CAPÍTULO – 09
Ricardo atendeu à chamada do Skype com esperança de que uma boa notícia chegasse naquele momento, ele estava deitado depois de ter tomado um bom banho, na verdade nunca sabia quando iria receber as chamadas de Rômulo, nos últimos tempos elas estavam cada vez mais erráticas e ele jamais sabia quando elas aconteciam, mas estava sempre à postos depois das 20hs, mesmo nas vezes em que saía com Sarah.
- Oi Rômulo, como é que tá meu amigo? – Ricardo falou rápido, mas percebeu uma figura que estava atrás do investigador.
- Tenho uma surpresa pra ti! – Rômulo falou com a voz embargada pela emoção que pairava em sua casa.
- Surpre... – Ele ia perguntar já com o coração batendo na boca, foi aí que Beto sentou ao lado de Rômulo, ele sorria envergonhado como se precisasse sentir vergonha do que quer fosse. Ricardo ficou em estado de choque encarando a tela de seu computador, Beto vestia uma roupa simples, o cabelo estava cortado bem baixo, via-se que havia se barbeado, o seu peito se contraiu, lágrimas começaram a brotar de seus olhos e... – Meu amor! – Ele balbuciou, Beto abaixou a cabeça.
- Franguinho... – Rômulo levantou sem fazer barulho e mesmo que o fizesse não seria notado naquele momento, saiu do apartamento com o seu celular, Beto se ajeitou na cadeira, os dois tinham milhares de coisas a dizer um para o outro, mas um nó havia se formado nas duas gargantas.
- Beto, meu amor, olha pra mim! – Ricardo pediu, Beto levantou o rosto e os dois choraram de felicidade por estarem vivos para voltar a se verem, sorriram em seguida, a saudade os tomou por completo.
- Eu só penso em você, meu amor... – Beto confidenciou, apesar de não ser difícil para ele dizer o quanto amava Ricardo, enquanto estiveram juntos Beto era melhor demonstrando os seus sentimentos e sua proteção do que se declarando.
- Eu também, não se passa um dia em que eu não lembre de você, que eu não pense na nossa situação. Meu amor, quando você volta? – Ricardo parecia estar em desespero naquele momento e precisava frear oo movimento que levava as suas mãos para o monitor do seu notebook como se quisesse abraçar Beto por meio do dispositivo, seu queixo tremia, aliás, seu corpo inteiro tremia de saudade, de vontade e de amor.
- Eu e o Rômulo estamos resolvendo as coisas, assim que eu me livrar desse velho e acabar com o Cristóvão, eu volto pra você! – Beto garantiu.
- Volta agora Beto, a gente dá um jeito no que for! – Ricardo garantiu.
- Franguinho, você sabe que as coisas não são assim tão simples... – Ele falou como se estivesse a se desculpar.
Ricardo limpou as suas lágrimas, olhou novamente para a tela, mas sempre que olhava para o rosto do homem que amava seus olhos voltavam a se encher.
- Eu nem consigo pensar nas coisas que você passou esses anos todos... – Ele admitiu por fim se deixando levar pela dor e pelo choro novamente – Me perdoa? – Pediu com desespero velado na voz.
- Eu não preciso te perdoar, você que me salvou, foi por você que me mantive vivo todos esses anos! – Beto tentou tranquiliza-lo.
- Mas foi minha culpa, eu que te pedi pra ir ver sua família e... – Ele disse se odiando.
- Não, não foi sua culpa. Não foi minha culpa... A culpa é daquele homem... – Beto sentiu o gosto amargo do ódio em sua boca, sempre que lembrava dos últimos anos, do desespero que sentia quando ameaçavam Ricardo, das dores físicas e morais que lhe foram impostas, de todos os acontecimentos em quase nove anos separado de seu amor.
- Eu sei, mas aqui na nossa casa você estaria a salvo, eu te mandei direto pra boca do leão. – Ricardo sabia em algum lugar de sua cabeça que não era sua culpa a separação dos dois, mas mesmo assim precisava pedir aquela absolvição, que ele sabia depender mais dele do que de seu homem.
