Pai e mãe,
Acho que vão me bater. O lado bom é que eu estarei ao lado de vocês em breve. A pior parte? Nem vou poder me despedir de ninguém. Adeus mundo cruel!
***
Não queria morrer, mas meu futuro havia sido escrito. Os meus "melhores" amigos seria os responsáveis por dar um fim no meu sofrimento. "Em Manaus, aluno é encontro morto no pátio do colégio". Já conseguia ver as manchetes de todos os jornais. Será que o Jornal Nacional mostraria o caso do garoto morto pelos amigos? Qual a foto que seria transmitida?
No desespero, peguei uma vassoura velha para usar como arma. Se eu fosse morrer, que fosse com honra. Cada vez mais, eles se aproximavam de mim, um olhando para o outro. Como se fossem animais caçando sua presa inocente.
— Por favor. Saiam daqui. — pedi levantando a vassoura na direção deles.
— Yuri, calma. — disse Ramona.
— Ei, somos nós grandão. Não confia nos teus amigos? — perguntou Brutus esfregando uma mão na outra.
— Não estou te entendendo. — soltou Zedu. — Quer ligar para a tua tia?
— Yuri, por favor, não faça isso. — Letícia parecia sorrir, não conseguia decifrar a expressão deles, estava confuso demais.
Por um milagre de Deus, o Diogo apareceu e ficou na minha frente. Ele quis saber o que estava acontecendo, então, um pequeno atrito entre o Zedu e ele começou. O Brutus ficou entre eles para evitar qualquer tipo de agressão.
— O que tá acontecendo aqui? — questionou Diogo pegando a vassoura da minha mão.
— Eles, eles viram a gente se beijando e… queriam… queriam…
— Queriam o quê?!
— Queriam me atacar. — soltei, quase chorando.
Outra pequena confusão se iniciou. Os meus amigos ficaram revoltados com a minha declaração. Expliquei toda a história de Mascarenhas e mostrei o vídeo para o Diogo que, de início, ficou impressionado. Ele olhou com repulsa para o Brutus, Zedu, Ramona e Letícia.
— Vocês não tem o direito de julgar a gente. — disse Zedu ficando com os olhos vermelhos.
— Julgar. Eu não estou julgando, Zedu. Estou assistindo. — falei, pela primeira vez, gritando com o Zedu.
— A culpa é minha. — soltou Brutus, chorando e sentando no chão.
— Brutus, você não te culpa. — Zedu pegou no ombro do amigo e o ajudou a ficar em pé. — Vamos embora.
Brutus não quis ir embora, ele queria conversar sobre o fato. As meninas apoiaram o amigo. Diogo e eu, continuávamos sem entender nada. Ele sempre na minha frente, temendo que alguém pudesse me atacar.
— Ano passado… eu… eu… fui cortar meu cabelo no salão desse monstro. Ele me ofereceu um copo d'água enquanto eu esperava o atendimento, achei normal. Só que comecei a passar mal e mandei uma mensagem para o grupo. — explicou Brutus, que andava de um lado para o outro, mas parando de falar.
— Todo mundo viu a mensagem e fomos ajudar o Brutus. Nos encontramos na frente do salão, porém, estava tudo fechado. — continuou Letícia.
— O Vando estava passando na hora e garantiu que Brutus estava no salão. — Ramona lembrou com pesar.
— Estava tudo fechado. Então, pulamos o muro para verificar. — completou Zedu, sem olhar para mim.
— Por sorte, o Zedu conseguiu abrir a porta de trás e entramos na casa. Fomos pelo corredor e vimos…
— O quê? — perguntei, já que a Ramona não conseguia terminar.
— Ele me chupou, ok. — confessou Brutus. — Eu tava muito louco, não conseguia distinguir o que era real e fantasia.
— Então, o Vando atacou o Mascarenhas, ele caiu no chão, bateu a cabeça em um móvel e ficou sangrando. — explicou Letícia.
— Me diz Yuri. — Zedu se aproximou de mim. — O que faria para proteger um amigo?
— Ei, vai pra trás. — ordenou Diogo engrossando a voz.
