Oi galerinha! Então, parece que o começo agradou, agradeço os primeiros que comentaram e votaram.
Ru/ruanito: Cara, se vc achou massa, então sei que está bom, afinal, vc é um grande leitor aqui na casa. Você acredita que para escolher algum conto eu ia no teu perfil ver o que vc estava acompanhando? Pensava: se ele está acompanhando, deve ser bom... Enfim, agradeço querido.
VALTERSÓ, não entendi muito bem sua queixa, mas as vezes as pessoas fazem coisas idiotas mesmo, ainda mais na idade do Otávio, se têm muito medo, muita insegurança e dai acabamos fazendo merda, não é? Obrigado por ter lido e votado.
Monster: Adorei voltar também, meio inseguro pelo longo tempo de distância, mas estamos ai! Sim, ele sumiu, ou morreu ou virou crente kkkk. forte abraço.
Gordin.leitor: Meu bebezão! Obrigado por ter incentivado a postar, vamos ver no que vai dar.Adoro vc leke.
BDSP: Obrigado, espero que continue acompanhando.
Hello (mãozinha): Obrigado pelo primeiro comentário! Vamos ver o desenrolar dessa história.
Ambos demos um pulo da cama. Eu estava estático, não sabia o que fazer ou falar. Ele me olhava com cara de medo, pavor, pânico, sabe-se lá. Minha cabeça era um turbilhão, o que fazer? Sei que fiquei com muita raiva, por que ele era viado. Eu compartilhei minha vida com ele e ele me escondeu isso, me enganou mentiu pra mim. Eu fui o melhor amigo que ele pôde ter, estava me sentindo traído.
- Tavinho eu posso explicar. Eu acabei ficando bêbado e não me controlei, quando vi já estava fazendo isso. Me perdoa. - mas eu só puxei minha bermuda e minha cueca e me levantei. - Onde você vai?
-pra casa. - respondi de forma seca e fria, mostrando a raiva que estava sentindo.
-Mas são 2 da manhã, é perigoso, não vai. Vamos conversar, por favor. - fui até a porta e ela estava trancada.
- Abre essa porra agora! - ele nem discutiu mais, abriu a porta e foi caminhando até o portão. Destrancou, mas antes de abrir me pediu de novo:
- Otávio, me perdoa meu irmão, por favor. - mas eu não quis saber, abri o portão e ao sai o bati forte. Mas ele abriu e me chamou mais uma vez - Otávio! - foi impossível não olhar - não conta pra ninguém, tá?
"Como ele pode me trair desse jeito?", pensava o Otávio, enquanto o outro se abraçava ao travesseiro chorando a noite toda. Os dois maldiziam aquele dia em que a amizade dos dois foi abalada para sempre. O primeiro não queria mais saber do ex amigo, para ele era inconcebível ter um amigo viado. O segundo maldizia o amor que sentia pelo amigo e que graças àquela desgraçada vodka, que fora obrigado a tomar, deixou-se levar pelo desejo, perdendo seu único e verdadeiro amigo. A noite foi longa para os dois, mas para Bruno foi pior, pois Otávio tinha conseguido dormir algumas horas antes de levantar para ir à escola. "Que merda será esse dia" pensaram os dois. "como será que ele está?" também pensaram os dois. Se arrumaram, mas apenas o mais novo conseguiu tomar café da manhã. Ao saírem no portão não conseguiram não se olharem. Era conscidência demais os dois saírem ao mesmo tempo para a escola. Ao olharem um para o outro, ambos perceberam como estavam. Bruno estava arrasado, com a cara inchada e olheiras imensas, sinal da sua noite não dormida. Otávio também tinha olheiras, mas estava mais disposto que o antigo amigo. O primeiro fez um sinal de saudação para o segundo na esperança de poderem conversar, mas este apenas virou as costas e seguiu seu caminho. Mais uma vez as lágrimas desceram pelo rosto de Bruno que simplesmente deu meia volta e foi para casa.
No colégio nada fazia sentido para Otávio. As aulas não passavam por nada desse mundo, estava louco para chegar o intervalo e poder ver se o Bruno estava bem. Claro que estava preocupado, ver como ele estava de manhã o deixou comovido. Nunca tinha visto o amigo naquele estado, ele sempre fora forte, sempre aguentou tudo com coragem, mas parece que aquela era sua fraqueza. "Como posso deixar ele sofrer assim? Como posso aceitar a viadagem dele? Será que ele gosta de mim? Será que tem tesão em mim? Será que se eu deixasse ele me chupar ele daria pra mim? Que loucura Otávio! Como pode pensar em algo assim? Foi traição, crocodilagem, coisa que não se faz com um amigo! Ele ainda teve a cara de pau de pedir para eu não contar pra ninguém, minha vontade era exatamente essa, espalhar pra geral que ele me agarrou. Porém eu nunca faria isso, nunca magoaria ele tanto assim, ele é meu brother, é viado, mas ainda assim é meu brother."
