Thithi et moi, amis à jamais! Capitulo 168

Um conto erótico de Antoine G.
Categoria: Homossexual
Contém 4714 palavras
Data: 02/10/2016 22:20:16

- Nelson! Devolve minha filha! – Eu disse para ele

Nós estávamos em um café.

- Não devolvo, não! Tu não queres ir, né Sophie?

- Não! – Ela disse rindo, pois ele rodopiava com ela

- Ah, moleca! – Eu disse rindo

Depois que o Nelson pegava a Sophie, ele não queria mais largar.

- Vamos dividir a Sophie, por favor? – Miky disse

- Ah, sim, vamos rachá-la ao meio.

- Ah, chato! Vamos dividir o tempo que passamos com a Sophie?

- Não! – Ele disse rindo

- Antoine, pega a Sophie dele!

- E eu consigo? A sacana também não larga dele!

Graças a Deus minha filha era disputada pelos meus amigos. Eu amava vê-los se divertir com ela. Qual pai não fica feliz ao perceber que seus amigos também são amigos do nosso filho. O único que não gostava muito dela, era o Gilles, mas ele não gostava de crianças de uma forma geral. Isso fazia com que eu também não ficasse muito perto dele, é incrível como nós vamos escolhendo as pessoas mais próximas da gente em função dos filhos.

- Eu ainda não consegui carregar a Sophie. – Annette disse

- Nelson, eu acho que a Annette tem prioridade, ela ainda não falou com a Sophie.

- Ah, eu não consigo solta-la.

- Mas vai ter que soltar! – Miky pegou a Sophie do colo dele

- Miky, tu não és Annette!

- E tu achas que eu não sei? – Ela disse de cara feia pra ele

- Miky, deixa eu segurar a Sophie! – Annette disse

Sophie só fazia rir passando de braço em braço. Meus amigos faziam de tudo para fazer ela rir, o que não era difícil.

- Ai, eu não suporto a aula do Giuseppe! – Alexis disse tirando minha atenção da briga que as meninas faziam para ver quem ficava com a Sophie

- Eu também não gosto muito, não! Ele é meio rude!

- Também acho! Prefiro as aulas do Maximilien. – Gilles disse

- Só por que ele é gato! – Eu disse

- Ele é gato mesmo! Que coroa!

- Quem é gato? – Nelson perguntou

- Tu não vais querer saber... – Eu disse rindo

- Quem, ué? Eu? Ah, eu sei que sou mesmo!

- Também, mas a gente não falava de ti, não. Estávamos falando do Maximilien.

- Aquele coroa? Vocês não têm vergonha de mexer com o tiozinho, não?

- Ai, mas aquele coroa é tudo de bom!

- Aí, é mesmo! – Miky concordou

- Vamos parar de falar de homem, por favor! – Nelson disse

- Eu gosto de falar de homem! – Gilles disse rindo

- Eu também! – Eu cai na gargalhada junto

- Eu também! – Micky disse

- Eu idem! – Annette disse

- Somos a minoria, Nelson! – Alexis falou para o amigo

Nós quatro desatamos a falar dos nossos professores gatos, dos caras gatos da universidade, dos caras gatos do café e até dos caras gatos que passavam pela rua. Os meninos que gostavam de meninas ficaram sentadinhos ouvindo a gente falar. A gente fez só de maldade, só para ver a cara deles. No fim, todos nós nos divertimos, eu adorava ficar com meus amigos, por mais que meus amigos no Brasil morressem de ciúmes.

Enquanto conversávamos, chegou umas mensagens do Thi no meu celular, mas como estava com meus amigos, eu não as li. Só os li quando eu cheguei em casa.

“OI!”

“OI!”

“OI!”

“RESPONDE!”

“BOM, SE NÃO RESPONDES, EU FALO ASSIM MESMO...”

“CANSEI DE FICAR AQUI SEM FAZER NADA! EU TE QUERO E EU SEI QUE TU ME QUERES TAMBÉM, TU JÁ DEIXASTE ISSO CLARO”

“ANTOINEEEEEE!!!”

“CARAMBA, CUSTA RESPONDER?!”