- Ele nunca ia nos deixar em paz, você sabe... – Beto media as palavras, apesar de tudo, não queria que Ricardo se sentisse culpado.
- Eu... Eu... – Ele tentou dizer algo que não saía e foi melhor assim.
- Não vamos perder tempo falando de Cristóvão, como você está? – Beto perguntou limpando os olhos.
- Eu? Eu ainda estou naquele apartamento que você comprou pra nós... – Ricardo olhou em volta como se nunca tivesse se dado conta daquilo.
- Que bom, eu comprei pra nós... – Beto lembrou-se da época em que procurou aquele apartamento que ficava nas proximidades da universidade em que Ricardo estudaria e ainda havia algumas ao redor onde ele viu o curso de Educação Física que pretendia fazer. Mas...
- Eu sei, por isso nunca saí daqui e também porque tinha medo de que quando você voltasse e não me encontrasse, você podia pensar besteira! – Ricardo limpou as lágrimas que desciam pelo seu rosto.
- Eu ia te procurar onde fosse e tiraria qualquer homem que estivesse ao seu lado... – Beto admitiu por fim.
- Eu sei que sim! – Ricardo sorriu e percebeu que até daquele sentimento de posse ele sentia saudades.
- Eu sei que você sabe! – Beto assumiu aquela feição relaxada que só tinha ao lado de seu franguinho.
- Me diz uma coisa amor, como é que você está nessa casa nova? – Ricardo perguntou com cuidado.
- O Rômulo te falou de tudo, né? – Beto balançou a cabeça negativamente – Não tinha nada que ir te preocupar!
- Eu o contratei, e eu não sou assim tão frágil pra ter que me proteger de tudo! – Ricardo falou um pouco indignado.
- Eu sei que você não é, já virou até promotor, né? – Beto falou de forma condescendente e os dois riram. A verdade é que Ricardo jamais sequer imaginou passar pelos horrores que Beto e Rômulo suportaram, mas havia se fortificado muito por meio dos sofrimentos emocionais, noites e noites sem dormir, ataques de pânico sempre que descobria pessoas em situação de trabalho escravo, as várias vezes em que foi enganado pelos homens que se diziam investigadores profissionais.
- Sim, me tornei promotor, consegui tudo o que eu sempre sonhei, mas nunca fui feliz porque me faltava você! – Ele disse quase sem perceber e Beto sentiu toda a tristeza contida naquela informação.
- Eu vou fazer o possível para voltar logo, prometo franguinho. – Beto garantiu.
- A gente está se falando esse tempo todo e só fizemos promessas... – Ricardo riu por fim.
- Você deve ter mais o que falar, me conta como você está?
- Ah... Você tem tempo? – O promotor falou se encostando na cadeira e assumindo um divertido.
- Pra você eu tenho todo o tempo do mundo... – Beto sorriu e se pôs mais próximo do monitor.
- Bom... – Ricardo sorriu e pareceu pensar – Depois que você... Bom, depois... Você sabe... – Ele não sabia como falar – Eu voltei pra nossa cidade, tentei falar com sua mãe e seu pai e eles não sabiam nada de você – Ricardo não falou do aparente desinteresse dos dois – Contratei inúmeros detetives particulares, muitos te procuraram de verdade, mas as notícias eram sempre as mesmas e eu já havia perdido as esperanças até conversar com a sua irmã e saber que o “seu canto” foi vendido para mandar o dinheiro ao Cristóvão... – Nesse momento ele parou de falar como se estivesse se recompondo.
- O que? A minha casa? – Beto fez menção de se levantar da cadeira.
- Sim, mas a gente pode comprar de volta se for o caso... – Ricardo tentou se adiantar.
- Eu não tenho dinheiro... – Beto se pegou pensando em como sua vida havia mudado naquele tempo, apesar de tudo sempre gozou de uma situação financeira muito confortável, mas agora não passava de um escravo...
