Adestrando Betão (Uma FanFiction) - 05

Um conto erótico de Gordin.leitor
Categoria: Homossexual
Contém 4827 palavras
Data: 05/09/2016 20:24:57

CAPÍTULO – 05

Retornar para a chácara foi uma das coisas mais difíceis que Betão enfrentou, dentro do pequeno avião ele vinha pensando o que poderia ser feito, afinal ele sabia agora com certeza que Rômulo estaria lutando para voltar ao Brasil, desta maneira um já estava livre da tirania de Cristóvão, ele estaria protegido das torturas à medida que precisassem dele para desempenhar as tarefas. Olhou para trás e viu o menino tremendo de frio amarrado à uma maca improvisada, voltou sua atenção para a direção do bimotor.

“Quase sete anos sem te ver...”, pensou em Ricardo e em tudo o que havia perdido da vida dele, da vida dos dois e simplesmente por não ter tido coragem de enfrentar o avô mais cedo, mas de uma maneira muito distorcida havia sido o próprio velho que os juntou, não fossem as constantes surras, as ordens desmedidas e tudo mais talvez os dois não tivessem se apaixonado. Perdido nesses pensamentos, Beto vagueava lembrando do toque de seu franguinho em sua pele, do amor dos dois, um amor tão forte que sete anos de intensas humilhações e torturas não foram capazes de apagar.

Seis horas escutando apenas o barulho das turbinas do avião, o bater de queixo do menino que estava muito mal com aquela infecção no braço e os seus pensamentos, finalmente desembarcou e quando chegou ao aeroporto ligou para Cristóvão.

- Senhor, estou aqui no aeroporto! – Betão falou.

- Deu tudo certo lá Lessie? – O velho perguntou.

- A encomenda está aqui, mas aconteceu algo! – Falou calmamente.

- Vou mandar o Fred aí pra levar o pirralho pro Alcântara, diz ao médico pra não mexer nesse garoto, esse aí é valioso. – Desligou o telefone em seguida.

Beto sentou-se ao lado da maca do garoto, aguardando que Fred chegasse, baixou a cabeça e se pôs a pensar o que poderia fazer dali pra frente, tinha que ter certeza que Ricardo estava à salvo e se fosse assim poderia por em andamento a vingança que pretendia, ele teve muito tempo naquele calabouço para arquitetar tudo nos mínimos detalhes, aliás, essa vingança foi algo arquitetado com cuidado e com extremo esmero, não poderia jamais ser desempenhada de qualquer maneira. Fred chegou depois de um tempo e desceu do carro, Beto pegou o menino nos braços e foi colocando-o no banco de trás.

- Cadê o verme? – Ele quis saber, estranhando não ver o outro soldado.

- Morreu! – Beto falou de forma sucinta, segurou o trinco da porta de passageiros e o puxou.

- Como assim morreu? – Fred perguntou alarmado.

- Com um tiro na testa, o imbecil nem pra me ajudar serviu! – Beto abriu a porta e sentou no banco, Fred se apressou em entrar no carro, ele estava nervoso, dava para notar.

- E o corpo? – Ele perguntou ainda com alguma esperança.

- Era pra trazer? Enterrei lá mesmo, naquela floresta ninguém entra, nunca vai ser encontrado! – Respondeu como se aquilo não fosse nada, fizeram o caminho até o médico em total silêncio. Somente Beto desceu no Dr. Alcântara, colocou o garoto nos braços, entrou pelos fundos e com cuidado depositou o rapaz numa maca de ferro, o médico logo veio ao seu encontro.

- E esse? Mais um? – O médico parecia muito interessado no menino.

- É pra ter cuidado com esse menino, ele é valioso! – Beto falou com raiva por perceber as intenções do médico.

- Dá pra notar que é um rapazinho precioso... – O médico segurou uma mecha de cabelo do menino entre os dedos.

- Tu entendeu? – Ele perguntou já com raiva dos olhares lascivos que o médico lançava ao adolescente.

- Sim, pode deixar. – Beto deu as costas e entrou no carro imediatamente. Fred o colocou em movimento.

- Cristóvão não vai gostar de saber que o Rômulo morreu! – Ele falou á se antecipando, sabendo então que teria de dar uma lição em Beto. Este por outro lado se calou, chegou à chácara e desceu rapidamente do carro, ficou em posição de sentido e esperou para que Cristóvão fosse até lá fora busca-los. A cadeira de rodas andava vagarosamente, fazendo um barulho enjoado de engrenagens rodando. O velho vestia um terno bem cortado, os cabelos penteados para trás e aquele indefectível óculos escuro.

