Boa leitura :)
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Mais um dia como outro qualquer se inciava.
Luciano saiu cedo de casa, Yosef ainda dormia feito uma pedra, achou melhor nao acorda-lo.
Levantou-se cedo na espectativa de não pegar muito trânsito, algo que ficou somente na espectativa pois logo após sair de casa não muito longe dela já estava parado em meio a uma longa fila de carros.
“ Merda... Acidente logo a essa hora.." Pensou batendo as mãos contra o volante, mesmo que isso não fosse ajudar ou resolver em nada.
Motoristas buzinavam a todo instante, alguns chegavam a descer do carro para discutir com sabe-se lá quem.
Vinte minutos depois a ambulância finalmente havia chegado e levado o ferido, o trânsito finalmente começará a fluir mesmo que lento.
Chegou na empresa com mais de quinze minutos de antecedência. O que para ele era motivo de comemoração já que pontualidade não era uma de suas qualidades.
Tomou o elevador para o último andar aonde ficava a sala de seu pai e também a dele.
A nova secretária de seu pai logo se pôs em pé assim que o viu atravessar a porta do elevador, com um sorriso que ia de orelha a orelha e então disse:
– Bom dia senhor Luciano.
— Isabella.. O que conversamos outro dia sobre esse papo de "SENHOR". — Advertiu com uma falsa carranca semi formada.
– P-perdão senh- aii... Que burra eu, já ia dizer... Você sabe o que.
Sorriu sem graça com as maçãs do rosto levemente ruborizadas.
– Meu pai já chegou? — Luciano pergunta mudando de assunto.
– Ahh... Sim sim! Ele pediu que fosse até a sala dele assim que chegasse.
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– Senta aí Luciano. – Pediu seu pai com sua seriedade abtual.
— Algum problema? – Luciano pergunta já um pouco preocupado.
— Ahh... Nada demais só que... Um passarinho me contou que você tem tido certos problemas com seu "marido".
Luciano franziu a testa rindo da forma tão natural com a qual o pai disse aquilo, o que para ele não deixava de ser estranho.
Mais Logo seu sorriso se desfez, encheu os pulmões de ar soltando-o lentamente.
– Quer conversar sobre isso? Quem sabe posso ajudar em algo apesar é claro... eu me considero um péssimo conselheiro amoroso. — Riu fraco recostando-se de maneira preguiçosa em sua cadeira.
— Eu não diria bem... Problemas mais...
– Mais??
— Eu o Amo muito.
– Isso é ótimo.
– Mais eu não sei se ele sente o mesmo por mim...
– Isso é ruim... – Suspirou frustrado. — Mais porque acha isso?
– Ahh... Sei lá mais... Deve ser porque ele não demonstra muito...
– Filho... Entenda uma coisa, só porque vocês dois não ficam de agarra agarra por aí ou dizem coisas melosas um para o outro o tempo todo, Isso não significa que ele não sinta nada por ti. Olha só eu e sua mãe... nós dois nos amamos muito! mesmo que eu não demonstre sempre ou ela... Mais nós dois sabemos disso, e no final e só o que importa.
— Eu entendo isso mas..
– Não!! não entende, senão não estaria reclamando.
Ficou em silêncio por algum tempo, seu pai tinha razão de certa forma, não havia parado para pensar que talvez o problema estivesse nele não em Yosef.
Se sentia inseguro com relação ao mais novo principalmente por não demonstrar o que sentia mas esse era o jeito dele, querendo ou não tinha que compreender.
– Você parece meio abatido e cansado... – Comentou o patriarca da família observando minimamente o filho que de fato, parecia abatido, olheiras grandes abaixo dos olhos, barba mal feita.
– Só pareço? – Passou as mãos sobre o rosto rindo da própria desgraça.
– Se quiser posso aliviar o trabalho aqui assim pode p-
– Isso seria bom mais... Eu gosto muito de fazer o que faço é não me importo em ficar algumas horinhas a mais no trabalho. Essa é a primeira vez na vida que eu realmente me sinto útil pra alguma coisa é isso é meio que... – Coçou a nuca pensando, em busca da palavra correta.