— O Vando, ele... ele... falou que vocês ia fazer a mesma coisa comigo... — joguei a informação que guardava dentro de mim.
Eu não tive outra reação. Abracei o Brutus e pedi perdão por duvidar dele. Eu não conseguia acreditar que o meu amigo passou por algo tão horrível. Em seguida, abracei as meninas e o Zedu.
— Gente, o Vando gravou um vídeo nosso se beijando em uma festa. Ele me ameaçou e pediu para ajudar ele. O Vando tem muita raiva de vocês. Então, preferi sair do armário do que fazer mal para vocês.
— Esse Vando é um cretino. Eu… eu… — Brutus estava furioso.
— Então, quer dizer, quer dizer que vocês estão namorando? — perguntou Zedu olhando para nós.
— Não. Não. Só nos conhecendo. — garanti.
Não, eles não são homofóbicos. Eles super aceitaram quem eu era, mesmo sendo gordo e gay. Agora eu estava mais tranquilo, ainda mais sem o Vando no meu pé. Decidi focar na escola, faltavam poucos dias para apresentar o projeto de História.
A gente começou a gravar com a pianista já caracterizada como Chiquinha Gonzaga. O Diogo ficou encarregado de editar, claro, que usamos o equipamento do George.
***
Giovanna e Cláudia começaram a ensaiar para as audições do espetáculo 'Cinderella'. A minha irmã havia decorado todas as falas que o professor havia entregue. Já a Cláudia, a coitadinha parecia uma atriz de filmes trashs, de tão ruim que estava.
— Sei não, Gio. Acho que só você deve fazer o teste. — pediu Cláudia.
— Jamais. Preciso de alguém comigo. Cláudia, você foi a única que me conectei nessa espelunca. Não posso enfrentar a Niandra sozinha.
— Mas, tipo, estarei na plateia torcendo por você.
— Não é a mesma coisa. — Giovanna garantiu pegando no ombro da amiga. — Vamos do início.
— Oh, Romeu. Onde estás? — disparou Cláudia de forma mecanizada.
— Isso vai demorar. — pensou minha irmã, antes de soltar um suspiro longo.
Carlos decidiu desencanar e começou a flertar com uma moça do escritório. Na realidade, o plano era causar ciúmes em tia Olívia. E não é que deu certo. Ela o viu conversando com Sandrinha, uma moça tipicamente manauara. Cabelos longos, seios fartos, um bumbum de dar inveja na Nick Minaj, e claro, lábios carnudos. Realmente, a competição seria difícil.
Ao ver a cena, a minha tia ligou o modo "Olivia Vadia", e cortou logo a asa do seu estagiário o chamando para uma reunião de última hora.
— A gente não tinha reunião marcada. — disse Carlos abrindo o Ipad para verificar os horários.
— É que... que...
— Está sem palavras, Olivia? Ou é ciúmes? — ele questionou, fazendo uma voz fofa e cutucando o ombro da titia.
— Idiota. — soltou ela saindo do escritório.
***
Manaus tem o clima muito louco. Certo dia, fui até o açougue comprar material para fazer um escondidinho de carne e começou a chover. Me protegi no Fred's, por que a chuva estava muito forte e as ruas ficavam alagadas. Do nada, o Zedu chegou, confesso, que a gente continuava distante. Eu tentei não deixar o clima estranho, porém, era impossível. Ele ficou uns minutos em silêncio, tentou falar algumas coisas e não conseguia.
— Zedu, eu já pedi desculpa. Você é o meu melhor amigo. — falei primeiro para quebrar o silêncio.
— Você é? Eu sou? Sinto que estamos distantes, cada vez mais. Isso me machuca. — Zedu falou, mas dessa vez, olhando para mim. — Você está namorando com o Diogo?
— Não, Zedu. Somos apenas amigos.
— Você merece alguém melhor...
— Mesmo, quem? — perguntei, ainda confuso por causa do comportamento dele.
— Eu não, ok. Eu preciso ir. — Zedu pediu licença e correu para casa, apesar da chuva.
