Bom dia, galera linda!
Antes de tudo, quero pedir MIL PERDÕES por não ter cumprido o prazo de postagem. Os motivos são o que algum de vocês já deve adivinhar, ou seja, muito trabalho, faculdade, faculdade e mais faculdade. Estou passando por uma semana bastante turbulenta e para completar, minhas provas começam já na próxima semana, mas para quem me desejou sorte, apresentei dois trabalhos esta semana e me dei bem em ambos, agora faltam mais alguns na semana depois das provas.
Agora vamos falar de coisa boa, vamos falar de TEKPIX, brincadeira, vamos falar de PorAmor que infelizmente já está acabando! Isso mesmo, depois de 36 capítulos, a trama já está em sua reta final, faltando apenas alguns capítulos para seu desfecho, que adianto logo, será chocante.
Bom, é isso, não quero prolongar mais, qualquer coisa que eu lembrar, postarei aqui.
Tio Vitor ama muito vocês, ama de verdade.
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★ ARTHURZINHO,
Muito obrigado, querido! Está longe da perfeição, mas sempre tento dar o meu melhor. Beijos!
★ SAFADINHOGOSTOSOO,
Calma, amigo! O sofrimento dele está só começando. Beijos!
★ MAGUS,
Eita, mais um #Lugo! Hahaha. Como eu já tinha falado algumas coisas, ultimamente só venho escrevendo capítulos gigantescos, por mais que as pessoas gostem, torna a leitura bastante cansativo, por isso que as vezes capítulo curto é bom para deixar aquele gostinho de quero mais. Creio que o próximo capítulo será bem extenso, acho que vai gostar. Beijo!
★ WILLIAM26,
Como você mesmo disse, ainda vai passar muita água por baixo dessa ponte. Ah, e será que o Max, por mais que ele seja, digamos assim, um pouco esquentado, é capaz de matar o próprio pai? Sobre a Kelly, o próprio Max dará um jeito (Spoiler forte). Beijo!
★ NAYARAH,
Max anda pisando na bola com Lucas a muito tempo, não é? Será que ele vai lutar pelo seu grande amor? Será que ele vai deixar de mãos beijadas para Hugo? São várias perguntas. Beijos!
★ FEFEHH,
Obrigado, querida! Olhe que o Max pode provar que nem é tão mole assim. Será? Beijo!
★ K-ELLY,
Obrigado, querida! Continua com a gente, tá? Beijo!
★ CATITA,
Medo de você! Hahahaha. Calma que o momento da Kelly está chegando. Vamos aguardar! Beijão.
★ RAPHA.RJ,
Creio que terá mais pena nesse capítulo, mas creio que a tendência é só piorar HAHAHA. Beijos!
★ NETERUSSO,
Mas será que essa ideia de deixa-lo mais apaixonado não poderia piorar as coisas mais ainda? Lucas tem que saber onde pisa e até agora ele ainda nem faz ideia aonde está se metendo. Sobre a Kelly, a megera armou para valer, para acabar com os dois juntos e ainda terá o golpe de misericórdia planejado por ela. É só aguardar! Beijos.
★ @RED@,
Enquanto isso eu querendo apenas que meu crush olhe para mim, mas tá difícil HAHAHA. Você gostou mesmo desse caso do desembargador, não é? Eu não esqueci, hein? Para os fãs do Edson, que ganha mais destaque a cada capítulo, no próximo terá surpresas envolvendo o próprio HAHAHAHA, acho que vai gostar. Muito obrigado pelos elogios. Beijão!
★ WORLD,
Calma, jovem! Já sabemos que a Kelly é uma vaca HAHAHAHA. Eita, mais um do time #Lugo. Cadê os do time #Lumax? Beijo!
Obrigado a todos que comentaram, votaram e leram também. Amo vocês!
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✪ NARRADO POR LUCAS
— VOCÊ ESTÁ ESPERANDO O QUÊ PARA IR EMBORA, HUGO? Aproveita e some da minha vida!
Hugo bufou mais uma vez e deu as costas para mim, me fazendo soluçar de tanto chorar.
