Boa noite queridos leitores, agradeço os votos e comentários do primeiro capítulo da 2° temporada, como avisei ele não teria grandes acontecimentos seria mais introdutório, a história pode estar sendo longa e massante como um leitor destacou no comentário, mas é assim que tem que ser.Pensei muito se escreveria ou não esse capítulo, ele já está pronto há algum tempo e creio eu que muitos não vão gostar e irão até ver o Nando como um promíscuo.Decidi acelerar um pouco a história sem deixar a qualidade de lado, vou tentar mostrar o Fernando um pouco mais adulto já que ele logo completará seus 20 anos de idade. A partir do 3° capítulo ele vai mudar, vai se deparar com uma situação em que ele vai ter que amadurecer. Dicas e comentários são sempre bem vindos.Agradeço em especial a CintiaC, FlaAngel e ValterSó que estão comigo desde os início comentando e votando.No mais boa leitura...
Continuem votando e comentando, isso me motiva a continuar e desculpem a demora estive recedendo alguns fornecedores essa semana e não consegui postar antes.
Talles de Lima: Meu amigo, seus comentários ainda me deixam sem graça.Confesso que adoro a forma de escrita que você adota e os elogios que você me dá na linguagem culta,cara você deve ser muito inteligente pois percebe-se pela sua forma de escrita, agora de escrita digna de um livro, quem sou eu?Mas eu fico muito feliz que você esteja curtindo meu conto e mais feliz ainda pela responsabilidade de agradar um leitor tão exigente como você.
Haliax: Haliax vou ser franco contigo, primeiramente eu não te obriguei a ler o meu conto, eu posto e ler quem quer, tanto que muitos leitores demonstram um carinho não só pelo meu conto mas por mim, eu fico feliz de ter atraído a sua atenção, se você acha que vale a pena ler, por mim tudo bem, o meu conto tem potencial... que bom... , eu fico muito feliz em ouvir isso.
Eu poderia me ofender e partir pra ignorância e tecer várias linhas de frustração aqui, mas minha intenção não é essa, como um escritor que está aqui pra trocar conhecimento com outros escritores e leitores eu fico grato pelos toques que você me deu, mas o conto é meu e quem acha o que é melhor pra ele sou eu, aceito dicas e sugestões procurando agradar todos os meus leitores, mas do jeito que você falou do meu conto eu achei que estava recebendo críticas de alguém da academia brasileira de letras..até ler o teus e enfim... não me impressionou sua escrita é boa mas temos diferentes maneiras de escrever.Cara é meu primeiro conto, estou tentando melhorar a cada capítulo e ele vai seguir como eu acho que deve, eu sei que pode estar chato e estar sendo arrastado mas eu me preocupo com a opinião geral e não individual.
O meu conto está da maneira que tem que ser, eu digo isso pois vejo alguns contos onde o personagem principal tem uma foda rápida, ou que é virgem e acaba virando um viado putinha na cama, ou da pro bairro inteiro, pra família inteira, não estou aqui pra criticar mas não é meu estilo, já lhe adianto que se for pra escrever a história pobre em detalhes prefiro nem escrever, meus fiéis leitores merecem algo de qualidade, você sabe que meus contos são detalhados, mas está certo em um ponto, o tempo demorou a passar mas não concordo com você sobre a história estar arrastada, vou tentar acelerar mais ela e evoluir com os personagens, mas não gostei do jeito que você falou do Fernando.É óbvio que ele é mimado, ele é “RICO” e tem 19 anos, aceite, mas o que você não percebeu e a maioria dos leitores já é que Fernando é humilde, tem um bom coração e o fato de ser rico não o faz melhor que os outros, como assim ele não faz nada, não sei em que sentido você quis se expressar, em eventuais comentários seja mais claro por favor.
Marcos pode ter um BMW M3, é um excelente carro (eu mesmo já dirigi um algumas vezes, acredite é muito bom), ele tem dinheiro mas não sai de casa por que ele tem ciúmes do Fernando com o Giovane, pro Marcos o intruso é o Fernando tanto é que Nando saiu de casa e pro Marcos isso é uma vitória (cara esse lance de morar com os pais e bem comum em famílias italianas, acredito que não seja seu caso ser descendente, se você ainda não percebeu tem algumas influências como o próprio drama sem graça que você falou).A briguinha boba com Marcos não é boba não,mas acredito que isso você percebeu também, Luiz não persegue Fernando ele é apaixonado por ele, dar aula na faculdade é mero acaso, pois ele não sabia que o Fernando iria estudar na turma, eu volto a afirmar que você não deve ter lido direito meu conto, o Fernando passou por poucas e boas, ele se defende como pode, é fraco mas é forte ao mesmo tempo, o beijo de Giovanna vai desencadear uma reação no conto, no fim você é ajudado pela pessoa que menos imagina.
O Felipe é o melhor amigo do Fernando e não o “baba ovo” como você disse, no próximo capítulo tem cena de sexo com ele. Por último se a “primeira temporada” fosse pra ser conclusiva eu acabaria o conto nela, muito cuidado como você contextualiza determinadas palavras, agora no próximo comentário se é que vai ter seja mais direto e use argumentos mais firmes, sei que você deve ser um leitor exigente cara, mas convenhamos ambos somos amadores, gostei do seu conto “ O Detetive” , interessante, eu faço do jeito que posso, mas prefiro pecar no andamento do conto do que entregar um serviço porco pra vocês lerem, se não faço isso no trabalho não vai ser aqui que vou fazer.Boa leitura.
VALTERSÓ : Tudo bem, eu reconheço que o capítulo foi um pouco sem graça mesmo, foi introdutório, estou me organizando pra dar continuação a trama, a partir do 3° capítulo o conto começa a ganhar ação, Fernando vai mudar, depois disso vai ficar bem interessante, creio eu que você vai gostar. Continue acompanhando, gosto das suas observações
VALTERSÓ,vejo que é um leitor atento, algumas dicas e críticas dos leitores me ajudam a moldar o conto.Obrigado por acompanhar desde o início o conto.Abraços.