O que era aquilo? Eu não entendia o Zedu. Decidi abstrair tudo isso e focar na apresentação do projeto. O dia chegou e preparamos toda a sala com os equipamentos do George. A titia nos deu uma carona, porque eram materiais caros.
As apresentações iniciaram e, como previsto, os alunos não fizeram um bom trabalho. O melhor foi o do Brutus que fez uma atuação do grito da Independência.
— Yuri e Diogo. Podem vir. — pediu a professora de história.
— Vamos lá. — pensei, indo com Diogo para a frente da sala. — Bom… bom… dia. A gente vai falar sobre a história de vida da Chiquinha Gonzaga. — falei baixo, levando um puxão de orelha da minha professora favorita ou, pelo menos, era.
— Vamos falar sobre a história de vida da Chiquinha Gonzaga! — dessa vez, quase gritando e chamando a atenção de todos. — Pode dar o play, Diogo.
— Ok. — Diogo liberou o vídeo que produzimos.
Yuri (no vídeo): - Fizemos uma pesquisa sobre a história e obra de Chiquinha Gonzaga. A Chiquinha era uma mulher que desafiou o seu tempo . Gostei muito da coragem que ela teve, ela enfrentou seus pais, amigos e até mesmo a sociedade por algo que acreditava. Errou, lutou e viveu.
Diogo (no vídeo): — Isso mesmo, Yuri. Entretanto, qual seria a reação da Chiquinha ouvindo músicas da atualidade, como por exemplo, "Amor de Quenga", "Show das Poderosas" e "Que tiro foi esse?". O que vale é a imaginação.
O vídeo fez sucesso. Inicialmente, a artista começou tocando músicas famosas da Chiquinha. Depois, passeou por algumas canções atuais e famosas. A professora não conseguia tirar os olhos do vídeo. Posso dar um spoiler? Tiramos 10.
Divulgamos o vídeo que produzimos, nossa, até eu fiquei impressionado com o resultado do nosso trabalho. O professor principalmente, e graças a Deus, pois, ele era o mais interessado. Ele nos deu 10. Olhei para Diogo e pisquei. A turma também gostou do resultado.
— Yuri e Diogo, gostaria de pedir o vídeo de vocês para salvar, caso precise para mostrar aos alunos dos outros anos. — pediu a professora.
— Claro, professora, vamos fazer uma cópia em um pen drive e passar para o senhora.
Após as aulas, a gente se reuniu na entrada da escola e seguimos juntos para uma sorveteria. Lá tem todos os sabores que vocês possam imaginar. O meu favorito é o de cupuaçu, uma fruta muito utilizada no Amazonas. Infelizmente, o Zedu resolveu levar a Alicia, que forçava para ser agradável, porém, não conseguia.
A turma nos parabenizou pelo resultado do trabalho, afinal, pegamos a nota máxima. Brutus afirmou que faria dupla comigo em outros projetos, só que o Diogo garantiu que era o meu parceiro fixo.
— Yuri e Diogo. Vocês namoram há quanto tempo? — perguntou Zedu para a surpresa de todos.
— Mentira! — gritou Alicia batendo palmas. — Vocês namoram?
— Não. — falei, desesperado. — A gente não é namorado.
— Bem, José. Estamos só ficando, falta de pedido não foi. — disse Diogo piscando para Zedu, que ficou furioso. — Olha, cara. Não devemos satisfação para você.
Irritado, o Zedu levantou e foi embora. A Alicia deixou o dinheiro na mesa e seguiu o namorado. Fiquei magoado com a atitude dele, então, me despedi dos meus amigos e saí em seguida com o Diogo.
O Brutus lutava contra o tempo para terminar uma banana split. Já Ramona e Letícia começaram a juntar algumas peças, porém, não conseguiam chegar em uma conclusão. A reação do Zedu chamou a atenção delas. Até que.
— Letícia! — exclamou, Ramona com um sorriso no rosto. — Amiga, será?
— Eu acho. Eu acho, né?
— O quê?! — perguntou Brutus, todo lambuzado de sorvete.
— Nada, Brutinhos, continua apanhando para a banana split. — disse Letícia sorrindo para Ramona.
