Júnior: - Você nem imagina o quanto eu senti sua falta esses dias... eu tava louco pra...
Eu: - Louco pra ?...
Júnior: - Pra fazer isso...
Me juntou de surpresa e me deu um beijo na boca, eu tentava empurrá-lo só que ele era mais forte e me prendeu pela cintura, eu tentava sem sucesso empurra-lo...
Erik: - Que porra é essa aqui Rafael?
Pronto o Erik tinha chegado e pelo grito que ele deu o circo ia pegar fogo. Consegui enfim empurrar o Júnior, e pude ver a cara do Erik, totalmente transtornado na minha frente, e não era pra menos, no lugar dele eu também estaria.
Eu: - Erik, eu não tive culpa eu juro, eu mal cheguei e ele já foi me tascando um beijo.
Júnior: Afinal de contas o que está havendo aqui? Por que essa justificativa toda Rafael?
Erik: - Fica fora disso seu idiota (meteu um soco na cara do Júnior).
Júnior: -Eu vou te pegar seu Mané...
Os dois começaram a se engalfinhar até que eu entrei no meio dos dois e dei um basta:
Eu:- Cheeeeegaaaa, parem com isso... Vocês estão parecendo crianças...Júnior a gente precisa conversar, tem algo que estava tentando te falar antes de você me beijar: Eu estou namorando o Erik.
Júnior: - Como é que é?1
Erik: - Isso mesmo...
Júnior: -Fica na tua Mané... que porra é essa agora Rafael?
Eu: - Júnior, foi mal, eu iria te contar com calma, mas você foi me beijando ... mas eu to junto com o Erik.
Júnior: - Desde quando isso?
Eu: - A gente se entendeu durante o feriado, mas você sabe que sempre rolou sentimento entre ele e eu, eu nunca te escondi isso, e também nunca te dei esperanças. Poxa cara, eu te curto pra caramba, mas como meu amigo entende?
Júnior: - Tá legal Rafa, tenho que entender né?! Acho que é por isso que to te curtindo cara, você é muito honesto, isso é admirável... (ele olhou para o Erik bem sério) E tu mané, se tu fizer ele sofrer eu te arrebento. Tu é um cara de sorte, este guri gosta de verdade de você e não teve nada haver com o beijo, fui eu que forcei a barra, ele nem correspondeu. Tô indo nessa, mas ta avisado Erik, se eu ver o Rafael chorando de novo por sua causa você me paga.
Júnior virou as costas e foi em direção a sala enquanto eu e o Erik permanecemos no pátio.
Eu: - Acredita agora que eu não tenho nada haver com o beijo que você viu?
Erik: - Eu nunca duvidei de você, eu sei que você jamais me trairia, mas não vou negar que fiquei muito fulo da vida em ver esse beijo, tive vontade de quebrar esse Mané todo...
Eu: - Calma, o Júnior não é nenhum Mané... Ele vai saber respeitar nosso namoro eu tenho certeza disso...
Erik: - É bom mesmo...
Dei um abraço nele e um beijo demorado e fomos pra sala, quando cheguei lá o Júnior tinha se mudado para o fundo da sala, talvez fosse melhor assim. Galera foi uma situação super chata, não queria que o Júnior tivesse descoberto daquela forma, mas eu tinha ciência que com o tempo tudo estaria no seu devido lugar. No intervalo o Erik foi até o banheiro e eu desci pra cantina com a Flávia e o Lucas (eles já estavam ficando), A Cínthia estava na mesa do lado com as amigas dela, como sempre prestando atenção na conversa pra ver se descobria algo.
Flávia: - Rafa que bafo foi esse que deu entre o Júnior, você e o Erik?
Eu: - Nem fale Amiga, deu a maior confusão... eu não queria que fosse desse jeito, não queria magoar o Júnior, ele é sem vergonha, mas é gente boa, não queria perder a amizade dele.
Flávia: - Olha amigo, me desculpa a franqueza, nessa história entre eles você é o maior culpado...
Eu: - Eu Flávia?
Flávia: - Você sim Rafael, desculpa mais uma vez, mas como sua amiga eu preciso ser sempre com você. Cara, de certa forma você deu corda pro Júnior, você não deu esperanças a ele, mas em nenhum momento você o cortou. E o pior, é que quando você se desentendeu com o Erik você foi sentar perto do Júnior, isso com certeza deu esperanças a ele, você deveria desde o primeiro instante se posicionado entre um e outro, deixando claro que de um queria o amor e do outro queria amizade.
