*Pessoas, eu sei que me atrasei, mas o fim de semana foi muito movimentado... Enfim, me perdoem, essa semana as postagens voltam ao normal! Beijão! <3
*e-mail: gordin.leitor@yahoo.com.br
CAPÍTULO – 07
Na primeira noite em que Beto chegou àquele lugar já havia uma luta marcada, na verdade Humberto marcou de última hora para testar as habilidades de seu novo “gladiador”, marcou com um dos melhores lutadores do local que, felizmente, não teve a menor chance contra Beto que tomado pela fúria de ter sido vendido quando estava prestes a se libertar, acabou com a raça do rapaz em menos de dois minutos, impressionando assim a pequena plateia e o dono daquele ringue de lutas clandestinas. O lugar era um antigo casarão no centro do Rio de Janeiro, vários quartos haviam sido reformados e os rapazes dividiam as dependências, quatro por quarto, deixando um total de dezesseis “gladiadores” como Humberto gostava de chama-los. O sucesso das lutas se dava pela violência excessiva, não existiam regras pré-estabelecidas, caso uma luta estivesse monótona, os animadores jogavam armas letais como: machados, facas, espadas, porretes e outras coisas para que os lutadores as usassem e nessas ocasiões invariavelmente havia muito sangue.
No subsolo do local havia além do ringue uma academia completa e um octógono, cada luta ganha era recompensada com dinheiro para o lutador, 30% do valor apurado, isso para os rapazes que tinham entrado ali por livre e espontânea vontade. Humberto era conhecido por honrar esses compromissos com os garotos, mas o negócio prosperava dada a barbárie das lutas e tendo em vista que nem todos sobreviviam ao horror e aos que conseguiam se salvar não era incomum saírem com sequelas graves, então era apenas uma forma de ele ganhar mais e mais dinheiro.
Como Beto havia três rapazes, esses Humberto havia aliciado ainda na época em que era diretor do orfanato que foi fechado há muitos anos, foi com esses três rapazes que começou a se envolver mais a fundo nesse mundo de lutas clandestinas e destes ele cuidava bem, dava roupas, mulheres, mimos de todos os tipos, mas em troca pedia total obediência e uma sede de sangue ininterrupta. Por vários dias Beto vagou por aquele lugar procurando formas de se libertar, conheceu a fundo a planta do antigo casarão e apesar de ter somente dois seguranças no local ele não se atreveu a fugir, os boatos davam conta de que perdas dos meninos da casa eram castigadas com surras, tentativas de fuga eram represadas através de ameaças à família do prisioneiro, muitas delas eram cumpridas pelos três rapazes que faziam a segurança pessoal do dono do lugar. Havia um pequeno contrato contendo cláusulas que davam conta de que se o rapaz tentasse fugir, sairia sem nada e apesar de a perda de dinheiro já significar algo ruim o suficiente, Humberto fazia questão de adicionar sofrimentos extras, como perseguições aos familiares do sujeito e coisas dessa natureza.
Duas noites depois de chegar ao casarão Beto foi chamado ao escritório de Humberto, Daniel o rapaz que levou a surra no sítio foi o mensageiro.
- Ei, o chefe quer te ver! – O rapaz falou da porta do quarto onde Beto estava deitado na cama inferior do beliche. - Vamos cara, não tenho o dia todo. – Beto levantou, colocou o boné na cabeça e saiu acompanhando o moreno que ostentava um curativo no nariz e pontos na sobrancelha.
- Ora se não é o meu mais novo gladiador! – Humberto o saudou na hora em que o viu entrar na sala. – Sai daqui! – Se dirigiu a Daniel que parece não ter gostado nada da forma como foi tratado. – E então, preparado pra lutar hoje? – Humberto perguntou, mas pelo seu tom de voz aquilo era apenas um aviso e não uma pergunta.
- Estou – Beto falou sucinto.
- Está gostando das suas novas acomodações? – O velho falou enquanto desligava o notebook.
- Sim! – Beto olhou para os lados em desinteresse.
- Beto, eu sei que essa não é a situação que você queria para a sua vida, mas pense bem... – Humberto pousou os cotovelos em sua mesa de vidro – Dois anos e você estará livre! – O homem deu um sorriso que lhe pareceu macabro.