***
Um burburinho iniciou na escola dos meus irmãos. O motivo? A ordem das audições saíram e Giovanna seria a primeira da lista. Ela passou 10 horas treinando no quarto e não nos deixou acompanhar. A tia Olívia pediu uma folga para assistir a audição, uma vez que todos os pais acompanhariam.
Pedi para ela fazer uma ligação de vídeo, pois, estaria no recreio no momento da apresentação. Avisei para os meus amigos sobre a audição da Giovanna e todos ficaram animados, resolvi incluir o Zedu, não queria deixar ele de lado.
A Giovanna não estava nervosa, porém, queria arrasar para esfregar a vitória na cara de Niandra, sua inimiga pessoal. A equipe da escola preparou um pequeno palco com um microfone. Primeiro, ela teria que ler um monologo escrito pelo professor. Depois, cantar uma música que tivesse haver com a história de "Romeu e Julieta".
— Giovanna Teixeira Cervatti. — anunciou o professor sentando de frente para o palco.
— Boa tarde. — disse Giovanna.
A tia Olivia me ligou, apesar da internet ruim, consegui ter uma boa noção da atuação da minha irmã. Ela se esforçou mesmo para conseguir superar às expectativas do professor. A Giovanna leu todas as falas de forma convincente e com uma ótima dicção.
Eu estava sentando e meus amigos atrás de mim, todos em silêncio para ouvir a transmissão. A enjoada da Alicia pediu dinheiro do Zedu e foi para a cantina lanchar.
— Muito bem, Giovanna. Você já elevou os requisitos para o papel da Julieta. — anunciou o professor fazendo uma anotação na prancheta. — E a música?
— A música que vou contar é em inglês. Se chama "Perfect Song", de uma série chamada Royalties.
— O que essa canção tem haver com o nosso musical? — perguntou o professor, tirando os óculos de grau.
— Profe, Romeu e Julieta formam o casal perfeito. É uma história que alcançou gerações. E, essa canção, fala de uma garota que ama seu namorado com todo o coração.
— Perfeito. Pode começar. — pediu o professor.
***
Giovanna:
Eu estive em todo lugar
Eu já ouvi de tudo
Mas ainda não consigo descobrir qual melodia cantar
Não há montanha alta
Algo, algo baixo
Oh, espere, isso é de uma música que você já conhece
Por que perco meu tempo tentando encontrar
Ou escrever algo novo?
***
A minha irmã colocou todos os seus sentimentos dentro daquela música. Sua voz era doce e vulnerável, mas, ao mesmo tempo, contava com uma potência impressionante. Os meus amigos ficaram surpresos com o desempenho dela.
***
Giovanna:
Você, você melhora toda vez
Cada nota e cada rima
Mais cativante do que qualquer coisa em que venho trabalhando
Fita de vinil ou CD
Você é lindo demais para stream, amor
Nada é tão bom quanto você
Porque você é minha música perfeita
***
Por algum motivo, essa canção me lembrou do Zedu. A gente se encontrava em uma situação muito estranha. O que será que estava acontecendo com ele? De melhores amigos para estranhos, tudo isso em meses. Olhei para o Zedu, que estava concentrado na apresentação da Giovanna.
***
Giovanna:
E enquanto eu tenho sua atenção
Eu gostaria de mencionar
Giovanna é a melhor! #Abençoada
De qualquer forma, você melhora toda vez
Uma faixa que eu realmente compraria
Mais cativante do que qualquer coisa em que venho trabalhando
Fita de vinil ou CD
Algo que eu baixaria
Mas não grátis, não, não
Nada é tão bom quanto você
Porque você é minha música perfeita
Oh, oh, nada é tão bom quanto você
Porque você é minha música perfeita
***
Sucesso. A apresentação da Giovanna foi um sucesso. Todos aplaudiram de pé, até mesmo, Diandra, que pediu para ter o teste cancelado. O professor adorou a desenvoltura da minha irmã, principalmente, no momento do #abençoada.
Cláudia correu e abraçou Giovanna. Elas ficaram dando pequenos pulos. A tia Olivia mandou um beijo para mim e desligou a transmissão do celular. De alguma forma, a canção também tocou seu coração.
