João e o Pé de Feijão - 10

Um conto erótico de Tazmania
Categoria: Homossexual
Contém 2530 palavras
Data: 08/09/2016 22:55:51

Oi queridos! Vamos a mais uma parte dessa história de amor. Mas antes, vamos aos comentários:

Hogu: Ah vai algumas surpresas são legais, o problema está na espectativa. Obrigado pelo comentário seu lindo.

Loiirinha: Você quase acertou, leia o de hoje e você descobrirá. Bjus.

VALTERSÓ: Oi queridão, realmente, Otávio amadureceu demais depois que começou a namorar, mas seu temperamento ainda lhe trará problemas. Obrigado por me acompanhar lindo.

Flor de Maio: Com certeza será uma grande surpresa! Obrigado pelo comentário.

Sr. Malfoy, William26, Hello e Cintia C: Otávio até que conseguiu fazer o que ele queria, a história vai entrar em uma outra fase. Ele é uma pessoa orgulhosa, isso justifica toda a sua atitude nesse caso e mais a frente também. Valeu por estarem comigo. Grande bejuuu!!

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Nas festas de fim de ano eu passei o natal com ele, no Rio, e depois fomos juntos para Fortaleza. Lá foi quase uma lua de mel. Ficamos quase um mês passeando pelo nordeste e namorando bastante. Essa foi a nossa primeira viagem juntos, visto que eu estava trabalhando e ele estava ganhando bem com os prêmios então deu para nós aproveitarmos, aproveitamos tanto nossa vida de namorados, como se soubéssemos o que estava por vir.

Depois que voltamos, eu ainda fiquei com minha mãe uns dias e foi até bom, pois pude viver um momento extraordinário na vida dele. Era por volta das 22:00 hs quando eu ouvi uma gritaria vinda da casa dele. Era algo muito estranho, mas ele e a mãe gritavam enlouquecidamente. Eu mais que depressa levantei e fui até lá. Abri o portão e encontrei os dois pulando na sala e o pai dele tentando acalmar os dois. Estavam felizes e os gritos eram de comemoração, mas o que comemoravam?

- Ahhhhh mãe, não tô acreditando! Obrigado meu Deus! Obrigado Senhor!

- Oh meu Deus, que felicidade menino, acho que vou morrer de alegria.

- Gente, é muito bom mesmo, mas falem baixo, os vizinhos!

- Já estou aqui. O que aconteceu? Ouvi os gritos e vim ver se precisavam de alguma coisa.

- Brunããooo eu tenho uma notícia para te dar, algo maravilhoso, bem, pelo menos eu acho, acho que você vai gostar também.

- Me conta logo criatura!

- Você está olhando para o mais novo estudante de engenharia química da USP.

- É o que?! Como assim? Você fez o vestibular de lá? Você passou?

- Sim, isso mesmo, acabei de ver na internet que eu fui aprovado.

- Nossa am.. Tavinho! Eu nem sei o que dizer! Que felicidade meu amigo!

- Isso é maravilhoso, não é Bruno. – dizia a mãe dele. Mas eu estava ainda fora do ar, meio que não entendi bem o que tinha acontecido.

Ele não me havia falado que iria fazer prova na USP, muito menos foi fazer, como ele passou pra lá? Os outros vestibulares que tinha feito não foram muito bons, mas como ele passou logo para a USP?

- Sim, claro que é, mas você tem certeza? Quando você fez o vestibular de lá?

- Bem, ai eu tenho que te contar depois, agora comemora comigo, vai.

- claro! Vamos beber e hoje você vai tomar um champanhe comigo.

- Eu não bebo e você sabe.

- Champanhe não é beber, é comemorar. Vou lá em casa buscar. – Eu ia para casa refletindo sobre aquela informação. Ele havia se inscrito na USP e não havia me falado, foi para São Paulo sem falar nada comigo, deve ter ido e nem foi me ver, aquilo foi me irritando, ele teria que me explicar bem aquilo. – Olha o champanhe!

- Vou buscar as taças. – falou a mãe dele.

- Estou sentindo cheiro de casamento – falou o pai dele.

- Pai!! Por favor né.

- Ué filho, não é verdade, agora vocês vão poder morar juntos.