— Gratificante?
— Isso!!!
— E eu sei é tem mais... Fico feliz por ouvir isso. – inflou o peito, tamanha era sua felicidade por ver que finalmente seu garotinho estava de certa forma crescendo.
— Não se preocupe com isso. Vou dar um jeito de... Sei la.. conciliar as coisas.
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Haviam saído cedo da faculdade como estavam em semana de provas aqueles que terminavam eram logo dispensados.
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– Mais uma semana de provas igual a essa é eu desisto de vez do curso. – Mary jogou-se de forma preguiçosa sobre o sofá da sala do amigo, que sentou-se ao seu lado em silêncio, parecia pensativo e preocupado.
– Yosef? – Chamou não obtendo resposta o chamando pela segunda vez, sem sucesso também.
– Ei praga to falando contigo. – Disse o empurrando do sofá fazendo-o cair de bunda no chão.
– Aí... – Choramingou esfregando as mãos contra as nádegas que doíam um pouco. – Sua louca! Porque fez isso?
– Mana... A senhora sabe que eu odeio ser ignorada então aguente as consequências.
– Eu e quem deveria estar irritado aqui sabia disso??
– Affs.. esquece isso. Já passou. – Revirou os olhos. – No que tava pensando?
— Nada...
— Sério?? Então porque aquela cara de cú ainda agora??
— Agr... Garota você é.. impossível. – Bufou caminhando até o outro lado da sala jogando-se de qualquer jeito sobre a poltrona de couro marrom.
– Já me chamaram de muitas coisas... Agora impossível? Essa é nova. – Riu alto. — anda logo... Conta pra titia Mary o que tá acontecendo vai.
O garoto suspirou dando-se por vencido, não queria encher o saco da amiga, com seus problemas.
Passar horas falando sobre como sua vida de casado tem sido uma merda mais tinha que falar com alguém afinal! ou então explodiria.
— O Luciano e eu... Nós...
– O que tem? — Perguntou curiosa sentando-se no sofá a fim de melhor prestar atenção em cada palavra que o amigo fosse dizer.
— Eu não sei.... E que... Eu sinto que talvez algo tenha mudado...
– Tipo?
– Ahh.. sei lá... Acho que andamos meio distantes um do outro... As coisas já não são mais como no começo.
— Nossa... Vocês estão a tao pouco tempo juntos e já deixaram o casamento cair na rotina.
– Você acha?
– Se eu tô falando né.. – Bufou. — Mais isso talvez seja principalmente porque vocês dois tenham começado o lance de vocês da maneira contrária.
– Como assim?
– Humm... Tipo... O normal é que vocês dois começassem a partir do namoro. Conhecer bem um ao outro antes e depois decidirem se queriam se casar e morar juntos sabe... Essas coisas aí. Daí depois de um tempo juntos e tals namorando e depois casando ou não e indo morar juntos vocês cairiam na rotina como qualquer casal normal.
— É... Faz um pouco de sentido...
— Claro que faz!!! Agora a pergunta que vale um milhão em barras de ouro é.... — Fez uma pausa o fitando. — Você ainda o ama??
– Amo muito mais....
– Mais?
— Eu meio que não consigo dizer isso pra ele ainda....
– Ainda com esse problema mana... ¿? – Suspirou longamente esfregando os dedos contra suas têmporas.
— E que.... E-eu tenho medo... – Disse já com o choro preso na garganta. Mary foi até onde ele estava sentado o puxando, levando-o para o sofá maior sentando-se ali o fazendo repousar a cabeça sobre suas pernas.
Limpou algumas lágrimas que escorriam sobre suas bochechas.
– Medo de que meu anjo..?? De amar e ser amado??
— Não... Medo de... Me machucar... De dizer que amo e depois me decepcionar. E a primeira vez que eu me sinto assim Mary... Me sinto perdido. Sem saber o que fazer. Minha cabeça, minha razão me dizem uma coisa, mas meu coração diz outra.
