Peguei o cd e sai do carro. Fiquei olhando para o prédio a minha frente. A coragem estava agora correndo para debaixo da mesa. Respirei fundo e foi ate a portaria.
-boa tarde. Disse olhando para o porteiro que estava em sua mesa jogando algo no celular.
Porteiro- em que posso ajudar? Ele disse olhando pra mim sorridente.
-eu sou amigo do João. O carinha que passou aqui agora a pouco correndo. Disse sorrindo. –ele esqueceu este cd aqui no meu carro e eu gostaria de entregar.
Porteiro- só um minuto que eu vou ligar para a dona Martha.
Enquanto ele fazia a ligação avisando eu fiquei já com o nome da mãe dele memorizado. Então Martha eu já sabia. Agora só faltava ela poder liberar minha entrada.
Porteiro- sim senhora.... vou avisar a ele.... okay... tenha um bom dia. Ele desligou e sorriu pra mim. –ela disse que você poderia subir. O apartamento é o 115 no ultimo andar.
Ele liberou minha entrada e eu fui. Meu peito estava em plena alegria. Eu sorria para os quatro ventos. Se o João pensa que vai despistar assim tão fácil ele esta muito enganado.
Entrei no elevador e coloquei para o ultimo andar. Pelo visto a família dele tinha ótima condições de vida também. Quando cheguei em frente a porta do seu apartamento eu congelei. Não saberia se tocaria ou não a campainha. Foi naquele momento que uma mulher abriu porta abruptamente me assustando.
-Jesus. Disse indo para traz. A mulher também se assustou e sorriu. –desculpa chegar assim. Sou o Marcelo, amigo do João.
Mulher- ola Marcelo. Sou a Martha mãe do João. Queira entrar.
Ela me abraçou e entrou junto comigo para a sua casa que era linda. Toda moderna. E Martha também era um mãe muito linda. Loira cabelos longos lisos e pele branca. Olhos azuis e um baita corpo.
Martha- meu filho esta no quarto dele Marcelo. E deve dizer que estou surpresa, ele nunca trouxe amigos para Ca. Ela disse isso sorrindo e sentando em uma poltrona pegando seu tablet. –me desculpa estar aqui toda agoniada. É porque sou diretora de um hospital e estou cheia de coisas.
-tudo bem senhora. Posso ir la ver o João?
Martha- pode meu lindo. É a ultima porta a direita. E por favor, senhora esta no céu. Ela disse sorrindo. –só me chama de Martha mesmo.
Fui sorrindo ate o local indicado pela mãe do João. E sabe aquelas cenas de filme que tudo acontece em câmera lenta? Então eu estava assim naquele momento. Fui abrindo sua porta e aos poucos fui vendo aquele quarto todo branco com posters e CDs por todo lado. Uma varanda com porta de vidro e ele la encostado olhando o horizonte com fone de ouvido.
O João não era musculoso, mas ele era muito definido. Estava somente de calção de futebol, conseguia ver suas costas bem delineadas e seus braços definido. Ele estava lindo no vento daquela tarde balançando seus cabelos enquanto ele estava de cabeça baixa.
João- eu sei que esta ai Marcelo. Ele disse se virando e ficando encostado na varanda olhando pra mim.
Sua barriga toda definida naquela pele branca. Eu estava definidamente caído por aquele garoto.
-como sabia?
João- seu carro esta la embaixo ainda. E eu vi quando você veio correndo. Ele tirou os fones e apontou para a poltrona que havia no seu quarto pedindo para eu sentar. –quero conversar com você.
Eu me sentei e fiquei olhando pra ele sentando em minha frente.
-sobre o selinho, eu não estou aqui pra brigar com você nem nada disso.
João- não é isso. Eu não posso ser seu amigo Marcelo.
Ele jogou logo isso na minha cara, conseguia ver e ouvir meu mundo ficando cinza e se quebrando.
-como é João? Falei olhando serio para ele. –mas e a nossa amizade?
João- não da pra existir amizade assim Marcelo. Que droga. Ele disse se levantando andando pra la e pra Ca no quarto. –é estranho. Esta estranho pra mim.
-sei o que é. Disse me levantando. –é porque sou negro não é mesmo. Não quer ver eu andando com você pra não sentir vergonha.
João- não é isso Marcelo. É o contrario disso. Ele disse olhando pra mim. –voce é popular, forte, pratica esportes e tudo mais. Eu sou estranho, fraco, e não tenho amigos.
Ele pegou o cd e ficou olhando para a porta da varanda aberta.
João- não quero sujar sua reputação. Ele pegou o cd e colocou na cômoda.
-não suja nada João. Somos amigos... seriamos amigos. Olhei pro chão e falei baixinho –queria ser mais que isso.
Olhei pra ele que estava virado as costas pra mim.
João-por favor vai embora Marcelo. Nunca mais fale comigo.
-eu não vou embora João. Quero ser seu amigo porra. Você e eu temos muito em comum.
Tentei pegar no braço dele mas ele puxou com força e apontou o dedo na minha cara com os olhos marejados.
João- vai embora, sai da minha vida. você esta transformando ela em um turbilhão. Por favor. Ele disse abaixando o dedo e indo para a varanda ficando de costas pra mim.
