Oi queridos! Desculpem, mas como falei no outro, estou começando em uma empresa nova e já estão tirando o meu couro. Nesse fim de semana não vou poder postar porque preciso viajar, então vou colocar logo o de hoje e o de amanhã, e os comentários ficam para o próximo. Mas mesmo assim agradeço imensamente os comentários e os votos.
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Desde quando se separaram, seu ombro amigo foi o Philipe, que de certa forma não escondia sua felicidade. Ele tentou se aproximar mais do Bruno, mas ele não estava pensando em ficar com ninguém, ainda estava triste pela separação. Mesmo gostando muito do Philipe, ele ainda sentia como se estivesse traindo o Otávio. No primeiro fim de semana depois da separação, Lipe tentou de todo jeito arrastar Bruno pra balada, mas ele não quis sair de casa, estava na verdade preocupado com o estado em que Otávio chegaria ao apartamento. Porém, depois que este começou a treinar parou de chegar tarde e de beber, isso o despreocupou um pouco, entretanto, vê-lo se contorcer para dormir naquele sofá ainda lhe partia o coração. Mas ainda tinha o problema do Philipe, que pedia uma resposta ao Bruno sobre como os dois ficariam. Como a resposta não vinha, então o Philipe decidiu agir.
Bruno:
O meu trabalho estava um estresse só! Um escritório de engenharia era mais complicado do que se pode imaginar, e graças a Deus eu tinha deixado de ser um estagiário e comecei a trabalhar de verdade. O dinheiro aumentou, assim como as minhas responsabilidades. Aquele dia tinha sido mais cansativo do que os outros, na verdade, todos os dias depois da minha separação estavam sendo. Minha cabeça estava sempre dividida entre o Otávio, a faculdade e o trabalho. Mas uma preocupação a menos foi ele ter voltado a treinar, isso significava que ele estava querendo acordar e tinha parado de beber. Nossa, se ele se tornasse um alcóolatra eu iria enlouquecer. Ao sair do meu trabalho eu tive uma ótima surpresa, o Philipe parado, encostado em um carrão, uma mercedes preta linda.
- Oi lindo! – falou ele.
- Oi Lipe, se perdeu por aqui?
- Nada, vim te ver.
- E ta louco de ficar encostado em um carrão desses, se arranhar o dono te processa até o fim dos tempos.
- É meu. – eu não acreditei, claro kkk.
- A tá!
- Está certo, é alugado.
- Pra que você alugou esse carrão?
- Pra dar uma volta com você. E ai? Aceita jantar comigo?
- Não posso Lipe, tenho que ir pra casa. – Na verdade eu tinha, quando estava com o Otávio, mas agora não tinha que ir pra casa, isso me animou a sair com ele.
- Ah, que isso? Vai fazer o que agora em casa? Vamos só jantar, vai, te deixo em casa depois.
- Está certo, vamos.
- Isso! Vamos nessa meu lindo. Entra ai. – Ele abriu a porta para mim e depois deu partida no carro. - Como você está meu amor?
- Bem, um pouco cansado, mas estou bem. E você?
- Ótimo, ainda mais por estar com você. A gente tem se visto pouco heim.
- É, a correria está terrível. Essas semanas têm sido difíceis.
- Eu imagino. Mas vai passar.
- Sim, onde vamos?
- Você já vai ver. – Ele me levou para um hotel boladão e fomos para o restaurante.
- Boa noite, os senhores têm reserva?
- Sim, Philipe Castilho, 19 hs.
- Ah sim. Muito bem senhor Castilho, vou acompanha-los à sua mesa. Desejam pedir algo?
- Sim, vou querer um chá gelado e você lindo? – ele me chamou de lindo na frente do maitre?!
- Uma taça de vinho tinto.
- Nacional ou importado?
- Qualquer um kkk
- Nossa! Não sabia que você entendia assim de vinho kkkk.
- Sou pinguço, esqueceu?
Começamos a conversar sobre o trabalho, depois sobre a faculdade, e acabei rindo das besteiras que ele falava, como era maluco! Pedimos nossos pratos e continuamos conversando e bebendo. Estar ali com ele estava sendo ótimo, a noite estava maravilhosa, mas ele tinha que tocar naquele assunto:
- E as coisas na sua casa? O manezão está te tratando bem?
- Se ele me tratasse de alguma forma estava bom. – meus olhos marejaram.
- Como assim? Ele não está falando com você?
- Está, mas está tão frio, tão distante, sei que nossa amizade não vai ser a mesma. Isso me deixa triste pra caramba.
- Desculpa, achei que depois desse tempo as coisas teriam melhorado. Ele vai continuar morando lá?