- Cadê o outro bicho? – Ele perguntou assim que se aproximou mais.

- Diz aí Lessie! – Fred provocou.

- Durante a tocaia ele foi baleado, bem na testa...

- Como é? – Cristóvão gritou. – O meu soldado morreu e agora eu fiquei só contigo de novo? – Ele passou as mãos pelos cabelos de forma mecânica.

- Sim, senhor! – Fred olhava pra Beto como se quisesse dizer algo, mas a dinâmica das coisas estavam mudadas, era como uma sensação, não soube como explicar direito.

- Puta merda! – Gritou novamente tomado pelo ódio, em nenhum momento ele sentiu pena ou remorso, sentia quase como se fosse uma afronta o soldado ter morrido. – Vem aqui animal! – Ele gritou para Beto que rapidamente ficou ajoelhado na frente do velho – Quem não tem cão caça com a Lessie mesmo, tu só não entra no armário agora porque já tem outra missão, incompetente, nem pra trazer o bicho são e salvo tu presta, mas eu te digo uma coisa, tu me desobedece pra ver o que acontece com o teu frango... – Cristóvão jogou.

- Sim, senhor. – Beto continuava a desempenhar o papel de submisso muito bem, a verdade é que havia algo dentro dele que estava habituado às ordens, não era como antes de Ricardo aparecer em sua vida onde ele sequer se permitia questionar o controle do avô, mas mesmo agora as ordens e os xingamentos não lhe deixavam transtornado de verdade, era a sua rotina.

Entraram na residência os três, Beto recebeu as instruções da próxima missão que estava agendada para o próximo dia. Era algo relativamente simples, só um susto num rapaz que vinha dando trabalho à grandes empresários da região.

- Senhor, eu posso tomar banho? – Beto pediu antes de sair do escritório.

- Não, toma amanhã antes de sair! – Cristóvão dispensou o neto e ficou sozinho com Fred no escritório.

- Tu acreditou nessa história de tiro, Cristóvão? – Fred perguntou sentando de frente para o velho.

- Claro que não, mas agora a gente tem que ter cuidado, se ele matou o Rômulo... Está tramando algo! – Cristóvão se pôs atrás da mesa. – O pior é que eu mandei dispensar os caras que vigiavam o frango, sei também que ele está bem relacionado agora, temos que ter cuidado com qualquer coisa que possamos fazer...

- E ele, vai ficar sem receber nenhum castigo? – Fred quis saber, mas mais por costume já que bater em Beto agora era mais perigoso.

- A gente tem que pegar a Lessie sem que ele esteja esperando, temos que ser espertos à respeito disso. – O velho tamborilava os dedos no apoio de braço da cadeira. – Criei esse animal com todo o cuidado, tendo a preocupação de que ele nunca me desafiasse e um viado tira esse controle de mim, como pode ser? –Bateu a mão fechada no tampo da mesa.

Da porta do escritório Beto escutava tudo e anotava mentalmente a necessidade de abrir olhos até nas costas, pois aqueles dois jamais abririam mão do controle assim tão facilmente, então a tática precisava ser desenvolvida com calma. Saiu lentamente sem fazer nenhum barulho, entrou no seu calabouço e deitou na esteira, pensou: “Eu te prometi que voltaria, me aguarda sais um pouco franguinho”, sorriu. Por quatro meses trabalhou sem descanso, em missões que o colocaram em forma novamente, vários das coisas que desempenhou neste período o deixaram extremamente insatisfeito, mas conseguiu contornar a situação. Enquanto isso Cristóvão e Fred esqueciam cada vez mais rápido que Beto representava perigo.

Foi numa segunda-feira como qualquer outra que a oportunidade se apresentou, ele foi chamado ao escritório do avô por uma das empregadas da casa, Fred havia viajado. Então subiu rapidamente, verificou se não estava com nenhum odor já que o velho sempre lhe chamava atenção por isso. Bateu na porta: - Entra, bicho! – Cristóvão gritou. Betão entrou com a cabeça abaixada, se pôs em pé na frente da mesa.

- Bicho, eu preciso que você resolva algo essa tarde. É aqui nos arredores mesmo, está vendo esse homem? – Mostrou uma foto de um homem fumando um cigarro.

- Sim. – Beto se limitou a responder.

