Queridos, vou postar mais esse e depois respondo aos comentários. Hoje o dia está corrido pra dedeu e não parei ainda. Espero que entendam. Agradeço imensamente os comentários e votos, tenham uma boa leitura.
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Não demorou nem três dias e ele já estava enfurnado em uma academia, recuperando o tempo que ficou sem treinar, e claro, se enturmando com os novos companheiros de equipe. Como prometi, eu cumpri, na sua primeira luta eu fui, e não gostei nada porque ele tomou umas porradas que me deixou com ódio do viado que estava batendo nele. Ele não conseguiu vencer a luta, mas senti orgulhoso dele, porque o cara era mais forte e ele aguentou firme.
- Dois meses sem treinar faz isso. Estou com vergonha.
- Não fica, o cara estava mais preparado, mas mesmo assim você deu uns socos bonitos nele, estava torcendo pra você matar aquele desgraçado.
- Coitado amor, ele é meu conhecido, é gente finíssima.
- Mas estava te batendo, já passou a ser meu pior inimigo.
- kkk Você é hilário Bruno. Vamos pra casa porque estou com dor de cabeça.
Depois de três meses morando juntos minha mãe me ligou um dia avisando que ela estava indo para lá, para passar uns dias conosco. Por ela trabalhar, era muito mais fácil eu ir para o Rio e ficar um tempo com ela, do que ela ir para Sampa. Mas, por causa de um feriadão, ela cismou de ir para minha casa, passar um tempo com o filhão e o genrinho. O problema era que o Otávio não sabia que ela sabia que ele era seu genro, complicou? Vou descomplicar. A minha mãe sabia do nosso namoro e apoiava total, sem preconceito nenhum, mas ele não sabia disso, até porque eu vi como ele ficou quando seu pai descobriu, então era melhor deixar como estava, o problema era que a minha mãe estava indo para São Paulo e teria que pedir pra ela manter as aparências.
- Oi delícia! – falou ele chegando em casa e indo me dar um beijo.
- Oi Tavinho, tudo bem?
- Tudo ótimo. Só um pouco cansado e um pouco puto com a desgraça do professor de cálculo. Estou com dificuldade no excel.
- Mas no bruto é difícil mesmo, depois te mostro uns atalhos que vão te ajudar.
- Obrigado amor. E as novidades?
- Não sei se você vai gostar muito, mas sua sogrinha está pra chegar.
- Qual é o problema amor? Ela é um doce, e cozinha bem pra caramba.
- Eu também.
- Sim, miojo kkk
- Ah ingrato! Não faço mais comida pra você.
- Estou brincando. Quando ela vem?
- Esse feriado.
- Maravilha... mas, onde ela vai dormir?
- Não posso por minha mãe no sofá, então...
- Ok, eu faço esse sacrifício de dormir com ela na cama e você dorme no sofá kkk.
- Até parece!
- Sem problemas gato, eu durmo de boas no sofá. Mas amor, será que ela não vai achar estranho nós estarmos três meses morando juntos e eu não arrumei uma cama pra mim? – Eu sabia que ele ia ficar grilado.
- Que nada, somos amigos, podemos dormir juntos na cama, qual é o problema?
- Sei lá, sua mãe não é boba, será que ela não vai desconfiar? O melhor não seria eu comprar uma cama de solteiro e colocar no nosso quarto?
- Amor, que loucura, vai gastar dinheiro com cama só porque não sabemos o que minha mãe vai pensar?! Não faz sentido.
- Faz sim, não queremos viver em paz? Então é melhor fazer esse sacrifício.
- Não precisa disso.
- Precisa sim, vou comprar amanhã de manhã. – eu não podia deixar ele fazer isso, seria gastar dinheiro a toa. – devo achar alguma cama em promoção, não precisa ser lá essas coisas. Tem cama cobrável também, mas talvez seja mais caro...
- Tavinho, eu tenho que te contar uma coisa...
- O que amor?
- Bem... é que a minha mãe sabe.
- Ela sabe o que?
- Da gente, sabe que somos namorados.
- Como assim ela sabe? Você contou? – perguntou ele, já nervoso.
- Sim e não. Quando você passou a ir quase toda semana pra lá, e ficávamos juntos no quarto; quando eu ia te visitar e dormíamos juntos... bom, ela não é boba né, acabou perguntando e eu não consegui mentir.
- Então ela sabe de nós faz tempo já? – percebi que ele estava ficando vermelho.
- Tem mais de um ano e meio.
- Estou me sentindo um idiota, inventava um monte de coisas... que vergonha!
- Relaxa, ela entende o porquê disso.
- Não sei se vou conseguir encarar ela.
- Mas amor, é a mesma coisa que o seu pai, eu não encaro ele?
- mas você não precisou inventar histórias para enganar ele, eu sim.
- Relaxa amor, ela achava engraçado, só isso. Está chateado comigo?
- Um pouco. Você poderia ter me contado, me pouparia um monte de vergonha.
- Desencana meu gato. Vem cá vem...
- Desculpa Bruno, mas eu preciso pensar um pouco... vou dar uma volta.
- Mas você acabou de chegar, nem jantou ainda. Amor, não sai por minha causa, me perdoa, eu não te contei para te proteger, pois sabia que você ia ficar assim, todo encanado.
- Só vou ali na praça e já volto.
- Tudo bem... mas não fica chateado comigo.
O Otávio saiu ainda nervoso e o Bruno ficou em casa pensando em como fazer para se desculpar, pensou em talvez agarrar ele na cama. Ele ligou para o Adriel, seu amigo da faculdade, um dos poucos que sabia dele, e contou o que tinha acontecido. Ele também era gay e estava namorando com um gatinho da faculdade, então era comum os dois trocarem experiências. Ficaram conversando por quase uma hora e nada do Otávio voltar. Bruno, não aguentando mais a preocupação, ligou para o namorado que prontamente atendeu, e disse que estava com um amigo, que logo voltaria pra casa.
