– O que você tá fazendo aqui? – Artur perguntou, ao me ver sentado no sofá da sala da sua casa quando saiu do quarto.
– Sua mãe me deixou entrar, quando estava indo levar o Alan em algum lugar. – Essa conversa emburrada estava me estressando. Odeio assumir erros, odeio saber que eu magoei meu neguinho, e odeio saber que ele não vai deixar barato e vai me pisar um bocado até me dar chance de convencer ele a fazermos as pazes.
– Quando eu saí da sua casa dizendo que eu não queria te ver, eu estava falando sério. – Nesse momento eu foquei meu olhar nele, antes estava concentrado demais em me controlar pra não agarrar ele no momento que escutei sua voz.
A cara dele não estava tão melhor que a minha. Já tinha duas semanas da briga feia que começou por um nada, em que gritamos tanto um com o outro que aí sim meu vizinho recalcado ia ter motivos para reclamar do barulho.
Eu sabia que estava com olheiras profundas, cabelo desgrenhado e barba bagunçada. Com cara de que precisava dormir por um mês para voltar o normal. Isso tudo, sem contar a carranca e o humor inexistente. Mas ele parecia estar tão mal quanto. Com toda certeza estava mais magro. Eu conhecia meu neguinho. Sua magreza deixava delineado o osso da bochecha, os olhos também afundados, e sua aparência mais frágil que nunca. Ai sim tive que me segurar pra não agarrar ele, por ele no meu colo, pedir perdão por ter sido um idiota que levou o stress do trabalho pra dentro de casa e dizer que nunca mais vou fazer isso. Que só quero cuidar dele até que a gente volte a ser o power couple que sempre fomos.
– Ei, eu sei que você estava falando sério. Não duvido um segundo sequer que tudo o que você disse era o que eu precisava escutar para acordar pra vida.
– Você sabe ser um babaca como ninguém, Raul. E o pior é que você nem percebe quando está sendo um babaca de marca maior. Eu não sei se quero ter que pagar pra ver quanto tempo vai demorar pra esse babaca de marca maior inconsciente voltar a aparecer pra mim, entende? – Agora ele já estava mais próximo, do outro lado da sala, encostado na soleira da porta com uma samba-canção e uma camiseta que parecia sambar no seu coró magricelo. Camiseta essa que eu tinha quase certeza que um dia foi minha. Sorri por dentro com essa constatação.
– Tu, vem cá, senta aqui. Vamos conversar. Dois anos de namoro não podem ser desfeitos assim. – Tentei argumentar. Eu já conhecia a teimosia do meu namorado. Já sabia que era tudo no tempo dele na nossa relação. Eu só queria que as coisas fossem do meu jeito essa vez. Eu só queria voltar às boas com ele.
Ele hesitou. Eu sabia que estava jogando baixo ao chamar ele pelo apelido e, ainda, pedir que ele se aproximasse. Mas eu precisava fazer com que tudo voltasse a fazer sentido. Pra mim, pra ele, até mesmo para o meu vizinho escroto que amava reclamar da gente e viver nosso relacionamento por tabela.
– Eu não vou cair nessa, Raul. Se você quer fazer as pazes, você vai ter que me escutar. – Eu apenas assenti a cabeça, e ele começou a despejar todas as coisas. Agora, depois de duas semanas remoendo todo o mês tenso em que as pequenas rusgas se tornaram na briga épica cheia de gritos e brados e murros e chutes em portas para espantar a raiva, tudo parecia fazer ainda mais sentido pra mim. Eu estava completamente errado nessa coisa toda.
Fui eu que tentei fazer algo inovador num projeto, não deu certo e fiquei frustrado tentando achar uma solução que parecia não existir. Fui eu que comecei a descontar meu estresse no sexo com o Artur. Fui eu que fiquei irritadiço quando o prazo de entrega do projeto chegou e o cliente odiou todas as minhas ideias que pareciam ser as únicas que eu iria ter para fazer a porra da casa dele do jeito que ele queria. Fui eu que comecei a implicar com as manias do Artur, como andar de meia pela casa ou comer doce de leite e deixar a colher dentro do pote – coisas que eu já conhecia e nunca tinha reclamado em dois anos de namoro – só porque eu não tinha em quê descontar o meu stress, frustração e raiva. Fui eu que explodi e comprei a briga homérica. Ele tinha razão em tudo isso, e eu só queria me curvar na menor bola fetal que você já viu, mesmo com meu quase metro e noventa, enquanto ele falava todas as verdades que eu precisava ouvir. Mas eram verdades num tom de briga, era aquele tom próprio do Artur que ele deve usar desde sempre com o Alan pra conseguir as coisas do jeito dele, reclamar e não parecer estar reclamando.