— Mesmo que você tenha nojo de mim, eu vou continuar gostando muito de você, Hugo.
Bastou eu dizer isso para Hugo se virar, seus olhos vermelhos me deixaram amedrontado e rapidamente ele se aproximou de mim, fechei os olhos esperando o soco, mas o que veio foram os seus dois braços dando a volta pelo meu corpo e senti sua respiração no meu no ouvido.
— Eu nunca vou ter nojo de você, Lucas! Eu te amo, cara!
Chorei feito um cachorrinho sentindo falta da mãe, Hugo me apertava cada vez mais com seus braços, sua testa ficou colada na minha, seus lábios foram descendo cada vez mais até ficar de frente com os meus, foi aí que meu coração parou, dessa vez eu senti ele parar mesmo, não estava sentindo ele bater mais, seus olhos não paravam de encarar os meus e seus lábios encostaram nos meus, os olhos se fecharam e sua boca pressionava cada vez mais a minha, parecia que eu estava nas nuvens, eu estava sentindo o gosto dos seus lábios, este macio e bem molhados.
— QUE PORRA É ESSA?
Hugo me assustou quando ele me empurrou com toda força que por consequência, caí em cima do sofá.
— Eu... Eu não...
— Vamos esquecer isso! – Hugo me interrompeu — Eu não sei o que porra houve aqui, eu não queria ter feito aquilo. VAMOS ESQUECER! – Gritou - Eu... Eu não sou viado!
— Pois eu sou! – Disse com raiva — Eu sou viado, infelizmente eu sou um viado!
— Foi... Foi culpa sua! – Apontou para mim — Ninguém pode saber que isso aconteceu. NINGUÉM!
Gargalhei muito alto.
— Era só o que me faltava! – Balancei a cabeça sem acreditar — Você vem dizer na minha cara que a culpa de VOCÊ – Apontei — me beijar é minha? Não, Hugo! Você me beijou por livre e espontânea vontade, eu não te forcei, aliás, pode ficar tranquilo que eu não vou te agarrar.
— Eu fico aliviado! – Hugo me encarou — Eu... Eu não quero que a nossa amizade fique estremecida.
Engoli em seco.
— Ela já está estremecida, Hugo! – Disse a verdade — Para mim já está! Enfim, eu já esperava por isso.
— Lucas...
Hugo tentou explicar, mas eu o interrompi.
— Eu já cansei de ver em filmes, novelas, livros e entre outros. Já imaginava que isso iria acontecer, quando a gente pensa que tem amigos, eu digo amigos de verdade, que ficam um ao lado do outro até mesmo nos momentos difíceis, mas basta acontecer esse tipo de coisa que um por um, os que dizem amigos, vão sumindo, como se a gente tivesse contraído uma doença terrível, como se a gente trouxesse uma maldição para a pessoa, como se a gente trouxesse vergonha, mas na verdade quem é humilhado são eles, sou eu, o gay.
— Eu gosto de você! – Disse prontamente — Você é o meu irmão, mesmo não sendo de sangue, mas é daqui, ó – Disse batendo no lado esquerdo do peito — Desculpa se eu fui grosso e passei uma imagem completamente diferente do que eu sou para você, mas o que aconteceu agora pouco foi um erro, entenda isso, UM ERRO! – Exclamou — Isso nunca vai mais acontecer. Eu só não quero que ultrapasse o limite da nossa amizade.
— Hugo... – Respirei profundamente — É melhor você ir embora, antes que complique mais ainda.
— É melhor mesmo – Hugo me olhou — Sobre agora pouco...
— Relaxa que ninguém vai saber, esse segredo vai para o túmulo – Interrompi.
Hugo me olhou, baixou a cabeça e deu as costas para mim, mas ele parou antes de passar pela porta. No meu interior, eu queria que ele voltasse correndo, me abraçasse e desse um beijo cinematográfico, mas o que aconteceu realmente foi seu rosto virar em minha direção e depois sair pela portão de ferro.
— Droga! – Choraminguei.
Sem pensar, corri imediatamente em direção ao banheiro, entrei no lavabo e entrei com roupa e tudo de baixo do chuveiro, não importando com as minhas roupas, que usava para dormir, molhadas.