Lucas: - E o Lucas é um cara super gente boa, não merece ficar mal nesta história...
Eu: - Eu acho que vocês tem toda razão, eu pisei na bola, mas e agora o que eu faço?
Lucas: - Dá um tempo pro Júnior cara, deixa ele digerir tudo isso, depois tenta se reaproximar dele.
Flávia: - Mas deixa a poeira baixar primeiro, pra não ter mais confusão... Agora mudando o assunto que o teu bofe ta vindo ali.
Erik: - E aí já pediu?
Eu: - Já pedi um suco e um sanduíche pra gente...
Lucas: (perguntando para o Erik) – Velho mais afinal, você é gay, bissexual ou que? Tô te perguntando porque você sempre teve cara de pegador...
Erik: - Sempre fui pegador brother, mas me apaixonei pelo Rafa, não deixei de ser menos homem por isso...kkkkk Acho que sou bissexual ou sei lá... mas se um dia o Rafa me deixar, acho que ficarei so com mulheres, mas no momento tenho olhos só para o meu dorminhoco.
Flávia me puxa e cochicha no meu ouvido:
Flávia: - Teu bofe fica falando essas paradas de ficar com uma mulher caso vocês termina, e a jararaca ta ali doida pra dar o bote.
Eu: - Tô ligado, já percebi que desde que nos sentamos ela não tira os olhos da nossa mesa.
Erik: (Me da um beijo no rosto) – Quem cochicha o rabo espicha kkkkkk
Eu: - E quem fala demais da bom dia a cavalo mocinho
Erik: - Não entendi amor?
Eu: - Esse lance de ficar com mulher caso a gente termine um dia (me virei bem pra Cínthia) Tá pra nascer mulher que vai conseguir de roubar de mim...
Erik: kkkkk seu ciumento
Flávia: - Tá certíssimo amigo, tem que botar banca e demarcar território.
Erik e Lucas não entenderam que a Flávia e eu estávamos dando indirertas na megera da Cínthia, mas ela entendeu o recado. Voltamos a aula, e naquele dia nada de novo, a aula transcorreu normalmente , Júnior longe da gente no fundão, a megera sentava no mesmo canto e a Flavia, o Lucas, o Erik e eu nas fileiras do meio, confesso que me preocupava com o Júnior, mas percebi que deveria seguir os conselhos do Lucas e a Flávia, eu precisava deixar a poeira baixar.
Ao Longo da semana o Erik foi pintar o apartamento novo e eu estava de ajudante dele, na verdade foi uma farra, nos sujamos todos de tinta, mas foi muito divertido, no final de duas semanas a gente conseguiu terminar a pintura e deixar tudo agilizado para a minha mudança. O apartamento ficou lindo, cores alegres, mas nada de carnaval, como ele tem três quartos um deixei para visitas (na maioria das vezes meus pais) e o outro fiz uma espécie de biblioteca ou sala de estudos, um refúgio para ter onde ler e estudar longe da TV.
No fim de semana após a minha mudança, resolvi fazer uma reunião em casa para os mais próximos:Meus pais, Flávia, Lucas, alguns amigos mais próximos da faculdade (quatro pessoas), Júnior que eu chamei mas ele não apareceu. Meus pais adoraram meus amigos, da Flávia especialmente, tanto que a convidou a conhecer Blumenau, já que ela é gaúcha e ainda não conhecia muitas cidades aqui de Santa Catarina.
Mais quinze dias se passaram, já estava completando um mês que o Júnior se afastou de mim, então eu decidi procurá-lo pra conversar mesmo sobre protestos do Erik.
Erik: - Conversar o que Rafael?
Eu: - Erik, preciso desfazer esse clima, ele é um cara gente boa, sempre me ajudou quando eu precisei, não quero que ele guarde ressentimentos de mim.
Erik: - Se ele der em cima de você eu vou quebrar a cara dele.
Eu: - Confia em mim, eu te amo, se ele der em cima eu juro que viro as costas e deixo ele faltando sozinho ta bom.
Erik: Tudo bem, mas vou estar de olho de loge...
E assim foi no intervalo eu cerquei o Júnior:
Eu: - E aí, será que a gente pode levar um papo?
Júnior: - Pode até ser mas não quero confusão...
Eu: - Relaxa, não vai ter confusão.
Nos sentamos num banco no pátio da faculdade para conversar mais tranquilamente.
Júnior: - Diz aí o que tu tem pra me falar?
Eu: - Queria te pedir desculpas por tudo o que houve, e dizer que eu sinto falta da tua amizade cara.
Júnior: - Não há o que desculpar...
