A ambulância veio e Mauricio foi com ele.
Eu estava desesperado demais e fiquei com Bete.
Ela procurava me acalmar, eu estava todo sujo de sangue e chorava como um louco.
-- Ele não pode morrer! Você acha que ele vai morrer Bete? Vai me deixar?
-- Claro que não! Fica calmo. Precisamos ir em casa para você tomar um banho.
-- Não. Eu quero ir ao hospital.
-- Nós vamos, depois que você tomar um banho!
Nem eu, nem ela estávamos com cabeça para dirigir, então um dos diretores da fundação nos levou.
Chegando casa fui direto para o quarto, tomar um banho rápido, queria saber de tudo logo, então precisava ser rápido para ir no hospital.
Enquanto tomava banho e tirava o sangue de mim eu chorava. Ele não podia me deixar, não agora que o amava...
Sim, eu o amava, o amava de verdade e naquele momento nem pensava em Pedro, só queria saber dele!
Me vesti rápido e Bete já estava lá embaixo me esperando.
Cheguei no hospital e por incrível que pareça minha mãe, meu irmão e Emily estavam lá. Fiquei um pouco aliviado pois realmente precisaria de força.
Minha mãe correu para me abraçar e eu desabei em seus braços.
-- Querido calma, vai ficar tudo bem, o Bryan é um homem forte e grande, ele vai sair dessa.
-- Eu espero isso mesmo mãe, estou desesperado.
Emily veio me abraçar.
-- Eu sinto muito Ben, eu sei o quanto você está amando-o.
-- Sim.
-- Mas vai ficar tudo bem.
-- Alguma noticia?
-- Não. Mauricio foi procurar saber algo. Chegamos um pouco antes de vocês. – Falou minha mãe.
Sentei com Emily e minha mãe, Bete ficava andando de um lado para o outro.
-- Vou ligar para o pai. – Falou Bruno.
-- Sim, fale que ainda não temos noticias mas que já estamos com seu irmão.
Bruno saiu.
Mauricio voltou sem notícias e as horas se passavam lentamente, passamos a noite alí, eu não pregava o olho, minha mãe ainda me falou que seria melhor ir para casa mas não aceitei.
Só pensava no Bryan, não ficaria tranquilo até vê-lo bem.
Eram 11:30 da noite quando um médico apareceu para conversar com a gente...
Ele falou que Bryan já estava fora de perigo, meu alívio foi tão grande que não ouvi mais nada, Maurício foi com ele para saber de tudo nos termos médicos.
Eu não queria saber de nada, só se já poderia vê-lo.
-- Ben, acho que não querido, ele acabou de sair da cirurgia. – Falou Bete.
-- É meu amor, tenha calma. – Completou minha mãe.
Assim o tempo passou.
No momento estava acordando, dormi com a cabeça no ombro da minha mãe, ambos sentados nas cadeiras da sala de espera.
Era manhã, abria os olhos com dificuldade enquanto os coçava.
-- Acordou querido!
-- Bete, alguma noticia?
-- Talvez hoje nos deixem vê-lo.
-- Graças a deus.
Minha mãe ainda dormia.
-- Onde está a Emily?
-- Foi pegar um café e seu irmão saiu agora pouco.
-- Vou vê-la.
-- Tudo bem.
Saí.
Emily já voltava com um copinho de café, mas eu a fiz ir comigo para pegar um para mim.
Enquanto íamos, conversávamos...
-- Sabe, depois disso tudo eu tenho mais certeza ainda de que o amo.
-- E você ainda tinha alguma dúvida?
-- Sim.
-- Ben, como você pode ainda ter alguma dúvida? O Bryan te ama, é maravilhoso e vocês já são casados. Enquanto que o outro ninguém sabe nem se quer onde anda, nem veio atrás de você.
-- Sim Emily, ele veio.
Ela me olhou assustada.
-- Como assim?
-- Pedro foi esses dias atrás de mim, enquanto estava na fundação e me contou que não veio antes porque meu pai o acusou de pedofilia, ele está fugindo da polícia.
-- Uau! Quer dizer que por isso você ficou em dúvida?
-- Sim, mas não quero mais ter dúvida, eu sei que amo o Bryan, agora que quase o perco sei disso.
-- Ele te procurou para fugir com ele, não foi?
-- Sim. Com tudo que aconteceu com o Bryan até esqueci dele, mas iriamos fugir ontem as 11 da noite.
-- Será que ele foi te pegar? Deve ter ficado esperando, coitado!