(•••)
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— Bom dia, Lucas! Você está com a cara péssima.
Leonardo tinha escolhido um péssimo dia para encher o meu saco.
— Dormiu comigo, foi? – Leonardo provocou ao ver que eu não respondia.
— Você está falando comigo, querido? – Perguntei em voz alta.
— Não! Estou falando com meu alterego. – Disse olhando para mim.
Eu iria responder a altura dele, mas respirei fundo e me tranquilizei.
— Acho que pelas circunstâncias, você deveria ter vergonha na cara em dirigir a palavra para mim.
— Eu dirijo a palavra a quem eu quiser – Falou — A boca é minha! – Disse com deboche
Revirei os olhos.
— Não posso fazer nada se você não está tendo um bom dia! – Disse.
— Pois eu respondo a quem me interessar, e não me interessa você saber se estou ou não tendo um bom dia.
Quando Leonardo iria responder, Kelly entra com inúmeros papéis em suas mãos.
— Bom dia, gente!
— Bom dia! – Eu e o Leonardo falamos em uníssono.
— Luquinhas, amor! – Kelly se dirigiu a mim — Você passa todos esses nomes – Disse jogando uma lista de várias páginas com centenas e mais centenas de nomes em cima da mesa — Para uma planilha Excel com todos esses dados – Mostrou — e depois envia para esse e-mail – Disse me dando um papel.
Engoli em seco.
— Para hoje ainda, tá? – Disse sorrindo.
(•••)
Mais tarde na faculdade...
— Menino! Acorda! – Disse estalando os dedos na frente do meu rosto.
— Oi! – Prestei atenção no rosto da minha amiga.
— Parece que está dormindo acordado, eu hein?
— Cansaço – Bocejei — Hoje quase não sai da cadeira, foram horas e mais horas digitando, corrigindo, refazendo e com Kelly na minha cola, perguntando toda hora se estava pronto para poder enviar, eu estou até com dor de cabeça – Fui sincero.
— Vixe! E quem é essa Vaca? – Izabel perguntou — Colocando pressão em um estagiário? – Ela riu.
— É uma técnica administrativa – Resolvi não me aprofundar — Mas é até bom, sabia? Por mais que seja punk, é bom para se acostumar a lidar com a pressão da rotina administrativa – Disse a verdade.
— Concordo! Porém, não deixa ultrapassar e virar excesso de pressão – Disse.
— Entendi – Disse olhando para Edson que chegava, aliás, que chegada!
— Se vocês continuarem olhando para o meu pau – Disse apertando o membro na cara dura — Eu vou ter que vir de cueca amanhã – Sussurrou sorrindo sem a menor vergonha.
A sorte é que tinham poucas pessoas na sala, algumas delas no fundão de cabeça baixa.
— Sai daí! – Disse sentindo meu rosto queimar — Até parece que eu vou ficar olhando para essa coisa microscópica – Falei na brincadeira vendo Izabel e Edson gargalharem.
— O que foi? – Perguntei na inocência.
— Microscópica? – Edson sorriu maliciosamente — Esta ouvindo, Bel? Diz aí, você que já provou.
Meu rosto esquentou mais uma vez.
— É amigo! – Minha amiga pegou em meu ombro — Dessa vez eu tenho que concordar. Ali – Disse apontando para o meio das pernas do Edson — não tem nada de microscópico.
Os dois riram mais alto.
— Eu não estou interessado nas intimidades de vocês – Disse sentindo meu rosto esquentar novamente.
— Você fica tão fofo vermelhinho assim, sabia? – Bel gargalhou bagunçando os meus cabelos.
— Para! – A repreendi.
— Vem cá, Edson! Já que você detesta cueca, quando você se excita, a barraca não fica armada?
Eu não acredito que ela perguntou isso.
— Ué? Claro que fica! Parece um circo armado – Gargalhou — Mas eu procuro me controlar, principalmente quando estou em lugares públicos, mas uma vez a tal da barraca armada me proporcionou experiências inesquecíveis – Disse nos olhando com malícia.
— O quê? Conta! Quero saber. Adoro! – Disse curiosa.