FlaAngel: Que bom que você gostou,fico feliz, eu agradeço pois você já acompanha e comenta meu conto desde o início.Os acontecimentos não param por ai, daqui alguns capítulo farei vocês amarem o Luiz novamente, mas não significa que ele vá ficar com o Nando.
Catita: Que bom que você gostou do capítulo, só posso dizer pra você ter calma, pois logo o “querido Marcos” vai sofrer muito.
Isaac.I.:Tudo bem cara, então eu agradeço pelo elogio, é bom saber que você gosta do conto, por curiosidade eu li um conto da sua página “ Descobrindo o Amor com o Primo” e só posso dizer que foi lindo, achei o final triste, mas nem tudo é alegria não é, continue acompanhando.
Negagata78: Tudo bem, espero estar te agradando com o meu conto, eu fico feliz quando um leitor novo comenta e vota.Então o Nando por mais que odeie e Giovanna não iria expor ela desse jeito, mas acompanhe....
Atheno:Como vai meu amigo? E o calor do Pará?Então como expliquei a Negagata78 o Fernando não iria expor a Giovanna desse jeito, ele não usaria de uma artimanha baixa pra fazer isso, mas tem alguém que tirou a foto sim, o que Fernando vai fazer você vai ver nesse capítulo.
Cintia C:Como você está minha querida, antes quero lhe agradecer, pois como a leitora FlaAngel você me acompanha desde o início do conto, acompanhando e votando, leitora séria, eu agradeço de coração.
henrinovembro: Tudo bem cara, então eu estou tentando deixar o Fernando um pouco mais adulto, menos mimado e mais responsável, agradeço o elogio, continue acompanhando.Aliás e o leão?...
nayarah: Realmente, ela humilhou ele mas não se deu conta que poderia passar por isso, afinal o mundo da voltas né...mas Fernando não seria capaz de sacanear com ela.Então continue acompanhando pois o Marcos vai pirar quando descobrir a verdade.
Plutão: Tudo bem contigo?Não estou pensando nessa possibilidade, mas tudo pode mudar, obrigado pelo carinho e pelo elogio, continue acompanhando.
layla55: Bem feito mesmo não é?Ele crítica tanto o Fernando que não percebeu que a namorada também é homossexual, obrigado por acompanhar o conto.
Boa Leitura...
Ação e Reação – Eu transo com você Felipe – 2° temporada
- O que você está fazendo aqui? – perguntou visivelmente surpresa e incomodada.
- Nossa Giovanna, cade sua educação – fiz uma careta debochada, sua “amiga” tentava não olhar pra mim – aqui é um restaurante, então é normal as pessoas virem almoçar ou jantar aqui, por favor né você é loura mas não exagera – apontei pra fachada do lugar, ela ficou com raiva do comentário.
- Não seja ridículo Fernando! – exclamou ela – você entendeu o que eu quis dizer – retrucou ela.
- Eu ridículo? – ri sarcasticamente – esse papel quem está prestando é você, aliás cuidado pra você não ser descoberta hein – ela olhou ao redor preocupada.
A companheira dela era uma mulher bonita, cabelos e olhos pretos, o braço tatuado, devia estar na faixa do 29 pra 30 anos, 1,70 e sua vestimenta denunciava era como se gritasse sua preferência sexual e sua cara de fechada assustava um pouco.
- O que você quer aqui hein? – perguntou irritada - Você veio julgar a gente, veio nos expor? – perguntou a mulher que abraçou Giovanna por trás e eu ri dessa ação.
- Eu acho que pra expor você só se eu te colocar no armário e te tirar de lá de novo não é? Debochei – mas não se preocupe, eu também sou homossexual e por mais que eu adoraria fazer isso pra dar uma lição em alguém eu não tenho esse direito - Giovanna me olhava com alívio.
- Então, fala logo o que você quer Fernando – disse Giovanna – não está vendo que estamos ocupadas, aliás você está com quem aqui? – perguntou, percebi que o medo dela era que eu estivesse com meu tio.
- O que eu quero? – ri da pergunta de forma sarcástica – eu vim ver com os meus próprios olhos o momento casalzinho de vocês, eu realmente precisava ver de perto – me encostei no carro estacionado e fiquei observando as duas.
- Deixa a gente em paz garoto! – exigiu a “amiga”.
- Fernando, por favor, vai embora – suplicou Giovanna. – eu não quero confusão, depois conversamos melhor – era uma súplica, Giovanna se prestando a isso.
- Mas afinal quem é você Fernando? – perguntou a amiga de forma irônica.
- Desculpa minha falta de educação, deixa eu me apresentar – disse estendendo a mão pra ela– sou o Fernando Parcianelo, primo do namorado da Giovanna! – exclamei- ela me olhou com nojo, nessa hora o clima pesou mesmo.
- Não acredito – ela começou a rir, me incomodei com isso - você é o primo do corno? – perguntou surpresa, era certo que e ela sabia da existência do Marcos, isso me deixou com raiva pois mais que odiasse meu primo e ele fosse corno não gostei dela se referir a ele desse jeito – Giovanna já me falou de você e da sua família – completou, nesse hora fitei Giovanna com reprovação.
- Marcela! – Giovanna reprendeu ela, eu entendi tudo, o lance delas já era de tempos, faziam o meu primo de bobo, bem feito ,eu juro que se gostasse do Marcos sentiria pena dele, mas quem era ela pra me xingar – não fala assim, olha o respeito – completou.
Fiquei bobo de ver Giovanna me tratar cheia de dedos, nem parecia aquela puxa saco barata que não podia ver meu tio no escritório que se rasgava toda.
- Nossa! – me fiz de rogado - tua mãe não te deu educação sua mal educada – exclamei da forma mais debochada e forçada possível – a sapatão sabe xingar, pra andar com uma advogada como ela – apontei pra Giovanna - você tem que se comportar melhor caminhoneira, espero que tenha falado bem de mim Gi... – ela estava perdendo a paciência, era visível.
- Vai embora daqui!– gritou, ela apontou pra direção de onde eu vim e olhou assustada.