Ao sair de casa Otávio foi mesmo para a praça, mas chegando ali não conseguia pensar direito. Se sentia tão envergonhado por ter tentado enganar a mãe do seu “namorido”, também se sentia triste por se ver enganado. O que custava ao Bruno contar a ele a verdade? Evitaria tanta coisa. Não conseguindo achar uma solução, pois ele não queria ficar brigado com seu namorado, procurou seu amigo Charles, um dos poucos que tinha ali em Sampa. Ele sabia da sexualidade do Otávio e aceitava bem, até porque o amigo não era afeminado, o que ele não gostava, então um laço de amizade foi surgindo. Acabaram em um bar e os dois ficaram conversando até o inicio da madrugada. Quando ele chegou em casa encontrou o namorado dormindo, ficou observando ele dormir e ao ver aquele rosto lindo não sentiu mais tristeza, nem raiva. Ele tirou a roupa e foi tomar banho. Ao voltar do banheiro, estava apenas enrolado na toalha. Tirou ela e foi deitando sobre o namorado que aos poucos foi despertando.
- Me perdoa? – disse o Bruno, enquanto beijava o namorado.
- Te perdoo. Mas vai ter que dar gostoso pra mim.
- Tudo o que você quiser. Vamos aproveitar porque quando a sogra chegar não vai ter mais amorzinho gostoso.
- Cala a boquinha e me beija!
A noite de amor entre os dois foi maravilhosa. Pela primeira vez o Bruno pediu arrego, foi algo frenético, forte, não que o Otávio quisesse punir o namorado, mas ele estava com tanto tesão e o namorado sempre dizia que ele podia vir quente que ele estava fervendo. Mas dessa vez o negócio foi frenético demais. Otávio até pediu desculpa, mas Bruno não estava chateado, nunca sentiu tanto tesão assim. Como ainda estava fervendo, o próprio Otávio tomou a iniciativa de trocar de lugar com o namorado e como passivo também deu um show e deixou Bruno arrasado na cama. No outro dia nenhum dos dois conseguiu ir para aula.
A sogra chegou e realmente Otávio ficou extremamente envergonhado ao vê-la. Ela o tratou normalmente, mas ele não conseguia lhe olhar nos olhos, então fazia de tudo para ficar longe da sogra. Sua principal atividade, nesses dois dias, foi malhar e treinar fora de casa, deixando os dois sozinhos para poderem se curtir. No domingo, com a academia fechada, ele teve que ficar em casa, e a sogrinha não perdoou. Ele chegou da rua e já ia entrando no banheiro quando ela o chamou.
- Tavinho? Olha que bom ver você, nem parece que você mora com meu filho, faz dois dias e eu praticamente só te vi agora.
- Pois é dona Sônia, desculpa não ficar muito, mas eu tenho treino.
- Até domingo?
- Não, hoje eu fui correr mesmo, agora vou pegar uns livros pra estudar. Com licença.
- Calma rapaz, parece que está fugindo de mim...- falou ela rindo. – Fica aqui, quero conversar com você.
- Não é isso, é que eu corri e estou suado, devo até estar fedendo, vou tomar um banho e a gente conversa, ok?
- Tudo bem.
Ele foi tomar banho, mas estava com medo, vergonha e outras sensações que não conseguia definir. Durante o banho ele pela segunda vez maldisse sua relação com o amigo, se não estivesse com o mais velho, não teria que passar por aquele constrangimento. Mas lembrar dele me fez ver a sua felicidade, valia a pena, então decidiu encarar a sogrona.
- Oi dona Sônia, o que a senhora quer falar comigo?
- Nada demais, só quero saber como vocês estão.
- Muito bem, a vida é um pouco corrida, mas está tudo certo.
- Otávio, eu sou mãe, eu preciso saber como está meu filho. Vocês estão se dando bem?
- Eu amo seu filho, sempre farei tudo para que ele seja feliz, e estou conseguindo cumprir isso. – Ela me olhou e sorriu.
- Esse amor de vocês trouxe algum problema?
- Sim, essa conversa que estamos tendo, mas está dando para passar.
- Meu filho, eu entendo vocês e apoio vocês em tudo. Mas eu só quero vocês felizes, de verdade. Não quero ver meu filho sofrer, então cuida bem dele. Se você não quiser mais ele, por favor, não faz ele sofrer.
- Ele é o amor da minha vida, não tem como eu não querer ele, sogrinha. – ele sorriu de novo.
- Agora tenho que me acostumar você me chamar assim.
- Oi meus amores! – falou o Bruno ao entrar em casa.
- Oi Nuno, vem aqui na cozinha.
- Vem filho.
- O que vocês estão aprontando?
- Nada, só estamos batendo um papo de genro para sogra.
- Olha só! Então resolveu encarar a fera?
- Ei, você está me chamando de fera?
- Ué, e não é? – Falou ele rindo.
- Claro que não, minha sogrinha é um anjo.
- É gostoso falar assim não é Tavinho?
- É, a sensação é boa, de liberdade.
- Eu sei, sinto a mesma coisa que você quando falo com seu pai.
- Bom que nos acertamos não é? – disse sua mãe. – Agora vou fazer a comida para a gente almoçar.
- Quer ajuda sogrinha?
- Não, podem namorar um pouco. Mas só um pouco!
Ele olhou maliciosamente para o “namorido”, mas Bruno não aceitou sua proposta indecente. Comeram bem aqueles dias, e no final do domingo a mãe do Bruno voltou para o Rio, os deixando com a vida de casal.