“QUER SABER DE UMA COISA, NÃO VAI SER SURPRESA!”

“EU ESTOU EMBARCANDO EM 20MIN”

“TU ENTENDESTE?”

“EU ESTOU EMBARCANDO! ISSO SEGNIFICA QUE AMANHÃ EU CHEGO AÍ!”

“ME ESPERA... EU CANSEI DE TE ESPERAR AQUI!”

“ATÉ AMANHÃ! TE AMO!”

Quando eu li essas mensagens eu quase tive um infarto. Como assim ele estava vindo para Paris? Ele já havia feito muita loucura por mim, eu tinha que admitir. Loucuras boas e ruins, isso só demonstrava o quanto ele me amava, né? Nãoooooooooooooo!! Minha consciência debatia rapidamente aos meus delírios românticos. Eu não podia pensar assim. Mas, eu tinha direito de ser feliz, não tinha? Eu merecia afinal, não? A consciência falou mais uma vez: merecer, até merece, mas já sabes, se ficares feliz, alguma merda vai acontecer. Mas eu estava feliz com minha filha e nem por isso tinha acontecido algo ruim, pelo contrário, só havia acontecido coisas maravilhosas na minha vida nos últimos meses. E a consciência era insistente: É, mas, quando se falar em amor, com certeza vai dar merda.

Eu fiquei desesperado, eu não podia falar com ele. Eu rapidamente liguei para o Dudu.

- Me conta essa história direito! – Eu disse assim que eu vi a cara do Dudu no computador

- Contar o quê? – Ele me deu o sorriso mais cínico que existe

- Não te fazes de pateta, Eduardo!

- Ele foi! Eu ajudei! Pronto!

- Como assim tu ajudaste? Desde quando tu ajudas o Thi? Aaaaaaaaaaaaaah, viado filho de uma égua! Era por isso que ele estava aí na tua casa.

- Claro, meu bem!

- Isso tem dedo da Jujuba, certeza!

- Não, pior que não!

- Mano, eu sei que a Jujuba pegou pesado contigo. Mas, tu sabes que no fundo ela tem razão, né?! A gente já percebeu que tu não esqueceste o Thi.

- Ai, gente, tô até com medo. Tá ajudando o Thi, tá defendendo o Thi, tá até chamando o Thi de Thi.

- Tá vendo... o que eu não faço por ti?

- Eu não precisava disso, Dudu.

- Deixa de frescura, Antoine. O Bruno iria querer isso, eu sei.

- Eu não sei o que fazer...

- Simples, recebe ele aí muito bem.

- Dudu... não sei se eu consigo. Eu acho que eu quero, mas minha razão não deixa.

- Antoine, manda essa razão pra puta que pariu, pensa com teu coração, só com teu coração. Ele quer ter o Thi por perto?

SIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM, ele quer! Eu queria dizer, mas eu não ousava pronunciar isso em voz alta.

- Não sei...

- Ta vendo, tu queres!

- Dudu, tu tens noção de que faz mais de um ano que eu não sei o que é ficar com um cara?

- Sim, eu sei disso. Mas, é o Thi, Antoine. O THI! Ele te conhece de trás para frente. Não há uma parte de ti que ele não conheça.

Ele tinha razão.

- Ele chega aqui que horas?

- Ele chega entre 13h e 15h.

- Ai, meu Deus!

- Tu estás livre, né? Eu sei que teu curso é só pela manhã.

- Tu pensaste até nisso?

- Claro, meu bem! Ah, ele não reservou hotel!

- O quê? Que história é essa dele não ter reservado hotel?

- Pra que ele gastaria dinheiro com hotel?

- Tu és muito filho de uma puta!

- Respeita minha mãe!

- Desculpa pra tia, mas que tu és, aaaaaah tu és.

- Ooooo besta, tu já podes rir, tá? Não esconde esse sorriso aí, não. – O filho de uma égua me conhecia de verdade. Eu sorri, é claro. – Muito bem, assim é melhor! Como foi teu dia?

- Muito legal! Acabei de chegar de um café com meus amigos.

- Quero ver essa viadagem aí acabar com o Thi chegando.