- Francamente Giovanna, que nível hein, mas pra mim ta tranquilo, você nessa situação é a prova que o mundo da voltas, então da próxima vez pense bem antes de tentar humilhar os outros...- fui interrompido.
- Algum problema aqui Fernando? – Ágatha chegou por trás de mim e perguntou com cara de poucos amigos.
- Quem é você querida? – perguntou Giovanna analisando minha amiga.
- Ágatha, aliás não me chame de querida – ela voltou o deboche, seu primo nos observava de dentro do restaurante e fazia sinal pro relógio, lembrei que nós tínhamos um compromisso e que esse momento de fight deveria ficar pra depois.
- Bom garotas – disse olhando de Giovanna pra Marcela - nossa social acaba aqui, infelizmente eu adoraria conhecer melhor você Marcela, mas não vou poder ter esse prazer agora,mas algo me diz que essa não foi a última vez que a gente se viu – olhava com cinismo pra Giovanna, ela estava preocupada com o que aconteceria depois que eu saísse dali.
- Vaza balofo – disse Marcela na hora que eu dei as costas. Me virei, encarei ela e sorri.
- Tchau sapatão, manda um abraço pra Shenna por mim – dei as costas mas me virei novamente - da próxima vez que a gente se encontrar vai ser muito interessante, mas cuidado talvez você não de sorte se encontrar meu primo homofóbico antes, sabe o corno barbudo, ele pode ser muito mal, então cuidado – seu sorriso desapareceu, Giovanna confortou Marcela alisando seu ombro, ela sabia do que ele Marcos era capaz, Ágatha deu um risinho abafado de deboche o que deixou Giovanna com mais raiva ainda.
- Vamos Nando – disse Ágatha me puxando – deixe a Thelma e Louise ai, temos um garoto de 11 anos ansioso que precisa jogar correr pra escola pra ele jogar xadrez hoje a tarde – disse ela me puxando pelo braço.
- Vamos então – voltamos a porta do restaurante e quando me preparava pra sair Giovanna me chamou.
- Fernando, por favor não conta pro Marcos – pediu ela com um semblante preocupado, peguei ela pelo braço que não entendeu muito bem, fiz sinal pra Ágatha entrar e segui mais a frente um pouco.
- Giovanna, assim você me ofende, eu já disse que não vou contar! – exclamei perdendo a paciência.
-Obrigado Fernando – ela me agradeceu e saiu.
- Quem vai contar vai ser você, eu não tenho o direito de te expor, eu só quis confirmar que o mundo da voltas e zoar com a sua cara, sei que foi infantil da minha parte mas você me devia isso pela falta de educação que teve comigo no escritório e em outras vezes – encarei Giovanna que permanecia preocupada - mas já te aviso, se meu tio for prejudicado você vai me pagar, então presta muito atenção no que você vai fazer e como vai fazer ouviu – sorri, ela me olhou perplexa, quem era aquele que estava no meu corpo falando por mim – me desculpe pelo que fiz com você e a Marcela, eu não sou de me prestar a esse papel, não somos amigos mas não vou te prejudicar, não se preocupe – dei de ombros.
- Obrigado – disse ela se afastando – não quero machucar seu primo, nem seu tio, aliás eu nunca quis, essa semana vou pedir demissão, eu e Marcela vamos pra Brasília – disse ela, no fundo estava feliz por ela - quero me desculpar com você pela minha atitude contigo no escritório e algumas vezes junto de seu primo, eu devia ter feito isso antes mas como não tive coragem, não te procurei, eu nunca fui conivente com as atitudes do seu primo, ele tem problemas com sua sexualidade, eu tenho inveja de você pois você não precisa se esconder, também peço desculpas por Marcela – assenti com a cabeça aceitando as desculpas, percebi que pra alguns viver no armário ainda é a melhor opção.
- Giovanna, o que aconteceu ficou lá atrás, por mais que nós temos nossas diferenças, eu quero que você seja feliz mas sem prejudicar os outros – ela sorriu e concordou.
- Você tem razão Fernando – disse ela pensativa.
- E quanto a minha coragem de me assumir eu paguei um preço muito alto por isso, mas isso você já sabe,então te peço pra ter cuidado pois quando o Marcos souber disso ele vai ficar uma fera entendeu – disse.Ela me encarou por mais alguns instantes.
- Fernando, eu gostaria de conversar melhor com você, eu acho que mostrei uma parte de mim que nem eu gosto, uma parte hipócrita – disse ela com um semblante triste – também tenho um assunto que vai ser bom você saber, isso pode mudar a maneira como você vê o Marcos – ela disse e isso realmente me interessou e me preocupou também – antes de ir embora eu vou te procurar, nós podemos marcar algo – Giovanna se afastou depois de me dar um sorriso tímido, eu não ia expor elas, não mesmo, cada um sabe o que faz. Quando elas se aproximaram de longe vi se darem as mãos, Giovanna apontou pra mim depois de falar algo a Marcela e ala assentiu com a cabeça agradecendo.
Percebi a cumplicidade que havia entre as duas e senti inveja do que elas tinham, me senti mal por ter falado aquelas coisas pra elas, afinal estavam apenas tentando viver da maneira que podiam, o mundo ainda é perigoso pra quem a sociedade considera diferente e viver escondido ou de aparência ainda é a melhor solução pra alguns.
Ágatha segurou minha mão e sorriu, ela sabia o que eu estava pensando.
- Bonito atitude a sua Fernando – fiquei envergonhado, ela me encarava com um sorriso.
- Como assim – perguntei, eu sabia a resposta.
- Você tem todos os motivos pra fuder a vida dela e do teu primo contando pra ele ou fazendo chegar ao seu conhecimento que a Giovanna tem uma relação homossexual, mas pelo visto você não vai fazer isso, estou certa? – perguntou ela.