- Ele quer sair, mas eu não quero que ele saia. Sei que se ele sair eu não vou ver ele por um longo tempo.
- Talvez vocês precisem disso.
- Não! Ele é meu amigo Lipe, meu amigo desde que eu me entendo por gente – uma lágrima rolou dos meus olhos – Não consigo imaginar minha vida sem ele.
- Calma, desculpa tocar nesse assunto, não chora. Isso pode até fazer mal a nossa digestão. Já te contei que essa semana fiquei preso no elevador?
- Não, onde isso? – disse enquanto enxugava meus olhos.
- Na empresa, e o pior é ficar preso com um gordão, tenho certeza que o elevador não consegiu subir ele kkkk. – Tive que dar uma risada.
Ainda pedimos sobremesa e ficamos conversando mais ainda. Era ótimo estar com ele, mas eu tinha que ir embora, já ia dar 22 hs e ainda tinha algumas coisas pra fazer em casa. Então ele pediu a conta e, claro, não me deixou pagar nada. Saímos e fomos dar uma volta pela cidade de carro, mas ele parou de repente, estacionou e ficou me olhando.
- O que foi?
- Eu te amo.
- Eu acho que também amo você. – ele abriu um sorriso lindo e foi se aproximando e por fim nos beijamos. Primeiro foi só um selinho, mas depois o beijo foi esquentando, se tornando mais firme, com mais pegada. Era a primeira boca que eu beijava depois da do Otávio. Eu senti um onda de calor dominar meu corpo inteiro. Depois de um tempo nos beijando, fomos nos separando com alguns selinhos.
-Isso foi melhor do que eu imaginei. – Disse ele.
- Também gostei.
- Tem certeza que quer ir embora?
- A gente pode dar mais uma voltinha.
- maravilha, vamos em um barzinho aqui perto que é ótimo.
Fomos até o tal bar e começamos a beber de fato, eu bem mais, já que ele estava dirigindo. Ficamos conversando mais um pouco, e nosso papo não terminava. Por fim ele pediu.
- Bruninho, nós podemos namorar? – Aquela pergunta me fez suar frio.
- Não sei Lipe, eu acabei de terminar com o Otávio, está tudo muito recente.
- Mas você me ama e eu te amo, o que impede?
- Ele pode achar que nós já tínhamos alguma coisa antes, não quero magoar ele mais do que já magoei.
- Mas ele não precisa saber. Quando passar um tempo você conta.
- É, nisso você tem razão.
- Aceita vai!
- Ta ok, mas vamos com calma.
- Maravilha!
- Falando em calma, já ta na hora né, vai dar 11:30 da noite já.
- Mas já amor?
- Amanhã acordamos cedo né?
- Vamos lá pra casa? Dorme comigo hoje, vai.
- Não, tá doido? A gente começou a namorar agora e você já quer me levar pra cama? Kkkk
- Não né, bem, sim, mas não nesse sentido. Queria dormir com você, como aquele dia lá no Rio.
- Hoje não dá, vamos deixar pra outro dia, ok?
- Está certo, então vamos que eu te deixo em casa.
Eles foram para casa do Bruno e pararam na praça que tinha em frente. Philipe não perdeu tempo e puxou seu novo namorado para mais um beijo. O namoro deles ali no carro rendeu e quando viram já ia dar meia noite. Então ele deu um último beijo no namorado e foi para casa.
Ao olhar para cima, da rua ainda, viu que a luz da varanda estava acesa e que lá estava Otávio, socando o saco de areia. Ele subiu até o 6º andar, onde ficava seu apartamento e entrou. Colocou a cara na varanda e saudou Otávio que estava pingando, suado de tanto se exercitar.
- Boa noite Tavinho.
- Boa noite. – respondeu ele sério.
- Não está muito tarde para se exercitar? Vai perder o sono.
- Pelo contrário, agora, depois de um banho eu vou dormir até amanhã... Bonito o Mercedes.
- Que Mercedes? – Bruno tentou desconversar, mas não deu certo.
- O carro que te trouxe.
- A sim, era o Lipe. – ele fez cara de pensativo.
- O Philipe que passou o ano novo com a gente no Rio?
- Sim.
- Não sabia que ele era bem de vida assim.
- Não é, o carro é alugado.
- Nossa! Quanta ostentação, tomara que tenha valido a pena. – mas antes que eu pudesse falar alguma coisa ele já emendou - Bem, vou tomar banho, boa noite.
- Boa noite.