- Não acredito que tu armaste esse circo todo por ciúmes, Dudu. – Eu ri pra caramba

- Também, mas eu fiz isso pra te ver feliz mesmo.

Aaaaaaaaaaaaaah, ele sempre foi um fofo comigo. Meu amigo/irmão é uma das pessoas mais importantes para mim. Ele sempre me conquistava com essas atitudes dele. Desde o início da nossa amizade, mesmo antes dele descobrir que era vinhado também, ele sempre me abraçou, independente se as pessoas falassem merda. Ele nunca teve vergonha de demonstrar o carinho que ele tinha por mim.

- Eu não vou nem te perguntar como foi teu dia, pois tenho certeza que passaste o dia fazendo traquinagens com o Thi.

- Posso te pedir uma coisa?

- Manda...

- Ouve o que ele tem pra te falar... Esquece esse negócio de ser fiel. O Bruno se foi, mano. Eu sei que é difícil de ouvir isso, eu também não gosto. Mas, ele se foi. Nós estamos aqui, tu precisas continuar a viver. Tu e a Sophie precisam do Thi. E ele, ele precisa de vocês.

- Ai, mano...

- Por favor, não perde mais essa oportunidade de ser feliz. Ele tá cansando, Antoine. Ele não vai te esperar para sempre. Toma uma atitude também, caramba. Eu sei que ele fez merda no passado, mas ele já sofreu bastante. Já pagou pelo o que fez. É difícil eu falar isso e eu nem acredito que eu vou falar, então escuta bem por que eu não vou repetir... Ele mudou, ele cresceu. Ele está pronto pra ter uma família, e a família dele és tu e a Sophie. Todos nós sabemos disso.

- Ai, meu Deus...

Eu ainda falei mais alguns minutinhos com o Dudu, mas logo encerrei a ligação. Minha cabeça não parava de rodar, eu não parava de pensar que o Thi chegaria no outro dia. Eu fui fazer a comidinha da Sophie. Cozinhei com a cabeça nas nuvens.

- Vamos jantar, filha?

- Papa...

- Tem que comer, filha.

- Ah, não...

- Só um pouquinho...

Eu a sentei em cima da mesa e eu sentei na cadeira. Eu dei a primeira colher para ela.

- Hugh!! – Ela fez cara feia

- O que foi?

- Ta uim!

- Tá ruim? – Eu provei, estava simplesmente o puro sal, eu nunca tinha errado a mão – Caramba, tá ruim mesmo.

- Num vo comer!

- Não, não vai não.

Eu não estava afim de fazer mais comida e ela não estava afim de comer. Então, nós dois jantamos iogurte e macarons. Ela ficou brincando pela casa, espalhou os poucos brinquedos, que eu havia comprado para ela, pela casa, correu, pulou, dançou... tudo sozinha. Eu não estava com a cabeça no lugar para brincar com ela. Eu tinha que estudar, mas eu lia o mesmo parágrafo 10 vezes e não entendia nem a primeira linha.

O soninho da Sophie foi chegando e eu a coloquei para dormir. Eu me sentei na janela do apartamento, ela tinha uma vista para um jardim bem bonito. Eu tinha que pensar na minha vida, eu tinha que saber o que eu realmente queria. Eu sabia que eu queria estar com o Thi, ou era só um desejo? Será que eu queria somente estar com o Thi para não ficar sozinho? Eu amava o Bruno, como era possível eu gostar do Thi também? Isso não era possível! A gente ama uma pessoa, não é? É assim que funciona, não é? E se comigo fosse diferente? E se eu amasse dois caras? Isso seria bem estranho. Eu nunca tinha visto e nem ouvido alguém falar que amava duas pessoas. Como seria quando o Thi chegasse? Eu fui para cama e esses pensamentos deram voltas e voltas na minha cabeça até eu adormecer.

####

- Ei, tu vais cortar o dedo! – Nelson me alertou

- Caramba!

- Tá com a cabeça onde?

- Nem queira saber...

- Nós vamos lá na igreja hoje, né?

- Ai, desculpa, Nelson... não vai dar.

- Ué, por que?