- Mais dois anos... – Beto balançou a cabeça em negativa.
- Só dois anos – Mais um sorriso – O copo está meio cheio no seu caso, dois anos e eu te devolvo ao Cristóvão! – Beto engoliu em seco aquela informação, pensou que em dois anos o odioso velho que conhecia como avô poderia arranjar mais um soldado, mesmo que não conseguisse total controle era mais uma vida que ele iria estragar e talvez mais alguém que ele teria de matar.
- Certo – Não deixou seus pensamentos transparecerem, afinal Humberto e Cristóvão eram nada mais nada menos que senhores de escravos, dois homens que olhavam as pessoas como meras mercadorias.
- Bom, eu te chamei aqui pra te dizer que hoje você luta, esse rapaz com quem você vai lutar é um grande gladiador, mas você pode mata-lo se quiser, é de uma casa concorrente... – O homem falava com uma calma desconcertante – Ou aleijá-lo, não sei... Na hora você decide.
- Quantas lutas dessa você já armou pra mim? – Beto perguntou de mau humor.
- Ora, rapaz, mude essa cara... – O velho puxou o smartphone – Pense que você luta por um propósito... – O homem sorriu.
- Que propósito, porra! Eu luto porque o escroto do meu avô me... – Sua voz foi aumentando de tom enquanto ele se permitia explodir pela primeira vez em muito tempo, Humberto sequer mexeu o rosto, encostou-se ao espaldar da cadeira e parecia procurar algo em seu celular.
- Chega de show, seu verme! – Sua voz assumiu um tom pesado e macabro. Ele virou a tela do telefone e Beto viu duas fotos de Ricardo, uma na rua e outra dentro do que parecia ser um quarto, o franguinho dormia ignorando uma presença em seu quarto. Beto levantou de um pulo – Então, vai ou não obedecer? – O novo senhor perguntou, frente àquela situação só havia uma resposta possível.
- Sim, senhor! – Beto falou de costas, o ódio lhe roendo as entranhas com força.
- Muito bem, o Cristóvão me mandou vigiar esse rapaz nos últimos tempos, enquanto você estava lá com o garotinho no cativeiro. – Humberto falava e era possível sentir o quanto aquilo lhe agradava.
- Não mexe com o Ricardo! – Ele vociferou.
- Senão o que? - Humberto perguntou desafiador.
- Senão é bom que você e os seus três cachorros sejam rápidos e fortes, porque eu sei que eu sou... Comigo você pode mexer o quanto quiser, mas se eu sonhar que existe a menor possibilidade do Ricardo se prejudicar... – Ele espalmou as mãos no vidro da mesa fazendo com que ela se mexesse, logo aquela peça de mármore já estava colada ao corpo de Humberto que sentiu que seria melhor não desafiar o homem – Eu te mato! – Beto anunciou.
- O rapaz vai estar seguro desde que você obedeça! – Fez um esforço enorme para não gaguejar.
- Então tudo bem! – Beto puxou a mesa.
- E não me desafie mais! – Humberto ralhou.
- Então não o ameace mais! – Beto devolveu. Os dois ficaram se encarando por muito tempo, até que Daniel entrou na sala.
- Tudo bem por aqui? – Quis saber.
- Sim, está! Leve o Beto para comprar algumas roupas, a estadia dele aqui vai demorar um pouco – O homem sorriu. Daniel novamente fechou a cara. Os dois saíram da sala deixando Humberto sozinho. Ele então pegou o telefone fixo de seu escritório.
- Mantém o rapaz sob vigilância... Não, não mexe nele por enquanto! Já disse, por enquanto tu não mexe nesse viado, porra! – Ele ficou mais nervoso, desligou a ligação e olhou pela janela. “São todos uns burros...” Sorriu se achando muito esperto e na verdade era mesmo.
Beto e Daniel seguiram até o quarto em que o primeiro estava hospedado, Beto pegou uma camisa e saiu na companhia de Daniel. Os dois pegaram um carro simples e foram andando em silêncio até chegarem em uma loja de roupas populares, escolheram algumas coisas de pouca qualidade, mas que agradaram Beto e depois de pagarem a conta voltaram ao carro.
- O velho dá roupas pra todos os garotos? – Ele perguntou, Daniel o olhou com impaciência.