-- Não sei, também ele estava lá e viu o tiro, será que ainda pensaria que eu iria com isso tudo acontecendo? Mas sabe, não vou mais. Ele vai ter que aceitar. Antes já tinha um receio de ir e uma certa dúvida sobre meus sentimentos, mas agora não vou mais.
Eu sabia que o Pedro havia sofrido muito com tudo isso e eu também sofri, mas me apaixonei pelo Bryan, quero está com ele e quanto a isso não posso fazer nada, ninguém manda no coração, me apaixonei.
-- Nem acredito que depois de tudo você ainda aceitou fugir com ele!
-- Quando ele me falou por tudo que passou por causa da minha família, senti pena! E também falou que estava sendo infiel por estar com Bryan, me senti culpado.
-- Sim, eu entendo! Mas acho que me sentiria mais infiel se casasse e aceitasse fugir com outro.
-- Mas nós tinhamos um compromisso antes!
-- Isso tudo é muito complicado.
-- Sim.
Minha mãe surgiu de repente...
-- Querido Bryan já acordou e está perguntando por você!
-- Já posso vê-lo?
-- O médico disse que sim.
Fiquei muito nervoso, respirei fundo e fui.
Bete já estava lá falando com ele...
Entrei devagar, andei até sua cama, ele estava pálido e tinha um curativo no braço, estava conectado a um soro.
-- Eu estava desesperado Bryan, achei que iria te perder!
-- Estava mesmo? -- Falou baixo e com um pequeno sorriso.
-- Claro que sim. Eu te amo Bryan!
-- Tem certeza?
-- Sim. Agora que ia te perdendo eu tenho certeza! Você entrou na minha frente.
-- Claro e faria novamente.
Bete sorria enquanto conversávamos.
Os dias se passavam e eu praticamente morava no hospital enquanto ele estava lá.
Finalmente deram alta a ele e eu estava esperando-o, pois Maurício foi buscá-lo.
De repente ele entrou pela porta, andando devagar e eu fui ajudá-lo, subimos a escada devagar e fomos até o quarto...
-- O seu, tem certeza?
Sorri para ele que deitou na cama e recostou as costas na cabiceira enquanto eu colocava o travesseiro em suas costas para ficar sentado confortavelmente.
-- Isso implica em tudo Benjamim, por enquanto não vou fazer nada pois estou debilitado, mas quando ficar bom...
-- Eu sei, não me importo, sou seu de corpo e alma.
-- E ele?
Baixei a cabeça.
-- Se tem alguma dúvida ou está fazendo isso por se ver obrigado, não precisa, podemos ligar para sua família e você pode voltar se quiser... Te dou o divórcio!
-- É isso mesmo que você quer? -- Falei triste.
-- Eu não. Já disse que te amo, mas tenho minhas dúvidas sobre você! E percebo que você também tem, por isso que estou falando isso.
-- Não Bryan, eu quero ficar aqui, contigo.
-- OK então.
O beijei e deitei do seu lado.
Bete surgiu com uma bandeija...
-- Trouxe uma sopinha.
-- Huuum estava mesmo com saudade dessa sua comidinha Betinha!
-- Que bom porque vou te colocar para comer nem que não queira, para ficar bom logo!
A gente riu bastante.
Com um tempo ele dormiu e eu saí para o jardim um pouco, sentia a luz do sol no meu rosto, quando de repente sinto um puxão no meu braço.
Tive um susto e virei...
-- Porque você não veio? Fiquei esperando até uma da manhã naquele dia! E todos esses dias fiquei aqui aguardando um momento para conversar contigo.
-- Como você ainda esperava que eu fugisse com as coisas como estão? Ele levou um tiro, quase morreu para me salvar!
-- Eu sabia que você iria ficar com pena e desistiria. Agora poderíamos está longe!
Andava de um lado para o outro.
-- Não vou mais fugir Pedro e não tente me fazer mudar de ideia, pois não vou voltar atrás!
-- Você não pode desistir de nós dois por causa desse tiro que deram nele, não pode me castigar assim!
-- Não é castigo Pedro, olha o que você está me pedindo, ele levou um tiro por mim, sou casado com ele agora e não posso fazer isso!
-- Você o ama? Se apaixonou?
Fiquei em silêncio.
-- FALA!
-- Não grita! Está maluco? Quer que nos peguem aqui?
Fiquei olhando para todos os lados.
-- Não me importo, será que não percebe que estou desesperado? Estou achando que você está sentindo algo por esse cara e isso me deixa desesperado!
Não falei nada fiquei apenas olhando-o.
-- Fala que é mentira, que não sente nada por ele.