- Um amigo meu está chegando do Brasil.

- Ah, sim... Então, nós vamos outro dia.

- Com toda certeza!

- Tu estás fazendo errado esse molho.

- Tô, não!

- Tá, sim! Presta atenção!

Aquela foi a pior aula que eu já tinha assistido até então, eu não prestei atenção e quase cortei o dedo mil vezes. No término da aula, eu fui direto para casa.

- Tu estás muito calado, tu não és assim...

- Oi?

- Nem aqui tu estás...

- O quê?

- Não tô falando...

A aula seguiu e eu segui com minha patetice e falta de atenção. Terminando a aula, eu saí correndo e fui pegar a Sophie, eu nem esperei o Nelson. Eu cheguei na creche e quando ela me viu fez a maior farra, como todos os dias. Nós fomos voando para casa, eu não sabia se eu iria para o aeroporto ou se eu esperava por ele ali. Eu realmente estava atordoado com aquela história.

Eu decidi ir ao aeroporto. Sophie e eu tomamos um banho rápido e nos arrumamos, fomos direto para a estação de metro. Eu demorei a chegar no aeroporto Charles de Gaulle. Assim que eu cheguei eu tentei encontrar um voo que viesse do Brasil, mas não via nenhum para aquele horário. Eu fiquei como um besta para lá e para cá dentro do aeroporto, eu procurava informações sobre o voo do Thi, mas não consegui nada. Eu me arrisquei pagar uma fortuna na conta do telefone, eu liguei para o Dudu, mas ele não atendeu. Eu mandei mensagem, ele não respondeu. Eu já estava em estado de desespero. Nenhuma informação sobre o voo do Thi e nenhuma informação sobre ele. Ele não havia me ligado, não havia mandado mensagem. Nada! Nadinha! Sophie e eu ficamos no aeroporto por uma hora e meia. Eu havia chegado a conclusão que algo havia dado errado no voo dele. E a única coisa que eu podia fazer era esperar por noticias e orar para que tudo estivesse bem com ele.

Nós voltamos para casa, eu estava triste, confesso. Eu realmente queria vê-lo, talvez eu quisesse ver alguém de casa. Eu estava com saudade de minha família e meus amigos. Nós pegamos o metro de volta para casa. Quando eu cheguei no meu bairro, eu fui andando tranquilamente pelas ruas.

Eu cheguei no meu prédio, peguei o elevador e subi até meu apartamento. Quando as portas do elevador se abriram, eu pude vê-lo encostado na porta do meu apartamento.

- TITI! TITI! TITI! TITI! – Sophie gritou e vibrou de alegria, eu a coloquei no chão, pois ela estava quase se jogando do meu colo e ela correu para o colo do Thi

Ele estava lindo, lindo demais. Ele tinha uma mala pequena encostada no pé direito.

- Oi, princesa Sophie! – Ele a pegou no colo e a encheu de beijinhos

- Titi! Titi! – ela pegava no rosto dele

- É, sou eu!

Ela estava morrendo de saudade dele, imagine se ela visse o Pi, ela iria enlouquecer. Ele olhou diretamente para mim. Quando meus olhos encontraram os lindos olhos verdes dele, minha perna bambeou e minha voz sumiu. Eu queria falar algo, mas não saiu nada.

- Oi! – Ele disse sorrindo

Eu não respondi, eu estava paralisado na frente do elevador.

- Não mereço nem um oi?

- Oi! – Eu disse recuperando os sons perdidos

- Não mereço um abraço também? – Ele veio em minha direção

Ele deixou a Sophie no chão e me abraçou. Ele me abraçou forte. Meu rosto foi certo no pescoço dele, como era bom sentir o cheiro dele. Nós ficamos um bom tempo abraçados. Foi um abraço de saudade, de muita saudade. Ele me apertava contra o corpo dele, eu sentia o corpo quente dele, o cheiro dele, a pele dele na minha. Todos os órgãos do meu corpo assumiram um novo ritmo, um ritmo acelerado que me fazia suar.

- Eu estava com muita saudade de ti! – Ele disse no meu ouvido enquanto nos abraçávamos

- Eu também estava de ti!

