Estou adorando postar pra vocês essa história. Fico muito feliz com os comentários e as notas... Vamos nessa porque hoje vai pegar fogo!
Gordin.Leitor, Sim a idade deles e ainda por ser o primeiro relacionamento dos dois faz com que eles tomem atitudes erradas. A imaturidade, o egoísmo, tudo isso está fazendo mal ao casal, mas vamos ver como eles vão passar por isso. Brijo lindão.
Monster: " É cilada bino" foi ótimo! kkkk Obrigado pro comentar querido.
Plutão: Essa história é cheia de altos e baixos... Eu tenho até medo de comentar e adiantar a história, porque sou fofoqueiro kkkk Obrigado por acompanhar lindão.
Regil069: Sim, o Bruno é muito vacilão, mas calma ele vai aprender. Beijooo
Cintia C: Pessoas inconsequentes causam isso na gente mesmo, e se prepare porque hoje vc vai detestar ele kkkk. Beijo linda
William 26: Eu acho que o melhor tempero do namoro dos dois era a distância... bem, vamos ver o que vai rolar. Prepare-se.
VALTERSÓ: A sabedoria dos antigos é sempre nova: só damos valor quando perdemos. Obrigado por comentar queridão.
Hello: Possibilidade sim, a questão é ele querer... Obrigado por comentar beijuu.
Safadinhogostosooo:Todo mundo odeia o Bruno kkkkk coitado, ele erra, mas tem coração bom kkkk Beijão querido!
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Deitei e fiquei pensando nele, até esqueci do Otávio. De manhã eu acordei com um susto enorme. Eu já tinha me acostumado a ele me chamar, e como ele não estava lá, eu passei direto. Quando acordei já era 9 da manhã. Ao lembrar dele senti raiva, tristeza por ele ter estragado nosso aniversário. Me arrumei e sai de casa, mas estava muito desanimado. Toda hora eu pensava nele. Quando era umas 10 hs meu telefone tocou, achei até que era ele, mas era o Lipe avisando que não iria pra faculdade porque tinha acabado de acordar. Pedi pra ele ir pelo menos almoçar comigo e ele mais que prontamente disse que iria.
Ao nos encontrarmos ele me deu um abraço forte e como sempre fazia me deu um beijo no pescoço. Sentamos e comemos normalmente, conversando sobre amenidades. Depois fomos, cada um, para seu trabalho, mas eu nem conseguia me concentrar, ficava pensando no que ia falar com ele quando ele chegasse em casa, na verdade pensava se ele voltaria para casa. Pensando nisso eu fui para casa.
Ao chegar eu encontrei ela cheia de velas acesas, um perfume gostoso e a mesa arrumada. Não estava como eu arrumei, estava mais bonito. Tinha flores por toda a casa . Eu entrei e fiquei impressionado, como ele havia feito tudo aquilo? Não demorou muito e ele apareceu, estava vestido normal, mas estava lindo.
- Que bom que você chegou. Como eu estraguei a noite de ontem, quis fazer mais uma comemoração, agora com tudo perfeito. Me perdoa?
- Eu fiquei muito chateado Otávio, era uma data importante para nós dois e você nem ligou. Isso tem que te servir de alerta... tem como equilibrar suas prioridades? Ou melhor, tem como me colocar nas suas prioridades?
- Desculpa, mas amor, eu estou me saindo tão bem no trabalho! Ele é uma droga, mas eu gosto do que eu faço. Eu me empolguei, me desculpa mesmo. Eu prometo melhorar.
- Você me conhece não é? Sabe que muita coisa do que eu falei foi exagero meu. Quando eu fico nervoso eu exagero um pouco. Sei que te magoei, me perdoa? Eu te amo e você é o homem da minha vida.
- Esquece o que aconteceu ontem, ok? Vamos recomeçar. Feliz aniversário!
- Feliz aniversário. – e começamos a nos beijar. – Deixa eu ir tomar banho, vai.