- Não pai, teremos que conversar primeiro, não é Bruno.

- É, o Otávio tem que me explicar algumas coisas tio.

- O que amor?

- Olhas as taças, vamos abrindo o champagne – disse a mãe dele.

- Sim – O pai dele abriu o champanhe e eles aplaudiram. Eu forçava um sorriso, mas ele via nos meus olhos que eu estava irritado.

- Agora temos que ver uma casa né filho, quando começam as aulas? – perguntou ela.

- Em março, ainda temos tempo para ver isso mãe.

- É, mas bem que você poderia dividir o aluguel com o Bruno né? – e para mim - Seria um alívio nas suas contas, não é meu filho. – Ela me chamava de filho também. – Você mora perto da USP?

- Não sei dona Cecília, a USP tem vários campus, e depende do curso que ele escolheu. Tem que ver. E sim, seria uma ajuda nas contas, mas tem que ver se o Otávio vai querer ir para lá, talvez ele queria mais privacidade, vamos conversar melhor depois. Hoje é dia de comemorar. – Ele também me olhava sério, queria conversar com ele logo e que ele explicasse tudo aquilo. – Mas deixo a comemoração para vocês, eu vou voltar pra casa. Mais uma vez parabéns Tavinho, você merece.

- Obrigado amigo. Eu vou te levar lá no portão.

- Volta logo filho a gente tem que ver um monte de coisas! Uhuuuu!! – É, a dona Cecília estava feliz mesmo. Fomos andando até o meu portão e lá ia me despedir dele, mas ele impediu.

- Vamos conversar um pouco?

- Eu não quero conversar nada com você!

- Como não? Quero saber o que está te aborrecendo. Eu ter passado para uma universidade boa te surpreendeu tanto assim? – não entendi o motivo do sarcasmo dele, mas só estava me irritando mais.

- Como você pode falar algo assim? Sabe que estou feliz por você, e feliz demais. Quero mesmo que você cresça e seja cada vez mais feliz.

- Então o que está te chateando?

- Você não ter me contado nada sobre isso. Quando você fez a prova? Você teve a coragem de ir a São Paulo e não em falar nada? Eu não sou nada pra você Otávio, sou mesmo só seu amigo?

- Calma, te explicar isso é meio difícil, mas eu escondi isso de você sim. Fiz a prova naquela semana que passei na sua casa, essa prova era a minha luta. Eu queria me provar e não queria criar expectativa em você, se eu não conseguisse e você não soubesse a frustração seria só minha. Eu não queria te decepcionar.

- Mas e os outros vestibulares que você tomou bomba? Como você achou que eu iria me decepcionar com você, isso é ridículo, você não me conhece mesmo! Como pode?! Três anos de relacionamento, já indo para quatro e você não me conhece, não sabe o que sinto por você.

- Os outros vestibulares não me permitiriam casar com você! – Não acreditei que ele falou aquilo. Eu fiquei calado olhando para ele, meio que querendo saber se era real aquilo.

- Casar? – parece que ele percebeu o que falou e tentou concertar.

- Bem é... Eu... é... na verdade, bem é... melhor eu ir pra casa, não é bom a gente ficar assim na rua essa hora da noite.

- Otávio, você pensou em se casar comigo?

- Esquece Bruno, eu sou idiota, foi infantilidade minha, até parece que você ia querer algo assim, que besteira kkk – ele sorria muito sem graça, dava pra ver que estava morrendo de vergonha. – Vamos continuar conversando amanhã, é melhor não é? – Uma alegria sem igual me invadiu, até esqueci a história do vestibular.

- Não, vamos falar agora. Cadê meu anel?

- Anel?

- Você me pede em casamento e nem tem anel?

- Está brincando né?

- Não. Quando você se muda lá pra casa?

- Bruno, isso não é brincadeira, morar junto é radical.

- Eu sei, mas eu quero, não aguento mais a gente se vendo quando dá. Quero você pra mim, todo pra mim. – Ele abaixou os olhos e ficou meio pensativo.

- Eu sempre quis isso, mas você que não quis assim. – fiquei envergonhado com o que ele disse.

- Sabe a única coisa que eu odeio em você?

