Então galera, a partir daqui o conto só tem novidades, o remake seguiu só até a parte 5, que eu escrevi a três anos atrás. De agora pra frente é tudo novo! Espero que curtam.
Kaique.
Sai dali com a cabeça quente, pensava que de novo eu falhei. Mas, dessa vez eu gostei pra caramba. Não me arrependo. Preciso compartilhar isso com o Pedro o quanto antes. Dobrei a esquina e entrei em casa. Bom, alegria de pobre dura pouco. Meu irmão do meio estava lá, que felicidade (claro que não). Minha mãe, como sempre, perguntou onde estava e por que cheguei tão tarde, disse que tinha ido na casa de um amigo jogar um pouco. Olhei pra aquela figura segurando as malas:
- O que ele tá fazendo aqui mãe? – Não escondi a decepção.
- Seu irmão vai passar um tempo com a gente. – Ela o olhava – Ele conseguiu se meter com uma briga feia lá e como sempre... voltou. – Ela se decepcionava muito com Thiago, mandou ele pro sul pra estudar junto com a namorada, mas ele conseguia dar trabalho. Sempre meus pais recebiam ligações da escola ou de algum outro lugar fazendo reclamações sobre as burradas dele. Eu apenas balancei a cabeça. Passei por ele. Me segurou:
- Pera ae maninho, não vai falar comigo? – Que cara chato.
- Oi Thiago, como vai? – Falei debochando.
- Agora bem melhor! – Ele forçava uma expressão de despreocupado, folgado e atoa.
Fui pro meu quarto. Ainda tinha que falar com Pedro. O meu santuário é bem organizado, sou muito perfeccionista, não é atoa que sou eu quem organiza as prateleiras do mercado. Deitei na cama empurrando algumas folhas de uma pesquisa da escola. Peguei o celular. Não gostava de senhas. Passei o dedo na tela e abri o Wpp. Pedro estava online. Que ótimo! Não deixei de lembrar do dia que contei minha primeira experiência pra ele, sua reação foi muito engraçada, ria e chacoteava de mim. Voltei a terra. Chamei ele:
/Boa noite muleke mano
~~/Fala manolo
/Mano, to precisando de uma consulta
~~/Pera ae que vou abrir meu escritório aqui
/Quem bom! Vê se serve coca dessa vez kkkk
~~/Aqui só produtos de qualidade direto do mercado Rodrigues
/kkkkkk chega de enrolar
~~/OK né
/Peguei mais um cara... §)
~~/Ah não, para
/Sim é vdd
~~/Detalhes...
Bom daí pra frente eu expliquei tudo, contei como aconteceu e fui sórdido nos detalhes. Ele respondia de forma rápida e pedia pra eu continuar, uma hora disse que estava se masturbando. Morri. Tive minha sessão de terapia, dei boa noite e fui dormir. Gostava de compartilhar as coisas com ele, sempre esteve ao meu lado pra tudo. Quando terminei meu namoro com a Camila, ele ficou comigo o tempo todo. Muito brother.
Naquela noite eu tive um sonho estranho, parecia estar no controle de uma nave em um espaço verde e vinho, avistei dois do que seriam planetas e tentei seguir no rumo do que me chamou mais atenção, só que o controle da nave não permitia, ela estava indo para o outro. Acordei.
Relógio chato marcava 06h45min, tinha que arrumar as coisas e ir para a escola. Estudava em um colégio público, não gostava muito, mas fazia o possível para aprender, sempre fui atento e estudioso.
O sinal tocou, acabou a última aula. Voltei pra casa. O almoço estava cheirando, a comida da véia é ótima. Tratei de não comer na mesa pra evitar a presença inconveniente. Minha mãe insistiu, mas fui logo correndo pro quarto. Comi tudo e larguei o prato num canto da mesa do PC. Catei o celular, 12h30min, tratei de ligar pro Adriano. Eu queria ouvir a voz dele, uma coisa lá dentro pedia. Só fui. Ele atendeu! Ele atendeu! E agora? Não saiu uma palavra, eu só respirava fora de controle. Até que ele falou o alô mais uma vez e eu consegui emitir um som. A conversa tomou um rumo, o assunto estava meio fraco e acabou indo pra uma parte que me incomodava bastante, já me estressei e cortei ele logo. Sai do quarto e topei com meu pai:
- Filho, a tarde é sua na lotérica. Fique à vontade, as contas estão ali do lado do telefone. Depois vai no armazém fazer os pedidos. Pode usar o carro, mas fique alerta com os poliça. – O rei da Ironia. – Vou pra fazenda mais a sua mãe na caminhonete, então usa o Fiat. Seu primo tá no mercado. Passa lá de vez em quando só pra saber se está tudo em ordem.
- Ok pai. – Não tinha escolha mesmo. Meus pais já foram saindo. Eu também estava de saída, catei as chaves e fui pra lotérica. A fila estava enorme (novidade) já bati a mão no bolso pra jogar Clash. Que bom, o celular ficou em casa. A tarde vai ser ótima.
Depois de ficar de uma da tarde até as três e meia correndo pela cidade, enfim eu podia voltar, e queria muito. Estava com um tesão lascado. Ficar sem o que fazer me ajudou a lembrar da noite de ontem, o que fez a coisa esquentar aqui em baixo.
Parei o carro na porta de casa, vi que um amigo de Thiago, que ele conheceu no fundamental, estava virando a esquina, já tratei de poupar o serviço e gritei pra ver se ele saia no portão e não me dava o luxo de ter duas desagradáveis presenças dentro de casa:
- Thiago... você tá aí? – Eu ouvi vozes dentro da casa, ele parecia estar conversando com alguém.
- Thiago seu merda! Não tá escutando não? – Ela deve tá no celular. O amigo estava chegando na porta. Então corri pra dentro na tentativa de tirar ele logo de lá. Estava no quarto. Bati na porta. Ele pediu pra eu esperar. Repetiu a frase “espera, espera, espera”. Esperei até ouvir o som das batidas no portão. Seu amigo chegou. Perdi a paciência, coloquei a mão na maçaneta e girei.
Continua...