- Eu vou com você, porque estive arrumando as coisas e nem deu tempo de me arrumar pro nossos jantar.
- Ah não, se você for comigo não vai me deixar tomar banho e nem vamos comer.
- Não adianta, você não me escapa. Eu tive que dormir sozinho, você me deve!
- Está bom, vamos logo.
Ele foi até o quarto, colocou uma música leve para tocar, entramos no banheiro e ele foi tirando peça por peça de roupa minha, me deixando completamente nu. Ele foi tirando a roupa também, me tomou pela mão e me levou para o box, ali ele me beijou com delicadeza, passando a mão pelo meu rosto, olhando no fundo dos meus olhos, e ali já gritava o quanto me amava. Ele ligou a água, bem quentinha e começou a me banhar, pegou o sabonete e começou a passar pelo meu corpo. Nem preciso dizer que já estava excitado a muito tempo, assim como ele também, mas a safadeza ainda não tinha começado. Estavamos apenas nos pegando, pegando o que era nosso. Ele chegou a minha bunda e começou a lavar ela com carinho. Se ajoelhou e me empinou para trás, afundando a língua em mim. Soltei um gemido alto que até o assustou. Era incrível como ele fazia aquilo.
Peguei o sabão e comecei a esfregar no corpo dele. Beijando e chupando seu peito, sua barriga. Eu ensaboei seu corpo enquanto ele lavava o meu. Nossa brincadeira evoluiu para chupadas, lambidas, e por fim eu comendo ele bem gostoso.
Descansamos um pouco, nos beijando muito, e então foi a vez dele. Então eu lubrifiquei meu rabo e sentei na rola dele. Foi um sexo firme, com vontade, com muito beijo e até uns tapas... me fez delirar. Acabou gozando rápido e eu logo em seguida. Ele não me deixou dormir e voltamos para o chuveiro, limpando nossos corpos.
De lá nós fomos jantar e foi realmente incrível, a comida estava deliciosa e ele o mais romântico possível. Enquanto comíamos sobremesa, ele tirou uma caixa aveludada e me entregou.
- Espero que você goste.
Era um relógio maravilhoso. Deve ter custado os olhos da cara, mas eu adorei. Depois da troca de presentes, arrumamos tudo, namoramos um pouco e fomos para o quarto novamente, onde fizemos amor de novo e acabamos dormindo nus, um sobre o outro.
Os dias que seguiram nosso aniversário foram os melhores. Ele voltou a ser carinhoso, dedicado, atencioso, mesmo trabalhando tanto, sempre fazia um esforço para ficar comigo. Mas isso só durou um mês. Com o passar do tempo ele foi se esquecendo da promessa que fez e voltou a fazer como fazia antes. Dava mais atenção ao trabalho do que a mim. A desculpa dele era que as festas de fim de ano estavam chegando e o supermercado ficava mais maluco que o normal nessa época. Isso era verdade, mas mesmo assim eu queria meu namorado comigo.
Dezembro chegou e com ele nossas férias na faculdade. Então as coisas voltaram a melhorar, visto que passávamos as manhãs juntos e a tarde íamos trabalhar. Passávamos a manhã na cama ou íamos bater perna pela cidade, comprar alguma coisa ou almoçar fora. Estava ótimo!
Chegando perto do natal, eu tinha que viajar para ficar com a minha mãe e minha família, que iria para o Rio. Ele não poderia ir comigo porque tinha que trabalhar, só iria ver a família dia 25, mas voltaria no mesmo dia. Como a minha empresa entrava em recesso, eu teria uns dias e ainda o mês de janeiro para poder ficar com minha mãe. Ele iria trabalhar, então eu teria que me dividir entre o Rio de São Paulo.