Calado eu estava, calado eu fiquei.
— Não que eu já estou quase ficando de pau duro aqui – Disse me olhando maliciosamente.
— Ave Maria! – Bel gargalhou — Deixa de ser tarado, homem! – Disse dando um soco de leve no ombro.
— Quem é tarado? – Carol perguntou fechando a porta da sala.
— Sabe de nada, inocente! – Disse minha amiga gargalhando para a morena.
(•••)
— Eu não acredito nisso!
A professora tinha nos largado um pouco mais cedo, para a minha alegria. O ônibus não custou a passar e dei sinal para o coletivo parar assim que ele se aproximava do ponto de ônibus, mas quando a esmola é demais, o santo desconfia. Adivinha quem tinha acabado de entrar no ônibus alguns metros depois?
Zoraide, Irmã Zoraide!
— A paz do senhor, irmãos!
A religiosa estava com os cabelos lisos e longos naturalmente soltos, usava um terninho preto e uma saia social longa com a mesma cor, e claro, com uma bíblia na mão.
— Estamos todos voltando para as nossas casas na paz do senhor, amém?
Foi então que começou a pregação da Irmã. Para evitar aborrecimentos, já que a mesma tinha me visto, calmamente tirei meu fone de ouvido do bolso da calça jeans preta que eu usava no dia, conectei no meu smartphone, abri o Spotify e dei um play em uma música qualquer. Dito e feito, Irmã Zoraide começou a falar alto, aliás, ela começou a gritar, tanto é que mesmo escutando a música, eu ainda conseguia ouvir os berros dela. A religiosa gesticulava, batia na bíblia, batia com os pés no piso do veiculo e isso tudo sem parar de me olhar, me causando até constrangimento em alguns momentos.
Essa mulher só pode ser louca! — Pensei em quanto escutava a música e via a pregação dela.
(•••)
Me levantei rapidamente do lugar no qual eu estava sentado assim que o ponto final se aproximava, Irmã Zoraide, que se aproximava atrás de mim, não perder tempo de soltar as suas indiretas.
— Bem irmãos, após esta viagem bastante proveitosa, eu estou indo embora. Para vocês eu deixo o versículo , para todos os pecadores: "Jesus respondeu: "Digo a vocês a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado.". Jesus está voltando e a hora de aceitar e ser salvo é esta!
Assim que a porta do ônibus se abriu, desci rapidamente sendo seguido pela religiosa que cantava hinos evangélicos em alto e bom som. Avistei alguns conhecidos no Largo Dom Luiz e andei rapidamente até lá para sair da vista da Irmã Zoraide.
— Oi, Lucas! – Juninho veio me abraçar trazendo Rosinha a tiracolo — Largou agora da faculdade?
— Larguei! - Afirmei.
Hugo estava bem próximo de nós, ele estava abraçado com uma mulher e quando me viu aproximar, o mesmo quase que engolia a cabeça da jovem que pareceu ter gostado da investida. O pior não foi ele beijar a garota, o pior foi ele virar as costas para mim como se eu fosse um estranho para ele.
— Lucas! – Juninho chamou minha atenção.
— Oi! – Olhei rapidamente para o meu amigo — Desculpa!
— A velha louca estava no mesmo ônibus que você? – Rosinha se referia a Zoraide.
— E não tava? – Revirei os olhos — Tive essa sorte, mas fingi que ela nem existe, nada contra quem prega nos ônibus, mas as vezes nós estamos tanto cansados que só queremos paz e tranquilidade, ai entra uma doida dessas, que Deus me perdoe – Disse erguendo as mãos para o céu — falando alto, julgando todo mundo, todas as religiões, se achando a única salva no universo.
— Ela tem sorte de não encontrar alguém esquentado e dar uns sopapos na cara dela.
Disse Juninho com as mãos entrelaçadas na cintura da jovem.
— Pois é! - Olhei novamente para Hugo que me ignorava — Não duvido nada um dia isso acontecer.