- Xaaaaiiiii, Titi! – Sophie disse empurrando a perna dele

Nós tínhamos até esquecido dela. Ela o empurrou e pediu colo para ele, nós nos separamos e ele a carregou.

- Tu estavas com saudade do Titi?

- Tava! Muita sodade!

- Eu também estava morrendo de saudade de ti! – Ele a cheirava, a apertava

- Vamos entrar! – Eu disse

Eu abri a porta, ele entrou com a Sophie no colo e eu peguei a mala dele e coloquei para dentro. Pelo tamanho da mala, ele não ficaria muito tempo em Paris.

- Tu já comeste? – Eu perguntei a ele

- Ainda não! Mas, não te preocupas com isso agora.

- Imagina! Eu não vou te deixar com fome, né Thi? Fica um minuto aí com a Sophie, eu já volto.

Eu fui até a cozinha, e como o Dudu havia me dito o horário que ele chegaria, eu já havia deixado comida pronta. Eu só fiz esquentar e levei para ele.

- Nossa, tu sempre foste rápido na cozinha, mas agora foi demais.

- Eu já havia deixado pronto, bobo.

- Tu sabias a hora que eu chegaria?

- O Dudu me disse...

- Claro! Eu vou comer sozinho?

- Vai, sim! Sophie e eu já comemos.

- Mas vocês não vão lanchar?

- Daqui a pouquinho...

- Ah, não... comam comigo.

- Não, pode comer.

Ele me olhou, como que dizendo que queria companhia. Mas, como viu que não teve resposta ele começou a comer. Nós estávamos na sala, eu bem que tentei tirar a Sophie de perto dele, para que ele pudesse comer tranquilamente, mas o máximo que eu consegui foi fazer com que ela sentasse ao lado dele e não no colo.

- Tu não vais falar nada... vai ficar só me olhando. – Ele disse sorrindo

- Eu confesso que não sei o que falar...

- Não sabe?

- Não! Eu ainda estou tentando entender a tua vinda repentina para cá.

- Não gostaste?

- Claro que gostei! Só não entendi...

- Pensei que eu tivesse deixado claro nas mensagens. – Ele deixou o prato em cima da mesinha de centro da sala. – Fica sentadinha aqui tá, Sophie? – Ela pareceu entender e aceitar

Ele se levantou, e ficou ajoelhado na minha frente, pois eu estava sentado no sofá na frente de onde ele e Sophie estavam. Ele segurou a minha mão e disse:

- Eu cansei, Antoine! Cansei de ficar sofrendo no Brasil. Cansei de não poder falar contigo, cansei de te ver com todas aquelas pessoas. Eu não vou abrir caminho para ninguém se aproximar de ti. Eu já fiz isso uma vez. Eu quero que tu entendas uma coisa: eu não sou aquele moleque de 19/20 anos. Eu mudei, eu cresci. Agora, entende de uma vez por todas, eu sou um homem que sabe o que quer para a vida. Eu não vim para cá só por que eu te amo. Não, eu vim para cá por que eu quero ter uma vida contigo. Eu quero poder te amar com todo o amor que eu tenho guardado há todo esse tempo. Não fica com medo disso. Eu não vou te magoar. Não fica pensando besteira. Eu sei que tu podes até não me amar, mas eu tenho certeza que tu sentes algo por mim. Eu sei disso! Me permite fazer parte da tua vida, me permite ser teu amigo e teu homem. Essa é minha última tentativa, eu te prometo que se tu decidires não ficar comigo, eu sumo da tua vida. E dessa vez vai ser para valer, nem para o Brasil eu volto. Eu sumo até eu esquecer o que eu sinto por ti. Eu tinha programado te falar tudo isso mais tarde, só nós dois. Mas, eu não quero só tu, eu quero cuidar da Sophie também. Se teu medo era esse, se tu tinhas medo de eu não querer cuidar da Sophie... tu estás muito enganado. Eu amo essa menina e eu a quero na minha vida tanto quanto eu te quero. Assim, eu queria saber: tu me permites amar vocês dois?