— Giovanna, filha. Parabéns. — tia Olivia disse abraçando Giovanna.
— Titia. Olha o mico. — ela se afastou da titia.
— Eu preciso ir. Gravei toda a apresentação. Beijos.
Era tão obvio. A tia Olivia correu para o lugar onde o escolhido estava. Ela subiu correndo às escadas da empresa. Entrou na sala ofegante e encontrou Carlos cercado por papeis de um processo.
Ela se aproximou dele e o beijou, mas não foi um beijinho. Foi o BEIJO! Mesmo sem entender a atitude da chefe, o estagiário retribuiu, como retribuiu.
— Você jantar comigo? — ela perguntou ofegante, após o beijo do século.
— Sério? Um jantar romântico?
— Não. É um jantar com meus sobrinhos. — ela explicou, se afastando de Carlos e tirando os óculos.
— Claro. Acho que nunca estive com os seus sobrinhos de uma maneira mais tranquila. Primeiro teve o teu aniversário, o que eu não fico com ciúmes por que a gente ainda não namorava. E, depois, o sumiço do Yuri.
— Você não existe. Então, 20h na minha casa.
— Combinado.
Não tinha me recuperado da apresentação da Giovanna, mas tive que colocar a máscara de bom sobrinho e fazer um jantar especial para receber o Carlos. Olhei na internet e fui na opção mais segura, massas. Já para o Richard, preparei uma salada com frango.
A tia Olívia estava tão nervosa que trocou de roupa umas 200 vezes. Até a Giovanna, considerada fashionista, ficou cansada. Desci para por à mesa e o Diogo apareceu para uma visita. Ele queria ir ao cinema para comemorarmos o 10 que tiramos em história, porém, o convenci a ficar.
O Carlos chegou às 20h e trouxe uma caixa de chocolates para a tia Olívia. Nunca tinha reparado na forma física dele, então, fiquei impressionado. Acho que ele estava preparado para tudo, menos para a entrevista com meus irmãos.
— Então, Carlos. Você tem que idade? — perguntou Richard.
— Tenho 31.
— Você mora com sua mãe ainda? — quis saber Giovanna.
— Giovanna. — tia Olívia repreendeu minha irmã, tive que me controlar para não rir.
— Ah, tia. Estou fazendo uma perguntas. Nada demais. — Giovanna disse.
Contei sobre o trabalho de história e a tia Olivia ficou muito feliz. Por baixo da mesa, o Diogo pegava na minha mão. Ele era um cara super carinhoso, entretanto, os meus sentimentos não estavam no lugar certo. Ainda pensava no Leo e Zedu. Queria tanto mandar no meu coração.
— Yuri — Richard chamou minha atenção e soltou a bomba. — Você e o Diogo se pegam?
Houveram várias reações para esse questionamento. Quase cuspi o suco no rosto do Carlos, ele por sua vez, soltou uma risada abafada. A Giovanna gritou que sabia. A coitada da tia Olívia queria desaparecer. À noite estava tão legal. Obrigado, Richard.
— Só amigos. — falei rindo de nervoso.
— Eu queria namorar, dona Olívia. Mas, o Yuri está se fazendo de difícil. — Diogo disse pegando na minha mão.
Não. Quem queria desaparecer daquela mesa era eu. O Diogo tinha tanta esperança de ficar junto comigo. Infelizmente, não poderia dar o que ele queria. O meu coração ainda estava machucado e confuso.
— Depois, eu que sou indiscreta. — comentou Giovanna comendo um pouco de alface. — Vai se acostumando, Carlos.
Não muito longe dali, o Brutus procurava pelo Vando. Os dois acabaram se esbarrando no Fred's. Com sangue nos olhos, o meu amigo fortinho partiu para cima do Vando. Por sorte, o dono da lanchonete, que se chamava Fred, apartou a confusão e pediu para eles se controlarem.
— Como você pode mentir para o Yuri? — perguntou Brutus.
— Além de viado e gordo, ele ainda é fofoqueiro. — pensou Vando, arquitetando um plano contra Brutus.
— Responde! — gritou Brutus assustando Vando.