- Descubra os hábitos desse rapaz, siga-o pelo dia de hoje, de forma invisível e descubra com quem ele anda fazendo negócios aqui na região. – Beto já tinha visto o homem com Fred, foi então que jogou.

- Senhor, esse homem faz negócios com o Fred! – Falou segurando a foto nas mãos.

- Não pode ser, esse homem é um “faz-tudo” assim como eu, ele não pode... – Ele parou por um momento – Tu não tá mentindo pra mim, não é animal?

- Senhor, sempre achei que soubesse que Fred fazia negócios por fora. – Beto viu que tinha acertado um alvo.

- Claro que sabia, só não sabia com quem! – Cristóvão gritou contrariado.

- Então, é com esse homem aqui. – Beto falou seguro.

- Mesmo assim, descubra se ele vem me roubando, as missões que chegam até nós são as mais simples e por consequência, mais baratas. – Ele passou a mão nos cabelos, estava contrariado. – Tá esperando o que filho da puta? – Gritou novamente.

- O senhor me dispensar! – Beto falou calmamente, com um aceno de mão foi liberado e quando fechou a porta atrás de si, sorriu de antecipação, a vingança iria começar de fato. Os meses seguintes ele fez o que era necessário para provar que Fred estava não só se aliando a outro “faz-tudo” da região como vinha roubando das encomendas que conseguia, embolsando dinheiro e realizando alguns trabalhos sozinho, quando Cristóvão viu a extensão do rombo que o empregado fez sem seu conhecimento teve tanta raiva que sentiu palpitações.

De repente ficou lívido, a mão foi levado ao peito em sinal de dor no local, Beto estava no escritório e por mais que quisesse ser o único espectador da morte do velho, ele não iria se furtar do prazer de ser ele o causador, correu de encontro ao velho, tirou-o da cadeira de rodas rapidamente e o colocou no banco de trás do carro. Saiu em disparada para a clínica do Dr. Alcântara, rapidamente chegou lá e viu que o velho estava à beira da inconsciência, levou-o para dentro e lá dentro ele foi atendido de imediato.

Apesar de grave a situação foi contornada e depois de duas semanas o velho voltava à ativa, Fred não estranhou aquela parada, lhe deu o tempo necessário para se organizar. Sua pretensão era fugir o quanto antes de Cristóvão e de Betão, ele observava o soldado e via que estava mudado, mais seguro, mais sereno, as poucas oportunidades em que teve de castiga-lo percebeu que nem sequer se deixava cair com os golpes, era um recado claro, apesar de dominado, Beto era o mais forte dos dois. Foi assim que numa oportunidade fugiu, levando inclusive uma quantia de dinheiro que Cristóvão havia sacado recentemente do banco e que Beto não soube de onde veio, já que não tinha nenhuma participação dos lucros.

- Maldito! – Cristóvão gritava colérico. Se ele pudesse estaria andando de um lado para o outro, mas nem a cadeira motorizada obedecia aos seus comandos. – Você seu energúmeno, vai encontrar aquele maldito e pode ir à forra! – Apontou para Beto – Mas traga-o vivo aqui, eu quero olhar na cara daquele maldito! – Gritava consumido pela raiva.

- Sim, senhor! Trago ele inteiro? – Beto perguntou.

- Traz, aqui ele vai aprender a me respeitar! – Cristóvão se virou – Vai logo, bicho!

Beto deixou o avô sozinho, desceu ao porão da casa que agora estava ao menos limpo, sentou na esteira e se acalmou, não poderia jamais se apressar com isso. Lá dentro começou a buscar em sua cabeça o caminho para encontrar Fred, ele sabia onde o outro “faz-tudo” trabalhava, decidiu fazer uma campana, foram dois dias observando até que Fred finalmente apareceu, veio vestido como um bicheiro, extremamente enfeitado, num carro novo, roupas espalhafatosas, típico daqueles que quando têm dinheiro o gastam em coisas fúteis e desnecessárias. Observou por mais de uma semana, numa segunda-feira pela manhã ele pôs o plano em prática, esperou que Fred saísse de carro e voltasse para a cidade vizinha, no meio da estrada ele fez uma barricada, surpreendeu o antigo empregado.

- Que porra é essa? – Fred desceu do carro ainda sem compreender o que se passava por ali, Beto estava escondido na vegetação em torno da estrada. Fred foi até o local de forma inocente, viu que não havia nenhuma obra que justificasse aqueles cavaletes no meio estrada quando estava removendo um para que pudesse passar com o carro.