- Está – confirmei, lembrei que pra muitos o armário ainda é a melhor solução – não me dar bem com meu primo ou com a Giovanna não justificaria tal ato, eu não vou prejudicar outra pessoa, se eu fizesse isso estaria me igualando a um tipo de pessoas que ento evitar, quem tem que contar é ela, não tenho nada a ver com isso, simplesmente tive que ver mais de perto, Giovanna uma vez me humilhou no escritório, mas eu esqueci, claro que na hora me deu vontade de tirar uma foto mas não – completei.
- Tipo essa foto aqui – Ágatha me mostrou a foto na tela do seu celular que mostrava perfeitamente Marcela e Giovanna se beijando.
- Ágatha! – exclamei, tomei o celular da mão dela e olhei a foto de perto.Ela me olhou com cara de dever cumprido – você fez isso mesmo – perguntei.
- Não se preocupe, não vou compartilhar essa foto mas vou deixar ela guardada se caso precisar no futuro – ela guardou o celular no bolso e fez sinal pro seu primo sair.
-Tudo bem – concordei mesmo sabendo o que poderia acontecer se essa foto caísse em mãos erradas – mas não compartilhe por favor – pedi novamente.
- Claro que não Fernando – ela se fez de ofendida e logo depois sorriu.
- Ágatha, Fernando, vamos pra escola, o torneio começa daqui meia hora – pediu Lucas já ansioso.
- Vamos sim – me animei e peguei Ágatha pela mão.
- Você não existe mesmo – disse Ágatha – animado pra assistir uma partida de xadrez no sábado a tarde, bem coisa de nerd – ela me fez uma careta me fazendo sorrir.
- Não é partida Ágatha – corrigi ela – é campeonato de xadrez, por favor seja mais otimista – repreendi ela.
- Isso Ágatha, seja mais otimista – disse Lucas nervoso – e para de encher o saco, eu to muito nervoso e você não está ajudando – disse ele estralando os dedos.
- É Ágatha, relaxa – disse ele frustrado.
- Seus chatos – disse ela cruzando o braço.
Seguimos pra escola do Lucas, o percurso foi rápido pois seriam só 10 minutos caminhando do restaurante. Chegamos e logo percebemos que havia muitos pais e parentes ali pra assistir seus filho jogarem.Não teve como não lembrar, mas quando eu participava vinha o meu tio, o Marcos a Maria e as vezes o Luiz pra assistirem eu jogar, depois do que meu primo fez pra mim, vinha só ele a Maria e a Cibele.Nos sentamos na arquibancada do ginásio e começamos a acompanhar os jogos.Ficamos ali durante duas horas e Lucas terminou em 2° lugar perdendo para um adversário que usou o cheque pastor, jogada essa proibida inclusive.
- Não fica assim cara, da próxima vez você ganha – tentei animar ele que segurava triste sua medalha enquanto seguíamos no encontro dos pai dele.
- Obrigado Fernando – agradeceu ele - Vou me empenhar mais e da próxima vez eu vou ganhar o campeonato – disse ele guardando sua medalha no bolso – obrigado por assistir até o final – agradeceu ele sem graça.
- Que é isso carinha – disse bagunçando seu cabelos – meu tio vinha assistir quando eu participava dos campeonatos e eu lembro como era bom ter alguém na arquibancada torcendo por mim – sorri ao me lembrar disso.
Logo chegamos no portão da escola e o pai de Lucas estava esperando ele ali.Seu roberto nos agradeceu e partiu levando Lucas comer pizza no shopping, recusamos o convite pois riamos pro segundo compromisso do dia, assistir Felipe e seus primos jogarem futebol.Estávamos a caminho da praça próximo a casa do Felipe quando o telefone toca.
Era o próprio.
- Fala Felipe! – exclamei, na certa ele estava ligando pra me cobrar se eu ia mesmo no jogo.
- Vocês estão vindo Nando? – perguntou ele, já eram quase 16:00.
- Sim, estamos próximo a sua casa já – disse olhando pela janela do táxi.
- Então, é por isso que eu liguei – disse ele sem graça – o jogo vai ser em um dos campos do Parque do Sábia, desculpa só avisar agora mas é que o campinho da praça ali perto de casa estava sendo usado pra um torneio infantil e o único campo disponível foi o daqui do parque – justificou ele, em um sábado foi muita sorte ele conseguirem um campo vago no parque.
- Ta certo Felipe, devia ter avisado antes cara – disse sorrindo, eu ia aproveitar e e dar umas voltas pelo parque – estamos indo te encontrar então, daqui a pouco chegamos – finalizei a ligação e pedi pro taxista mudar nossa rota pro Parque do Sábia, depois de quinze minutos chegamos lá e o jogo já havia começado.Sentamos na arquibancada próximo ao campo e começamos a observar o jogo. Felipe não estava brincando, havia uma pancada de primos dele lá, ao todo eram 10, 6 deles eu conhecia os outros 4 não, estavam jogando contra outro time.
O jogo ia rolando, eu e Ágatha compramos uma água pra aguentar o calor e voltamos pra arquibancada. Havia algumas meninas um pouco mais velhas que a gente gritando e torcendo, algumas delas eu conhecia da fazenda dos pais dele e outras eu nunca tinha visto. O jogo ia se arrastando sem grandes surpresas, já estava quase no fim do primeiro tempo quando Felipe nos olhou na arquibancada e acenou fazendo graça, alguns primos acenaram também fazendo as meninas escandalosas olharem atravessado pra gente. Os pais do Felipe apareceram pra assistir o jogo e decidiram se juntar as meninas escandalosas.
- Nossa Nando o Felipe tem uns primos bem gatos e másculos né, mas as primas devem ser um porre, você percebeu o jeito que elas nos olharam, me deu vontade de ir lá e dar na cara delas – disse Ágatha me cutucando.
- Calma Ágatha, elas nos olharam daquele jeito porque acham que eu e o Felipe temos um caso ou algo assim,ciúmes é isso – comentei, Ágatha me olhou com malícia e sorriu.
- Olha pelo lado bom Fernando – disse ela apontando pro campo – o Felipe também é bem gostosinho, não é de se jogar fora, ele tem aquela cara de matuto, mas é uma delicinha – eu tinha que rir pra não chorar do comentário, mas estava certa, era meu amigo mas muito gostosinho.