Eu não entendo! Juro que não entendo. Hugo que é primo da Rosemary, que por ventura é uma transexual, nunca vi um preconceito sequer vindo dele e agora ele age dessa forma comigo? Ele que chegou a me beijar, mas não tentei nada que fuja dos limites com ele, até porque isso partiu dele, eu não forcei isso acontecer.
— LUCAS! – Juninho gritou chamando minha atenção.
— Eu vou indo nessa – Disse de repente.
— Mas já? – Juninho estranhou — Fica mais um pouco, nunca mais a gente conversou.
— Eu tô cansadão! Meus olhos já estão se fechando sozinho. – Disse a verdade.
— Então vai lá! – Juninho me abraçou de lado — Vai descansar.
— Tchau, Lu! – Rosinha se despediu.
— Tchau, Rosinha! Tchau, Juninho!
Olhei pela última vez para Hugo que me olhou na mesma hora, mas este logo tirou a vista.
(•••)
Na manhã seguinte...
► MAXIMUS ALBUQUERQUE TRADE CENTER
— Kelly, responderam o e-mail que eu tinha enviado com aqueles nomes na planilha excel – Disse.
— E aí? – Perguntou mexendo em sua bolsa.
— Ele respondeu dizendo que eu tinha mandado em um formato errado – Disse virando o monitor para ela ver — Era para ter mandado a lista em arquivo WORD.
— Foi mesmo? – Disse colocando a mão na boca — Meu Deus! Que falta de atenção a minha.
Não sei porque, mas eu senti um pouco de deboche vindo dela.
— E agora, o que a gente faz? – Perguntei.
— Infelizmente temos que passar novamente para o formato que ele pediu – Disse.
— Todos esses nomes de novo? – Questionei olhar para as centenas de nomes.
— Claro, Lu! Está com medo do trabalho?
— Claro que não! – Rebati — Se eu tivesse nem aqui eu estava.
— Muito bem! Eu podia até te ajudar, mas infelizmente eu tenho umas coisas para resolver.
Disse pegando a sua bolsa e colocando em um dos ombros.
— Tá certo! – Sorri falsamente — Eu vou começar agora mesmo.
— Perfeito! – Sorriu — Mostre que você é um ótimo estagiário.
Claro que eu vou mostrar, sua vaca! Vou fazer tudo isso de novo com muito prazer — Pensei.
(•••)
— Vai continuar aí em pé olhando para mim até quando, Luan?
Disse erguendo a cabeça e encarando os olhos do meu irmão que fazia quase um minuto que estava em pé, feito uma bananeira e olhando para mim.
— Eu...
Quando ele iria dizer alguma coisa, as portas do departamento se abriram e por ela passou uma menina muito linda, correndo, gritando e pulando nos braços do meu irmão.
— Minha princesa! – Luan abraçava sua única filha — Você veio fazer o quê por aqui, sua sapequinha?
— Eu vim ver o senhor, papai! – Disse com uma voz super fofa.
— Ela tinha uma consulta marcada com a Dra. Tatiana aqui perto, quando ela viu o prédio que pai dela trabalha, só faltou me arrastar pelas ruas para trazer ela aqui – Sorriu — Oi, Lucas! Tudo bem?
Denise apareceu explicando a visita surpresa.
— Tio Lucaaas!
Juro que tive que me controlar bastante para não chorar. A pequena deu a volta na mesa onde eu estava trabalhando e não teve vergonha alguma de me abraçar, uma lágrima chegou a quase cair de um dos olhos, mas limpei rapidamente. Por um momento me assustei com o "Tio", mas creio que seja apenas forma de dizer, sem intenção alguma.
— Laurinha! – Esse nome jamais iria sair da minha cabeça — Que princesa cheirosa – Beijei a sua cabeça.
— Foi a mamãe que me deu banho – Disse para mim.
— Foi mesmo? Pois está muito, mas muito cheirosa! – Disse vendo o pinguinho de gente sorrir — Oi, Denise! Tudo bem, não é? – Cumprimentei.
— Tudo ótimo, Lucas! – Sorriu.
— Você tinha dito que ela tinha uma consulta marcada... Está tudo bem com ela?
Perguntei preocupado.
— Não, ela está ótima! São consultas rotineiras com a pediatra dela aqui perto
Disse alisando o cabelo da criança.
