A melhor parte de mim. Cap. 5

Um conto erótico de Phamy
Categoria: Homossexual
Contém 1108 palavras
Data: 04/10/2016 20:37:41

Oiiiiiiiiiiiiiiie gente. Hoje é dia de capítulo duplo. Capitulo 5 e 6. Não esqueçam de comentar 😁😉

CAPITULO 5: CLARA

Após o jantar tive uma ótima noite de sono. Sonhei com minha mãe Helena. Acordei pela manhã me sentindo muito bem. Fiz o desjejum com o Fabinho na cozinha mesmo. A Flora tinha acabado de assar um bolo de fubá de dar água na boca. Depois da refeição fui para o escritório verificar algumas papeladas. Perdi totalmente a noção de tempo. Só percebi que as horas tinham passado quando o meu celular começou a tocar. Era a Marina querendo me encontrar. Estranhei, mas concordei em recebe-la em minha casa. O pai dela havia obrigado ela a se desculpar comigo. Porém, ela só passou para dizer que não gostava de mim. Eu gostava da sinceridade dela. Gostava do jeito atrevido e a coragem de dizer o que pensava.

No impulso convidei-a para almoçar comigo no dia seguinte. Obviamente a resposta que ela me deu foi negativa. Eu apenas a ignorei e ela não teve escolha a não ser aceitar.

No dia seguinte acordei bem cedo fiz a reserva em um restaurante bem chique e fui busca-la. Ja na casa dela fui recepcionada por uma mulher de meia idade que me pediu para aguardar na sala de estar. Pedi um copo de agua para a mulher e depois de muitos protestos por parte dela, a acompanhei até a cozinha. Quando passei pela porta o cheiro de bolo de laranja tomou toda a minha atenção. Tinha uma senhora que aparentava ter uns 60 anos de pé na cozinha e quando me viu sorriu. Um sorriso tão sereno, tão acolhedor. Sorri de volta. Eu não era muito de sorrir, mas ela conseguiu fazer com que eu o fizesse.

- Bom Dia. Quer um café? -- Perguntou-me.

- Quero sim, mas só se for acompanhado desse delicioso bolo de laranja.

- A senhorita não vai querer mais a água?? -- Perguntou a outra mulher.

- Não. Obrigada. Você pode chamar a Marina pra mim??

Ela fez que sim com a cabeça e saiu.

- Meio antipática ela, né?! Qual o nome da senhora?

- Beth. E o da senhorita?

- Clara. A senhora me lembra uma pessoa muito especial para mim. -- Falei. E era verdade. Ela me lembrava minha mãe Helena.

Conversamos mais um pouco até a Marina chegar. Aliás, a patricinha chegou toda bravinha. Fiz o que estava se tornando um hábito, a ignorei.

Quando entramos no carro ela me disse a coisa mais absurda do mundo.

- Você é uma milionária. Não deveria ficar em cozinha batendo papo com empregado. -- Disse-me.

- O que? Você ta falando sério? -- Perguntei indignada. Cheguei a alterar um pouco a voz.

- Seríssimo. Você cheira a pobre, você tem jeito de pobre e tudo isso porque anda com um bando de pobre.

Eu fiquei tão perplexa que não consegui pronunciar nenhuma palavra. Parei no primeiro restaurante que vi. Era um restaurante simples, aconchegante, mas a Marina fez o maior drama. Ela ficou totalmente irritada com o ambiente e eu me senti vingada. Gargalhei por dentro da cara de nojinho dela. Que mulher fresca!

- Eu nunca comi num lugar desse nível! -- Foi o que ela disse. A mesquinharia dela me deixava irritada.

Depois que a Marina terminou o seu espetáculo as coisas ficaram bem mais agradáveis. Até o momento que algo chamou a minha atenção do lado de fora do restaurante... Um homem baixo e rechonchudo usando um macacão laranja. Não pude acreditar no que eu estava vendo. Era o Sandro! Fiquei apavorada... Um flashback começou a passar na minha mente. Me fazendo lembrar todas as sensações ruins que aquele homem me proporcionou. Senti aquele corpo nojento em cima do meu... Me sufocando, me deixando ainda mais amedrontada. Me levantei as pressas e saí o mais rápido possível daquele lugar. Entrei no carro e peguei meu celular na tentativa de ligar para o Fabinho, mas não consegui realizar a chamada. A Marina que até então eu tinha esquecido de sua presença entrou no carro. Ela parecia está tão preocupada comigo que pensei na possibilidade de lhe contar tudo o que havia acontecido, mas o choro e o meu desespero não permitiram que eu me abrisse para aquela mulher. Então ela me abraçou forte e foi como se tudo parasse. Me senti protegida, aliviada... Consegui me acalmar e me permiti ficar ali aproveitando aquele momento. Quando meu choro cessou me afastei e a olhei bem dentro dos olhos. Tinha algo diferente ali. Não sei se era ela ou eu. Algo havia mudado.

- Está melhor? -- Me perguntou.

Não falei nada. Apenas sorri. Ela se aproximou lentamente e eu me inclinei já prevendo o que aconteceria a seguir. Ela me beijou e eu correspondi. Foi um beijo suave, calmo, longo,...

- Estou melhor. Vou levá-la para casa. -- Falei por fim.

O caminho foi silencioso. Deixei ela no portão de casa e fui para a minha. Assim que vi o Fabinho lhe contei sobre o episódio no restaurante.

- Tem certeza Clara? Você não pode ter confundido?

- Tenho certeza Fabinho. Eu nunca confundiria aquele monstro com ninguém. Era o Sandro em carne e osso na frente daquele restaurante.

- Meu Deus, o que pretende fazer?

- Não sei ainda, mas fugi não é mais uma opção. Preciso enfrentar esse problema para mim conseguir viver em paz.

- Certo. Só não esqueça que eu sempre estarei aqui com você, pra você!

- Eu sei. Por isso eu te amo! Tenho mais uma coisa pra te falar.

- O que?

- A Marina me beijou.

- PARA TUDO! Ta falando sério? E o que você fez?

- Retribuí...

- E depois?

- Depois nada. Liguei o carro e a levei para casa. O beijo só aconteceu porque eu estava fragilizada.

- Não faz isso com você Maria Clara!

- O que?

- Você tem essa mania de se afastar das pessoas. Toda vez que alguém se aproxima, você faz com que ela se afaste.

- Isso não é verdade!

- Amiga você sabe que é. Olha o que aconteceu com a Tiffany. Não faça isso com você mais. Da pra ver que você está afim da Marina. E se ela te beijou é porque está afim de você também.

- Não posso me permitir a isso. A gente não tem nada a ver. A última coisa que preciso agora é ter meu coração partido por uma patricinha mimada.

- Clara se permita a ser feliz. Aproveite o momento. Se não der certo pelo menos você vai ter tentado.

Não sei se eu estava preparada para os desafios que me envolver com a Marina iria me trazer, mas eu iria tentar. O Fabinho estava certo. Eu tinha que apostar em mim, na minha capacidade de ser feliz.

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