- Tá indo aonde Fred? – Beto falou com a voz fria.

- Puta merda! – O covarde se pôs a correr de volta para o carro, mas Beto foi mais rápido e lhe puxou pelo colarinho da blusa que o homem vestia fazendo-o cair no chão. Imediatamente o seu pé foi para o pescoço do homem caído, o apertou um pouco com prazer excessivo no ato.

- Achou que seria fácil fugir? – Betão perguntou de maneira sarcástica, ainda apertando o pescoço do homem com o pé.

- Verme! - Fred conseguiu balbuciar enquanto os olhos lacrimejavam pela falta de ar.

- Eu era, agora é a tua vez! – Beto o levantou pelo colarinho com dois socos em lugares estratégicos fez com que o capataz desmaiasse, colocou-o no porta malas do carro, desobstruiu a estrada e em seguida como não encontrou a chave do carro fez uma ligação direta e pôs o carro em movimento, andou devagar até a chácara, diminuiu ainda mais a velocidade ao perceber que Fred tentava se libertar do porta malas.

Três anos atrás...

Beto havia levado uma surra terrível um chicote com pontas denteadas havia sido usado e na altura da escápula via-se o rosado do osso, se sobrevivesse, com certeza não se livraria daquela cicatriz. Cristóvão desceu ao porão com por meio do pequeno elevador, se aproximou de Beto que estava enlouquecido de dor, mas sequer podia gritar.

- E então bicho, aproveitando o presente de aniversário? – Cristóvão perguntou sarcástico.

- S-Sim, senhor... – Ele engoliu em seco – Muito... Obrigado... – sua voz saía com dificuldade, sentia a voz falhar, estava preso pelos pulsos e seus pés patinavam no próprio sangue que banhava as costas e as pernas.

- Isso aqui é pra tu aprender que tu é meu, eu faço contigo o que eu quiser! – O velho deu a volta, apontou para o pote de sal que ficava ali. – Me dá isso Fred! – Pediu ao empregado que lhe entregou de imediato. – O melhor do show vai começar! – Enfiou a mão no pote, segurou uma quantidade enorme e jogou nas feridas de Beto.

O grito foi impossível de segurar, o sal parecia abrir e fechar a carne já muito maltratada. A dor o levou à inconsciência, quando acordou estava no porta-malas do carro de Fred, as mãos amarradas aos pés de uma forma incomoda, o motorista do carro freava e acelerava somente para maltratar ainda mais a ele. Beto estava suado, foi quando o carro parou bruscamente, a luz do porta-malas se acendeu e a porta foi aberta.

- Curtiu o passeio Lessie? – Fred perguntou de forma odiosa, tirou Beto sem o menor cuidado daquele lugar, jogou o no chão e pisou algumas vezes nas suas costas. – Tu devia morrer Lessie, ainda tem muito mais disso se tu continuar a viver! – Beto enfiou a cara no chão. Quando levantou o olhar viu o Dr. Alcântara olhando a cena e rindo...

Agora era Fred que estava no porta-malas e ele tinha ordens de fazê-lo sofrer. Chegou à chácara e abriu o porta-malas, Fred estava em posição de ataque, tentou um chute que falhou e com um movimento apenas Beto tirou o pé do homem do lugar.

- AAAAAAAAHHHHHH – Fred gritou alto.

- Só por isso tu tá gritando Fred? – Beto segurou a perna do homem na altura do joelho e começou a forçar.

- Tu-Tu-Vai-Quebraaaaaar – Outro grito e um choro convulso foi tudo o que ele ouviu.

- Calma, verme! – Beto falou – Ainda não!

Pelo pé fraturado Fred foi arrastado para dentro de casa, na porta do escritório Beto bateu e ouviu a ordem para entrar. Rapidamente Fred foi lançado para dentro do escritório, caiu de mal jeito machucando uma mão.

- Muito bem, bicho! – Cristóvão falou – Nos bons tempos eu te levaria pra uma cabana no meio do mato e mandaria te surrar até a morte, mas agora... – Ele riu – Tu vai pro porão!

- Cristóvão, eu não estava fazendo nada demais... – Fred falava e as lágrimas de medo desciam pelo seu rosto que agora adquiria um tom avermelhado.

- Cala a boca energúmeno! – Cristóvão cuspiu no ex-empregado.

- Fico ou saio? – Beto perguntou em meio aquilo tudo.