Ele ficou me olhando. Eu não tive reação. Eu sempre fui um besta para essas coisas, eu sempre paralisava quando eu tinha que tomar uma decisão importante.

- Antoine?

- Thi...

- Tu não queres isso, né?

- Não...

- Que pena... – Ele baixou a cabeça

- Deixa eu falar, por favor... – Eu sorri e levantei a cabeça dele

- Thi, eu não sei o que te dizer. Eu quero estar contigo, entende? Mas eu sinto que eu não devo... Mas eu quero... – Foi minha vez de baixar a cabeça

- Olha para mim... – Ele ergueu minha cabeça com as duas mãos – Eu não estou te pedindo em casamento, ta? Eu só estou pedindo para tu me dares uma chance.

- Thi...

- Olha só, eu sei o que tu sentes pelo, Bruno, ok? Eu vi, eu convivi com vocês, eu entendo... Eu só quero que tu me dês a chance de te fazer feliz como ele fez, por favor...

- Tu podes me dar um tempo para pensar?

- O tempo que tu precisares. – Ele me deu um beijo bem próximo da boca, ele ficou face a face comigo e me deu um beijo na boca.

- Aaaaaaaaaaaaah! – Sophie disse assustada, ela assistia tudo sentadinha no sofá – Titi, num pode!

- Não? Por que?

- Puquê é o Papa!

- E o que que tem, filha? – Eu fiquei de fora da conversa deles

- Num pode! É meu Papa!

- Eu posso fazer isso? – Ele deu um beijo/cheiro nela

- Pode!

- E por que eu não posso beijar teu Papa?

- Puquê não!

Ela morria de ciúmes.

- E se tu tivesses dois Papa? Ia ser legal?

- Num sei...

- Nós temos um probleminha para ser resolvido...

- Ah, não te preocupa com isso agora, não.

- Não, não estava falando da Sophie... – Ele disse rindo bastante

- E tu estavas falando do que, então?

- Bom, eu vim pra cá, mas o Dudu não deixou eu reservar hotel...

- Eu já estava sabendo disso também.

- Ah, já?

- Já, sim! Ele me contou.

- Bom, mas como queres pensar, é melhor eu ir para um hotel.

- Não, não precisa. Fica aqui com a gente.

- Tu não preferes que eu fique em um hotel?

- Não. Fica aqui!

- Tu queres que o Titi fique aqui, Sophie? – Ele perguntou para ela

- Quelo!

- Então, o Titi fica! – Eles dois fizeram a festa

Eu não parava de olhar para ele. Ele estava lindo demais. Ele atraía toda a minha atenção. Eu fiquei observando ele brincar e conversar com a Sophie. Foi só ali que eu me dei conta de como os tios faziam falta para ela. Na França ela tinha o Nelson, a Miky e a Annette que brigavam por ela, mas os tios do Brasil a conheciam desde bebê.

- Tu não terminaste de comer! – Eu disse

- Ah, é... depois eu termino.

Sophie se aproveitou do Thi, eles brincaram de tudo o que era possível naquele pequeno apartamento. No finalzinho da tarde, enquanto eles brincavam, eu preparei um lanche muito gostoso pra gente. Sophie estava tão grudada ao Thi, que ele deu o lanche dela, ela não quis saber de mim naquele dia. Ele estava me mostrando que gostava muito da minha filha, o que eu já sabia, mas ele também estava me mostrando que ele saberia cuidar dela.

- Que tal se nós passeássemos um pouquinho?

- Já até sei para onde tu queres ir...

- Tu sabes que tu estás no meu arrondissement preferido, né?

- Sei, sim...

- Vamos lá no Jardin, por favor!

- Vamos... vamos!

- Obaaaa!!! A gente vai passear, princesa Sophie!!! – Ele chacoalhava a Sophie dos pés à cabeça. E ela? Ela amava, é claro!

- A gente vai paxá, Papa? – Ela me perguntou dando uma boa gargalhada

- Vamos, filha! Vamos nos arrumar para sair?

- Vamooooos!!

Eu dei banho nela e quando eu fui arrumá-la, ela correu para o lado do Thi. Ele teve que arrumá-la. Enquanto ele fazia isso, eu tomei um banho e me arrumei tranquilamente. Ao terminar de me arrumar, eu fui ver como a Sophie estava.