- Só uma?! Rsrs.

- Odeio quando você guarda seus sentimentos e joga pra fora depois que a gente toma todas as escolhas erradas. – meus olhos me traíram e eu comecei a chorar.

- Não é tudo o que eu sinto que eu tenho que contar.

- Mas que eu morar fora da cidade estava te deixando na merda, deveria. Que você acha que eu não tenho expectativas do seu sucesso; que você fica triste porque eu não gosto que você luta; que você sente vergonha de conhecer meus amigos por ser lutador. Como eu posso saber como agir com você, se você não me conta nada?

- Mas eu conto.

- Só conta o que vai me deixar bem. Para de tentar ser meu herói, que quer me proteger de tudo, até mesmo de você.

- Eu te amo, como nunca amei ninguém e nunca amei mesmo. Você é o meu primeiro amor e espero que seja o último. Isso você tem que saber e acreditar, o resto é resto. Eu não estou chateado pelas suas escolhas, não estou chateado por você não gostar da minha profissão, não estou chateado pelos seus amigos serem idiotas. Entende uma coisa, o mundo não funciona como eu quero. Eu aprendi a lidar com meus sentimentos e o que eu não gosto, vai pro saco, eu encho de porrada e acabou. Não vou te obrigar a se mudar porque eu gostaria de ter você comigo sempre, não vou obrigar você a gostar do meu boxe, não vou obrigar você a mudar de amigos. O que eu quero e eu posso fazer é você feliz, se você for feliz, eu também vou ser. – Que lindo.

- Foi a coisa mais linda que você já me falou, mais linda que já me falaram na vida e talvez nunca mais escute algo assim. Me perdoa por ter te feito sofrer, eu sou muito egoísta, penso muito em mim, antes mesmo de pensar em qualquer outra coisa.

- Esse é o meu Nuno. – Ele falou me abraçando pela cintura.

- Seu Nuno só faz merda.

- É fazendo merda que se aduba a vida. Eu te amo e quero morar com você, você deixa eu invadir sua vida?

- Claro, eu te amo demais, sempre te amei e vou te amar pra sempre. – Nosso beijo selou aquele momento. – Volta pra sua família vai, senão sua mãe vai vir atrás de você.

- Eu vou, mas amanhã a gente pensa no casório, ok?

- Ok seu bobo kkk Te amo.

- Também te amo. Até amanhã.

Eu não conseguia ficar irritado com ele. Ele sempre conseguia manobrar e me fazer ver que nosso amor é maior do que nossas briguinhas. Agora moraríamos juntos, finalmente viveríamos nosso amor plenamente, seríamos um do outro. Ali em uma cidade desconhecida, um apoiaria o outro.

Assim aconteceu e depois de um mês ele já estava com tudo pronto para a mudança, na verdade, a mala pronta, pois como eu já tinha tudo ele não precisaria levar quase nada, só seus itens pessoais.

Quando ele chegou foi tudo muito maravilhoso, eu nem estava acreditando que finalmente teria ele comigo, dormiríamos juntos sem medos, sem se esconder, seríamos de fato um do outro. Nem preciso dizer o que rolou na nossa lua de mel não é?

Nos primeiros dias tudo eram flores, belas flores. Saíamos quase juntos para a faculdade, de manhã, de lá eu ia para o trabalho e ele voltava para casa, visto que ainda não tinha ido procurar emprego. Quando eu chegava em casa o jantar já estava feito, ele estava de banho tomado e me esperava para compartilhar o dia, a vida. Como eu estava feliz! Ele era um príncipe, carinhoso, atencioso, dedicado em me agradar, era sexo todo dia de manhã e de noite, era maravilhoso.