- Fica, aliás, leva ele pro armário e deixa até amanhã! Isso vai fazer ele falar onde está o meu dinheiro! – Cristóvão ordenou.- Pega, bicho! – Cristóvão deu a ordem.

Fred arregalou os olhos, sabia o que aquela ordem significava e fechou os olhos. Beto o segurou pelo pé machucado arrancando-lhe gemidos de dor enquanto o arrastava até o armário.

- Foi você, não foi? – Fred perguntou enquanto era arrastado.

- O que? – Beto se fez de desentendido.

- Que roubou esse dinheiro... Aiii – Passou por cima de uma pedra pontuda e aquilo o machucou.

- Não sei do que tu tá falando, VERME! – Betão o segurou, com pé abriu a porta do armário – Pensa direitinho no que tu vai falar amanha quando sair daí, se estiver vivo, claro! – Jogou Fred ali dentro, o homem tentou se ajeitar, mas quando a porta desceu com tudo em cima dele queimando-lhe as mãos, somente os gritos abafados foram possíveis de serem ouvidos.

Dentro do armário 24 horas eram o suficiente para enlouquecer um homem fraco como Fred, o calor insuportável que fazia ali, era como mergulhar um caranguejo em água morna até que a temperatura aumentava a ponto de matar o bicho, rapidamente ele vislumbrou o que aquela tortura causava, sua roupa ficou empapada de suor, o pequeno espaço não permitia sequer que ele limpasse a testa ou conseguisse desabotoar a roupa. Então veio a primeira falta de ar, ele sufocando lentamente, bateu em desespero na tampa de ferro, quando conseguiu gritou por socorro, mas ninguém ali iria ajuda-lo. “Eu vou morrer”, se deu conta quando a temperatura baixou a ponto de lhe deixar com o queixo batendo de frio, o ferro havia esfriado, as roupas molhadas de suor permitiram que o frio o atingisse em cheio.

Sua cabeça trabalhava de forma constante, pensando em maneiras de convencer a Cristóvão que ele não havia roubado nada, mas isso era uma mentira, pois desde que chegaram naquele lugar ele roubava pequenas quantias, contrabandeava algumas mercadorias, conseguia comprar até pessoas para vender, garotos para vender ao médico, de tudo ele fazia, mas aquela quantia alta da qual o velho o acusava de ter roubado, aquilo não foi de sua autoria.

Tremendo ele viu a porta do armário ser aberta, olhou na face de Beto e viu o prazer estampado. Com um movimento ele foi tirado daquela maldita caixa de ferro, com sorte o matariam antes de ser jogado ali novamente.

- E então, já decidiu me dizer o que fez com o meu dinheiro? – Cristóvão estava no pátio ao lado do neto. – Pensa bem no que tu vai me dizer!

- Eu não roubei esse dinheiro! – Fred falou ainda com esperança de que o velho acreditasse nele.

- Vamos bicho, uma hora ele vai falar. – Entraram em casa, Beto empurrou Fred escada a baixo, Cristóvão riu ainda no elevador improvisado. A máquina fazia barulho, o ambiente inteiro estava parado. - Vou te dar uma última oportunidade de me contar a verdade! – Cristóvão se aproximou de Fred.

- Não fui eu que roubei! Foi o Betão! – Cristóvão olhou para o neto imediatamente, este conservava uma máscara de serenidade como nunca antes vista.

- O que tu tem a dizer animal? – Cristóvão segurou o chicote nas mãos.

- Que eu só lhe desobedeci uma vez e estou pagando por isso há quase oito anos! – Falou tranquilo.

- Esse bicho não tem inteligência suficiente para fazer algo dessa magnitude, foi um rombo muito grande! – Fred levantou com dificuldade.

- Mas eu não fui! – Se defendeu. – Beto cruzou os braços.

- Então onde tu conseguiu o dinheiro necessário pra comprar essas coisas? Carro, roupas novas? Tudo isso você vinha roubando de mim, não é? – Cristóvão se aproximou um pouco – Isso eu podia perdoar, eram quantias mínimas, mas aquele dinheiro não! – Suspirou – Então, não vai dizer, né? – Fred estava prostrado de medo e viu que não tinha alternativa. – Bicho, pega e mata!

