumprimentei eles. Estava sentindo dor devido a luta então tomei um banho quente e fiquei relaxando um pouco. Depois de tomar um analgésico, desci para comer e enquanto jantava chamei meu pai para conversarmos.
- Pai, preciso conversar com o senhor.
- Ah, decidiu falar conosco. Que bom, o que você precisa.
- O senhor sabe que foi injusto o que a mãe fez né?
- Sabe filho, eu entendo ela, assim como te entendo, por isso prefiro não me meter. Sua mãe só quer o melhor pra você, assim como eu.
- Qual é o problema de ir visitar o Bruno?
- Você sabe qual é o problema Otávio – aquela frase me gelou o estômago e automaticamente eu comecei a suar e a tremer levemente. Será que ele sabia? – Parece que sua mãe está se dando conta desse problema também e não está sabendo lidar com isso. Para mim não é um problema tão grande, mas me preocupo com você e com o Bruno.
- Do que você está falando pai? – ele me olhou bem nos olhos e percebi que ele sabia.
- Da sua “amizade” com o Bruno. Vocês estão namorando né?
- Pai, ta doido?! Eu sou homem porra!
- Não precisa disso Otávio. Eu te conheço bem, você é meu filho. Eu sei que estão namorando e sei também que você agora está assustado, com vergonha, com medo, mas relaxa, seu pai não vai fazer nada, afinal, o que eu posso fazer. Só me preocupa essa relação de vocês e tudo o que vocês vão passar no futuro. Eu não quero ver você sofrer, só isso.
- Pai, é difícil.
- Eu sei que é, quero dizer... Na verdade imagino, mas aqui você tem um amigo e por mais estranho que seja, eu te apoio filho, se esse menino está te fazendo feliz, então tem meu apoio.
- Então porque não me defendeu quando minha mãe quis me separar dele.
- Porque ela está certa, ela tem a mesma preocupação que eu, só que ela não entende como eu entendo. Então é melhor que ela fique sem entender. Vou te dar dois conselhos que vai ser difícil de você cumprir. O primeiro é se afasta um pouco do Bruno, dá um tempo de ir lá e outra, arruma uma namorada, ou traz uma menina pra casa, isso vai tranquilizar o coração dela.
- Mas pai, isso seria trair o Bruno.
- Não, não precisa ser namorada de verdade. Bem, ai você vê o que faz.
- Vou pensar nisso e conversar com ele também. Mas nem era sobre isso que eu queria falar com o senhor pai.
- Então diz o que precisa.
- Eu fui aceito no clube de boxe, vão me financiar.
- Sério Filhão? Que maravilha! Parabéns! Ótimo de verdade. Estou muito orgulhoso.
- Obrigado pai, mas eu preciso que vocês assinem o contrato.
- Ihh, sua mãe não quer você lutando, vai ser um problema, mas eu vou conversar com ela.
Que bomba! Era muita novidade junta, mas saber que meu pai sabe de nós e que apoia já era um alívio. Agora como contar isso para o Bruno, pois não sabia como ele iria reagir. Bem, liguei para ele e contei tudo, desde a aprovação para o financiamento ao meu pai saber de tudo. Ele não gostou de nada do que eu falei, do financiamento porque achava violento demais e não queria me ver cheio de hematomas, como já via regularmente; achou minha mãe maluca e meu pai intrometido. Aquilo foi um balde de água fria, pois achei que ele iria me apoiar e me ajudar a lidar com a situação e não brigar comigo também. Mas no final ele me pediu desculpas, disse que a vozinha estava no hospital novamente e que ele não estava dormindo direito, por isso estava um pouco sem paciência. Aquilo não ajudou, mas piorou, pois ele estava jogando na minha cara que eu estava perturbando ele. Enfim, fiquei muito triste com tudo, mas não desisti dos meus planos e na segunda-feira cobrei ao meu pai uma posição. Ele disse que a mãe não concordou, mas ele iria assinar. Então fomos e fechamos o contrato.