Quando ele terminou de falar, eu estava com algumas lágrimas brotando nos olhos, tentando controlar o meu corpo e não desabar em frente ao meu namorado. Até porque, esse não era o Raul por quem ele se apaixonou.
– Desculpa, neguinho. – Consegui falar depois de alguns minutos de silêncio, onde ele me encarava com olhos fixos. – Eu não devia...
– Não, não devia. – Ele me interrompeu, finalmente se aproximando. – Eu sou a última pessoa em quem você deveria descontar seus problemas, porra.
Me levantei, encarando-o com meu melhor olhar de cachorro que caiu da mudança e precisa de um lar. Ele me encarou por um tempo e então estapeou meu peito, um tapa forte e estralado que com certeza marcaria.
– Nunca mais demore tanto pra vir me pedir desculpas, seu desgraçado. Sabe o tanto que eu sofri por sua causa? – Eu estava atônito pelo tapa ainda, quando ele me abraçou e esfregou seu rosto no meu peitoral.
Instintivamente, passei meus braços ao redor do seu corpo e beijei sua testa. Parecia a coisa certa a se fazer. Parecia ser o natural.
– Nunca mais faça eu te castigar assim, meu branquelo. – Escutei ele falar abafado, com o rosto enfiado no meu peito.
A onda quente me subiu pelo corpo. Eu já deveria ter imaginado que ele estava me fazendo pagar pelas babaquices que eu tinha feito, mas ouvir isso da boca dele me irritou muito. Mas ao mesmo tempo me acalentou.
Instintivamente, puxei seu rosto pra trás e o encarei, já com um olhar altivo. Artur sabia o que aquilo significava, tanto que suas mãos logo estavam na lateral do seu corpo, sem tocar mais meu peitoral como estava segundos antes. Segurei suas mãos – agora nas suas costas – com uma de minhas mãos e com a outra estapeei sua bunda empinada.
– Você foi um menino muito mal de fazer isso, Arturzinho. – Artur não gostava de ser chamado de Arturzinho, e eu fazia isso de propósito, para provocá-lo. Minha voz estava mais baixa que o normal, porém mais carregada, enquanto repetia mais alguns tapas em sua bunda.
Estávamos no meio da sala da sua casa, onde a qualquer momento seu pai poderia chegar ou sua mãe voltar, mas os volumes em ambas bermudas mostravam o quão pouco nos importávamos com o local.
– Fui, daddy? – Senti meu pau latejar na bermuda, pra variar eu estava sem cueca. Esse cara entrando na minha onda sem que eu precisasse falar mais nada, apenas olhar em seu rosto e usar meu tom de voz mais imponente.
– Foi sim. E sabe o que acontece com meninos malvados, Arturzinho? – Continuei conduzindo a coisa. Já sabia no que aquilo iria dar. A melhor foda de reconciliação que já existiu na história das reconciliações, onde a raiva por ter sido castigado – mesmo merecendo – iria temperar os beijos com gosto de saudade, desejo e necessidade.
– São punidos. – Ele falou baixinho.
– Menino esperto. – O puxei mais para perto de mim, fui como se fosse beijá-lo, mas mordi seu lábio inferior. – E seu castigo vai ser não gozar, Arturzinho. Vou te deixar louquinho, mas se gozar sem eu ter deixado, vai apanhar. E não vai ser apanhar como os tapinhas que eu dei nesse rabo gostoso não, entendeu?
Artur assentiu positivamente com a cabeça.
E então o beijei. Ainda segurava sua mão com uma das minhas mãos, mas pude sentir seu corpo relaxar quando nossas bocas se encontraram.