- AAAAAAAAI MEU DEUS!!! – Eu caí numa gargalhada gigantesca.

O Thi tinha tentado amarrar os cabelos da Sophie, mas estava horroroso. Mas muito horroroso mesmo.

- Que foi, Papa? – Ela me olhou estranhando minha reação, eu só fiz rir ainda mais.

O Thi tentou amarrar, mas tinha cabelo preso na lateral da cabeça, estava bem torto e tinha muito cabelo solto. Estava hilário.

- O que foi? Não tá tão ruim assim... – Ele disse rindo junto comigo

- Ruim não está, não. Está péssimo! Deixa o Papa ajeitar, filha.

- Nhãaaaaao!! – Ela colocou a mão na cabeça

- Mas filha, teu penteado não tá muito legal.

- Nhãaaaao!

- Mas, meu amor... Espera... – Eu peguei um espelho – Olha só como tá.

- Titi, tá feio! – Ela disse olhando para o Thi toda intrigada

- O Titi não sabe fazer penteado de princesa, Sophie.

- Não sabe mesmo! – Eu já chorava de tanto rir – Vem cá! Deixa o Papa ajeitar.

Só vendo o estado em que ela se encontrava que ela deixou eu arrumá-la.

- Pronto! Fala pra ele que é pra fazer assim, filha.

- É pa fagê axim, Titi!

- Tá bom! Na próxima vez eu faço assim!

- Tu não queres tomar banho?

- Quero, sim!

-Tá, vem cá, então.

Eu deixei a Sophie no sofá e fui levar o Thi ao banheiro. Eu dei uma toalha a ele e voltei para a sala com a Sophie. Nós esperamos um pouco...

- Thi, ainda vai demorar? – eu gritei da sala

- Não, já tô saindo.

Nós esperamos mais uns 10 minutinhos e ele veio todo lindo.

- Pronto! Vamos!

- Que demora!

- Deixa de drama! Nem demorei!

- Pior que mulher pra se arrumar, eu hein!

- E tu que é pior que puta?

- Não entendi a ofensa...

- P... – ele não repetiu por causa da Sophie – se arruma em um minuto. Ela não precisa de muita roupa mesmo...

- Filha de uma égua! – Eu ri – Eu não me arrumo que nem P..., eu me arrumo como uma pessoa normal.

Nós saímos do apartamento e fomos andando pela rua.

- A gente vai pegar taxi?

- Pra quê?

- A gente vai andando?

- Claro! O Jardin é quase aqui do lado de casa, dá para ir andando tranquilamente.

“O THI CHEGOU?”

“ME RESPONDE”

“ANTOINE, RESPONDE!”

“AI, NÃO ME DIZ QUE ELE CHEGOU E VOCÊS JÁ SE ENTENDERAM?”

“AAAAAH, VOU ENTENDER O SILÊNCIO COMO SIM!”

Enquanto andávamos eu aproveitei para olhar rapidinho meu celular e essas mensagens estavam lá. O Dudu havia me mandado mais cedo.

“OI”

“ANTOINE?”

“COUCOU!”

Também tinham essas mensagens do Nelson.

- Nós vamos para que lado? – Thi me perguntou

- Para a esquerda!

- Como pode ser... até o ar dessa cidade é diferente, meu Deus.

- É, eu sempre falo isso também. Pronto, chegamos!

- Ai, eu sou louco por esse lugar. – Ele disse olhando o Jardin du Luxembourg

Eu peguei uma toalha e estiquei na grama para que nós pudéssemos sentar. Nós franceses se preocupam muito com a ideia de ter um tempo para cuidar de si mesmo. Não importa se estás cheio de trabalho, todos arranjam um tempinho para sentar em um jardim, tomar um vinho, ler um livro. É fundamental ter um tempo para cuidar de si. Nós nos sentamos no jardim.

- Cara, eu tô muito feliz em estar aqui com vocês! – Ele disse olhando para o céu

- Eu também estou muito feliz em te ter aqui, com a gente.