Assim aconteceu. A véspera de natal não teve graça sem ele, mas convidamos sua família para passar conosco a noite e até que foi bom. No outro dia, cedo, eu fui busca-lo no aeroporto. Lá mesmo nos beijamos e fomos pra casa contando como estavam aqueles cinco dias sem se ver. Ao chegar a mãe dele fez um escândalo, agarrando e beijando o filho que não via a meses. Ele passou o dia todo com eles e só veio falar comigo, na casa da minha mãe, já no final da tarde, quando iria voltar para São Paulo.
- Oi Nuno, desculpa não passar o dia com você, mas minha mãe me alugou o dia todo, tive que contar tudo e mais um pouco.
- Relaxa Tavinho, nada mais natural, ela estava com saudade. Que horas você volta?
- Meu voo está marcado para às 20 hs.
- Te levo lá, tranquilo.
- Então, minha mãe quer ir comigo, então meu pai vai nos levar.
- Ah... Bem, então até o ano novo né? – Mas ele não falou nada, me pegou pela mão e saiu entrando na minha casa, rumo ao meu quarto. Lá ele entrou e fechou a porta.
- Não posso ir embora sem matar a saudade dessa boca gostosa.
Ficamos nos beijando um bom tempo. Mas por fim ele disse que tinha que ir. Disse que me amava e foi saindo. Aqueles dias longe dele foram de muita saudade, mas algo interessante aconteceu que me ajudou a passar o tempo. Meu amigo Lipe foi para o Rio passar o Ano Novo na casa de uma tia dele. Ao saber disso minhas férias tomaram outra cor, pois passei a fazer várias coisas com ele, como ir a praia, ir ao cinema, teatro, ao shopping gastar dinheiro. Mas uma coisa me preocupava, o Otávio chegaria na tarde do dia 31 para podermos passar o Reveillon juntos, será que seria legal levar o Lipe conosco? Bem, eu não tinha cara de deixar ele passar sozinho com a família, visto que ele queria passar comigo.
Fui ao aeroporto e foi inevitável não encontrarmos um lugar, parar o carro e ali mesmo fazer amor, estava com saudade do meu gatinho. Depois dessa transa louca fomos pra casa com um sorriso safado no rosto. Ao chegarmos ele foi para casa de seus pais e eu para minha mãe. Eu até esqueci do Lipe, mas ele não deixou eu esquecê-lo por muito tempo. Quando deu 20:00 ele já estava lá em casa. Eu então liguei para o Tavinho e falei com ele que um amigo meu de Sampa estava no Rio e queria passar o ano novo conosco, se ele se importava. Ele disse que tudo bem, pra eu não me preocupar. Então estava tudo certo. Às 21:00 nós saímos de casa e fomos de carro para a praia.
- Lipe, esse é meu namorado Otávio, Tavinho, esse é o Lipe, digo Philipe, meu amigo da faculdade.
- Que bom que você sabe da gente Philipe, não ia conseguir ficar sem dar um beijinho no Bruno a noite toda. Você não se importa né?
- Não amigão, de forma alguma. Ele já tinha me falado de vocês, e eu acho muito legal, não sou preconceituoso. Você é um homem de sorte por ter o Bruno, ele é um ótimo amigo.
- É sim, é tudo na minha vida.
- Ei, estou ficando envergonhado.
Os dois começaram a conversar e eu fiquei só olhando. Será que o Tavinho iria gostar tanto dele se soubesse que o Lipe dava em cima de mim? E se ele soubesse que eu ficava balançado com essas investidas? Bem, era melhor ele não saber.
Chegamos na praia e já fomos procurar o que beber. Começamos com caipirinhas, era sempre nossa abrideira, depois fomos para o vinho, cerveja e paramos na vodka. O Otávio não bebia, mas também não tentava me controlar, ele sabia que quando eu estava ficando torto eu parava. Quando já era 23:00, estávamos meio tortinhos. O Tavinho foi buscar um refri pra ele e ficamos nós dois.
- Até que seu namoradinho é legal, mas continua sendo um manezão.