- Meu amor, todos os meses ainda chega uma quantia na minha conta daquele valor qu você deixou e eu nunca precisei mexer naquilo, aquele dinheiro é seu!
- Não franguinho, eu deixei aquilo tudo pra você! – Beto balançava a cabeça em negativa.
- Não seja assim Beto, por favor, eu posso nos manter se for o caso...
- Ricardo é minha obrigação te manter – Alguns hábitos nunca mudam...
- Beto, tudo bem, se preocupa em voltar que a gente como faz, tá bem? – Ele se adiantou novamente sabendo que aquela conversa poderia levar os dois a um desentendimento, apesar de tudo Beto ainda era aquele rapaz que queria dar de tudo ao Ricardo, queria poder manter o seu namorado e manter a vida dos dois, mas aquela separação havia mexido em mais aspectos do que os dois supunham.
- Falei merda? – O rapaz perguntou sem saber se estava novamente naquela situação de antes, onde falava coisas que deixavam o seu franguinho um pouco mais exasperado.
- Não Beto, não.
- Mas você pareceu um pouco chateado.
- É que essa nossa situação é muito difícil, você sabe... – Ricardo se pôs a chorar novamente.
- Não chora, por favor! – Beto falou em súplica.
- Vamos mudar de assunto, tudo bem? – Pela milésima vez ele enxugou as lágrimas, não vali a pena se deixar levar por qualquer sentimento que não fosse a alegria de ver o seu homem bem.
- Tem uma coisa que eu quero te perguntar, mas... – Beto parou de falar como se estivesse a se censurar por pensar em algo assim.
- Pode perguntar o que você quiser! – O promotor garantiu.
- Você nunca se envolveu com ninguém nesses nove anos? – Perguntou de uma vez, a simples menção de algum homem se engraçando com Ricardo lhe deixava aflito e furioso.
- Não! – Ricardo mentiu sem pensar, mas ao ver a feição de Beto ele sabia que jamais seria perdoado se falasse a verdade, de mais a mais, o que ele teve com outros homens sempre foi algo que passava no momento seguinte ao ato, nunca se envolveu propriamente com nenhum e isso em sua cabeça lhe deixava mais tranquilo.
- Ainda bem franguinho... – Sorriu ao dizer isso.
- E você? – Ricardo perguntou sorrindo tentando descontrair o clima.
- Eu estava amarrado num quarto, e mesmo que não estivesse jamais faria isso com você! – Beto falou naturalmente como se dissesse que foi na esquina comprar um doce.
- Beto, eu... – Ele nem suspeitava que aquela informa pegou Ricardo totalmente desprevenido que ao pensar em passar oito anos amarrado em um quarto lhe deixou completamente sem chão.
- Que foi franguinho? – Ele percebeu a diferença.
- Nove anos amarrado? – Ricardo colocou a mão na frente da boca em sinal de surpresa.
- Você tá bem e vivo, né? Eu faria tudo de novo! – Respondeu de pronto e por mais que a declaração fosse linda, não acalmou em nada o coração de Ricardo.
- Obrigado meu amor, obrigado mesmo! Eu só queria que as coisas fossem mais simples... – Ricardo confidenciou.
- É, mas a gente faz o que pode. – Beto falou resoluto.
- Eu quero que você me prometa uma coisa!
- O que?
- Dessa vez você vai matar o velho! – Engoliu em seco.
- Dessa vez nem a alma dele vai escapar! – Beto prometeu.
Os dois continuaram a conversar noite adentro, Beto nem sequer percebeu que Rômulo havia saído, demorado e voltado. Quando o rapaz entrou no apartamento surpreendeu os dois ainda conversando, resolveu voltar para o corredor onde sentou no chão e mexeu no celular onde não paravam de chegar notificações, a cada uma delas ele sorria cada vez mais satisfeito, seu plano estava andando como o previsto.
Mais de meia noite Beto e Ricardo se despediam:
- Franguinho, eu não quero, mas preciso ir... – Beto tomou a iniciativa.