- Controle-se Ágatha, não me faça passar vergonha perto da família dele por favor – repreendi rindo ela.
- Ta bom senhor Fernando – ela cruzou as pernas e se ajeitou pra ficar de frente pra mim – mas me diz uma coisa, com qual primo do Felipe você ficaria hein, aponte pra mim – ela olhou pro campo e eu também olhei, vi então um dos primos que não conhecia, um cara grandão, por um minuto imaginei ser o primo dele de Mococa. Se fosse pra transar com um deles com certeza seria com o grandão.
- Seria com aquele grandão lá – apontei pro cara que estava como goleiro de um dos times, ele olhou e sorriu me deixando sem graça.
- Seu puto, justo o maior – ela me fitou - você gosta de homens grandes mesmo, eu confesso que não consigo ver você com uma cara desses Fernando – comentou.
- Gosto sim, se for peludo então, fico louco de tesão – mordi os lábios só de imaginar aquele cara me pegando de jeito – eu adoro pelos roçando nas minhas costas – completei.
- Ta soltinho hein Nando! – exclamou ela.
- Tô nada – respondi – você me pediu e eu respondi, só estou falando das minhas preferências sexuais Ágatha – olhei Felipe correndo, era estranho ver ele vestido com roupa de futebol, geralmente Felipe fazia o estilo caipira fino ou Mauricinho.
- Depois daqui você vai pra casa Fernando? – perguntou Ágatha me fazendo olhar ela.
- Creio que sim, não to afim de ir pra churrasco nenhum, ainda mais com um bando de marmanjos bêbados e suados depois de jogarem num sol quente desses – não era mentira mas também não era verdade, eu sinto um puta tesão em homem com cheiro de macho, ninguém sabia disso a não ser quem transava comigo, mas a última vez que fui em um churrasco do Felipe e sua família depois do futebol eles brigaram justamente por causa do resultado do jogo, foi uma confusão, prefiro recusar dessa vez.
- Eu acho que eu vou ficar – disse ela pensativa – estou pensando aqui, que talvez seja legal conhecer os primos dele, vai que tem algum solteiro e eu dou a sorte de arranjar um namorado fazendeiro e rico – completou, Ágatha mudava de ideia tão rápido, as vezes me dava uma raiva dela, mas considerava.
- Nossa dona Ágatha! – exclamei - que rampeira, eu ainda não sei como me surpreendo com você - dei risada dela que me bateu no ombro – mas tudo bem, eu tenho que ir pra casa mesmo, tenho que fazer um trabalho de faculdade e não to afim de presenciar uma vídeo cassetada, pois vou te falar, esse grupinho ai bebe e perde a noção do ridículo – completei, ela riu.
- Tudo bem Nando, se você quiser ir embora eu aviso o pessoal – disse ela.
- Não, eu prometi ao Lipe que viria – apontei na direção dele com a cabeça – se eu sair agora daqui com o jogo rolando, é bem capaz dele ir atrás de mim e fazer eu voltar pra assistir o resto de jogo, eu vou ficar até o final depois vou embora – ri imaginando a cena, é lógico que não deixaria isso acontecer. Ágatha também riu.
- Sabe que eu sempre achei muito estranha a amizade de vocês Fernando – disse ela.
- Porque? – perguntei, mas eu imaginava o que ela iria dizer.
- Se eu não conhecesse o Felipe e ele não fosse nosso amigo a tanto tempo eu diria que ele é afim de você Nando – fiquei vermelho com o comentário, ela me olhava e esperava uma reação.
- Claro que não! – exclamei – a nossa amizade é sincera sem segundas intenções, o Felipe é meio chato e metido a protetor mas é o jeito dele, a única vez que ele me sacaneou foi quando me beijou achando que era assim que me livraria das garras do Luiz – completei.
- Sim – disse ela – eu confessor, foi estranho mas bonito gesto que ele fez, em se tratando de Felipe é uma grande prova de amizade, se fosse ele faria a mesma coisa – lembrei da noite do beijo e de como foi constrangedora e engraçada ao mesmo tempo.
O jogo acabou, eles ganharam e começaram a comemorar. Felipe saiu do campo sem camisa, ele ficava muito gostosinho no uniforme de futebol mesmo, eu não era hipócrita, o fato de ser meu melhor amigo não era empecilho pra achar ele bonito, eu sou gay isso é fato, era o que impedia a gente de ter algo era a nossa amizade, estava sorrindo e após rapidamente conversar com os pais dele veio me abraçando suado, foi tão rápido que quando vi ele estava em cima de mim, e o estranho foi ele me beijar no rosto, aliás muito estranho, Felipe não era de fazer isso.
- A gente ganhou a porra desse jogo Nando – disse ele batendo na grade da arquibancada e mexendo com os adversários. Apesar de estar suado Felipe não estava fedendo, estava com um cheiro adocicado que a meu ver não era ruim.
- Vem cá Ágatha – tentou abraçar Ágatha que se esquivou e fez cara de nojo.
- Sai garoto – disse ela – você está todo suado, fedido, que nojo – reclamou, ela sempre se incomodava com o jeito despreocupado e moleque do Felipe.
Felipe achou graça e cheirou sua axilas, fazendo uma careta engraçada.
- Não to fedido não Ágatha – retrucou ele rindo – se tiver alguma coisa fedendo aqui são só meus meiões, se você quiser eu te mostro – disse ele de forma despreocupada, não teve como eu não ri.
- Porco!Nojento! - exclamou ela com nojo virando a cara.
- Não faz isso não, se não a Ágatha surta – debochei, ela me mostrou o dedo do meio pra mim.
- Uai, mas ela que começou – disse ele.
- Que horas são Nando? – Perguntou ele.
Tirei meu celular do bolso e olhei a hora na tela.
- Quase 18:00h – respondi, não notei que estava escurecendo, olhei pro céu e o mesmo estava com tom alaranjado, lindo por sinal – falando nisso pessoal já deu minha hora, estou indo pra casa, tenho um trabalho enorme pra entregar segunda e outro pra fazer amanhã – completei, Felipe fechou a cara.