- Ele não dá nada a ninguém, isso tudo aqui vai pra tua conta. Quanto mais tu fizer ele lucrar, menos ele cobra de ti – Colocou a chave na ignição e deu partida no carro.
- Entendi – Beto percebeu então que estava numa situação um pouco mais complicada que antes. Andaram em silêncio até o casarão, antes de entrarem ele chamou a atenção do novo gladiador.
- É bom tu ter cuidado, ele cumpre as ameaças dele! – Daniel falou como se o advertisse.
- Sei me cuidar... – Beto respondeu insolente.
- Ninguém sabe se cuidar perto do Humberto, tu acha que o teu avô é ruim? Pois bem, experimenta desafiar o chefe! – Estacionou o carro e os dois desceram, Beto pegou as sacolas com as roupas e voltou ao seu quarto, naquela noite foi a primeira luta em que ele usou um machado. Como havia sido pedido ele aleijou o rapaz que perdeu, foi então que enquanto saía da arena viu que mesmo implorando pela vida o outro lutador recebeu um tiro na testa, dado por Humberto. Ali não havia lugar para erros.
Os dias passaram rápidos, Beto lutava em média três ou quatro vezes numa semana e logo sua invencibilidade angariou admiradores e invejosos. Os lutadores da casa não se atreviam a folgar com ele, os de fora tentavam, mas logo eram calados por seus punhos, Beto passou a deixar os rapazes inconscientes rapidamente para que não morressem. Já tinha muitas mortes em suas costas, e percebeu que a maioria dos que lutavam ali estavam buscando melhorias em suas vidas ou eram escravos de dívidas contraídas com grandes chefões de cartéis no Rio de Janeiro e regiões.
Um mês se passou e para manter a fama de invencível ele teve que lutar contra dois gêmeos, os dois homens pareciam lutadores de sumô, e apesar de ter recebido alguns golpes dolorosos, Beto conseguiu vencer, enquanto levantou o braço para atestar sua vitória correu o rosto pela multidão e viu Rômulo, rapidamente ele parou de olhá-lo, pois sabia que estava sendo observado, mas em seu íntimo ficou feliz ao saber que o amigo havia lhe encontrado. Voltou ao seu quarto e lá depois de um banho enquanto ainda ouvia os gritos vindos do ringue decidiu tentar se comunicar com alguém. Saiu sorrateiramente da área em que ficavam os quartos, passou pela frente da casa e deu de cara com os seguranças os muitos carros ali lhe impediam de distinguir qualquer coisa e ele voltou para o quarto.
Nos dias que se seguiram ele teve a certeza que Rômulo daria a notícia para Ricardo e teve medo de seu franguinho tentar fazer algo para lhe salvar, era necessário que ele conseguisse se comunicar com um dos dois e avisasse que não o procurassem, mas como? Sabia que Ricardo não desistiria, oito anos depois e ele ainda o procurava incansavelmente. Rômulo era a chave, mas como encontra-lo se ele havia virado um fantasma?
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Rômulo saiu do casarão sem levantar suspeitas andou até o seu carro popular, ligou-o e não pensou em mais nada, Beto estava em poder de outro senhor. Tinha que descobrir sob quais condições ele estava preso e o que poderia fazer para ajudar o homem que lhe libertou. Na pensão em que estava ele conseguiu se conectar a internet, viu que havia mais um e-mail de Ricardo.
“Rômulo, esse silêncio do Beto está me matando. O que houve? Porque ele sumiu? Me dê notícias, como disse antes o dinheiro não é um problema, só me diga se ele continua bem. Se ele continua vivo!”
O desespero silencioso contido naquela pequena mensagem lhe atacou, ele respondeu de pronto, medindo as palavras e tentando suavizar a sensação de impotência que sentia naquele momento.
“Ricardo, o Beto está vivo e bem, mas não está mais nas mãos de Cristóvão. Ao que parece ele agora trabalha para outro homem, ainda não sei precisar o que se passa ou porque ele está nesta situação, mas prometo que descobrirei e em breve lhe dou mais notícias. Desculpe se não tenho boas novas, porém a situação se resolverá o mais rápido possível!”