Mas com o passar do tempo eu fui descobrindo que nem tudo eram flores, claro que ele tinha seus defeitos e manias que me irritava, como por exemplo ser meio dominador: ele gostava sempre de saber onde eu estava ou o que estava fazendo, sabia que não era por ciúme, mas nossa conversa sempre começava com “ ta onde?” ou “ ta fazendo o que?”, sei lá, isso me prendia um pouco, mas dava pra contornar. Ele também era ignorante sempre que era contrariado, e jogava indiretas ao invés de falar logo o que lhe estava incomodando. Era clássico, quando ele ficava irritado, ele fechava a cara e estufava o peitoral, para parecer mais intimidador, mas coitado, comigo não funcionava. Já até ameacei ele com um alfinete, dizendo que iria estourar ele se continuasse estufando o peito pra mim. Ele roncava um pouco e comia descontroladamente. Era um ogro, mas o ogro que eu amava. Depois de quatro anos nós aprendemos a conviver com os defeitos um do outro, mas ali, morando juntos, os defeitos ficam mais aparentes.

Eu era organizado, ele bagunceiro; eu era baladeiro, ele era caseiro; eu era sério até demais, ele era engraçado; Ele lutava, eu lia. Por mais que várias coisas nos diferenciavam, parecia que tudo isso nos completava. Saíamos sempre aos fins de semana, as vezes ele ia com a minha turma, mas ele não gostava, sabia que tinha medo de ser maltratado por ser lutador.

- E ai meu gato, vamos sair hoje? – perguntei ao chegar em casa na sexta.

- Vamos sim, vamos comer uma pizza?

- Ah não amor, meus amigos nos chamaram para um barzinho mais tarde.

- Ah – ele parecia decepcionado. – Pensei que era só para nós dois.

- Poxa, vamos amor, vai ser divertido.

- Não Bruno, eu prefiro ficar aqui, mas você pode ir, pode sair com seus amigos.

- Não amor, sem você eu não vou.

- Que besteira.

Era sempre essa conversa quando era para sairmos. Na maioria das vezes ele conseguia fazer com que eu fique em casa. Eu queria levar ele para sair já que estava entediado, pois depois de um mês ainda não tinha conseguido emprego e nem uma academia para treinar. De uma coisa eu nunca poderia duvidar, ele me amava. Ao se mudar para São Paulo ele finalmente abriu mão do boxe e seria apenas um estudante. Mas com o passar o tempo eu vi que ele não estava feliz, sabia que faltava alguma coisa a ele. Então comecei a apoiar ele a voltar para os treinos.

- Tavinho, você não pensa em voltar a treinar não?

- Pra que? Não conheço nada aqui, meu treinador ficou de arrumar uma academia, mas eu não quis, agora estou sozinho, ai fica difícil.

- Liga pra ele e pede para te indicar ué. Não quero ver você assim, você precisa esmurrar algo.

- Traz o Thiago aqui, adoraria dar uns socos nele. – Thiago era um colega meu que era um pouco mais íntimo, então o Otávio tinha ciúme dele.

- Deixa de ser bobo, falo sério. Promete que vai ligar?

- Vou pensar.

- Se você não ligar, eu ligo.

- Está certo! Vou ligar... Mas não sei por que esse seu interesse que eu volte a lutar, você nunca gostou.

- Porque eu te amo e eu sei que você adora. Se você está feliz eu também fico, e se você voltar eu prometo até ir ver você socar uns idiotas.

- kkk Essa eu quero ver. Vou ligar amanhã.

- Ótimo! Agora vamos malhar um pouquinho no quarto?

- Você é muito safado sabia?

- Como se você não gostasse.

Como todos os dias, terminamos na cama, fazendo um amorzinho gostoso.

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Comentários

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Poise, parece que os problemas estão a caminho

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Eu achei fofo o jeito do Tavinho, mas o Bruno tem razão em reclamar um pouco! Rsrs, no começo do capítulo eu vi que eles vieram pra Fortaleza, pena que são personagens adoraria conhece-los! Hahaha, beijos meu lindo agora estou em dias com a leitura! Beijão! ♡♡♡

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CAIM MATOU ABEL. BRUNO COM INVEJA DE OTÁVIO. BRUNO NA PUC COM BOLSA E OTÁVIO NA USP. RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS REALMENTE OTÁVIO É MARAVILHOSO. GOSTO DA PERSONALIDADE DELE. SEMPRE SENSATO.

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Tô amando a história, só espero que não aparece uma terceira pessoa para atrapalha!

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O capítulo ta muito bom, mas eu acho que quando está tudo muito bom eu acho que vem tempestade por ai.

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O conto e legal, mais seila esta numa vibe meio repetitiva

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