Dessa vez ele dormiu no tapete da sala, mas isso tudo ia se resolver logo logo. O fim de semana chegou e Otávio decidiu ir para o Rio, ver a família. A mãe adorou revê-lo, mas o pai logo percebeu que tinha alguma coisa errada. Algumas horas depois de chegar Marcos chamou seu filho para dar uma volta, como faziam quando ele morava ali. Eles saíram de carro e já no carro ele tocou no assunto.
- O que aconteceu moleque?
- Não consigo esconder nada de você não é?
- Sou seu pai né?
- Minha mãe que vive no mundo da lua kkk
- Pois é, mas é melhor assim. Mas não me enrola, fala logo.
- Não estamos mais juntos. O Bruno pediu pra gente se separar.
- Eita! Sério filhão? Você está bem?
- Sim, estive mal, mas agora estou conformado.
- Mas porque ele quis se separar?
- Ele disse que não me amava mais, que a gente não estava dando certo.
- Estavam brigando muito?
- Demais, mas ele que arrumava confusão, nada estava bom pra ele. Mas na verdade, ele gosta de um outro cara.
- Como você sabe filho?
- Simples, como se deixa de amar alguém que amou desde pequeno?
- Outro amor.
- Exato. Mas não sei quem é o cara, nem se eles estão juntos, mas faço uma ideia.
- É triste Otto, e que bom que você já está de pé. Mas onde você está morando?
- No mesmo lugar. Ele não deixou eu sair da casa dele, começou a chorar e eu não consegui sair.
- Deve ser difícil morar com ele.
- Sim, mas eu quase não fico em casa, o vejo só pela manhã e às vezes antes de dormir.
- Voltou os treinos né?
- Como você sabe?
- Você emagreceu bastante, mas está ficando filé de novo kkk Daqui a pouco já vai estar com outro.
- Sei não, quero me dedicar a mim. Perdi muito tempo fazendo as vontades do Bruno e esqueci de mim. Quero voltar a competir, quero crescer no ringue. Fazer um estágio, por que a engenharia é muito boa também, vou ver se consigo fazer os dois.
- Muito bem. E quando vai sair da casa dele?
- Quero o quanto antes. Mas não consegui casa ainda. – O pai dele riu.
- Isso porque você não veio falar com seu paizão antes. Calma ai, consigo uma casa pra você agora! – Ele tirou o telefone e começou a discar.
- Como assim pai?
- Você vai ver. “Alô, Jeff? Oh meu amigo, tudo bem?... Estou ótimo! Todos aqui estão... Então, Jeff preciso de um grande favor seu. Meu menino está ai em São Paulo, está fazendo faculdade na USP, lembra?... Isso... Então, ele está precisando de outro apartamento, tem alguma coisa ali perto da faculdade dele? Ok, espero.” – e para mim – Ele foi procurar. – “Oi Jeff. Dois quartos, é sempre bom ter um quarto a mais... Não, não precisa ser grande, mas tem que ser barato né... Está bom vou falar pra ele. Tem desconto?... Ótimo! Obrigado amigão, só um momento.”
- Então pai?
- Ele tem um apartamento pequeno, mas com dois quartos, sala e cozinha americana e banheiro, está por R$ 600 o aluguel, mais R$ 200 o condomínio.
- Meio salgado pai.
- Eu te ajudo, é o mais barato que ele conseguiu. Vou fechar com ele, tá?
- Está bem.
- Jeff? Ta tudo certo amigo. Pode fechar ai o negócio, eu vou ser fiador. Segunda-feira ele vai resolver tudo com você, mas já vai acertando a casa, porque ele precisa se mudar na segunda mesmo... Nem sei como te agradecer... Não deve mais nada, estamos quites kkk. Abração seu safado!
- Quem é Jeff?
-É o Jefferson, não se lembra dele? Veio aqui em casa algumas vezes, ele é corretor lá em São Paulo.
- Então eu já tenho casa?
- Já, se muda na segunda mesmo.
- Nem acredito pai.
- Acredite, vamos pra casa porque você vai ter que ver essa mudança. O que você tem?
- As roupas do corpo.
- Não compraram nada juntos?
- Sim, mas não vou tirar nada dele.
- Bem, nobre da sua parte, mas é um problema... Vamos comprar seus móveis então.
- Pai, não precisa, já fez muito com a casa, vou me virar.
- Não filho, pelo menos a geladeira e a cama eu te dou, com isso você já consegue morar lá. – Otávio sempre achou seu pai o máximo, mas o que ele fez naquele dia foi incrível.
Eles foram para casa e compraram pela internet tudo o que o filho precisaria. Finalmente ele sairia da casa do amigo e começaria nova vida.