Enviou o e-mail, esperou uma resposta que chegou quase que de imediato, os dois se comunicaram até alta madrugada sem que Rômulo desse maiores explicações da situação de Beto. Nos dias que se seguiram Rômulo agiu como um cliente qualquer, fã de lutas e de sangue. Para um negócio clandestino como aquele, lhe impressionou o fato da segurança ser tão falha, qualquer homem mesmo com poucas habilidades e um pouco mais de força conseguiria fugir dali. Assistiu a três lutas seguidas, aquela noite estava bem mais violenta que de costume, no primeiro embate o lutador vencedor acabou por arrancar alguns dedos da mão de perdedor, o segundo saiu desmaiado do ringue e o terceiro foi morto pelo vencedor. Então Beto entrou, em menos de dez minutos ele acabou com um homem negro de mais de dois metros de altura.
Andava como a montanha de músculos que voltou a ser graças ao treinamento constante e alimentação de qualidade. Ele precisava saber como se aproximar daquele homem, como se aproximar de Humberto, lá dentro ele poderia ajudar Beto. Foi embora naquela noite, quando estava de saída o carro de Humberto parou ao seu lado e foi então que a oportunidade perfeita se apresentou, ele ia no banco de trás com a janela aberta e beijava a boca de um dos lutadores, que para dizer o mínimo, parecia estar drogado. Ele então seguiu seu caminho, estudou o local por mais um mês sempre conversando com Ricardo e então numa noite ele colocou uma regata branca, calça jeans clara e um tênis, arrepiou o cabelo loiro e seguiu em direção ao casarão.
Estacionou o carro, passou pela revista mal feita e entrou, naquela noite ele ficou de frente ao camarote de onde Humberto assistia às lutas, ficou olhando para aquela figura e lembrou de todas as surras que recebeu daquele homem. Então o velho o olhou, Rômulo sustentou a encarada e os dois ficaram se olhando e se medindo de longe por muito tempo. No fim da luta, em que Beto quebrou os dois braços do oponente, Rômulo caminhou até bem próximo do local de saída dos lutadores e conseguiu entregar um papel na mão de Beto, ninguém foi capaz de ver aquele movimento. Ele voltou então para a frente do camarote, porém Humberto já não estava mais lá, viu a multidão se dissipando aos poucos, olhou ao redor, porém nada mais viu.
Do lado de fora ele viu Humberto entrando em seu carro com um lutador, o velho lhe olhou e o saudou com a cabeça, Rômulo fez o mesmo e sorriu. O lutador já estava dentro do carro e o homem encarava o louro, o chamou com a mão, ele olhou ao redor como se procurasse alguém vigiando aquela cena, mas ninguém ousava olhar diretamente para o dono do casarão.
- Boa noite rapaz... – Humberto falou de forma lânguida e arrastada, olhando para o rapaz que se apoiava na lataria de seu carro importado.
- Boa noite! – Rômulo falou de forma segura.
- Aproveitou as lutas? – O homem pôs o rosto pra fora da janela e Rômulo sentiu a vontade de lhe torcer o pescoço naquele momento.
- Sim, algumas foram boas... – Sorriu. – Não vou mais te atrapalhar... – Saiu do local e andou até o seu carro que estava estacionado por trás da rua do casarão. Quando destravou o carro, ouviu a buzina ao seu lado, virou-se para ver de quem se tratava e sorriu ao ver: “Fisguei!”.
- Oi garoto – Humberto falou e quando Rômulo se abaixou para olhar dentro do carro viu que o outro rapaz fora dispensado. Sorriu e viu que aquilo empolgou o dono do casarão. – Quer dar uma volta? – Sampaio perguntou esperançoso, abrindo a porta do carro e Rômulo entrou.
- Vamos aonde? – Perguntou encarando o homem mais velho.
- Onde você quer ir? – Humberto perguntou.
- Como é o seu nome? – Rômulo devolveu.
- Humberto Sampaio, e o seu?
- Cristian – Rômulo respondeu rapidamente.
- E então Cristian, onde você quer ir? – Rômulo se aproximou do homem, o olhou no fundo dos olhos.
- Onde você quiser me levar! – Humberto sorriu e mesmo no fundo de sua cabeça sabendo que o que aquele garoto procurava era dinheiro, não se importou de pagar por um espécime como aquele. Deu a ordem ao motorista e seguiram até um grande condomínio onde o apartamento do velho ficava. Seguiram calados até o local, os dois sabiam o que ia acontecer. Entraram com o carro na garagem, o motorista foi dispensado e Sampaio fez uma ligação.