Beto bateu a mão fechada uma na outra e começou a sessão de espancamento, com destreza ele desferia golpes fortes que machucavam Fred de todas as formas, quanto mais batia mais as imagens de todas as surras, as humilhações, as indignidades reapareciam em sua mente, os golpes foram aumentando de intensidade e quando ele tomou fôlego para continuar percebeu que Fred estava todo mijado, o rosto macerado de tantas porradas, em pé apenas porque Beto o segurava, olhou em volta e viu os dentes do homem pelo chão.

- Vou subir, mas pode continuar isso daí até que ele morra ou resolva contar a verdade, depois se livra do corpo! – Cristóvão deu as costas e foi para o elevador. Beto aguardou que ele subisse e fechasse a pequena portilha que dava acesso àquele calabouço.

- Tá gostando Fred? – O homem chiou – Quer passar pro chicote? Quer contar os açoites? – Novamente o homem chiou, uma bolha de sangue e saliva se formou em sua boca. Beto riu e com um soco mais forte que os outros botou o homem para dormir. Colocou-o nas correntes que eram suas velhas conhecidas, foi até uma mesinha de madeira com gavetas onde ele viu que guardavam alguns apetrechos de tortura, abriu uma gaveta e viu o que procurava. Agulha e linha. Sorriu. – É agora! – falou pra si mesmo. Respirou, bebeu água e então começou. – Acorda! – Deu dois tapas em Fred, viu que ele abriu os olhos, mas sabia que ele não estava inteiramente consciente, afinal Betão esteve nesta situação tantas vezes que reconheceria aquele olhar dolorido e perdido com facilidade.

Colocou aquele linha de pescador na agulha e logo em seguida fez o primeiro furo, Fred tentava gritar de pânico e dor, mas não conseguia.

- Calma, porra! – Beto lhe deu um soco nas costelas. – Tô até sendo legal contigo, tu vai morrer rápido! – Falou sorrindo – Mas antes tu vai provar do que eu provei minha vida toda! – Continuou então a costurar, entre murros e lamentações de Fred ele conseguiu costurar a boca do homem por inteiro, em seguida deixou ali e passou a procurar naquele quarto uma parede. Procurou e encontrou a parede perfeita para o que ele queria.

Em seguida subiu e viu que o dia começava a se por. Foi até o escritório e viu o velho ali, olhando pela janela.

- Senhor? – Ele falou com cuidado.

- Ele falou? – Cristóvão perguntou.

- Não, continua negando!

- Então dá um fim nele, rápido! – O velho assumiu a feição odiosa novamente.

- Sim, mas e o corpo? – Quis saber.

- Isso tu se preocupa, te criei foi pra isso animal nojento! – Cristóvão se aproximou do neto – Viu bem o que acontece com quem me trai? – Perguntou transfigurado de raiva.

- Sim, senhor! – Falou.

- Pra você ver como fui benevolente com você. – Virou a cadeira. – Agora me leva pra o meu quarto.

- Senhor, preciso comprar cimento. – Beto falou por fim.

- Pra que animal? - Cristóvão quis saber.

- Pra desovar o corpo de um jeito que nunca vão encontrar! – Beto limpou o suor da testa.

- Vou te dar o dinheiro amanhã. Agora me leva pra o meu quarto animal. – Beto colocou o avô nos braços e foi levando o velho até a cama, entrou no quarto ficou impressionado com o conforto do local, a casa inteira estava um tanto deteriorada, mas aquele quarto era muito bem cuidado, bem arejado, limpo e bem iluminado.

- Vou indo pro meu! – Beto avisou.

- Tu vai passar a dormir nesse quarto ao lado, posso precisar de ti no meio da noite, vou tocar essa sineta aqui – Pegou o pequeno sino e o balançou.

- Sim, senhor!

Beto saiu d quarto do avô com uma única certeza, aquele conforto todo seria necessário para desempenhar seu plano, logo depois que ele desceu a enfermeira que ajudava Cristóvão chegou na casa e foi ao quarto do velho. Ele voltou ao porão e viu que Fred estava acordado.

- As coisas mudam muito... – Ele falou assustando Fred. O homem chorava de dor e fazia sons incompreensíveis, Beto pegou uma cadeira e sentou na frente do novo cativo – Meu vô já te dá como morto – Riu – Amanhã tu vai ser enterrado vivo, enterrado não, emparedado... – Mais uma risada. – Tu vai definhar, nem os bichos vão te comer, dentro da parede, morrendo de fome, sede, calor, antes de morrer tu vai pagar por todas as vezes que tu me surrou desde quando eu era um menino, de todas as lágrimas que derramei por tua causa e do meu avô, tu vai pagar por tudo seu fraco!