- Não... – Ricardo falou de forma infantilizada, Beto sorriu ao lembrar que as vezes ele recorria a essa tática para lhe pedir algo.
- Você não mudou nada, né? – Falou sorrindo satisfeito.
- Quem dera – Ricardo sorriu.
- Eu volto logo! – Beto falou.
- Por favor, dá um jeito de me avisar da sua situação sempre, tá bem? – Ricardo já sentia seus olhos molharem.
- Pode deixar!
- Eu te amo! – Ricardo falou, Beto ficou calado não por não saber o que dizer, mas algo o impedia de dizer aquilo, mesmo sendo o que sentia.
- Tenho que ir, tá bem? – Ricardo sentiu o baque, mas resolveu não falar nada. – E... Eu te amo, amo muito! – Por fim conseguiu falar. Em seguida desligou a câmera, olhou em volta na pequena kitinete, apoiou a mão aberta nos olhos e chorou, colocou pra fora todo o sentimento que manteve preso durante aquela conversa, foi só ver o rosto de Ricardo que soube que o amor que sentia era ainda mais forte e vivo que antes, estranhou um pouco o corpo de seu amado, afinal quando estavam juntos ele era bem mais magro e parecia ser menos, mas a sua frente um homem um pouco mais robusto, ainda era pequeno, mas parecia ter malhado um pouco. Imaginou se ele continuava cheirando tão bem quanto antes e se ainda era tão gostoso na cama. Sorriu ao lembrar dos beijos dele que tentavam ser fortes, mas eram sempre tão doces e cheios de amor. Quis poder sair daquela casa e correr os quilômetros em direção àquele apartamento onde os dois viveram por tão pouco tempo, chegar, abrir a porta e tomar Ricardo em seus braços e amá-lo por horas ininterruptamente.
Mas ao ver Rômulo a lhe encarar, ele soube que haviam outras coisas a resolver para que pudesse passar o resto da sua vida ao lado de seu amor.
- Quer lavar o rosto? – Rômulo perguntou envergonhado.
- Quero! – Beto aceitou e foi direto ao banheiro, não foi difícil de descobrir onde era já que se tratava da única porta dentro da pequena moradia do rapaz. Lá dentro a luz fluorescente o iluminou e se viu muito melhor que da última vez em que se olhou atentamente num espelho. – Ele ainda me ama... – Confirmou para si mesmo e sorriu.
Depois de alguns minutos voltou para a sala e viu Rômulo esquentando algo no fogão, sentou-se à mesa e estava impossível conter o sorriso bobo que se formava em seu rosto.
- Fazendo o que aí?
- Vou esquentar uma sopa, tá servido? – Falou despreocupado.
- Quero não, sopa não enche barriga! – Beto falou sorrindo.
- É, mas hoje vai ser isso.
- Bom, eu quero te perguntar uma coisa...
- Fala aê – Rômulo mexia na panela, ele estava feliz ao ver seu amigo com aquele semblante calmo.
- O que eu digo ao Sampaio? – Beto começou a tamborilar os dedos na mesa.
- Pera aí um pouco. – Rômulo colocou a sopa num prato fundo e com todo cuidado sentou na frente de Beto – O velho sabe de alguma coisa?
- Ao que parece não, ele quer que eu descubra tudo sobre você!
- Bom, o que ele tem que saber é que meu nome é Roger Fonseca dos Santos – Beto estranhou – É o nome que ele descobriu das minhas várias identidades... – Sorriu – Diga que eu terminei os estudos com dificuldade num colégio daqui mesmo, se quiser tenho papéis que comprovam – Adicionou – Meus pais morreram e logo depois eu comecei a fazer bicos como michê e ainda faço pra me manter, mas bem menos...
- Caramba, que história, hein? – Beto colocou as mãos atrás da cabeça.
- Quando as coisas começaram a sair como eu queria, corri para cobrir os meus rastros... – Informou – Mas sim, continuando, conta isso a ele...