Mary Riu fraco, entendia bem como o amigo se sentia, então disse:
— Bem... E nessas horas que você deve deixar isso aqui... – Apontou para seu peito. – Falar mais alto. Talvez esse não seja o melhor conselho mas... Quem disse que entender o amor é fácil??
– Valeu... Me ajudou bastante agora. – Disse com desdém rindo logo em seguida limpando os olhos.
– Bem... Esse papo todo me deixou meio pra baixo.... Lembrei do meu ex agora...
– Qual deles?
– O quis dizer com isso hein? Que sou rodada?
– Não disse nada... Você que tá falando aí. – Disse ele rindo amarelo.
– Affs... Enfim... Bora sair hoje? Afim de beber umas tequilas margaritas ou qualquer coisa que me pagaram...
– Exigente como sempre...
– Tanto faz... Tô lisa dos pés à cabeça então... Nao tenho muita preferência. — Disse levantando-se esticando os braços. – Vamos??
– Eu não sei não... – Disse um pouco incerto.
– Deixa de ser cagao vai... E se estiver assim por medo do que o Luciano vai achar então... Que se foda! Ele chega tarde também é nem te da explicações certo??
– Mais e o que você acabou de dizer sobre ouvir o que meu coração d-
– Esquece o que eu disse... Eu na maioria das vezes só falo merda mesmo. E isso foi antes de você me deixar pra baixo então... Me deve uma.
– Tudo bem... – Deu-se por vencido.
Os dois correram até o quarto vasculhando o grande quarda roupas em busca de algo interessante para que o menor pudesse vestir.
– Garoto você so tem trapos aqui... Olha só essa coisa HORROROSAAAA. – Gritou a ultima palavra assim que retirou a peça do armário.
Era uma camisa pólo branca com diversos cangurus pequenos espalhados por ela.
— Ei... Isso tá super na moda se você não sabe. Ja vi um monte de gente usando por aí.
— Querido.. esse é o tipo de coisa que você dá de presente pra alguém porque sabe que a pessoa não vai gostar e se usar vai ser por pura obrigação.
– Ahh... É ?? Então porque me deu ela então?
– Eu te dei isso? – Olhou com desdém para a peça.
— Sim!!
– Bem... Devia tá na promoção eu acho... Por isso comprei. De qualquer jeito joga fora pelo amor de deus.
O garoto cruzou os braços balançando a cabeça de um lado para o outro em negativa.
— Você e meio perturbada da cabeça só pode.
– Sou meixxxmo, Agora quietinho tá?!! e me ajuda a procurar algo.
E assim ficaram por mais de meia hora, provando inúmeras roupas, seu guarda roupas todo já estava sobre a cama mais nada parecia lhe cair bem. Precisava comprar roupas novas para si o quanto antes.
— AHHHHH.... – Gritou Mary fazendo o coração de Yosef quase saltar pela boca.
– Aí desgraça... Quase me mata de susto. – Disse pondo a mão sobre o coração que agora parecia mais uma bateria de escola de samba.
– Mana tive uma ideia... Vou ligar pro Bruno. Com certeza ele deve ter alguma coisa que preste, vocês são quase do mesmo porte só que ele é mais magricela, vai ficar super perfeito em ti.
Pegou o telefone discando rapidamente o número do rapaz, a ligação logo fora atendida no primeiro toque.
*Ligação on*
– Bruno Bruno Bruno Bruno Bruno Bruno...
– Calma mulher... Fala de vagar.
– Tá em casa? Pelo amor dos teus pentelhos diz que sim.
– Não! não tô. – Disse
– Eu mandei dizer que estava não que não estava. – Berrou alto, do outro lado da linha, Bruno afastou o aparelho do ouvido, correu o sério risco de ficar surdo agora caso não o tivesse tirado.
– Tá eu tô em casa... Só tava brincando.
– Ahh... Mizeravi... Vamos ter uma conversinha quando eu chegar aí te prepara que o que é teu tá guardado.
– Mana... Diz logo o que tu quer que eu tô ocupadíssimo agora.
— Tá fazendo o número dois é??