Os olhos de Fred davam conta do enorme terror que ele sentia, seu corpo dolorido, as feridas abertas latejando, o medo de acabar a vida daquela forma justamente quando achou que tinha conseguido passar a perna no velho, pensou rapidamente em quem poderia lhe salvar e se deu conta de que ninguém o procuraria, muito pelo contrário, haviam aqueles que dariam os dois dentes da frente para acompanhar aquela sessão de tortura. Engoliu saliva e sangue e implorou para Beto, apenas com os olhos, mas viu então a figura de um homem maltratado e endurecido pelo sofrimento, sofrimento este que ele mesmo causou e sentiu prazer em fazê-lo. Se deu por vencido.

- Sabe o mais irônico nisso tudo? – Beto falou bem perto dele, mas primeiro olhou em volta – Tu realmente não roubou aquela quantia – Os olhos de Fred se acenderam então – Foi o Rômulo! – Beto riu da feição abobalhada daquele monstro que agora estava acabado. – Tu achou que ele morreu ou que eu o havia matado, não é?

Fred lacrimejava agora de ódio, sua feição estava dura, tentou se libertar, fez barulho e quanto mais tentava mais machucava seus pulsos e tornozelos, Beto ria se divertindo com a cena ridícula performada naquele porão.

- Tu não tem a competência pra se libertar disso aqui, e é por isso que hoje eu vou te deixar acordado, que é pra perspectiva do que vai te acontecer amanhã te torture a noite toda. – Um soco nas costelas do preso e ele subiu.

Se perguntou por um momento se o Ricardo o acharia um monstro ao saber do que ele faria com Fred e depois com o seu avô, mas rapidamente afastou aquele pensamento, alguns segredos ele levaria para o túmulo.

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Depois daquele contato Ricardo fez o que há muito tempo não fazia, foi cedo para sua casa, deixou o celular carregado, o telefone fixo por perto e o notebook aberto. Esperou muito, resolveu tomar um banho, ainda de toalha o celular tocou, ele voou em cima do aparelho.

- Alô? – Ele atendeu com o coração batendo na garganta.

- Franguinho? – Não, não pode ser!

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* Pyetro_Weyneth: As coisas começaram a mudar pra Beto, será que vai ser assim fácil se livrar do velho? Quarta-feira mais respostas, obrigado por acompanhar! Abraços! ^^

* Loiiriinha: Hahahaa, bom saber que está curtindo, deixa disso de fã, rsrsrs; Então o capítulo de hoje está especial pra vc! Beijão, linda! ^^

* Dinho49: Oi Dinho, que nada... Rsrsrs, vou sim, segunda, quarta e sábado. Me aguarde, a vingança começou e Beto vai levá-la às últimas consequências! Me aguarde! Sim, sim Rômulo ainda vai aparecer muito nessa história e de várias maneiras. Verdade, o peso nas costas do Ricardo é bem forte, vamos ver como vai ser quando os dois se encontrarem... Será que está próximo o reencontro? Hahaha, essa cena me emocionou demais também, mas agora ele vai dar a volta por cima... Beijos, Dinho! <3

* Docinho21: Sim, sim, é o Rômulo! A história se passa em dois momentos diferentes, as duas trajetórias estão quase para se encontrar. Agora o jogo virou, mesmo que minimamente, ao menos ele está sozinho com o avô... Abração! =D

*Hello 👌: Oi minha flor, que bom ter você por aqui acompanhando! Hahaha, nem me comparo ao Matheus, mas estou tentando. Beijos! S2

*Plutão: Vamos ver se o Ricardo vai participar ou não disso, agora Beto tem sede de vingança e parece que já tem um plano arquitetado para o avô... Vamos ver, abração! =)

* Monster: Hahahaha, dou spoilers por brigadeiros, beijinhos e coxinhas... Rsrsrs, brincando. Que bom que tá curtindo, fico super feliz, meu querido. Abraços! ^^

* K-elly : Fico feliz que gostou, beijos! =D

*neterusso : Nem sempre as coisas são assim tão fáceis, vamos ver daqui pra frente! Beijos! ^^

* Ninha M : Oi minha linda, fico feliz que esteja gostando! Chegou o próximo capítulo e essa semana vai ter mais dois! Beijos! <3

* Geomateus: Verdade, abraços querido! ^^

* Catita : Hahaha, bomm saber que está agradando assim! Tá ai a continuação. Beijos! ^_^