- Para de chamar ele assim.
- Larga ele e fica comigo, vai! Pow, eu sou mais gostoso que ele. O cara está com o maior barrigão.
- Não me apaixonei pelo corpo dele, ele está gordinho sim, mas é falta de tempo pra malhar. – Ele levantou a camisa, pegou a minha mão e colocou em sua barriga, não consegui puxar a mão.
- Olha isso aqui! Você precisa de um desses. – Apertei o abdômen dele.
- Está trincado mesmo, delicia heim! – Eu não devia beber perto dele. Ele então desceu a mão e colocou sobre seu pau.
- Isso aqui é mais gostoso ainda. – também apertei com vontade, eu estava com muito tesão, maldita vodka. Recobrei a consciência e tirei a mão.
- Para de safadeza cara! Estou bem servido.
- Mesmo assim... sou mais divertido também. Ele é muito paradão.
- Mas é dele que eu gosto Lipe, entende isso.
- Ah, besteira. O cara prefere trabalhar a ficar com você.
- Pode parar heim!
Ele voltou e graças a Deus não ouviu nossa conversa. Quando estava perto da meia noite, fomos para perto do mar para ver a queima de fogos. Nessa hora deixamos o Lipe um pouco de lado, mas ele se arranjou muito bem, acabou fazendo amizade com outros meninos que estavam lá, e ficaram cantando juntos.
- Mais amor entre nós dois. – Disse o Otávio ao me abraçar e olhar nos meus olhos – Mais felicidade, mais companheirismo...
- Mais carinho, mais atenção para ambos.
- Mais saúde, mais força, mais cumplicidade.
- Mais dinheiro, mais diversão, mais bagunça.
- Ah amor, bagunça não! Kkkk. Ano que vem seja o nosso ano! Que venha nossa felicidade! Te amo.
“”
- Lá vem ele amor. Quero te amar cada vez mais.
“ Feliz ano novo!!!”
- Feliz ano novo garoto levado.
- Feliz ano novo Tavinho. – nos beijamos e quando nos separamos ficamos vendo os fogos.
O Philipe ficava pulando e abraçando todo mundo, parecia um menino que ganhou presente. Depois ele veio e abraçou o Otávio e lhe desejou felicidade. Depois ao me abraçar deu um apertão na minha bunda que cheguei a suspirar.
- Meu gostoso, feliz ano novo! Esse será o nosso ano, pode ter certeza.
- Para de falar essas coisas. Feliz ano novo pra você também.
O Otávio encontrou com uns primos dele e eles se juntaram a nós, assim nosso momento “love” tinha acabado, agora éramos apenas amigões, eu detestava isso, mas também não estava pronto para assumir nada pra ninguém. Ele ficou mais com os primos e ficamos eu e o Lipe andando e bebendo, claro. Ele, como não perdeu tempo, já ficou mandando as diretas dele, porque de indiretas aquilo não tinha nada.
- Estou muito feliz de estar aqui com você.
- E com o Tavinho.
- Não, o babacão está estragando, mas ele sempre faz isso. Melhor seria só nós dois.
- Você não é muito certo da cabeça, não é Lipe? Kkkk
- Porque?
- O que você quer comigo cara?
- Namorar com você.
- Doido mesmo! Você nunca ficou com homens, nem sabia que era gay, agora está sentindo tesão em mim já acha que está apaixonado?
- Não é só tesão. Eu só me completo com você. Perto de você eu sou mais eu, sabe? É difícil explicar, mas perto de você eu me sinto mais vivo, como se eu encontrasse meu motivo para viver, entende? Como se eu estivesse te procurando por toda a vida e finalmente eu te encontrei. Eu te amo. – achei lindo.
- Isso é loucura, eu sou comprometido.
