Olá! Meu nome é André. Tenho 18 anos, sou estudante e vim contar a vocês sobre o começo da minha tara por cafuçus.
Na época eu tinha uns 15 anos, era um moleque tranquilo, não muito diferente da pessoa que sou hoje.
Parte da minha infância foi na Favela do Acari, na zona norte do Rio de Janeiro. Diferente do que se imagina, não tive a oportunidade de brincar livremente como faz a maioria daquela criançada. Minha mãe, negra, era diarista em um bairro distante e meu pai, branco, era mestre de obras numa construção em outra cidade. Alguns dias ele nem voltava para casa por causa da correria e da distância, mas quando dava também era pastor numa igreja evangélica próxima. Para ajudar com dinheiro, minha mãe fazia vários sucos de frutas congelados em saquinhos para vender (aqui a gente chama de "sacolé"), então eu ia pra escola de manhã e passava o resto do dia em casa, para o caso de alguém aparecer pra comprar. Antes mesmo daquele tempo eu já sabia o que eu era, mas sempre escondi pois também sabia o que meus pais pensavam a respeito. Meu pai, em particular, foi uma figura ausente, acho que por isso não tive uma referência masculina dentro de casa quando era mais novo, então fui aprender na rua o que era homem.
Não tem jeito, uma hora a puberdade chega. Os hormônios afloram, começam as sensações, experimentações e a curiosidade cresce. O homem, seja ele gay ou hétero, fica igual um bicho. Ele quer algo: ver, tocar, sentir. Até o cara que segue regras, como eu tinha de seguir, começa a passar por cima delas. Tava no primeiro ano do ensino médio, nunca liguei muito pra escola porque ela nunca me deu problemas. Pelo contrário, escola pública e puberdade são uma combinação perigosa para um jovem curioso.
Os colegas de classe só falavam putaria e isso me chamava a atenção, embora nunca interagisse. Eu era fisicamente diferente deles: moreno, porém mais claro, mais baixo e menos forte. Pensava a todo momento naqueles corpos morenos e negros nus, suados e em movimento lento, exalando testosterona e virilidade. Que nem quando rolava futebol e era o time dos vestidos contra os sem camisa. A galera era mais velha, já nos 17, 18 anos, todos no auge da juventude. Os pelos nas pernas e axilas eram comuns em quase todos eles. Alguns já tinham até barba e pelos ao longo do abdome. Me sentia num verdadeiro balaio de cafuçus, escutando as histórias que eles contavam sobre como comiam as novinhas de quatro ou de lado, ou dois ao mesmo tempo. Me excitava só de ter aqueles caras perto de mim, todos com certeza também excitados, enquanto relembravam suas orgias aumentadas só pra se gabarem uns dos outros. Até arriscava dar umas olhadas rápidas para suas calças, na intenção de ver um volume a mais, e até via às vezes, quando davam aquelas pegadas nas rolas meia bomba por cima da roupa. Mas nunca passou disso, pois eu poderia ser mal julgado e explanado. Em compensação, chegava em casa e me acabava na punheta. Às vezes duas, três pra me aliviar de verdade, mas cada vez mais sentia que não era suficiente.
De todos aqueles caras tinha um que era a minha total perdição. O nome era Rafael, mas todo mundo o chamava de Fael. Aquele cara era o tipo que eu poderia ficar horas observando e não cansar. Um pouco mais alto que eu, talvez uns 1,75 m, O Fael era o extremo do que cafuçu poderia significar à época. A cor de seu corpo era um marrom vivo que nunca vi em nenhum outro moreno. Mesmo sem a barba, a marca estava sempre naquele rosto bruto de quem passou várias horas batendo laje com o pai na favela, debaixo de sol. Ao fim dos seus 18 anos, seu olhar era sempre duvidoso, meio entre o sacana e o mafioso, como se não confiasse em nada ao redor. Talvez fosse pelas sobrancelhas grossas, ficava com cara de marrento, o puto. Tinha os ombros largos, pernas levemente arqueadas e com bastante pelos. Ainda dava pra ver os músculos presentes na barriga e a descidinha direto pra dentro da bermuda, acompanhada por pelos do "caminho do paraíso".
Fael não era um garoto, nem um adolescente. Era um homem. Um deus. Um cafuçu. E eu via isso como ninguém. Bem ali, diante dos meus olhos. Vê-lo jogar bola era como um ritual, não parava de olhar aquela mala sacudir no calção azul de futebol. Jogar contra ele era ainda melhor, porque sempre rolavam uns toques "acidentais", coisas do esporte.
Nas minhas punhetas me imaginava sentindo o cheiro do seu corpo suado após o jogo. As axilas, o peitoral, a respiração. Um vestiário vazio, só nós. As pernas, o caminho de pelos sob o umbigo, os pés, o quadril... as bolas... a rola, que por sinal nunca havia visto.
O primeiro contato direto que tive com o Fael aconteceu quando...