Eu rapidamente me dirigi ao escritório e com rapidez peguei o telefone.
- Pai? O que foi? – Falei impaciente.
- Omar, eu estou te tirando do castigo – falou, eu fiquei sem entender nada.
- Mas porque pai? Não faz nem um mês que estou aqui – perguntei confuso.
- É o Felipe – meu pai falou e ficou em silencio.
- Pai, o que aconteceu com o Felipe – perguntei preocupado.
- Depois que eu te mandei para fazenda, o Felipe começou a ter crises de ansiedade, ele entrou em depressão e ontem ele tentou contra a própria vida, os pais dele vieram aqui em casa e imploraram para que você fosse ver ele, eu disse que isso não estaria em minhas mãos e que só caberia a você decidir se voltaria ou não – falou bem devagar para que eu entendesse.
Não sei porque, mas eu me sentia culpado pelo que o Felipe fez, eu sei que errei em não perdoa-lo, todo mundo merece uma segunda chance, eu nem quis saber dos motivos dele e já mandei ele sumir da minha vida, na hora da raiva eu não pensei se aquilo que eu estava fazendo era o melhor pra ele ou para mim, eu não vi que por um amor verdadeiro a gente luta, eu fui orgulhoso e deixei o meu orgulho ser maior que o meu amor. Eu amo o Felipe, mesmo depois de tudo eu o amo, não posso continuar negando isso para mim mesmo e nem para ninguém.
Desde que eu cheguei na fazenda o Felipe tem me ajudado, tem me dado carinho e afeto, mas não passa disso, pelo menos pra mim, eu não posso continuar enganando ele, eu não posso continuar dando esperanças de que um dia iremos ficar juntos, eu realmente não sei, vejo o Felipe apenas como um ficante ou amigo, confesso que tentei esquecer o meu ex, mas eu fracassei completamente, minha cabeça está confusa, mas meu coração me diz o que eu tenho que fazer, que é voltar pra cidade e perdoar o Felipe e tentar recomeçar com ele.
- Como ele está pai? – Perguntei aflito.
- Ele está hospitalizado, mas não corre risco de vida – falou me deixando mais aliviado – Filho? Tem alguma chance de você perdoar ele? Eu gosto do Felipe, ele é um bom rapaz, eu sei que ele errou feio com você e que te magoou muito, mas um deslize não define o caráter de uma pessoa, todo mundo erra! – Murmurou, meu pai é um homem muito sábio e racional, não herdei isso dele.
- Quando o motorista vem me buscar? Tem que ser o mais rápido possível – balbuciei, eu queria vê-lo.
- Amanha bem cedo – falou tranquilo, acho que ele estava aliviado pela minha decisão.
- Tudo bem pai, qualquer coisa liga – falei desligando o telefone.
Voltei para onde estava mais cedo com Felipe, o procurei mais ele não estava mais lá, de longe o vi sentado na pequena ponte que fica na beira do lago, andei em passos lentos até chegar onde ele estava, sentei-me do lado dele.
- Há é você, o que o seu pai queria? – Perguntou olhando para o lago.
- Felipe, eu vou voltar para a cidade amanhã bem cedo – falei olhando para baixo.
- Serio? Mas o seu castigo não era um ano? – Perguntou confuso.
- Era, mas aconteceu uma coisa muito ruim e eu tenho que voltar – quis omitir a parte sobre Felipe, ele não precisava saber.
- O que aconteceu? – Perguntou.
- É um assunto particular – não queria falar sobre.
- É o seu ex não é? – Ele era insistente, que droga. Eu fiquei calado. – É por causa do seu ex Omar? – Insistiu mais uma vez.
- É Felipe, é por causa dele, que droga – falei um pouco exaltado.
- Desculpa, não queria te irritar – falou e saiu depressa.
- ESPERA – gritei, mas ele não quis me ouvir, eu acho que ele ficou magoado, que merda!
Eu acho que eu sou especialista em magoar as pessoas, sempre acontece alguma coisa e eu acabo deixando alguém de lado, eu me senti mal por Felipe, acho que ele achou que entre mim e ele iria acontecer algo a mais, eu queria isso, queria muito, ele é um cara legal, nunca me fez sofrer, mas eu não posso engana-lo eu não o amo, o meu verdadeiro amor estava na cama de um hospital, porque eu fui arrogante e orgulhoso demais para perdoar ele, ele errou, mas eu estou disposto a perdoá-lo em nome do nosso amor.
...
Passei a noite me revirando na cama, Felipe vinha em minha mente o tempo todo, como ele estava? Estava com medo de que algo acontecesse enquanto eu estava aqui a quilômetros de distância! Não via a ora de poder vê-lo, estava com muita saudade dele. Acordei bem cedo por volta das 6h00, tomei meu banho e fiz minha higiene, arrumei minhas malas e fui tomar meu café da manhã.
- Bom dia Fatima, o que temos para o café da manhã? – Perguntei sentando-me à mesa.