- Fica Nando, vai todo mundo lá pra casa, e você já estuda a semana inteira, descansa um pouco se distraia – disse Felipe fechando a cara e pegando minha mão querendo me puxar.
- Pará cara! – exclamei – você ta muito estranho hoje. Ágatha olhou pra ele de forma pensativa e olhou pra mim.
- Fica aqui Fernando – eu estranhei muito o Felipe, ultimamente ele estava um grude comigo, estava mais do que o normal, Ágatha me olhou confusa, será que Felipe estava tramando algo.
- Não dá, o pessoal remarcou pra ir lá em casa amanhã pra fazer o trabalho da matéria do Luiz – tirei minha mão da dele e Felipe ficou incomodado quando disse o nome de Luiz – e como eu preciso terminar outro eu tenho mesmo que ir, me desculpa cara, mas vai curtir sua família e seu sábado com teus primos, não se preocupa comigo – me despedi deles e dos pais e e fui pra casa.
- Uai Fernando, você estuda mais tarde, eu mesmo te levo se for acaso – Felipe tentava argumentar, mas não ia rolar mesmo.
- Cara, por que você está chato assim hein? – perguntei impaciente – ta parecendo criança pequena, me deixa em paz eu não quero ir pra porra nenhuma de churrasco, que droga! – ele me olhou assustado, me arrependi de ter estourado com ele, podia ter estourado com todo mundo menos ele, vi que ele ficou sem graça, algumas pessoas nos olhavam, ele fechou a cara.
- Desculpa se eu me importo com o bem estar do meu melhor amigo e... – interrompi.
- Me desculpa cara, eu não queria não era nem pra mim ter vindo – fui interrompido.
- Veio por que então? – perguntou irônico, no mínimo foi pra ver os machos jogar né....- não deixei ele terminar, o murro que dei nele fez ele cair e algumas pessoas virem pra cima da gente pra ver o ocorrido.
- Sabe de uma coisa Felipe, vai se fuder cara – Ágatha estava estática e os primos de Felipe me olhavam surpresos, nem dei ideia, a mãe dele veio falar comigo e eu de vergonha fui saindo sem olhar pra trás, ainda vi Felipe me olhando decepcionado com a mão no rosto visivelmente arrependido, não era meu melhor amigo que iria me julgar, todos poderiam mas não meu melhor amigo, quer dizer acho que já era...
Peguei um táxi e fui bufando pra casa, dentro do mesmo eu estava relembrando o que Felipe me falou e tentando digerir toda a situação, era primeira vez que eu ele brigávamos feio em 9 anos e foi a primeira que eu o agredi, não me orgulho do que fiz, mas ele não tinha esse direito,quando me dei conta sou tirado dos meus pensamentos pelo taxista que me avisou que eu estava na porta de casa.
Sai do táxi , paguei a corrida e entrei sem reparar a rua, fui direto pro banho, estava calor e assim eu relaxaria, mesmo por que eu ainda tinha um resumo pra fazer, o que havia ocorrido não mudava em nada as minhas obrigações, então teria que estar de cabeça fria.Eu jantei e de frente pra TV comecei o resumo, esqueci do episódio ocorrido e foquei no trabalho que não demorou muito.
Duas horas depois quando eu já estava passando o resumo pro notebook ouço a campainha tocar, me levanto e vou ver quem é, me aproximei da porta e pelo vidro vi Felipe. Ele estava com os olhos inchados de quem havia chorado e ainda usava o uniforme de futebol de hoje a tarde, ele me viu no espelho da porta e fez sinal pra mim abrir.
- O que você quer aqui Felipe? – perguntei ríspido sem abrir a porta.
- Eu vim me desculpar – disse sem graça.
- Vai embora Felipe, não to afim de papo contigo cara – disse com raiva.
- Fernando não faz isso comigo, me desculpa eu não queria falar aquilo pra você, eu estava chat... – interrompi.
- Você quis sim Felipe, não se arrependa de algo que você disse – retruquei com raiva.
- Abre a porta Fernando, não me trata assim cara – ele voltou a chorar e isso amoleceu meu coração.
- Não cara, não força – disse calmo – eu estou ocupado fazendo trabalho, volta amanhã – não queria falar com ele hoje, mas vê-lo chorar era foda.
- Então eu espero no meu carro até a manhã – disse ele.
- Isso é sério mesmo Felipe – eu não tinha saída, ele faria isso mesmo, era melhor enfrentar de uma vez do que esperar até amanhã, ambos não dormiríamos.
Abri a porta e encarei ele de braço cruzado, por mais que eu tivesse puto com ele, eu não conseguia sentir raiva muito tempo, Felipe assim como eu agiu por impulso, eu estava chateado não nego, mas ali já estava mesmo judiando dele. Sua reação que me deixou surpreso, ele voltou pra porta e se jogou pra me abraçar, chorando copiosamente.
- Desculpa, desculpa, eu nunca mais faço isso, eu nunca mais falo nada pra você que te ofenda - fiquei assustado Felipe era tão centrado e na maior parte das vezes era ingênuo mas escondia bem suas emoções, eu passei minhas mãos pelas suas costas tentando acalma – lo.
- Calma Felipe, já passou - ele ainda chorava, sua cabeça estava enterrada no meu pescoço, ele fungava, eu comecei a me preocupar – já deu, não precisa mais chorar, vem vamos entrar – disse puxando ele pelo braço, o cheiro de suor dele estava mais fraco, já não estava bem seco.
- Eu mereci o soco, doeu mais sua cara de decepção do que o soco – ele soluçava, eu ri dele.
- Mereceu mesmo, agora para de bancar o bebê chorão que senão vou ligar pra sua mãe trazer seu tetê pra mim dar pra você – ele riu, segundo o que sua mãe me disse o tetê dele era a mamadeira e quando era pequeno ele só dormia depois de tomar uma mamadeira.
