Voltando tranquilão por onde eu havia passado, tive que parar para tirar uma boa água do joelho – cinco minutos pra toda aquela cerveja sair. Caminhei observando novamente os casarões, terminando a ponta do baseado que guardei, bebendo minha última “loira”.
De longe eu percebi que o prédio em que o jovenzinho barbudo entrou com seu Porche estava com uma das luzes das sacadas acessa. À medida que eu me aproximava, pude observar uma silhueta de longe, debruçada; mas só bem mais próximo do local vi que se tratava do próprio. Fiquei meio ansiosão; era como se o rapaz estivesse me esperando. Quando cheguei mais próximo, pela calçada oposta, encarei o rapaz, que me encarava, e desacelerei meus passos.
O muro da sacada bloqueava a visão completa dele, de maneira que eu só pude enxergá-lo da cintura para cima: estava sem camisa, era branco; seus ombros e peito mostravam como ele se cuidava; magros, mas bem torneados, um dos braços tatuados, cujo desenho se estendia até o pulso. A luz que vinha de dentro do apartamento era fraca, mas eu conseguia vê-lo, inclusive no rosto. Cabelo preso sobre a cabeça, um pouco mais frouxo de quando nos deparamos antes, barba bem-feita, ele parecia que sorria de leve. “Tá querendo montar!”, pensei.
Havia uma praça em frente ao prédio, com um banco bem à vista das sacadas. Depois de dar uma boa espreguiçada, contraindo meus músculos relaxados pelo baseado, me sentei largadão. Botei a cerveja no meu lado, a bermuda na metade das coxas grossas e duras e os olhos no guri. Com esse jogo, meu tesão estava alto, minha vara inchada dentro da bermuda. O guri me fitava, os olhos atentos, a boca entreaberta. Eu não sabia até onde o cara estava querendo ir, só sabia que o veado já estava no laço.
Como eu curtia muito me exibir, decidi entrar nessa brincadeira. Chequei que não tivesse ninguém por perto. Logo apoiei minhas mãos na nuca, de maneira que meus bíceps se contraíssem em duas bolas enormes de músculos e os sovacos peludos apontassem pro cara. Nessa posição, inclinei meu quadril pra cima, escorreguei meu corpão no banco, para o volume do meu mastro armado ficar mais aparente. O caralho inchou ainda mais por entre minhas pernas, fugindo da cueca solta e quase saindo pela abertura da perna da bermuda. Toda vez que eu pulsava, ele subia o tecido, querendo se mostrar. O rapaz assistia, vidrado, volta e meia lambendo os lábios e se mexendo, inquieto. Minhas mãos agora alisavam o meu peitoral suado e eu intercalava a minha visão da mão para o rapaz, fazendo um sinal com a cabeça como se perguntasse “quer?”. Ele inclinava a cabeça em sim, e sua língua úmida freneticamente lambia os lábios vermelhos. Num momento ele botou sua mão próxima à boca e lambeu o dedo anelar, desde a base à ponta, na qual deu um leve beijo e me sorriu. Pude ver a aliança, mas a cena de sua mão sumindo, escondida no muro da sacada, ele se inclinando um pouco, fechando os olhos, mordendo a boca pra segurar o gemido, levou minha imaginação a mil: “esse putinho tá socando o dedo e a aliança no rabo”. Ri e ele viu eu rindo, gostou tanto que levou o mesmo dedo novamente à boca. Eu tratei de puxar um pouco mais a bermuda para cima, de um jeito que a chapeleta inchada da minha cana aparecesse pelo tecido da perna. Era uma cabeçorra roxa, bem mais grossa do que o cano que a comportava, também grosso e cercado de fartas veias. Puxei tudo pra cima, deixando o puto ver o mastro desde a pentelheira até o cogumelo. Ele discretamente lambia seus dedos enquanto mirava os olhos no mastro; eu vendo tudo pulsava a tromba colada na coxa, deixando o veado rico louco. Com a vara pra fora, bebi uns últimos goles da cerveja e deixei o último pra jogar na cabeçorra, ver o caldo que saía e a cerveja escorrerem nas minhas coxas e pingarem no chão. O puto apertava o biquinho do seu peito entre os dedos, só que se desconcentrou ao ver um carro se aproximando da casa, pela rua. Correu para dentro do apartamento, apagando as luzes. Guardei meu cano bem antes de o carro passar e acendi um cigarro, disfarçando a situação.