* Arthurzinho: Rsrsrs, se segure! Beijão! =)

* NinhoSilva : kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, descobri GITH outro dia e estou amando! Hahaha, beijão! =D

*Atheno: Essas e outras perguntas serão respondidas logo, te prometo! Beijão! ;-D

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Comentários

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Amei saber que o Fred está sofrendo tudo que o Beto passou

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Amigo lindo sou sua fã vc se supera a cada capitulo♡♡♡

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Uaaalll esse capítulo foi demaissssssss... Adorei a vingança que betão iniciou... Continue assim, com muita crueldade... Tô adorando ver Cristóvão caindo feito um pato na armação do Betão... Espero mesmo ver muito o Rômulo ainda... Vc me fez gostar dele como sempre faz neh hahaha agora, q final é esse? Seu malvado... Não acredito que vc parou bem na hora que o betão ia falar com o franguinho.... espero q onencontro seja logo, muito logo hahaha Aguardando ansioso o capítulo de hoje... Bjos meu nego

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"O que os olhos não veem, o coração não sente". Ricardo não precisa ver o que o Betão fará, basta que ele dê um fim em Cristóvão deforma que ninguém o procure. Depois, basta ser feliz ao lado de Ricardo. Um abraço carinhoso,

Plutão

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Sobre essa vinganca: "Não sei o que dizer, apenas sentir..." haha. E ainda não sei o que pode acontecer afrente, já que o senhor tem o dom de fazer o jogo virar de uma hora pra outra rs, abracos man...

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Taquepariooo. Vou guentar esperar não. Vou definhar que bem o Fred até sábado. E lembre-se. Nada de 12 capítulos. Ou as torturas que foram infligidas ao betão esses anos, serão brincadeira de criança com o que eu fatei contigo

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Devia ter mas escritores/leitores, assim como vc viu cara o que vc fez é incrível mano, e li tdos os contos do Matheus do principio ao fim e o conto q sempre quis q ele voltasse a escrever era esse e olha q fiquei mt feliz quando vi q vc iria dar continuidade no conto. To aqui amando cada cp e torcendo sempre e sempre que o Betão e o Ricardo fiquem junto e q tbm o Rómulo encontre a sua Sarah... E esse capítulo hem gente, foi massa rs continua logo pfvr

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Não gosto muito de violência, mas estava anciosa por essa hr(a hora da vingança).

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cara posta mais um antes de sabado pfv... Esse cap eu tava esperando a mto tempo \o/ . sua escrita é mto boa fko ansiosa esperando continuação. to adorando... bjao

#soufaGordin rs

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Caralho tu és muito foda velho, tô lendo enlouquecida esse capítulo!!! Parabéns e continua por favor, tá maravilhoso!!! 👏👏👏👏😍😍✌✊🙌😉

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Não seja tão modesto, qquerido. Vc é um ótimo escritor, não vejo erro algum na sua escrita... Ai meu Deus! Minhas unhas já se foram! Tô numa agonia só aqui, o

tô muito curiosa! Bjs meu lindo!

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Realmente foi forte, não gosto muito de cena de tortura e violência, deu até pena. Mas fazer o que?! Aqui se faz, aqui se paga; quem com ferro fere, com ferros erá ferido; quem semeia vento colhe tempestade; quem não chora não mama segura meu bem a chupeta lugar quente é na cama ou então no bola preta, e outros ditados ditos por nossa avó. parabéns meu lindo!

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Oi Lindo!!! Menino sou contra violência, mas estou torcendo pelo sofrimento do Fred e do Cristovão, será que sou uma menina má? kkk. Assim você criou um desfecho muito legal para uma estória que parou de maneira tão triste. Louca pra ver o reencontro dos dois e ver a felicidade do Romulo também. Beijos Lindo!!!

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Como esperei por essa revanche... Ta pouco po Fred comparado as atrocidades q ele fez... Qnt ao velho, ele prcisa muito saber oq é dor e sofrimento... Otima sua visao para este conto. Grande abraço

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Estou putrefato! Fred se fodeo muiiiiiiito bonito. Cristóvão tadinho, já tô até imaginando. Se foi bom? Foi Ótchimo! Mais Mais Mais

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Se tu fizer o fred o Cristóvão escapar, eu vou atrás de tu. Tô doido pra vê a raposa e o frango se comendo kkkk.tomara q o betinho seja peludo kkk

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Aiiiiiii vou morrer de ansiedade! Não vou aguentar até sábado!

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