Parecia que elas não queriam se separar, que estavam famintas uma pela outra. E eu só queria engolir a ele, assim como ele só queria me engolir. Porra. Era muito tesão e saudade pra ser matado só naquele beijo, a gente sabia. Ainda mais com aquele role play de dominação rolando.
Larguei seus braços, que já correram para desabotoar minha camisa xadrez, enquanto eu tentava desajeitadamente arrancar a bermuda que ele vestia, que junto com a cueca eram as únicas peças de roupa que ele vestia. O toque naquela pele quente da cor de chocolate 70% cacau me deixava louco.
Quando finalmente consegui arrancar sua bermuda, e ele já tinha arrancado minha camisa, eu afastei nosso beijo.
– Ainda espero a resposta sua, Arturzinho. – Estapeei outra vez sua bundinha empinada.
– Sim, daddy, entendi. Vou ser um bom menino. – Era super tesudo ouvir o Tu me chamar de daddy. Não lembro bem quando ele começou a me chamar assim durante nossas fodas, mas desde a primeira vez eu achei super tesudo e pedi para ele não parar.
– De quatro paradinho no sofá então.
E antes que ele pudesse ao menos pensar em se ajeitar confortavelmente no sofá, eu já tinha caído de boca em seu rabo. Duas semanas sem minha dose quase diária do Rabo do Artur tinha me deixado numa abstinência fodida.
Artur gemeu alto, e eu dei um tapa estralado em sua bunda.
– Caladinho. Faz parte do seu castigo de menino mal. Se gemer apanha também. – Pronto, agora eu e Artur sabíamos que de uma forma ou de outra ele iria levar uns tapas na bunda. Porque ou ele iria gemer loucamente quando não conseguisse segurar, ou iria gozar em algum ponto. Quem sabe, os dois ao mesmo tempo.
– Ai, daddy. – Ele suspirou, perceptivelmente sem conseguir segurar. E se já estava assim no começo da transa, imagina quando estivéssemos a mil por hora.
Minha mão desceu de vez em sua nadega direita, estralando alto. Vi ele morder os lábios e o estofado do sofá para não gemer.
– É assim que você vai ser um bom menino? – E antes que ele pudesse responder qualquer coisa, dei mais um tapa estralado – e não tão forte – e caí de boca em seu rabo outra vez. Ele mordia o sofá e rebolava a bunda na minha cara. Sentia seu cuzinho lisinho piscar na minha língua. Era esse um dos melhores lugares do mundo para se estar.
Quando estava molhado/lubrificado o suficiente, tirei meu pau duro pelo buraco do zíper aberto na bermuda, e encaixei na portinha do seu anel. Abaixei meu corpo de forma que meu peitoral encostou em suas costas, e meu rosto encaixou em seu cangote.
– A terceira parte do seu castigo vai ser não encostar essa boquinha gostosa no meu pau. – Mordi seu pescoço, senti sua pele arrepiar. – Ai que saudade que eu tava do meu putinho. Tava com saudade do seu daddy, Arturzinho?
O sim de sua resposta saiu um meio gemido mal contido. Era maravilhoso ver o esforço do meu namorado em manter o personagem.
– Então pisca esse cuzinho guloso na cabeça do meu pau, vai, gostoso. Mostra que você tava com saudade de mim dentro de você.
Levantei meu corpo, ficando com o tronco em pé novamente. Ele já piscava e rebolava no meu pau encaixado no seu rabo. Cuspi em meu pau e forcei a entrada. Senti Artur retesar o corpo, mas prossegui até a cabeça entrar toda, logo depois parei e fiquei sentindo suas contrações.
– Aaaaah, que saudade desse cuzinho apertado no meu pau. – Gemi para que ele escutasse quando voltei a enfiar. Artur virou o rosto para me encarar enquanto entrava nele. Sua respiração estava inconstante, como se ele estivesse no máximo do seu autocontrole e concentração.
Em pouco tempo minhas metidas estavam cadenciadas com o rebolado de Artur, aumentando ainda mais o prazer para os dois. Eu brincava com seus mamilos e volta e meia esfregava minha barba ou meus dentes em seu pescoço, sentindo-o arrepiar ainda mais.
O ritmo estava alucinante e acho que faltava muito pouco para que eu entrasse em alfa, alcançasse o nirvana sexual com meu namorado. Nós não mudamos de posição, não tivemos uma preliminar tão elaborada como costumamos ter, mas aquele estava sendo um dos melhores sexos dos meus 24 meses quase 25 com meu reizinho Artur.