O sino do intervalo despertou ele dos seus pensamentos e ele foi correndo até o pátio para ver se o encontrava, mas não o achou. Depois foi ao andar dele e nada, passou em frente sua sala e nada, por fim perguntou a um de seus colegas onde ele estava, mas este disse que o mais velho não tinha ido a escola naquele dia. A cabeça de Otávio começou a doer tamanha eram as dúvidas que apareceram. "Será que está bem? Será que está fugindo de mim? Fui muito duro com ele, o coitado está sofrendo. Bem feito! A culpa foi dele mesmo. Aquele traíra!" seus sentimentos era assim, as vezes de compaixão outras de fúria. Ao saber que o ex amigo não estava na escola, ligou pra mãe pedindo pra ela ir ver como ele estava, mas que disfarçasse. A mãe, já conhecendo o filho perguntou:
- Que merda você fez dessa vez?
-Não fiz nada mãe, dessa vez ele que pisou na bola comigo, e eu fui um pouco ignorante.
- Menino, você é um ogro! Puxou seu pai, não sei de onde você tira tanta ignorância, o Bruno é um amor de pessoa, ninguém tem queixa dele e você ainda esculacha o pobre coitado? Deveria é ser igual a ele e parar de me deixar de cabelo branco.
- Quer que eu seja viado e fique chupando rola por aí? - quase perguntei isso, mas reconsiderei e disse: - mãe, para de drama, vai poder fazer isso pra mim?
-Só vou por que também estou preocupada. A mãe dele viajou e o coitado está sozinho.
-mãe ele não pode saber que a senhora está sondando ele, ok?
-Tá tá tá já sei. Sou do FBI agora... Tchau seu chato!
- Te amo mãe.
- também te amo - ele que me ensinou a dizer eu te amo para meus pais, eles nem acreditaram, mas minha relação com minha família melhorou muito depois disso.
Agora era só esperar. Não passou nem 5 mim e minha mãe ligou pra mim.
- Oi mãe, diz aí.
- Otávio, ele viajou, foi ficar com a mãe na casa da avó.
- O que? É sério?
- Sim, eu fui lá e a casa estava vazia, então liguei pra Sônia e ele estava a caminho, decidiu hoje cedo viajar. O que você fez menino?
- Não fiz nada mãe, mas talvez seja melhor assim.
- Em casa conversamos melhor sobre isso. - Então ele havia viajado, na verdade fugiu.
Ele sabia que quando o Otávio estava com raiva de alguém ele não era de perdoar, então preferiu ir para longe, esperar a poeira abaixar e quando voltar tentar uma reaproximação.
Nas semanas que ele ficou fora, Otávio não parou de pensar no seu vizinho um instante sequer. Eles antes faziam tudo juntos, exceto quando o mais novo saia com "turma". No final da primeira semana a raiva não estava mais em seu coração, agora era a saudade que dominava seu peito. Ele queria ter noticias do outro, saber se ainda estava triste, se estava bem, o que comeu, o que estava vestindo, o que estava fazendo, qualquer coisa. Pensou algumas vezes em pegar um avião e ir atrás dele, mas seria ridículo e sua família nunca deixaria, pois o Bruno tinha nota e histórico ótimo para faltar até 3 meses de aula, ele não. Ele ficava no seu computador olhando o perfil do Facebook do outro, percebeu uma coisa, sua vida era mais interessante com o amigo. Sem ele nem sair com a turma era mais legal, final, pra quem iria contar as loucuras que fazia? Quem ele ia querer impressionar? De quem ele iria querer chamar a atenção? Exatamente! Ele percebeu que tudo o que fazia era para que bruno o admirasse sentisse orgulho dele, queria ser forte para defender o amigo que achava inocente demais. Queria que Bruno o elogiasse, afinal, não importava a opinião de mais ninguém. Ele era importante em sua vida. Talvez estivessem exagerando, mas era isso que sentia.
Durante essa semana perturbava a mãe quase que diariamente para ligar para dona Sônia fingindo querer saber da mãe dela, mas na verdade ele só estava interessado em receber notícias do Bruno, mas a mulher só dizia "está bem", Mas "está bem" é alguma informação que preste? Sua mãe, no meio da segunda semana, ao voltar da escola, disse a ele algo que cortou seu coração.