— NAAAAAO!!! não to!! – Berrou alto.
– Tá tá bom... Mais eu sei que deve estar fazendo isso sim. Enfim... Daqui a vinte minutos eu e o sef chegamos aí. Beijos na bunda! “eww" não não melhor dizendo... Beijos no rosto. E se arruma porque vamos cair na balada hoje.
*Ligação off*
Olhou para o relógio na tela do celular vendo que já se passava das oito horas da noite.
– Tudo certo! #partiuCASAdoBruno.
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Luciano Olhou no relógio de pulso vendo que já se passava das nove horas da noite.
Com certeza estaria em apuros quando chegasse em casa.
De qualquer forma ainda tinha muito o que revisar e analisar. Contratos, papéis, planilhas sobre a mesa.
E... Com certeza não sairia dali antes das dez horas ou quem sabe até mais.
Seu pai já havia ido embora a algum tempo... Todos na verdade. O expediente terminava as oito em ponto.
Levantou-se com dificuldade sentindo seu corpo todo doer. Estava sentado Ali faz horas era normal que isso acontecesse.
Esticou as pernas e os braços fazendo o sangue voultsr a circular por eles.
Seu estômago logo começará a lhe incomodar pedindo por comida.
Voltou a sua mesa vasculhando algumas das gavetas, quem sabe não encontrava por lá o número de alguma pizzaria ou restaurante que fizesse entregas o mais rápido possível.
Não encontrou nada, suspirou cansado. Pegou seu paletó que repousava sobre as costas da cadeira giratória o vestindo, caminhando para fora de sua sala, deixaria o resto do trabalho para amanhã.
Por agora só precisava comer algo chegar em casa tomar um bom banho e dormir.
Caminhando pelo enorme saguão como o de um hotel luxuoso que tinha de frente para a sala de seu pai, pode ver que tudo já estava meio escuro mais lá no finalzinho havia uma pequena faísca de luz que era emitida pelo monitor de um computador.
Apressou o passo parando de frente para a mesa vendo do que se tratava.
Limpou a garganta chamando a atenção da bela mulher que parecia extremamente compenetrada no que fazia, fazendo-a saltar em espanto para trás assim que viu o chefe ali, parado em sua frente.
– O que ainda faz aqui Isabella? O expediente terminou faz mais de uma hora. – Comentou com os olhos semi serrados.
– Ehh.. perdão e que... Eu preciva organizar tudo isso para amanhã e como andei meio ocupada com...
— Termine amanhã! Agora vá para casa. – Disse a cortando começando a caminhar em direção ao elevador.
Parou em frente à ele voltando seu olhar para trás de si observando a mulher ajeitar de forma desajeitada alguns papéis deixando muitos até caírem sobre o chão.
Suspirou alto... Fazendo o caminho de volta até a mesa.
Abaixou-se recolhendo alguns dos papéis.
– Não precisa senhor... Quer dizer... Luciano! Eu posso fazer isso sozinha. – Disse envergonhada.
– Não tem problema... – Ergueu-se entregando os papéis à ela. — Aqui!
– Obrigada.
Luciano apenas acentiu com a cabeça.
– Ai... Meu deus eu... Perdi completamente a noção do tempo. – Disse aflita assim que viu que o relógio marcava quase dez horas da noite.
– Algum compromisso? – Perguntou ele sem interesse.
– Não não... E que o ônibus que eu costumo pegar demora a passar e eu meio que já perdi dois até agora.
— Se quiser posso te dar uma carona até em casa o que acha?
– NÃO!! – Elevou a voz se tocando apenas depois como havia falado com o seu cheve. – Perdão senhor eu não quis..
– Sem problemas. – Riu sem graça coçando a nuca. – Então... Aceita a carona?? Acho que é meio perigoso andar pelas ruas a essa hora Não concorda?!!!
— Bem.... Pondo dessa maneira....
– Então... O que me diz?? Vamos?
– Hummrum.. – Acentiu com a cabeça ajeitando uma mecha de cabelo a pondo atrás da orelha, sorrindo, sentindo suas bochechas arderem.
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