- Certo, mas vou demorar uns dias pra ele não desconfiar – Falou já pensando em ver Ricardo mais algumas vezes.
- Tudo bem, só não pode ser por muito tempo, afinal a gente tem que acabar logo com esse cara! – Engoliu a primeira colherada de sopa.
- Sim, mas depois eu vou voltar e fazer uma visitinha pra o meu avozinho – Falou com afetação na voz.
- Nessa viagem eu faço questão de ir também! – Rômulo disse se empertigando.
- Não iria com ninguém mais! – Os dois riram satisfeitos.
Naquela noite os dois conversaram sobre tudo, fizeram planos que não tinham a menor possibilidade de dar errado. Até o fim da semana beto alimentou a curiosidade de Humberto apenas com as informações que ele já sabia, diariamente mandava algumas atualizações, como: “Foi ao mercado, comprou algumas coisas de uso pessoal e frutas”, “Encontrou-se com um homem mais velho, os dois saíram juntos e entraram em um motel da Zona Leste”, coisas desse tipo e viu que quando falava sobre os “programas” Humberto parecia dividido entre a raiva e a impotência.
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Ele precisava fazer alguma coisa, garantir que Roger continuasse apenas com ele, era muito embaraçoso o que sentia por aquele garoto, mas estava disposto a fazer o que fosse desde que pudesse ter o rapaz ao seu lado e vê-lo ser fiel somente a ele. Nos últimos tempos percebia o quanto estava totalmente apaixonado, algo que desde a juventude não sentia e dessa vez não estava disposto a perder o seu amor por causa de orgulho, então depois de duas semanas que Beto lhe entregava resultados relativamente limpos das atividades que Roger realizava ele chamou o rapaz para uma conversa em seu apartamento.
- Diz o que tu quer coroa? – Rômulo se esparramou no sofá e apontou para os pés.
- Eu queria conversar com você sobre uma proposta... – Falou se ajoelhando e desatando os cadarços do tênis do rapaz para em seguida lhe massagear os pés.
- Fala então!
- Eu queria te chamar pra morar comigo! – Rômulo fingiu surpresa e sentou direito no sofá puxando com certa força os pés.
- Aqui? – O rapaz fez uma cara ofendida.
- Roger, se você quiser a gente compra um outro apartamento maior, ou uma casa... – Humberto parecia desesperado.
- O problema não é o apartamento em si... – Rômulo fez uma pausa e encarou o velho – Eu venho, desde que eu durma no seu quarto! – Jogou.
- Nós dois, juntos? – Humberto continuava ajoelhado, mas abriu um sorriso enorme.
- Claro que não, eu vou dormir com cadela nenhuma... – Falou colocando os pingos nos “is” – Você dorme no quarto de hóspedes e eu naquela suíte.
- Mas...
- Aceita ou não? – Falou á massageando o pau que parecia estar endurecendo.
- Aceito – Apesar da humilhação, era um preço pequeno a se pagar caso ele o quisesse. – Mas tenho uma condição – Se apressou em falar antes que Roger o calasse e com sua enorme força o dominasse – Você larga a vida de michê e fica só comigo! – De joelhos, aquela condição parecia mais uma súplica.
- Fico, mas tu me dá uma mesada, porque não vou ficar sem grana... – Rômulo ficou extremamente feliz por ver o quanto o velho estava disposto a se doar por ele.
- Sim, claro. Podemos conversar sobre a quantia que você quer receber mensalmente e as contas da casa são por minha conta, não se preocupe, dinheiro não é o problema!
- Bom saber, agora vem aqui – Seu desejo cruel corria como o esperado, agora ele teria total acesso ao velho e o próximo passo precisava ser dado para que Humberto se perdesse de amores totalmente.
Humberto andou de quatro, com a cabeça abaixada até os pés do rapaz, lá ele se endireitou e ficou praticamente sentado em cima de seus pés.