Eu: - Há sim, eu deveria ter te explicado tudo desde o principio, acho que de certa forma a tua aproximação estava me fazendo sentir bem, me dava segurança... só que no meu entendimento era só aamizade.
Júnior: - Rafa, eu me apaixonei por você de verdade, e o que me fez sentir isso por você é esse teu jeito doce, e o fato de ser um carinha tranqüilo, nada vulgar... Diferente desses carinhas que sai marcando encontros com um e outro, carinhas que você sabe que não pode te oferecer nada mais que sexo.. Em você eu vi alguém pra de fato namorar, pra me tirar dessa vida da galinhagem que eu tenho... Mas entendo o teu sentimento pelo Erik, respeito a tua escolha, mas vou deixar bem claro que se um dia você mudar de idéia eu vou estar aqui te esperando.
Eu: - Valeu, mas nesse momento só posso te oferecer minha amizade verdadeira...
Júnior: - Eu sei...
Eu: - Amigos então?
Júnior: - Amigos...
Dei um abraço no Júnior e enxerguei o Erik observando, fiz sinal pra ele se aproximar e ele veio:
Erik: - Tudo certo?
Eu: - Tudo certo amor.
Júnior: - Fica de boa cara, eu vou respeitar a escolha do Rafa, e espero que tu faça ele muito feliz senão eu te parto a cara
Erik: - Pode deixar que vou fazer ele feliz, não pela tua ameaça, mas porque amo ele.
Júnior: - Trégua então?
Erik: - Trégua.
E assim foi, os dois fizeram um tratado de paz e agora já conseguiam freqüentar o mesmo ambiente sem causar constrangimento ou sem se baterem, os dias passaram, e uma semana depois não tivemos aula a tarde e o Erik foi lá pra casa, estávamos namorando no sofá e a campanhia tocou, quando eu atendi era um buquê lindo e um cartão que dizia: “simplesmente te amo” e sem assinar.
Eu: - Nossa amor, que lindo! Sempre me surpreendendo, adorei a declaração de amor, amei as flores.
Erik: - Rafael, não fui eu que te mandei essas flores...
Eu: - Como não?
Erik: - Não fui eu e agora me diz quem te mandou essas flores Rafael?
Por isso é isso galera, hoje foi um pouco menor por que precisava fazer uma transição entre os fatos pra chegar nesta parte, a partir de agora começa a parte mais difícil da nossa história, a confusão começou, mas de certa forma apimentou a nossa história... fiquei ligados no próximo capítulo.
Agradeço Iari12, JuniorSV, Ru/Ruanito, Monster, VALTERSÓ, Dhiren, Ypii, Haliax, garafão, Wyth, Irish, Gordo1979 e a todos que leram, obrigado e peço que continuem comentando para interagirem.
Respondendo algumas questões:
Teve um Júnior Severo que me mandou e-mail hoje, mas veio em branco o conteúdo, se puder mande novamente que eu lhe respondo.
Ypii, entendo perfeitamente sua colocação, também me stresso muito com pessoas que gostam de puxar tapete e acabar com a felicidade alheia, mas infelizmente se eu pular ou colorir um pouco eu vou estar fuginda da verdadeira história, daí deixaria de ser um relato real. Te garanto que além de toda confusão vem muito amor por aí também, a nossa história teve um final feliz, gostaria que você continuasse acompanhando, qualquer coisa me mande e-mail.
Haliax Meus pais calcularam o preço que gastaria de aluguel ao longo desses 5 anos de faculdade, e decidiram financiar o apartamento porque seria muito mais lucro pagar o finaciamento (que eles pagam até hoje) do que pagar aluguel e não ter retorno nenhum, isso pra mim é investimento e não meritocracia. Quanto ao carro do Erik, não posso responder pelas ações dos pais dele, mas garanto que com certeza foi pensando na comodidade do deslocamento dele, inclusive para visita-los em Umuarama. Não tenho vergonha de dizer que sou sim sustendo pelos meus pais porque a faculdade toma muito meu tempo e não tenho como trabalhar no momento, mas não sou nenhum mauricinho metido a besta, valorizo cada centavo que ganho deles e nunca peço mais que o necessario para as minhas despesas mensais. Valeu pelas suas obsrevaçoes brother, isso mostra que você está atento aos detalhes da história...
Galera qualquer coisa meu e-mail é faelvelaskes@gmail.com, se tiverem dúvidas ou quiserem trocar experiências é só mandar e-mail..
Novidades amanha pessoal.
Abraços!!!
Rafael Velaskes