- Eu sei, por isso pego leve com você. Mas você não percebe que ele não te ama de verdade. Ele tem você como muleta, ele usa você para fazer as coisas. Pelo que você me contou, ele só fez faculdade por sua causa, só começou a trabalhar por sua causa, só saiu de casa porque iria morar com você. Ele é um inútil, você que faz ele ser alguém, e como ele gosta de ser alguém, não larga você. Mas amor mesmo ele não sente. Ele ama o que você faz por ele, não você. Se ele te amasse não te deixaria sozinho, não preferiria o trabalho à você... Cara, se eu tivesse uma oportunidade, só uma, eu seria o melhor namorado do mundo pra você. Além de que você sabe que comigo a pressão seria constante kkkk
- kkk Bobo. Sabe, não sei se você tem razão, mas eu já fui tão feliz com ele, que não consigo me imaginar longe do Tavinho. A gente está junto desde moleque, antes como amigos, agora como namorados... É muita história.
- Talvez por isso mesmo você não consiga se libertar dele. Você tem medo de deixar essa segurança que ele te dá. Mas você não é feliz com ele.
- Algumas vezes sim, as ele consegue fazer meu coração bater forte, mas ultimamente só tenho tido tristezas.
- Até quando vai ficar sofrendo? Até quando não vai ver que eu sou o melhor pra você?
- Não é assim Lipe. Melhor a gente voltar.
- Sempre fugindo. Me dá um só motivo para você ficar com ele?
- Eu amo ele!
- Ama mesmo?
- Amo.
- Vamos ver até quando... Quando ver que não é nada disso, me avisa ta?.. Vamos voltar.
Aquela conversa mexeu comigo. Ele tinha razão, não que o Tavinho não me amasse, mas em ele me usar como muleta. Tudo fazia sentido! Mas ele já é alguma coisa, porque continua me usando? Bem, decidi não pensar mais nisso. Ao voltarmos os encontramos no mesmo lugar, rindo e brincando. Nos juntamos a eles e a noite correu tranquila. Chegamos em casa por volta das 7 da manhã, cada um na sua casa, claro.
O primeiro dia do ano foi de descanso e infelizmente, de despedida para nós dois. Mas ele prometeu ir ao Rio todo fim de semana para ficar comigo. Quem adorou a partida do Otávio foi o Lipe, que passou a frequentar a casa da minha mãe.
A gente se via quase todo dia, e sempre era uma programação diferente: praia, cinema, shopping, teatro, barzinho, balada e tudo mais. Ele sempre jogando suas indiretas, sempre querendo me fazer pensar em ficar com ele. Por outro lado, o Otávio sumia, passava o dia inteiro sem me mandar nenhuma mensagem sequer, e quando eu mandava demorava uma eternidade para me responder, aquilo me deixava puto da vida, mas o Lipe me acalmava.
Uma vez nós fomos a uma baladinha, eu estava puto da vida porque o Otávio não tinha dado sinal de vida o dia todo, e não me atendia quando eu ligava pra ele. Acabamos resolvendo ir espairecer, dançar e beber um pouco. A balada foi ótima, e no alto da noite fomos para casa da tia dele para dormirmos. Achei que ele iria me oferecer um quarto de hóspedes, mas não, só tinha uma cama de casal e iriamos dividir. Eu não queria, mas ele falou que era para eu parar de graça, pois só iriamos dormir e que ele iria me respeitar. E foi quase o que aconteceu. No meio da noite eu senti ele se encostando em mim, fazendo uma conchinha, me abraçando com vontade.
- Lipe, me solta poxa.
- Não Brunão, por favor, me deixa dormir assim, vai, está tão gostoso ficar assim coladinho em você, e não estamos fazendo nada demais.
- Eu sou comprometido cara, porque você faz essas coisas?
- É, comprometido com um cara que não falou com você o dia inteiro. O que será que ele está fazendo lá de tão importante que não te atende? Esquece ele vai, não estamos fazendo nada demais, só dormindo, como amigos. – Não falei nada, ele tinha razão. E o que o Otávio estava fazendo, o que o deixava tão ocupado?