- De pé! – Rômulo falou seco, os dois se olharam e por mais nojo que sentisse, o fez. Beijou a boca asquerosa, pensando em Sarah, ele caprichou no beijo, segurando o velho pela cintura o dominava e ouvia os ridículos gemidos de prazer que saíam daquele ser e pensava apenas no prazer que sentiria quando esses gemidos se transformariam em agonia, dor e desespero total. – Pra selar a nossa relação! – Humberto parecia um tanto tonto e ficou olhando abobalhado para aquele garoto que havia lhe conquistado de forma irremediável, ali ele soube que seria capaz de matar ou de morrer por ele.
- Foi muito bom... – Balbuciou ainda tonto.
- Eu sei que foi! – Rômulo segurou na bunda do velho. – Mas não se acostuma, aqui eu sou teu dono e tu é o que...?
- Sua cadela! – O velho falou envergonhado, mas foi só proferir aquelas palavras que seu pau deu um pulo.
- De joelhos, cadelinha... – Rômulo falou com nojo.
Com uma mão saiu puxando o velho pela gravata até o quarto de hóspedes, fez com que ele ficasse de quatro na cama, puxou com força o terno.
- Por favor, senhor, esse terno é italiano, feito sob medida e... – Levou um tapa estalado e doloroso na cabeça.
- Eu te deixei falar? – Rômulo falou com raiva enquanto massageava o próprio pau para se excitar.
- Não senhor... – Respondeu envergonhado e dominado.
- Tá do jeito que eu mandei? – Perguntou ainda olhando para a sua presa.
- Sim... – Humberto respondeu mais envergonhado e mais excitado ainda.
- Mostra! – O velho começou a retirar sua roupa, antes ele ostentava alguns pelos pelo corpo, agora estava completamente raspado, como cereja do bolo estava usando um fio-dental e aquela humilhação quase lhe matou da primeira vez em que o usou por baixo da cueca, agora ele estava até acostumado. – Muito bem, tá virando uma putinha de respeito... – Rômulo falou como se o admirasse, mas sempre naquela situação tinha que refrear o impulso de vomitar.
- Obrigado, senhor!
- Vamos começar, mas hoje por você ter me desafiado mais cedo, vai ser sem lubrificação! – Os olhos de Humberto reviraram, naquela altura a dor já era um componente sensual da transa, somente as humilhações é que lhe causavam um enorme desconforto, não era incomum ir dormir imaginando o que as pessoas pensariam ao seu respeito caso soubesse das coisas que fazia pra agradar àquele macho que estava à sua frente.
O sexo foi bruto como sempre, Rômulo dificilmente gozava no velho, mas aquela era uma ocasião especial, então fez com que o velho engolisse toda a porra que saiu de seu pau, depois sob chutes o fez sair do quarto e novamente se lavou com cuidado, no espelho ao se olhar, pensou: “Que a Sarah nunca descubra nada disso...”
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Depois de conversar várias noites seguidas com Betão, Ricardo estava cada vez mais convencido de que sua vida estava em risco e era exatamente por isso que o seu amor ainda se sacrificava por ele, conseguiu então contatos na polícia e pediu uma investigação minuciosa de seu dia-a-dia, soube então que era vigiado por dois homens que o seguiam a todos os lugares.
Aquilo por si só o chocou, mas quando conseguiu coloca-los sob a custódia da polícia, aí sim teve a surpresa maior, eles trabalhavam para Humberto Sampaio, num interrogatório que durou mais de seis horas ele conseguiu fazer um acordo com os dois, caso eles cooperassem teriam suas vidas devolvidas, foi então que eles passaram a dar informações erradas ao homem e a trabalhar para Ricardo, passaram mais de um mês acompanhando uma casa no Rio de Janeiro, com todas as despesas pagas eles deram o relatório a Ricardo:
- Senhor, ao que parece ele vive deitado hoje em dia... – Um dos rapazes falou.
- Tem alguém lá com ele? – Ricardo perguntou sentindo uma animação enorme ao saber da condição de saúde do homem.