O carro passou, eu terminei o cigarro e joguei a bituca acesa no bueiro; o guri não reapareceu. Nesse momento, a sacada do seu apartamento estava igual as outras: deserta. “O cara arregou, pensei. Ialá!” Pensei também que eu deveria ter sido, talvez, mais incisivo, obrigado o cara a descer aqui num grito, perguntar o que ele queria. “Qualquer dia eu apareço aqui de novo...”. Quando me levantava para ir embora, ouvi o portão da garagem do prédio se levantando e dali saindo um Porche preto, com a luz interna acesa e os faróis desligados. Pude ver o rapaz barbudo. Fez um gesto com a mão para eu me aproximar, apagou a luz interna, acendeu o farol. Me meti no carro, largadão, batendo forte a porta do carona.
__ Pra onde você vai me levar, seu pé rapado? Perguntou, acelerando e se afastando de casa. O braço tatuado se esticou, a mão alisou com vontade as minhas coxas e não demorou muito pra apertar a mangueirona que eu escondia na barraca. __ Pauzudo do caralho!
Eu reparei melhor no branquelo. Olhos claros, bonitão e boa pinta. Vestia uma bermuda jeans até os joelhos e uma regata branca. Parecia ser alto, bem discreto, voz encorpada. Se cuidava muito, pois a barba , o cabelo e a pele tinham um brilho tesudo. “Doido pra virar moça escondido da rapaziada”, pensei.
__ Ialá, safada! __ Falei, pulsando a vara na mão do garoto, que a pegava forte e só soltava pra mudar o câmbio. __ Bora lá na construção. Tô sozinho. Eu estava doido na do carinha. Um cheiro bom naquele carro, cheiro de couro, de perfume importado, de cio e de luxo. __ Lá tu vai poder uivar na minha vara sem incomodar ninguém. O putinho rico rio, se mexia inquieto no banco; me alisava as coxas, puxando a perna da bermuda pra cima, querendo ver o mastro. __ Direita aqui, indiquei.
__ Caramba! Ele se arregalava olhando de canto pro meu pau que escapava da perna da bermuda e pulsava na mãozinha curiosa do veado. Um cheiro de vara, cerveja, suor e mijo impregnou o luxo daquele carro. O guri secou toda o caldo que escorreu da fenda do cogumelão à mostra com a mão e a levou à boca. Cheirou e lambeu, soltando grunhidos de gata faminta. __ Pau lindo, putão! Tem cheiro de malandro. Hmmmm!
Na última reta antes de chegarmos à construção, paramos em um sinal fechado, sozinhos. __ Cheirão de malandro tem aqui, ó! Peguei o guri pelo coque e na firmeza grudei o rostinho barbudo no meu sovacão – ele estremeceu. __ Direto do morro, da baixaria pesada, pra tua boquinha, gata! Falei do meu jeitão malandro e autoritário, e ouvia as fungadas do narizinho do putinho, a boquinha sugando os pelos.
O sinal abriu, o putinho voltou a se concentrar, mas não largou a minha marcha reta de trabalhador, e me olhou; jogou a real: __ Vou me casar semana que vem, mas tô há meses esperando um ogro aparecer pra me estourar.
O cara era uma vadia; eu soube disso pela maneira como me tratava. Estava com uma voz mansa, um olhar submisso. __ É mermo? perguntei. __ Eu sou amarradão em vadia encubada, porra, quietinhas, e quanto se soltam, puta merda... Ri altão, pulsando a mamba na mão do puto. Apontei pro prédio _ A entrada é aqui. Guenta aí que vou abrir pa tu botar o carro lá dentro.
Abri o portão do local. O único acesso para a construção era esse, pois um muro de madeira a cercava inteira. Chutei pro lado a cadeira que deixei ali antes de sair, peguei o rádio – que ainda rodava o funk –, desliguei, chutei as latas de cerveja vazias – abri espaço pro veado entrar. Entrou, apressado.
Nem dei muito tempo pra ele abrir a porta do carro e sair, pois tratei de agarrá-lo pela regata o puxar pra mim. Deixei ele de pé na minha frente em uma só puxada – a costura da regata cedeu um pouco, deixando a camiseta mais larga. Ele era alto, mas meus dois metros de altura só lhe permitiam ficar rente ao meu peitoral inchado, nu. __ A veadinha encubada vai sofrer hoje, né mermo? Falei contra o seu rostinho.
__ Uhum. Ele falou baixinho e manhoso, porque não se aguentou e começou a passar a língua e o nariz no meu peito suado. __ Nossa...! Ele reparou melhor no meu bração, passou as duas mãos macias na cobra tatuada, depois levou uma delas pra cobra armada na minha bermuda. __ Eu sou doida por cobra!
Catei fácil o veadinho no colo: perninhas em volta da minha cintura. Ele se agarrou com os braços nos meus ombros e apertou bem as pernas. Se remexia, com a bunda sendo espetada pelo meu mastro na bermuda. __ Gostosa! Gritei alto no ouvidinho da gata e fui caminhando com ela derretida de tesão no meu colo até o container em que eu dormia.