- Daniel, tem um carro branco parado atrás do casarão, é um carrinho popular, vá até lá e o guarde em nossa garagem! – Rômulo observava os movimentos do velho – Se precisar tu bota o carro nas costas e guarda, não me interessa como vai fazer, apenas guarda! Não avaria nada do carro. Entendeu? – Desligou em seguida – Imagino que você possa chegar em casa pela manhã, não é? – O homem se dirigiu ao bar e serviu duas doses de whisky.
- Posso! – Rômulo sentou no sofá mais macio.
- Pegue – Ele entregou o copo ao rapaz que cheirou a bebida. – Não iria te embebedar, quero você bem acordado... – Sorriu e sorveu o primeiro gole da bebida, o rapaz o acompanhou de imediato. O homem então se aproximou e tentou beijar Rômulo.
- Eu não beijo! – Ele se apressou em dizer.
- Eu pago o triplo! – Humberto falou.
- Eu não estou à venda! E mesmo que estivesse, você não poderia pagar!
- Tem certeza? Eu sou um homem muito rico! – Humberto se gabou.
- E eu um homem muito talentoso! – Rômulo levantou e tirou a camisa, o corpo perfeitamente trabalhado ficou à mostra.
- Gostoso – O velho sibilou.
- Fica nu e depois ajoelha! – Rômulo mandou.
- Cristian, eu não ajoelho... – Rômulo pegou a camisa e a vestiu.
- Obrigado pelo seu tempo! – Deu dois passos, no terceiro a mão do homem agarrou em sua calça, sem pararem de se olhar o velho se pôs de joelho. – Assim que eu gosto! – Rômulo puxou a regata com um único movimento, em seguida desabotoou a calça, mas parou por ai. – Agora é contigo coroa! – O velho sorriu, devagar abaixou o zíper do rapaz, beijou a rola cheirosa ainda dentro da cueca cinza, passou a mordiscar, Rômulo estava perdido em pensamentos. Se pensasse naquele velho maldito e asqueroso lhe chupando ele golfaria.
Quando Humberto começou a chupá-lo ele gemeu, queria que o velho soubesse que o estava dando prazer. Foi chupado por muito tempo e aquela era uma das piores torturas e o pior é que ele tinha entrado por livre e espontânea vontade naquela situação. Quando sentiu estar perto de gozar ele segurou Sampaio pelo pescoço.
- Onde é a tua cama? – Falou altivo.
- Vem – O homem se pôs em pé e segurando a mão do rapaz o levou até o quarto. Antes de deitar, porém, Rômulo virou o homem com violência segurou-o por trás ate que ele gemesse, colocou-o de quatro, rasgou a calça e depois a cueca do homem, a ideia de lhe tocar a pele parecia revoltante demais. Encapou o pau e com uma cuspida o penetrou com força – AAAAHHHH – O velho gritou.
- Quer que eu tire? – Rômulo perguntou.
- Por favor, só um pouquinho! – Implorou com os olhos marejados.
-Aguenta, puta velha que nem tu não pode reclamar de pau! – E começou, fodeu o homem o tempo todo de quatro, quando ele tentava arquear as costas, Rômulo enfiava a cara do homem no colchão com violência, o que se passou poderia ser confundido facilmente com um estupro, porém pelos gemidos e pedidos de “Mais, mais, mais” que deixavam a boca odiosa de Humberto, ele estava adorando.
Algum tempo depois Rômulo gozou na camisinha, tirou-a, amarrou-a e jogou no chão, o homem continuava de quatro na cama. Só depois de um tempo é que foi se permitindo deitar na cama, seu corpo se esticava preguiçosamente como se estivesse com as juntas enferrujadas.
- Garoto, você é maravilhoso! – Rômulo deu as costas.
- Vou usar teu banheiro! – O homem começou a tirar o paletó.
- Espera, vou contigo! – Falou apressado.