De repente escuto Bete me chamar.
-- Preciso ir.
Ele pegou no meu braço.
-- Não.
-- Sim Pedro! Está louco? Ela vai vir aqui.
Fiquei em pânico.
-- Me solta!
Ele me soltou e eu saí.
Ela já estava vindo ao meu encontro...
-- Oi Bete?
-- Estava te procurando.
-- Estava no jardim, como sempre.
-- Você está estranho! Aconteceu alguma coisa?
-- Não. Ele ainda está dormindo?
-- Sim.
-- Vou ligar para a Emily, chamar ela para passar uns dias aqui comigo.
-- Seria bom para você uma companhia.
-- Sim.
Fui ao escritório e liguei para ela.
-- Emy?
-- Oi fofo!
-- Preciso de você, será que pode vir passar uns dias aqui comigo?
-- Claro que sim.
-- Obrigado.
-- Seu irmão viajou a trabalho, vai ser bom para mim também.
-- Estou louco com Pedro na minha cola, não sei mais o que fazer!
-- Ele ainda está atrás de você?
-- Acabei de falar com ele e preciso desabafar, falar com alguém, você aqui me dando força vai ser uma maravilha.
-- Vou sim, amanhã apareço aí.
Aquele dia se passou e anoiteceu, estava com ele no quarto.
-- Bryan chamei a Emily para passar uns dias aqui comigo, não tem nenhum problema tem?
-- Claro que não. Essa casa também é sua.
-- Obrigado.
O beijei e nos abraçamos.
Era tão bom dormir nos seus braços.
No dia seguinte...
Acordei primeiro que ele, dei um selinho e fui fazer minha higiene matinal, depois desci.
Bete já estava acordada.
-- Bom dia?
-- Bom dia querido.
-- Estou ansioso, a Emily vem hoje logo mais.
Ela sorriu.
Sentei e comi algumas torradas com café.
De repente escuto som de carro e corro para frente da casa, ela havia chegado.
Corri para abraça-la.
-- Desde o hospital que não nos víamos que bom que o Bryan não se importou que eu viesse!
-- Sim.
Bete surgiu.
-- Oi querida?
-- Oi Bete.
Se abraçaram.
Ajudei ela com a mala e entramos.
-- Ben leve-a ao quarto.
-- OK.
Subi com ela e Bete vinha com uma bandeja com café da manhã para Bryan.
Fui com ela até um dos quartos e entramos.
-- Vai desembucha, sei que aconteceu algo.
-- O Pedro não me deixa em paz, já falei milhões de vezes que não vou fugir, mas ele não aceita!
-- Você já falou o que sente pelo Bryan?
Eu estava sentado na cama enquanto ela abria a mala para colocar algumas coisas no closet.
Suspirei.
-- Não. Sinto pena dele! Como vou falar que me apaixonei por outro homem depois do que tivemos?
-- É o melhor, se você não contar ele não vai te deixar em paz, por pensar que você ainda sente algo.
-- Não sei se tenho coragem de contar Emily, você não ver o desespero dele falando que me ama e as coisas cruéis que a minha família fez, nem trabalho ele tem mais.
-- Mas você não tem culpa, todos vocês foram vítimas, até o Bryan.
-- Eu sei, principalmente ele que foi usado por minha família como uma válvula de escape para mim.
Suspirei.
-- Não sei o que fazer, estou perdido.
-- Não. Eu estou aqui agora e juntos vamos encontrar uma saída!
-- Tem que ser rápido Emmy, não sei o que o Bryan faria se descobrisse que o Pedro está aqui e que estamos nos encontrando.
-- Também não consigo imaginar a reação dele!
Fui até a janela e o vi.
Meu coração quase saiu pela boca...
-- Não acredito!
-- O que foi?
-- Ele está alí fora!
Ela foi até a janela também.
-- Ele é louco ou o quê? Como pode fazer isso contigo?
-- Vou vê-lo.
Desci rápido.
Chegando lá...
-- Pedro o que você está fazendo? A Bete e até mesmo Bryan podem te ver.
-- Não me importo!
-- Como pode fazer isso comigo?
-- Queria te ver!
-- Para quê?
-- Terminar a conversa que a gente começou ontem.
-- O que eu queria falar, já falei. Não vou fugir com você Pedro, acabou!
Ele pegou no meu braço, então ouvimos uma voz vindo por trás.
-- Eu ouvi bem?
Virei dando de cara Bete.
Meu mundo desabou naquela hora.
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Galera me indiquem um bom conto daqui da casa para ler?
Beijos.