- Para! – exclamo ele limpando o nariz com o braço, isso me deu nojo – isso não tem graça – disse ele.
- Felipe, só não faz mais isso, hoje eu fiquei puto contigo, você me decepcionou cara – disse me sentando no sofá, minha feição era de decepção ainda.
- Desculpa Nando mas eu não aguento ver você mais desse jeito – lamentou ele se sentando, nem liguei que ele estava sujo e sentou no meu sofá de couro, depois era só limpar.
- De que jeito? – perguntei.
- Desse cara, você só estuda, quase não sai de casa , já teve que sair da casa do teu tio e você acha que eu não vejo como você olha pro Luiz, eu sei que você gosta dele, que eu não tenho o direito de me meter na tua história, não me leve a mal mas eu não quero te ver do mesmo jeito que a 5 anos atrás – ele tremia de nervoso e fitava a parede enquanto falava isso pra mim.
- Você está com ciúmes Felipe! – exclamei.
- Não! – ele gritou pra mim – não é ciúmes – completou, me levantei e ele também.
- Não grita comigo porra! – exclamei - não sou tuas nega pra você falar assim, dentro da minha casa você me respeita e além do mais quem disse que eu estou sofrendo cara, pra mim está sendo uma experiência incrível morar sozinho, eu estou ganhando responsabilidades e tendo paz – completei.
Felipe me observava enquanto eu andava de uma lado pro outro.
- Não minta pra mim Fernando – disse ele me observando – eu te conheço bem cara, você tenta se fazer de forte, mas as vezes eu sei como é difícil pra você lidar com algumas coisas, principalmente relacionadas ao seu primo e ao seu passado com ele – Felipe estava certo, a não ser pelo fato do Luiz, ainda sentia algo por ele, mas estava me lixando.
- Sabe Felipe, acho que é melhor você ir embora – disse chateado ele se levantou e me segurou pelo braço – me solta cara, quem você pensa que é – me soltei dele que estava
- Eu sou teu amigo caralho! – exclamou , ele se alterou me deixando um pouco assustado – sabe por que eu estou tão grudento com você nos últimos meses Fernando?Por que eu sei como foi ver meu melhor amigo na cama de um hospital por causa do que o primo dele fez, o pior foi a sensação de impotência que eu tive, da última vez eu não pude fazer nada, eu era novo, covarde, mas dessa vez eu não vou ser um covarde – ele começou a chorar – ouviu, eu não vou ser – repetia ele, a ficha caiu, o fato do Marcos ter voltado, o Luiz o meu tio, a minha saída de casa fez o Felipe associar com o episódio ocorrido há 5 anos entre eu e Marcos, na cabeça dele poderia acontecer algo ruim comigo, ele estava tentando reparar um erro que nem teve. Fiquei com pena dele, por mais que eu não precisasse de ninguém pra me defender eu estava com muita pena dele.
- Felipe, não fica assim – disse abraçando ele – não vai acontecer nada comigo cara, aquilo não vai se repetir – confortei ele, eu dizia isso mais pra mim do que pra ele – tira isso da cabeça cara, hoje eu também sou grande, não vou deixar ninguém me machucar ou me botar pra baixo, olha o meu tamanho cara – completei.Ele sorriu tímido.
- Fernando, fica longe desses dois – suplicou ele se referindo a Marcos e Luiz – eles só te fizeram mal, nenhum dos dois presta – completou, Felipe tinha razão, Luiz me fez mal me enganando e mentindo pra mim, Marcos também pelo simples fato de ter feito da minha vida um, e eu achando que Felipe era bobão.
Confortei ele durante um tempo, era estranho eu dando conselhos a alguém.Depois de acalma-lo fui a cozinha e preparei alguma coisa pra ele comer enquanto Felipe assistia desenho na TV e avisava a dona Letícia que estava tudo bem, parecia uma criança pequena. Enquanto eu preparava um misto quente pra ele fiquei pensando no ocorrido, eu achei que só eu tinha sido afetado pelo passado, nunca pensei que outros a exemplo de Felipe também poderiam ser atingidas.Ele com certeza tinha sido tão afetado quanto eu, lembrei de quando foi me visitar no hospital e ele queria dormir comigo,ao ponto de dar um escândalo quando seus pais obrigaram ele a ir embora. Terminei o misto e fui pra sala levando junto uma xícara de café.
- Senta aqui comigo Nando – disse ele batendo a mão no sofá quando eu trouxe o misto quente.
- Não acostuma não cara – disse entregando o misto quente a ele – hoje só to bonzinho contigo por que te dei um murro na cara e descobri que você é provavelmente a pessoa mais importante pra mim depois do meu tio – disse sorrindo, ele retribui sem graça – mas amanhã volta tudo ao normal – ele assentiu com a cabeça que nem criança.
Enquanto ele comia nós assistíamos a TV e conversamos e conversávamos banalidades.Nesse meio tempo Felipe já estava sem camisa, só de shorts de futebol e de chuteiras o filme que estávamos assistindo acabou e ele foi trocando os canais até parar em um que passava anúncios de uma "casa de shows" de SP.
- Há quanto tempo você não transa Fernando? – perguntou ele, fiquei incomodado com a pergunta.
- Não sei Felipe – respondi.
- Me conta Nando – insistiu ele.
- Não vou responder Felipe – disse ríspido tirando as pernas dele do meu colo e me levantando do sofá, essa era um assunto pessoal.
- Qual é Nando, não vai responder seu irmãozão – disse rindo, eu ri também ele nunca se referiu a ele assim.
- Não! – exclamei – agora vamos mudar de assunto e voltar a assistir filme – disse incomodado.
- Me conta vai – ele se levantou e veio pra cima de mim – senão eu vou te encher de cócegas – eu estava tendo em déjà - vu, a última vez que ele fez isso comigo acabou mal.
- Não cara, esse assunto é pessoal – ele saiu correndo atrás de mim e eu fui pro mezanino, ele me seguiu andar acima e me alcançou me derrubando na cama, Felipe caiu por cima de mim, como cai de bruços senti que ele estava excitado, seu membro duro roçou minha bunda me fazendo piscar, mas que porra é essa ele é meu amigo, me levantei e pra disfarçar brinquei.