- De jeito nenhum! – Rômulo bateu a porta do banheiro, olhou-se no espelho, viu a pica flácida e sentiu nojo de si mesmo. Entrou no box, se demorou um pouco naquele banho, pensou ter ouvido o homem entrar no banheiro, mas pelo que havia visto ele gostava de receber ordens e não o desobedeceria. Saiu do box, a fumaça proveniente do banho excessivamente quente turvava a sua visão, mas quando se dissipou ele viu Humberto sentado no vaso sanitário, totalmente vestido e com uma arma apontando para ele.
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- Eu não entendo... – Ricardo estava sentado na frente de seu psicólogo, chorando pela milésima vez pelo mesmo motivo – Ele disse que voltaria logo e... – Soluçou.
- Ricardo, você disse que a situação em que ele está metido é muito perigosa, não seria o caso de aguardar e não tentar se meter? – Wagner pontuou.
- Não, ele está correndo perigo pra me proteger, como você acha que eu posso ficar na minha? – Ricardo perguntou indignado, como se o psicólogo é que fosse o causador daquela separação.
A sessão de análise foi demarcada por aquele clima tenso uma animosidade fruto da dor de Ricardo, andou até a sua casa, sem prestar muita atenção em nada, chegou em casa e foi direto tomar um banho, logo depois sentou-se na frente de sua escrivaninha ainda de roupão, ligou o notebook e ficou esperando mais uma atualização, qualquer notícia, qualquer sinal.
Aquela dor que Ricardo sentia vinha de vários lugares ao mesmo, vinha da insegurança de sentir Beto longe, vinha da sua própria insegurança em ter mandado o seu amor de volta para as garras de Cristóvão, vinha de seu sentimento de culpa por não ter conseguido se manter totalmente fiel ao seu sentimento, tendo caído em tentação algumas vezes naqueles oito anos e se entregado em transas que no momento em que acabavam lhe consumiam completamente de culpa e descontentamento, por mais que a mais de dois anos não se deitasse com ninguém, ele ainda sentia nojo de si mesmo por não ter resistido.
Vestiu uma roupa confortável e começou a estudar um caso que estava investigando junto á procuradoria do estado, estava tão absorto na leitura que não viu quando o primeiro e-mail chegou, concentrado ele lia sobre as cláusulas e apêndices do caso, quando chegou o segundo e-mail o abriu saindo daquele transe que a lei lhe provocava. O primeiro era uma mensagem que ele achou confusa, não conseguiu entender completamente. O segundo era uma ordem: Entra no Skype!
Ricardo abriu aquela ferramenta que há muito tempo não mexia, nem sequer lembrava de sua senha e tentou o reset de senha, depois de um tempo o conseguiu, imediatamente uma chamada de vídeo lhe foi mandada.
- Oi... – Rômulo falou do outro lado.
- Rômulo, meu deus! Cadê o Beto – Ricardo estava em tal estado de nervos, parecia que estava revivendo os primeiros meses do desaparecimento de Beto, os nervos à flor da pele, a dor e a incerteza de toda aquela situação, o menos sobressalto o fazia chorar.
- Eu o encontrei – Rômulo estava sério e aquilo colocou Ricardo imediatamente em alerta – Sondei tudo e descobri que ele foi vendido para um homem que realiza lutas clandestinas! – Ele falou sem rodeios e o coração de Ricardo fazia inveja ao do menor beija-flor.
- O velho o vendeu? – Ricardo perguntou encostando-se ao espaldar da grande cadeira em que sentava, seus olhos marejaram, seu queixo tremia e imediatamente a sua visão ficou turva. – Onde ele está? – Imediatamente explodiu em choro.
- Ricardo nós precisamos conversar e eu não queria que fosse por e-mail, mas como não posso ir até a Bahia agora... Vou ter de dizer tudo pelo Skype mesmo. – Rômulo se calou, pareceu tomar coragem para o que ia dizer e precisava que Ricardo o compreendesse. – Fui eu o soldado que fez a tocaia para o Beto quando vocês estavam juntos! – Na hora pareceu que aquela era a melhor maneira de começar a contar a história, mas ver Ricardo levantando do outro lado o colocou em alerta.
- O que? – Ricardo sustentava as lágrimas nos olhos, uma feição ultrajada e magoada.
- Calma, Ricardo. Deixa eu te explicar! – Rômulo sentiu o quanto aquela abordagem estava insatisfatória.