Foi deliciosa aquela noite, ele era tão quentinho, tão macio, exceto uma parte, que estava me cutucando, quente, pulsando... Como não ficar excitado, ele era uma delícia.
Com o passar dos dias eu nem me lembrava mais do Otávio, se ele quisesse me ligar, me ligaria. Passei a olhar o Lipe com outros olhos, antes eu achava que ele só queria sexo, mas não, vi que sentia realmente alguma coisa por mim e, tenho que admitir, ele era maravilhoso. Meu sentimento por ele estava saindo da amizade e eu já pensava em ficar com ele, desejava beijar a boca dele, passar a língua por seu corpo, ter ele todinho pra mim. Por outro lado, o que sentia pelo Otávio estava confuso. Eu estava muito chateado com ele por todo esse sumiço. Ele ia ao Rio aos fins de semana, bem, ia no sábado a tarde e voltava no domingo a tarde; não passava nem um dia comigo direito. Sentia que ele ia lá só para me comer e pronto, porque eu chamava para sair e não queria, nenhum programa romântico, nada. Estava a mesma rocha fria de sempre.
O mês foi passando e o meu sentimento pelo Lipe ia só aumentando. Eu estava carente e ele estava sabendo aproveitar bem essa carência para me conquistar. Tinha conseguido. Uma semana antes de eu voltar para São Paulo eu tinha certeza que eu amava o Lipe e queria ficar com ele. Com isso, minha paciência para o Otávio estava perto do fim. Eu ainda tentava conversar com ele, mas ele vinha cheio de ignorância e quase nunca me ouvia. Ele falava que eu cobrava muito ele, que eu era egoísta, que só pensava em mim, etc. Assim nossas discussões ficaram muito mais constantes. Tudo era motivo para discutirmos, e sexo era só quando nós nos reconciliávamos. Eu não estava aguentando mais.
Em uma sexta-feira, a nossa briga foi realmente séria. Ele sempre chegava às 22:30 à 23:00, todos os dias. Mas teve um dia que ele chegou a nossa casa ia dar 00:10. Eu estava louco de preocupação, o procurei no celular e nada, ele não atendia, como sempre. Deixava mensagem na caixa, deixei mensagem de texto e nada dele dar notícia. Aquilo foi me dando um desespero que eu já estava quase chorando pensando que tinha acontecido alguma coisa. Procurei na internet para ver se tinha algum acidente, trânsito, mas nada, tudo estava normal. Então quando passou da meia noite eu liguei para o supermercado e disseram que ele já tinha saído, fazia uns 20 minutos. Eu mal desliguei o telefone e ouvi o barulho na porta. Eu corri para lá e fiquei olhando a cara de sonso dele.
- Oi amor, tudo bem?
- “oi amor” isso que você tem para me falar? “oi amor”??
- Ué Bruno, o que você queria que eu falasse?
- Por exemplo, onde você estava.
- Trabalhando.
- Até essa hora?
- Fiz hora extra ué.
- Hora extra porra nenhuma, com quem você estava? Você acha que eu sou trouxa né? E mais, você fala isso com uma tranquilidade que me irrita.
- E o que não te irrita ultimamente? Você está chato pra caramba!
- Eu? Chato? Você chega tarde e eu sou chato? Você que é um ibecil sabia?
- Eu sou o que?
- Isso mesmo! Um ibecil, só que mais ibecil que você sou eu que fiquei aqui todo preocupado te esperando.
- Estava esperando porque quis, por que eu avisei que chegaria tarde.
- Avisou porra nenhuma!
- Para de gritar, eu estou perto de você, está gritando por quê?
- Eu grito se eu quiser, a porra da boca é minha!!
- Então vai gritar sozinho, vou deitar porque estou cansado.