- Tem uma moça que cuida dele e um empregada que cuida da casa... – O outro rapaz falou.
- E só isso? – Perguntou.
- Sim, só isso! – Falaram os dois quase ao mesmo tempo.
- Fizeram o que eu pedi?
- Sim, instalamos todos os aparelhos ao redor da propriedade...
- Muito bem, agora podem sumir, não prestarei queixas. Continuem a informar o que eu disse a vocês para Humberto, e assim que eu resolver tudo, vocês estarão livres de mim e dele...
- Ele vai ser preso? – Um dos rapazes perguntou.
- Vocês não vão precisar se preocupar com nada, vão! – Falou e saiu daquela delegacia, passou por seu amigo delegado e o agradeceu veementemente pela ajuda recebida. Depois de resolver algumas coisas na promotoria e na controladoria de Salvador, pegou sua licença e então ele pode seguir com tranquilidade para o seu destino: Rio de Janeiro.
“Agora, Cristóvão, você vai se ver comigo!”
Foi o que pensou antes de ligar o carro e seguir para o local em que a sua vingança se desempenharia...
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*Geomateus: Estamos chegando lá! Hahaha, abração! ^^
* cellinho : Tenha calma, as coisas vão começar a se ajeitar a partir do próximo capítulo, e bom, no fim desse capítulo você viu que ele não estava assim tão quieto... Abraços! ^_^
* Arc.mos : Bom saber, essa história também me tocou demais, foi exatamente por isso que comecei a escrevê-la! Fico feliz que um fã do conto original esteja acompanhando este, beijos querido! =D
*Docinho21: Hahaha, é só um recurso ra deixar com gostinho de quero mais, vamos ver o que acontece depois deste capítulo! Beijos! =)
* Monster : Esses velhos vão sofrer muito antes de um infarto os salvarem, espero que goste... Abraços! :-D
* Atheno: Será que o Ricardo vai estragar? Vamos ver! Hahaha, beijos! ;-D
* William26: Hahaha, bom saber que estão gostando do conto assim! Fico super lisonjeado de saber isso de você, obrigado mesmo meu querido! Abraços! =D
* K-elly: Obrigado, linda. Beijão! ^^
* Catita : Ow querida eu fico tão feliz de ler algo assim, sabia? Agradeço demais, até pq pensei que essa história seria muito mal recebida por ser uma fanfic... Mas enfim, agradeço demais seus comentários, sempre acompanhando e me fazendo sorrir aqui! Bom o Daniel vai ter importância na história, fica de olho... E nem é maldade... Bom, só um pouquinho, rsrsrs! Beijos! <3
*Ninha M: Hahaha, que bom minha linda, fico feliz de continuar agradando! Vamos ver como vai ser agora, afinal de contas parece que o Ricardo vai se envolver mesmo na história! Beijos, linda! <3
* Bibizinha2: Fique com dó dele não, se ficar releia o capítulo 02 que o Rômulo conta direitinho o que aconteceu em sua vida por causa do velho... Rsrsrs, obrigado linda por acompanhar! Beijos! S2
*neterusso: Hahaha, verdade a humilhação vai ser grande, mas nada que ele não mereça, não é mesmo? Hahaha, cheguei com mais um capítulo, espero que goste! Beijos! ^^
*Pyetro_Weyneth : Espero não ter decepcionado com a conversa, e, sim os dois velhos vão sofrer! Me aguarde! Abraços, querido! ^_^
* Loiiriinha : Hahaha, vou esperar, quero de casquinha! Hahaha, quero não, quero que vc aguente bem mais, pq vem muito mais emoções pela frente. Beijos, linda” <3
*Hello 👌: kkkkkkkkkkkkk, oe minha flor, nem é querendo matar... Rsrsr, acabei atrasando, mas espero que não aconteça mais. Obrigado por acompanhar, meu bem e um beijão enooorme! S2
* Arthurzinho: Ow meu amorzinho, chora não! Hahaha, beijão! ^^