Fiquei um tempo olhando pro meu mundo cinzento, barulho de cacos caindo era ouvido ao meu redor. Ele conseguiu me destruir. Sai do quarto dele segurando o choro, passei por sua sala que sua mãe nem viu. Quando entrei no elevador foi o momento que a vontade de chorar foi mais forte e não consegui conter uma lagrima que caiu.
Passei pela portaria enxugando a lagrima com a manga da camisa e na saída olhei para o alto do prédio e o vi la, olhando pra mim. Eu acenei esperando uma resposta. Mas a única coisa que recebi foi ele entrando para sua casa.
Eu entrei no carro e liguei o som para tentar distrai, mas sabe aquele momento que ate o universo decide conspirar contra você? Todas as rádios passavam sertanejos sofrencia. Eu que já estava na merda mesmo decidi agüentar. Fui o caminho todo ouvindo Marília Mendonça, Jorge e Matheus e Henrique e Juliano.
Mas ai você se pergunta: minha nossa tão rápido assim?
Eu sei que isso é estranho, nem eu estou conseguindo lidar com isso. Ele me amarrou em questão de minutos meu coração disse que só seria o João dali pra frente. Estou amaldiçoado com um amor que não tem retorno, estraguei tudo.
Cheguei em casa e fui direto para o quarto. Fiquei la um bom tempo olhando para o face, o perfil dele. Lembrando dos momentos felizes. Eu iria fazer ele mudar de idéia. Só não sei como.
Estava indo para o banho quando meu celular começou a tocar, eu fui achando que era o João mas só era a Samantha.
-o que foi vaca?
Sam- eita porra que alo mais legal. O filho de mãe mais eu. Vai ter um luau sexta agora la na praia. A turma toda vai e você deveria chamar o João pra ir conosco.
-acho que isso vai ser impossível disse entrando no banheiro. –ele não quer mais ser meu amigo.
Sam- o que peste você fez Marcelo? O pra isso, mal conhece o cara e já estraga a amizade. Tu merece ficar sozinho.
-eu não fiz nada sua porca com sarna.
Foi então que eu contei tudo a ela, ate mesmo a parte do selinho que fez ela rir. Depois de tudo que eu falei ela simplesmente disse que era pra deixar o tempo resolver.
-facil assim? Deixa o tempo resolver.
Sam- sim porra. Deixa que ele vai voltar a ser seu amigo. Só espera diabo. Povo nasce de cinco meses e depois eu e que tenho que aturar.
Ela disse isso avisando que iria pra malhação e desligou. Eu tomei um banho e fiquei depois vendo filmes na internet deitado na cama.
E foi assim durante o resto da semana. Eu ia pra academia pesando no João, pro treino de luta pensando no João. Ate mesmo na hora de dormir eu pensava nele. Não conseguia esquecer os seus lábios aos meus. Aquela sensação maravilhosa.
E foi na sexta que durante meu treino na academia o telefone começou a tocar.
-que é Samantha? Estou ocupado.
Sam- a festa é hoje em. Não esquece e me encontra lá.
-eu não vou. Disse colocando os pesos no chão. –fazer o que lá? Ficar bêbado e sorrir feito idiota?
Sam- isso mesmo. Se divertir Marcelo. A turma toda vai estar lá.
-grande bosta. Disse bufando de raiva. –quem era pra ir não vai.
Sam- a tu vai sim seu merda. Você vai pra lá hoje sim, vai me esperar na praia, ou então eu lhe mato quando voltar pra casa. Esteja avisado.
Ela disse isso e desligou na minha cara. Eu naquele momento não segurei o riso e fiquei sorrindo olhando para o celular. Ela estava certa. Se o João não queria mais minha amizade. Então eu iria também esquecer ele.
A noite eu já estava com um short jeans e uma camiseta. Afinal seria um luau e não era festa de gala. Peguei o carro e precisamente as 21h cheguei ao local e todo mundo já estava la bebendo e sorrindo. Fiquei olhando ao redor e não achei a Samantha. Houve um momento que eu disse a galera que iria caminhar um pouco.
Avistei as pedras que ali haviam e eu subi nelas, me sentei e fiquei olhando o mar naquela noite linda de lua. A brisa batendo em meus rosto e eu la lembrando do João. Fiquei ali um pouco ate que ouvi passos em minha direção.
-agora que resolveu vir Sam? Não ouvi a voz dela e quando me virei tive uma baita surpresa. –João?
Ele estava lindo de short e camiseta. Ele veio ate onde eu estava na pedra sentado e ele sentou ao meu lado.
João- me desculpa? Ele disse com vergonha. –eu tinha medo, medo que isso que eu senti por você estragasse tudo.
-o que você sentiu por mim? E o que era isso?
Joao- amor Marcelo. Não como mas eu te amo desde a faculdade.
E foi então que eu não aguentando mais ouvir aquilo avancei nele e o beijei. Que logo foi correspondido. E a lua e o mar de testemunha do nosso primeiro beijo.
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fala galera. hoje tenho que ser rapidão pois vou sair. espero que estejam gostando. por favor votem e comentem o que acharam. nao se preocupem que no futuro muita coisa vai acontecer ainda kkkkk. se preparem. bom final de semana a todos.