- Sempre tá cansado! Sempre cansado quando o assunto sou eu, você sempre está cansado. Tudo o que eu te peço, você está cansado.
- Eu vou fazer o que? Eu não fico coçando o saco igual você, eu trabalho e muito pra te dar o que você merece ter.
- É o que Otávio!! Repete! Eu fico coçando o saco?
- Fica, não faz merda nenhuma naquele seu estágio, por isso fica ai, cheio de fogo no rabo pra bater perna na rua.
- Fogo no rabo tem o idiota do teu pai! – ele veio pra cima de mim e me segurou pela camisa.
- NÃO FALA ASSIM DO MEU PAI!
- Vai me bater? É só o que falta né? Vamos lá lutador, desconta sua raiva em mim. – ele largou minha camisa e saiu da sala.
- Sabe de uma coisa Bruno? Eu estou de saco cheio cara! Agora quem está de saco cheio sou eu! Nós não temos um dia de paz sequer, você sempre reclamando de algo. Quando você vai parar de ser tão egoísta? Só você tem que ser compreendido? Só você tem que ser atendido, eu tenho que me curvar para tudo o que você fala? Eu te amo Bruno, mas você está uma velha resmungona.
- Vai tomar no seu cu Otávio! – Ele me olhou sério, dava pra ver o ódio nos seus olhos porque se tinha uma coisa que ele não tolerava era alguém mandar ele tomar no cu. Mas não falou nada, só entrou no banheiro.
Ele não falou nada a semana toda, nem para me acordar de manhã, ele apenas me sacudia, mas uma coisa não mudou, mesmo brigados ele sempre dormia abraçado comigo. Nos primeiros dias eu recusei, mas era bom para ele e para mim. Bom em termos, porque aquela semana eu estava uma pilha. Minha vontade era quebrar ele na porrada, mas aos poucos eu fui me acalmando e analisando a situação com outros olhos.
Já o Otávio...
Eu não sabia o que fazer. O Bruno estava insuportável, não sei se era alguma pressão no trabalho, se era na faculdade, algum problema qualquer, mas ele estava chato demais. Aquela briga foi uma das mais feias que nós tivemos. Nunca tínhamos nos agredido verbalmente assim, nunca nos xingamos. Na verdade, quem me xingou foi ele e logo me mandar tomar no cu... Nada me irritava mais, eu odiava aquilo e ele sabia, com certeza ele fez de propósito, para me irritar ao máximo que conseguia. Será que ele queria tomar uma porrada? Mas eu nunca faria isso com meu amor. Por mais chato que estava ele era o meu amor, meu Bruninho, meu Nuno e por isso eu não conseguia dormir longe dele, eu tinha que sentir seu cheiro, sua pele, sua bunda se encaixando perfeitamente na minha virilha.
Eu estava muito chateado com ele, de um jeito que nunca estive, mas não gostava de ficar brigando, então estava preparando uma surpresa para aquele fim de semana. Eu ia sequestrar ele e levar para a praia, iríamos ficar só nós dois lá por três dias. Já tinha reservado a pousada, um passeio de barco, tudo iria ficar bem.
Porém na quarta-feira eu cheguei em casa e ele estava sentado na sala com uma cara meio estranha. Como estava fazendo, passei por ele e nem falei nada. Mas ele me chamou:
- Otávio. - Mas eu ignorei, e ele me chamou novamente. - Otávio, tem como a gente conversar?
- Estou indo ali tomar no cu e já volto.
- Me desculpa ter te xingado. Desculpa de verdade, eu perdi a cabeça e acabei falando o que iria te machucar. - ele parecia realmente triste.
- Machucou mesmo. Eu te desculpo, mas deixa só eu tomar um banho e a gente continua conversando amor. – adorava quando ele pedia desculpas, e não conseguia ficar magoado muito tempo, fazer o que? Eu amava aquele moleque idiota.