— Quer que eu deixe vocês duas em casa? – Luan perguntou.
Eu evitava ao máximo olhar em sua direção, mas percebia que o meu irmão não parava de me olhar.
— Não precisa, Luan! Eu peço um Uber – Disse.
— Não, eu deixo vocês em casa, só me deixa ir ao banheiro, eu já volto! – Pediu.
— Bom dia, gente! – Kelly entrou de repente — Eita, que coisinha mais linda!
Kelly foi em direção a minha sobrinha, mas estranhamente a pequena correu da loira e veio para junto de mim, subindo no meu colo.
— O que foi, Princesa? – Perguntei a nanica que estava agarrada na minha cintura.
— Eu... Eu não gosto dela – Sussurrou apontando para a técnica administrativa.
— Ai que coisa mais linda! – Kelly bateu palmas gargalhando — Ela correu para os braços do tio!
Congelei.
— Mas agora você vai deixar seu tio em paz, porque ele tem que trabalhar, aliás, Lucas, tira duas cópias de cada documento desses, preciso para agora! – Disse praticamente jogando os papéis.
Denise observava tudo com cautela, como se desconfiasse de algo.
— Ah, não! – A pequena me agarrou e não me soltou mais.
— Ela gostou mesmo de você, Lucas! – Denise riu — Filha, Tio Lucas tem que trabalhar.
— Não! – Me agarrou mais ainda.
Era tão forte ouvir a palavra "Tio" e saber que eles nem desconfiavam que realmente fosse tio da pequena.
— Vem, Laura! Depois você brinca – Disse pegando a filha no braço que fazia cara de emburrada. — Desculpa! Vá trabalhar em paz – Sorriu para mim — Essa menina é fogo!
— Que isso! – Protestei — É um prazer trocar o meu trabalho para brincar com essa coisa linda.
Apertei o nariz dela que deu uma gargalhada gostosa.
— E levada! – Denise apertou o nariz da filha também.
(•••)
O que eu fiz para merecer isso?
Sentado na privada e com todos os papéis eu ainda não tinha tirado xérox no meu colo, eu chorava descontroladamente. Eu tinha que desabafar de alguma forma, eu não estava aguentando.
Que merda está acontecendo comigo? Parece que tudo está contra mim. Meu irmão escondendo que eu sou irmão do próprio, escondendo que a Laurinha é minha sobrinha. O que eu tenho? — Comecei a olhar para o meu próprio corpo — Eu não tenho doença alguma! Eu não sou drogado, não represento vergonha ou perigo para ninguém. Será que eu sou tão desprezível assim? O que eu faço, meu Deus?
Pensava nisso tudo e as lágrimas não paravam de descer. Que aflição! Que martírio!
(•••)
— O que aconteceu?
Perguntei aflito vendo Denise pelos corredores desesperada.
— A Laurinha! – Falava quase sem fôlego — Eu não sei o que aconteceu, eu estava conversando com a minha mãe no celular, quando dei por mim, a minha filha não estava junto comigo e a porta estava aberta.
— Calma! – Pedi, mas também estava a beira de um colapso. — Vamos acha-la!
— Eu tenho medo! Estamos no 15° andar, e se a minha filha resolver se pendurar em alguma janela?
Não esperei ela dizer o resto, simplesmente andei, andei sem rumo algum atrás da minha sobrinha, parecia que meu coração me guiava para algum lugar que não sabia o que era, nem entrar no elevador eu entrei, simplesmente subi pela escada até um andar acima de onde eu estava e fui direto a uma espécie de varanda para fumantes, eu não sei, eu não sabia como eu tinha chegado ali, parece que algo tinha me guiado.
— La-Laurinha?
Meu coração veio até a boca quando vi uma das imagens mais aterrorizantes da minha vida.
— Oi, Luquinhas! Venha ver essa paisagem magnifica com a gente.
Laurinha estava em cima de uma espécie de tela de vidro que era um pouco grossa, sendo segurada na cintura por nada menos que Gleyce Kelly.
— Tio Lucas, eu estou com medo – Disse dirigindo seu olhar amedrontado para mim.
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