- Bom dia senhor, preparei o seu café do jeito que você gosta – falou colocando vários pratos na minha frente, com peito de peru, pães integreis, queijo, geleias e suco de laranja.
- O que aconteceu Fatima, nunca foi feito um café da manhã assim antes – perguntei.
- Porque o senhor estava aqui como um empregado, mas agora que seu pai o tirou do castigo, deve comer igual a patrão. – Falou, eu apenas sorri.
- O Felipe já veio tomar café da manhã? – Perguntei.
- Não, ele ainda não veio – falou
- Então vá chama-lo – falei servindo o meu suco.
Depois de poucos minutos ela volta e Felipe vem em seguida
- Bom dia patrão – falou ficando na frente da cadeira que estava de frente para mim.
- Bom dia, que história é essa de patrão – perguntei a ele.
- Você é o patrão eu sou o empregado, é assim que deve ser – falou olhando em meus olhos.
- Que besteira, senta aí e come comigo, você também Fatima – falei sorrindo.
Eles sentaram e foram se servindo, em pouco tempo já tínhamos terminado de tomar café, então fomos para a frente da casa onde o motorista já me esperava.
- Então é isso, foi muito bom passar esse tempo com vocês, aprendi muitas coisas, obrigado por tudo - falei para todos mas olhando para Felipe.
Antes de entrar no carro dei um abraço forte em Felipe, o resto dos empregados ficaram olhando, mas eu nem liguei, só queria demonstrar o meu afeto por ele.
- Faça uma boa viagem e boa sorte – falou Felipe em meu ouvido.
- Obrigado – falei desfazendo o abraço.
Entrei no carro e o motorista deu a partida, foram quatro horas de viagem, Felipe não saia de minha cabeça, seu olhar triste ao me ver partir, partiu meu coração, será que ele realmente sentia algo por mim?
...
Cheguei na cidade por volta das 10h00, fomos para a minha casa, cheguei e fui direto ao encontro de meu pai, estava com muita saudade dele. Comi um lanche e fui para o hospital onde Felipe está internado. Seus pais estavam na recepção, e eu fui ao encontro deles.
- Oi tia, oi tio, como Felipe está? – Perguntei os abraçando.
- Ele está melhor, o médico disse que ele perdeu muito sangue – falou sua mãe, ela estava abatida, sinal de que havia chorado muito.
- Será que eu posso vê-lo? – Perguntei com as mãos nos bolsos.
- Ele está dormindo ainda, mas acho que não tem problema – falou seu pai – ele está no quarto 64.
Segui aquele enorme corredor procurando pelo número do quarto onde Felipe estava, a cada passo meu coração acelerava mais, minhas mãos soavam. Cheguei em seu quarto e abri a porta lentamente, ele estava lá, dormindo, naquela sala fria e mórbida. Me aproximei dele, peguei em sua mão, que estava fria e pálida assim como o resto de seu corpo, pude observar o curativo em seu pulso devido ao corte que ele fez, ele tinha olheiras e sua aparência não era das melhores, seus lábios estavam brancos e o seu brilho estava apagado. Uma lagrima caiu de meu rosto ao ver seu estado, aquilo era minha culpa, levei bem devagar a sua mão de encontro aos meus lábios e beijei as costas da mesma.
- Porque você fez isso? – Falei enquanto passava o dedo sob o seu curativo.
O meu garoto estava ali, tão fraco tão vulnerável que eu não consegui sentir nenhum tipo de rancor ou raiva dele, tudo o que eu sentia era que eu o amava e que estaria disposto a esquecer tudo para estar com ele. Felipe começou a se mexer, ele estava acordando, aos poucos ele foi abrindo seus olhos, que estavam sem o brilho que eles tinham. Ainda sonolento Felipe olha para mim, e com a voz fraca e inaudível ele fala.
- Omar? Isso é um sonho? – Sua voz rouca era serena.
Continua...
Olá meninos e meninas tudo bom, espero que não deixem de ler o conto devido aos últimos acontecimentos, eu sei que vocês não gostam do Ex-Felipe, mas espero que vocês entendam a essência do que eu quero transmitir! Estou voltando só agora devido a muitos trabalhos e provas da escola, se eu pudesse eu postaria todos os dias, mas é um pouco difícil rsrs, então espero que entendam, voltarei quando der, não deve demorar, talvez daqui a dois dias kkk, ou menos! Então muito obrigado por lerem, peço que comentem o que estão achando isso é muito importante para mim, quem não quiser comentar aqui pode mandar um email, fica ao critério de vocês.
Muito obrigado à: Catita, kauan0202, Marcos Costa, VALTERSÓ, Martines, garafão, shacka. Por sempre estarem comentando, vocês são tops.
CATITA minha princesa, fico te devendo uma devido ao descumprimento de sua ordem no comentário do capítulo anterior rsrsrs. Se preocupe não, não vou abandonar o conto! Bjs gata.
E caso alguém queira trocar uma ideia comigo:
Email – luckinhass114@gmail.com
Skype – lucas_sel