Sem que me desse conta, fui aumentando o ritmo da foda e empurrando meu corpo ainda mais pra cima de Artur, que se esfregava no encosto do sofá, seu pau explodindo de tão duro e a proibição do gozo.
– Ai, Raul. Ai. Não vou aguentar. Eu preciso gozar, daddy. – Meu parceiro rebolava em meu pau, e no momento que eu estapeei seu rabo mais uma vez, senti meu pau ser ainda mais apertado por seu anel de couro. Eu sabia o que aquilo significava. Mas antes de qualquer reação, comecei a sentir meu gozo chegar e tomar todo meu corpo.
Artur gozou no encosto do sofá caríssimo da sua mãe, gemendo alto a ponto de provavelmente quem estiver na rua escutar inteligivelmente; enquanto eu gozava dentro do quentinho que era seu rabo com um urro ininterrupto também bastante audível.
Eu arfava quando desabei em cima do meu namorado no sofá melecado.
– Parece que alguém desobedeceu todas minhas ordens e foi um menino muito mal, não é mesmo? – Sussurrei em seu ouvido, ainda arfando alto, buscando por uma respiração contida.
– Desculpa, daddy. – Ele rebolou mais uma vez seu rabo que ainda estava preenchido pelo meu pau em processo de amolecimento.
– Só está desculpado porque não vou ser eu que vai ter que explicar pra sua mãe porque a sala dela está cheirando a sexo e o sofá tem uma mancha enorme de porra bem no meio do encosto. – Ri alto quando comecei a me afastar para tirar meu pau de dentro dele.
Agora foi a vez dele me olhar com aquela cara de menino pidão, e eu não soube dizer se era por conta das explicações que ele teria que dar ou se era por conta do meu estar fora dele, o deixando com um vazio dentro dele.
– Depois eu que sou o menino mal né, amor? – Escutar ele me chamar de amor pela primeira vez desde as pazes me fez arrepiar e abrir um sorriso.
– O daddy aqui nunca disse que ele seria um bom garoto. – Pisquei para ele, enquanto o ajudava a levantar.
Tomamos um banho bem demorado juntos, beijando um ao outro, lavando um ao outro, bem estilo início de namoro em que tudo é motivo para um amasso, um beijo, uma apalpada.
Ainda estava de toalha, dentro do quarto do Artur quando ele voltou avisando que tinha limpado o sofá da melhor forma possível e que tinha aberto as janelas para o ar circular.
– Mas minha mãe já chegou, e me viu limpando o sofá. – Aposto que se Artur fosse branquelo como eu estaria vermelho como um tomate maduro. – Ela não disse nada, só me mandou limpar direito e saiu rindo.
– Sorte a minha que eu estava aqui. – Ri da cara de bravinho dele e o puxei mais uma vez para perto de mim, beijando-o. Ele sentiu o volume dentro da toalha crescer, se esfregando nele.
– Você não cansa não?
– Você acha o quê? – Soltei a toalha e sacudi meu pau meia bomba diante dele, e depois me joguei na cama chamando-o com o dedo. – Hora do segundo round, preciso continuar matando minha saudade e sede de você.
Ele arrancou o short e se jogou em cima de mim. Eu estava feliz. Tudo estava bem.
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Oi gente, voltei com um capítulo inesperado de QSAM. Acordei hoje com a ideia pra essa continuação, por isso aqui estou. Espero que tenham curtido o conto.
Queria agradecer aos queridos Plutão, AllexSillva e Arthurzinho pelos comentários, e peço desculpas pelo "abandono" da história. Eu gosto de escrever ela tanto quanto vocês parecem gostar delas, mas as vezes a gente tem uns bloqueios né? Espero continuar tendo ideias para continuar escrevendo. Abraço de urso pra vocês!
J.K., Contador, espero que tenha gostado dessa nova aventura de Raul e Artur, e que meu passivo tenha sido tão tesudo quanto o seu Tulio é. Espero que você volte pra reler esse tanto quanto voltou para os outros! Abraço peludo e apertado de Urso!
Mais uma vez obrigado!
Abraço!!