- Que porra é essa Lipe, você ta de pau duro cara – brinquei com ele fazendo sair de cima de mim - espero que não seja por minha causa – tentei quebrar o gelo.
- Sim – ele disse sério – é por você Fernando – riu sem graça.Fiquei muito sem graça,vi que ele não estava mentindo, ele não sabia fazer isso direito.Tive um déjà - vu da noite que ele me beijou.
- Pará de graça Felipe – disse fechando a cara incomodado, minha cara começava a queimar – não faz isso comigo, você sabe como foi da última vez eu perdoei dessa não vou fazer isso – respondi, ele veio pra cima de mim.
- Calma Fernando, não é anda demais, eu estou excitado, você está excitado - ele deu uma pegada com vontade no meu saco e olhou pro meu volume com a maior naturalidade – nós somos adultos.. – interrompi.
- Não é nada demais? – perguntei com raiva - você é meu amigo cara, me explica como não é nada demais – argumentei.Ele só sorriu.
- É simples, eu te amo Fernando, não como amor de namorados – exaltou a voz – você é meu amigo é meu irmãozinho e já não transa a uns três meses não é?Por que não transar comigo que sou uma das pessoas que você mais confia? – ele me propôs e eu fiquei pasmo, Felipe estava se oferecendo pra transar comigo, parecia um puto.
-O que que tem a ver o tempo que eu transo ou não Felipe? – perguntei.
- Eu posso fazer isso por você Fernando, eu quero fazer isso por você – afirmou ele.Ouvir isso do Felipe me deixou excitado e preocupado.
- Felipe! - eu sou gay, você é hétero e meu melhor amigo, não da certo cara – gesticulava com os braços, Felipe só observava – não pode rolar nada entre a gente, você mesmo disse que sou seu irmãozinho você não pode estar excitado comigo – ele ficou triste.
- Para de falar que sou seu amigo porra – disse irritado - parece que isso é um problema, irmãos também transam em algumas situações e quem disse que eu não estou excitado hein, olha aqui Fernando - ele pegou seu membro por cima do shorts apertou e balançou, ele estava duro em ponto de bala , apesar de termos uma intimidade eu nunca vi Felipe pelado e nem ele me viu, foi tudo muito rápido, distraído ele pegou minha mãe e levou no seu membro – pega nele, eu to te oferecendo cara, brinca com meu pau – tirei a mão e me afastei dele.
- Você quer me usar não é? – perguntei ofendido – é isso Felipe? Vou comer meu amigo gay, deve ser gostoso, ele vai gostar de dar pra mim, é isso que você está pensando não é? – ele ficou envergonhado, percebi pelo olhar do Felipe que não era isso, eu conhecia ele bem demais.
- É isso que você pensa de mim Fernando?Te usar?Eu não acredito que você pensa isso de mim cara – desabafou chateado, ele encheu os olhos de água, eu sabia que ele falava a verdade. parabéns Fernando, você fez seu amigo chorar de novo.
- Não rola cara, desculpa – eu cheguei perto dele e o abracei – isso acabaria com a nossa amizade, eu te respeito demais pra fazer isso contigo cara, eu não teria como olhar na sua cara depois e provavelmente você se afastaria de mim por me achar um puto e a nossa amizade acabaria – ele me olhou e negou com a cabeça, algumas lágrimas escorriam , limpei com os dedos.
- Não – disse ele – eu faço isso pelo nossa amizade, prefiro ser eu a transar contigo do que um estranho Fernando, eu não quero te obrigar a nada, mas não quero te ver machucado por um babaca que nem foi homem pra te falar que te traiu, e não quero ocupar seu coração, mas eu quero te dar uma noite de prazer, só uma noite, eu posso estar agindo da maneira errada, mas pra mim é a certa, pelos anos que eu tenho de amizade com você e até curiosidade em uma transa homossexual, mas eu vou te respeitar e respeitar sua opinião, eu só peço que você me desculpe e e esqueça isso, e não se afaste só por que seu amigo bobão teve mais uma ideia idiota – disse ele rindo sem graça.
- Tudo bem cara – sorri pra ele.
- Posso usar teu banheiro, eu quero lavar meu rosto – pediu ele.
- Pode – ele saiu e entrou no banheiro da suíte.
Desci pro térreo e e fui na cozinha botar uma água ferver, eu estava excitado, eu precisava lutar comigo mesmo, eu não estragaria a minha amizade com ele por uma transa, mas será que era errado, por que não tentar, Felipe não era do tipo de se arrepender e nem eu, e se fosse só curiosidade, mas a nossa amizade e se ele quisesse saber como era transar com outro homem, eu tinha que ajuda-lo?Fui bombardeado por e se, e será, que não percebi Felipe vindo por trás de mim e me tocando o ombro pra chamar minha atenção.
- Nando, eu vou pra casa – disse ele pegando sua camisa - amanhã você quer ir pra fazenda comigo? – perguntou ele ainda envergonhado.
- Quero – eu tinha um trabalho pra entregar, mas foda-se eu faria na semana já que o meu grupo deu o bolo em mim hoje.
- Desculpa de novo Nando – resmungou ele.Quando ia saindo eu chamei sua atenção.
- Felipe – ele me olhou um pouco envergonhado.
- Sim Nando – ele me encarou e esperou.Eu respirei fundo, o que eu diria mudaria nossa amizade elevando a outro patamar ou acabar com ela.
- Eu transo com você Felipe – ele sorriu e quando dei por mim me puxou pela cintura e me abraçou me beijando, um beijo quente e fraterno, seria só sexo? Seria mais do que isso, o fato é que eu transaria com o meu melhor amigo, ambos estávamos excitados, no calor do momento o tesão subiu, depois resolveríamos sobre a nossa amizade, nós eramos dois adultos excitados, hoje eu teria meu irmãozão como ele mesmo disse dando uma das maiores provas de amizade pra mim....
Continua.....