- Oi mãe tudo bem?
-Oi Otávio, tira esse tênis sujo, pelo amor de Deus!
- tá bom mãe, já tirei. E aí, me diz, dona Sonia ligou?
- Ligou sim e olha, parece que a mãe dela está bem melhor, já está em casa e tudo.
- Ótimo, maravilha! E ela disse quando eles voltam?
- Então filho, parece que ela volta na sexta, mas o Bruno decidiu ficar para cuidar da vó.
- Como assim mãe? Ele estuda, não pode ficar perdendo aula assim, parece que não pensa!
- Ele vai se mudar pra lá de vez, vai morar com a vó . - aquilo foi um balde de água fria, logo um frio desceu ao estômago e meus olhos marejados, mas me mantive firme.
- Que bom pra ele. Valeu mãe.
- O almoço vai sair daqui a pouco.
"Mas nem respondi, fui para o meu quarto e me tranquei lá. Que ódio eu estava sentindo, como ele podia ter feito isso comigo? Me abandonado assim! Que morra pra lá naquele fim de mundo!" - Otávio pensava isso, mas quando percebeu já estava chorando e não conseguia parar. Ele estava chorando tudo o que estava sentindo e guardando por todos esses dias. Descobrir que talvez nunca mais iria ver seu amigo foi o estopim.
Sua vida mudou depois disso, ele que era mais de ir à festinhas, ficar na rua fazendo bagunça passou a ficar mais caseiro, indo da escola pra casa, da casa pra academia e da academia pra casa. Ele treinava boxe e isso o fazia esquecer o amigo que não tinha mais, bem, pelo menos um tempo, pouco tempo. Na sexta a mãe dele voltou e como anunciado ele ficou para cuidar da avó e fazer uns cursos lá. "Que porra de curso ele faria no meio do mato? Só se quisesse virar carrapato! Minha raiva só aumentava e eu descontava tudo no saco de areia que havia pendurado no meu quarto."
Passava mais tempo socando aquilo que vendo TV, pelo menos fez bem aos meus braços e pernas.
"Dois meses se passaram e eu só ouvia a mesma coisa com relação a ele, vindo da boca da minha mãe "ele está bem" que ódio eu tinha dessa frase, não por ele estar bem de verdade, mas porque ela não me dizia nada, se estava magro ou gordo, se cortou o cabelo, se comprou roupas novas, se saiu com alguém, se estava namorando, se estava gostando da escola nova, se tinha gente bonita na sala dele, se ele ficou afim de alguém, se estava feliz, se tinha me esquecido, se ainda gostava de mim, se ainda se lembrava que eu existo, se me perdoou pelo jeito que agi com ele... Dois meses e nenhuma dessas perguntas respondidas. Eu já tinha perdido a esperança de revê-lo um dia e pensar nisso sempre me fazia chorar. Se eu tivesse dinheiro, iria lá vê-lo, mas também seria humilhante demais.
Eu olhava o Facebook dele e nada, nenhuma atividade, nenhuma pastagem, nenhuma curtida, parecia morto, eu fiz o mesmo com o meu, pois eu tinha quase certeza que ele fazia a mesma coisa que eu. Um dia, depois de todo esse tempo, ele postou apenas uma frase "o dia hoje está lindo, sinal de calmaria a frente." Eu nem pensei duas vezes e curti. Não sabia se aquilo era uma mensagem pra mim, mas sendo ou não agora ele sabia que eu estava acompanhando ele, e que podia me chamar pra conversar se quisesse, mas não aconteceu. Ficava olhando aquela postagem todo dia para ver se dava outro sinal de vida, mas não.
Mais duas semanas se passaram e nada de novo aconteceu. Eu realmente tinha desistido dele, de reencontra-lo de reaver nossa amizade, estava infelizmente me conformando. Na escola a muito tempo tinham notado minha mudança. O que antes era o "vida louca", agora eu era o caladão. Entrava mudo e saia calado do colégio. A "turma" se afastou de mim, os colegas só falavam e eu só respondia o básico. Eu estava triste, tinha perdido um irmão e minha única satisfação eram os treinos, tanto que o treinador quis me colocar pra competir com dois meses de treinamento, eu levava jeito, mas não queria isso, só queria ficar em paz no meu canto. Com essa história na cabeça eu fui pra casa, pensando se aceitaria ou não. Ao chegar na minha rua eu tomei um susto, o Bruno estava lá, sentado no portão da casa dele, mexendo no celular."E agora?! Espero que vocês tenham gostado de Cícero, pois vai ter mais dele por aqui kkkk. Forte abraço a todos.