- Tá mesmo?

- Tô!

- Fico feliz em saber disso! – Ele disse olhando para mim, eu olhei bem nos olhos dele e eles estavam mais verdes do que o normal.

- Tu vais ficar quanto tempo?

- O quê? Já queres me despachar para o Brasil?

- Não, bobo! Só quero saber...

- Não sei ainda...

- Como assim? E a escola?

- Eu sai de lá.

- Como assim saiu de lá?

- Eles não me deixariam viajar, então... eu me demiti.

- Maluco!

- Emprego a gente pode conseguir novamente, mas....

- Mas o quê?

- Eu não posso deixar o amor da minha vida escapar novamente. - Eu fiquei sem palavras – Tu lembras da última vez que nós estivemos aqui?

- Lembro, sim! Foi logo quando reatamos nossa amizade.

- Isso! Nossa, como eu fiquei feliz. Quando tu te casaste com o Bruno, quando eu te vi no dia do teu casamento, eu pensei que eu nunca mais fosse falar contigo, que eu jamais conseguiria recuperar nossa amizade.

- Eu também cheguei a pensar isso...

- Como a vida dá voltas, né?

- Oooooo... como dá!!

- Sophie, vem cá, vem! – Ele chamou a atenção da Sophie que estava se afastando um pouco de nós

- Titi, bola bincar!

- Vamos! – Ele já ia levantando, mas eu segurei o braço dele

- Não precisa, Thi. Tu estás cansado, fizeste uma longa viagem.

- Não, tudo bem! Eu já estava com saudade de brincar com a Sophie. – Ele se levantou e a pegou no colo e foram brincar pelo Jardin.

Enquanto eu os observava, eu tive uma ligeira visão de como seria ter uma família. Eu lembrei do que a Jujuba tinha me falado, ela havia me dito que o Thi seria bom para a Sophie também, que estava na hora de eu pensar nela e não em mim. Eu comecei a pensar que se acontecesse algo comigo, do mesmo jeito que aconteceu com o Bruno, algo repentino, ela precisaria ter alguém. Por outro lado, eu pensava que eu estava traindo o Bruno. A verdade é que eu não queria aceitar que eu estava gostando de verdade do Thi. Eu não queria aceitar o fato de ter outro homem na minha vida. Eu não podia aceitar isso.

####################

Oi, meus amores! O capítulo está maior, pois não publiquei a semana inteira. Que semana louca! Muito trabalho, filho doente. Sophie teve uma crise alérgica e há dias ela não dormia direito e eu, consequentemente, também não dormia. Essa semana serei mais presente, se Deus quiser! Um beijo em todos!

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Antoine G a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Tão lindo esse momento com o Thi, a declaração... Perfeito como sempre. bjão

0 0
Foto de perfil genérica

De novo a emoção tomou conta do meu coração com a declaração do Thi. Espero que vc não tenha deixado escapar esse amor lindo do Thi e tenha dado novamente a chance de vcs serem felizes e como ele mesmo falou, agora ele não era mais aquele moleque que aprontou com vc e sentiu na pele o que foi te perder... Espero que a Sophie já esteja melhor. Bjs pra vc e um maior pra ela.

0 0
Foto de perfil genérica

Espero que você tenha aceiitado o convite do thi, você me deixou viciada nesse conto kkkk.. Muito bom, beijos pra voocê que a sophie melhore e um beijão pro thi.. Obs.: Não demoore muito dessa vez please .. 😚❤

0 0
Foto de perfil genérica

Ah, finalmente o Thi conseguiu fazer-te ouvir os sentimentos dele! Espero, sinceramente, que tenhas ouvido e aceitado. Um abraço carinhoso para ambos e para Sophie,

Plutão

0 0
Foto de perfil genérica

Amo❤️ Estava louco de saudade já ! Volta logo para o Thi 😍

0 0
Foto de perfil genérica

^seja bem vindo melhoras pra Sophie e fico feliz que vc voltou kkkk eu ja tava com saudades do seu conto quanto ao tamanho n acho que ninguém irá reclamar ja que seu conto é gostoso e viciante demais ^^

0 0