- Não, eu não terminei ainda. Eu estive pensando nessa semana, na verdade não só nessa semana, mas a um bom tempo eu tenho reparado isso e só agora eu vi com clareza tudo o que está acontecendo.
- Ai meu Deus, quanta enrolação, Fala logo Nuno.
- A gente não está dando mais certo Tavinho. Eu estou cansado e sei que você também está. Não sei se tem como a gente continuar junto. É muita briga, a gente está se machucando muito.
- Não amor, dá sim, é só a gente mudar, só a gente buscar melhorar, os dois. Todo casal passa por crise, mas eu acho que dá pra melhorar. Vamos tentar poxa. – Certo desespero começou a tomar conta de mim, ele pensar em se separar nunca passou pela minha cabeça.
- Não sei Otávio...
- Claro que dá, a gente se ama, dá pra superar. Olha, vamos viajar nesse fim de semana. Era uma surpresa, mas eu aluguei um quarto num hotel legal, na praia, vamos passar três dias lá, quando a gente voltar você vai ver, tudo vai estar melhor. Nosso amor vai ficar mais forte que nunca.
- Ai Otávio... é que ... Não sei... Eu... Eu não sei se eu te amo mais. – Aquela frase foi a pior que eu já ouvi na minha vida. Eu fiquei perdido.
- Calma ai, o que? O que você falou Bruno? Repete porque eu não sei se eu ouvi bem.
- Eu não amo mais você Tavinho, o sentimento mudou e eu só vejo você como meu amigo.
- Não é possível amor! Você deve estar confuso, você não me conta mais seus problemas, não fala mais nada... eu não sei mais de nada... – Mas algo veio na minha cabeça - Você está saindo com alguém? O que você fez?
- Não! Nunca! Você foi o único homem da minha vida. Mas sabe... – não queria ouvir mais, mas ele continuava a falar. – não dá mesmo. Eu já tentei, mas não consigo mais.
- Você não é feliz comigo?
- Não é isso, eu gosto de você, mas como amigo, não sinto mais a mesma coisa que antes...
- Responde a minha pergunta, você não é feliz comigo?
- Não Tavinho. Talvez como amigos nós seremos mais felizes... – Eu não falei nada, só virei as costas, peguei minhas chaves e ia saindo. – Ei! Pera ai! Aonde você vai? A gente não acabou de conversar, não vai falar nada?
Eu me virei, olhei pra ele e vi aquele carinha doce, lindo, um dos homens mais lindo que já vi. Era ali o meu vizinho, que sempre estava comigo, sempre me ajudava. Vi meu namorado, lembrei dos momentos felizes que passamos e da promessa que fiz de fazer ele feliz sempre, sim eu prometi fazer ele feliz, mesmo se para isso eu devesse sumir da vida dele, eu o amava tanto que sumiria.
Eu caminhei até ele, segurei seu rosto com as duas mãos e fui aproximando o meu do dele. O beijei com toda ternura, toda vontade querendo passar todo amor que eu sentia através daquele beijo, pois era o último beijo. Ele não me recusou, mas retribuiu com vontade. Depois de nos beijarmos um tempo eu separei e vi algumas lágrimas rolando de seus olhos. Eu sentia uma dor imensa, me doía tudo por dentro, mas me mantive firme, não ia chorar na frente dele. Enxuguei as lágrimas dele e disse:
- Você é o meu melhor amigo, o maior presente que a vida me deu. – falei e beijei seu rosto. Levei minhas mãos ao meu pescoço, retirei o cordão com a aliança que ele tinha me dado e coloquei em sua mão, fechei-a, beijando-a em seguida. Então virei as costas e fui em direção a porta.
- Aonde você vai?
- Dar uma volta.
- Mas já são 23:00 e você acabou de chegar. Por favor, não vai.
- Não se preocupe, eu volto cedo. – eu estava com um bolo na garganta, uma vontade de chorar que não estava mais conseguindo segurar.