- Explicar o que? Depois de todo esse tempo você vem me dizer que trabalha para o Cristóvão! Seu monstro! – Ele gritou, se Rômulo estivesse na sua frente ele seria capaz de mata-lo.
- Calma Ricardo, me deixa te explicar, cara! – Ele gritou, aquilo chamou a atenção de Ricardo. – Fui eu sim que fiz a tocaia, mas foi o Beto que me libertou...
- Rômulo o que você ainda quer? – Ricardo estava oscilando entre a dor, a raiva e o completo destempero.
- Eu quero te explicar o que aconteceu! – Por fim Ricardo sentou-se a frente do notebook – Vamos do começo, quando o Beto colocou o velho em coma eu...
Durante mais de duas horas Rômulo explicou tudo que aconteceu naquela casa, quando explicou a situação de Beto conseguiu falar um pouco de si e Ricardo entendeu que apesar de seu sofrimento haviam pessoas que foram mais prejudicadas que ele pelo mau-caratismo de Cristóvão. Ficou calado por um tempo, somente as lágrimas caíam e Rômulo o olhava com curiosidade.
- Eu não sei mais o que dizer... – Ricardo falou por fim.
- Te entendo... – Rômulo também não sabia mais o que dizer.
- Rômulo você me garante que vai conseguir salvá-lo? – Ricardo perguntou em desespero.
- Prometo que vou fazer o que for possível. Tudo o que estiver ao meu alcance! – Ele prometeu, quando ele fez aquela promessa não sabia ainda o que teria de enfrentar.
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*Dinho49: Rsrsrs, gostou Dinho? Surra? Meu deus, não seja violento assim! Rsrsrs, foi bem pesado esse capítulo, né? Eu sei, peguei pesado mesmo... Todas as histórias estão se entrelaçando, Beto, Rômulo e Ricardo... Hahaha, vamos ver o que sai daí! Beijos, meu querido! <3
* Geomateus : Rsrsrs, as coisas se complicaram mesmo! Abraços! ^^
* cellinho : Eu contei minha história com a CDC aqui, também comecei com um conto e depois fui achando vários outros contos... O reencontro dos dois já está sendo planejado, me aguarde e se você leu a morte do Fred sabe que não vou dar colher de chá pra o velho. Hahaha, obrigado e um grande abraço meu querido! ^_^
*Docinho21: Coitados dos dois, vamos ver como as coisas acontecem a partir de agora! Beijos! =D
* Bibizinha2 : Hahaha, que bom saber que o conto te tocou assim! Beijos! =)
* Ninha M : Oi meu bem, pois é agora tudo se conectou na história, só falta o Ricardo se implicar mais, será que vai rolar?Rsrs, beijos minha linda e obrigado pelo carinho e amizade! S2
*Fernando808: Depois eu que sou viadinho... Rsrsrs, beijos Nando! ^^
*Monster : Sim sim, as coisas começaram a se desenhar agora, vamos ver como se desenvolvem a partir daqui! Abraços! =D
*Catita: Agora as coisas complicaram e começaram a se resolver ao mesmo tempo... Hahaha, vamos ver se eles conseguem se organizar ainda depois disso! Beijão! ;-D
* William26: Rapaz tenha cuidado com esses caminhões, rsrs. Muitíssimo obrigado meu querido pelas palavras, eu fico super feliz que vc esteja curtindo! Abraços! <3
*Quelsilva: ??? Abração! ^^
*Pyetro_Weyneth : Que bom que está curtindo, agora sim todas as histórias estão se encontrando, vamos ver o que sai daí! Beijos! ^_^
* Bruno Jovovich: Ow BV... Não posso responder esse comentário da forma correta... Beijos, meu amigo lindo! <3
*Loiiriinha : kkkkkkkkkkkk, sorvete de que? Agora é que as coisas vão começar a se resolver e se complicar ao mesmo tempo... Beijão! :-D
* Hello 👌: Hahaha, como eu disse isso vai ajudar a resolver muitas coisas daqui pra frente! Beijão minha flor! S2
* neterusso : Olha só, não posso responder tudo senão vou dar spoiler... Rsrsrs, vamos aguardar que nos próximos capítulos as coisas começam a se resolver. Abração! =D
* K-elly: Obrigado, linda! =)