Capítulo 15
- Ponto de vista Sr.Stoch -
Meu garoto havia se declarado para mim na noite passada, e eu, como o merda fodido que sou, não consegui retribuir suas palavras de amor. O pedi em namoro logo em seguida, tentando acabar com o silêncio que se seguiu. Agora somos oficialmente namorados e meu desejo por ele parece ter sido amplificado.
Dormimos agarrados um ao outro e assim continuamos. Estava admirando seu rosto angelical, seus cílios longos e sua boca avermelhada. Ele parecia tão sereno, tão em paz em meus braços. Seu cheiro doce despertava meus instintos e fazia meu coração bater mais forte. A necessidade de protegê-lo, de ampará-lo, era maior que tudo, meus sentimentos por esse garoto inteligente expandia progressivamente e meu medo de perdê-lo crescia em conjunto. Sim, eu sou um bastardo inseguro que tem medo de dizer as tais palavras.
- Bom dia! – Falou Greg despertando de seu sono. Dei-lhe um beijo casto e sorri.
- Hey baby, bom dia!
- Baby? – Pergunta achando estranho.
- Sim, baby.
- Desde quando me chama assim? – Questiona achando engraçado.
- Desde ontem à noite. – Respondi.
- HA! HA! E como devo chama-lo? – Perguntou sorrindo.
- Hmm... que tal namorado? – Falei o beijando. – Ou meu homem? Talvez meu dono?
- Engraçadinho, ainda prefiro brutamonte. – Como é?
- Brutamonte?
- Sim, é o apelido que te dei assim que te conheci. – Falou.
- Ah qual é, Greg. Eu não sou tão ruim assim, sou?
- Não mais, agora que te domei você está mansinho. – Me domou? Vamos ver quem domou quem Sr.Müller!
Virei-o de bruços em minha... nossa cama, sim agora é nossa, e pus suas mãos em suas costas.
- Quem foi que me domou Sr.Müller? Pode repetir? – Falei safadamente.
- Fui eu!! – Gritou gargalhando.
- Repita! – Dei um tapa em sua bunda deliciosa que o arrancou um gemido. - Quem domou quem? – Perguntei.
- Eu... – Tapa. – Você! – Exclamou. – Você me domou!
- Muito bem, lembre-se disso Sr.Müller. – Falei o soltando.
- Mas só para constar, fui eu que domei você, seu ogro! – Disse se levantando da cama.
- Parece que as palmadas não foram suficientes, volte aqui para que eu o lembre quem é que manda. – Falei dando tapinhas na cama.
- Não, HaHa!
- Isso é uma ordem! – Disse também me levantando para pegá-lo.
Comecei a me aproximar dele, mas ele saiu correndo. Logo estávamos ambos brincando de pegar no meu apartamento. Corri atrás dele, mas ele se esquivou conseguindo passar para a sala de estar. Usou o sofá como uma barreira, pondo-o entre mim e ele.
- Venha aqui, Greg!
- Vem você, não consegue me pegar? – Desafiou. Ah garoto, você não sabe com quem está mexendo. Fiz menção em correr para a direita, mas o danado correu para o lado oposto. Tentei ir no sentido contrário, mas ele correu novamente. Em um impulso, pulei o sofá e ele saiu correndo em direção ao meu quarto.
Quando entrei no quarto não o vi. Comecei a olhar os lugares onde ele poderia esta: embaixo da cama, no banheiro, atrás das cortinas, e nada de acha-lo. Havia apenas um único lugar em que ainda não tinha procurado: o closet, é claro! Tranquei a porta do quarto para garantir que não fugisse.
- Greg, apareça! – Falei ameaçadoramente. Quando cheguei ao fim do closet ainda não tinha o achado, foi quando o vi sair correndo de dentro das roupas penduradas nos cabides. Saí correndo atrás e o encurralei contra a porta trancada. – Por essa você não esperava não é mesmo? – Perguntei safado.
- Devo admitir que não. – Respondeu fazendo beicinho. Fui até meu garoto e esmaguei meus lábios contra os seus. A vantagem de se andar pelado dentro de casa é que não precisamos nos dar o trabalho de tirar as roupas.
Naquele dia fizemos amor em cada cômodo do meu apartamento.
- Ponto de vista do Greg –
Estávamos assistindo a um filme de super heróis na sala de sua casa, comigo deitado em seu peito. O pouco tempo que passamos juntos, de ontem até agora, havia nos aproximado ainda mais e ele me tratara como se fosse um delicada peça de cristal. Surpreendentemente seu “superprotetorismo” fazia-me sentir bem e enquanto estava em seus braços pude jurar que era a pessoa mais feliz do mundo.
Quando me declarei, senti um nervosismo de sua parte. Sei que é muito cedo para admitir um sentimento como o amor, mas é o que eu sinto, e não sou bom em esconder o que sinto.
- Hey baby, está com fome? – Ele começou a me chamar assim desde que aceitei namora-lo.
- Um pouco. – Admito.
- Que tal se eu cozinhar algo para você? – Perguntou.
- Você sabe cozinhar? – Questiono duvidando.
- É claro que sim. Você não?
- Sei o básico. – Falei.
- E o que seria o básico? – Indagou.
- Ah, você sabe, cozinhar ovo, preparar miojo...
- Meu deus, como você sobrevive sem seus pais? – Perguntou tirando sarro.
- Bem, eu tenho celular e vários números de restaurantes. – Respondi sorrindo.
- Venha. – Falou levantando. – Vou te mostrar o que é comida de verdade, nada dessas porcarias requentadas de restaurante.
- Ok, senhor chef de cozinha.
Fui arrastado para sua cozinha onde fui forçado a ajuda-lo a preparar seja lá o que isso será. Eu era um total desastre na cozinha, deixei algumas panelas escorregarem da mão quando ia às por na pia.
- Meu deus, Greg. Você não leva jeito pra cozinha. – Falou rindo da minha falta de coordenação.
- Ah, cala a boca. – Fui ajuda-lo a cortar alguns pedaços de carne mas a faca acabou escorregando e cortando o meu dedo. – AAAAAiiiiiiiiii!!
- Baby o que foi? – Perguntou preocupado.
- Eu cortei o dedo, que faca afiada! – Gritei.
- Deixe-me ver. – Falou pegando a minha mão.
- Tá muito feio? Eu vou ter que amputar? Por favor diz que não! – Não suporto ver sangue, essa foi uma das razões pela qual escolhi o curso de publicidade, uma área bem distante de qualquer outra relacionada a fluidos corporais.
- Hey Sr.dramático! É só um cortezinho, não tem nada demais. – Falou rindo do meu escândalo.
- Não tem nada demais porque não foi o seu dedo! – Gritei. – Acho que vou precisar de uns beijinhos pra sarar. – Falei fazendo beicinho.
- Haha! – Riu. – Para você, meu anjo, todos os beijinhos do mundo! – Exclamou espalhando beijinhos na minha boca e dando um pequeno selinho em meu dedo. – Melhor?
- Muito.
- Que tal você se sentar e deixar que eu termine? – Perguntou carinhoso.
- Já que você insiste. – Falei indo em direção à bancada da cozinha e sentando em um dos bancos.
***
- Isso está com um cheiro ótimo. O que é? – Perguntei olhando a travessa de vidro.
- É uma torta de carne com creme de mandioca. Pus um pouco de queijo ralado também. E para acompanhar temos esse vinho italiano. – Falou fingindo ser um garçom.
- Parece bom. – Falei.
- Sim, é um dos melhores. Tenho guardado essa garrafa para uma ocasião especial e parece que esta se encaixa. – Falou.
- E que ocasião seria essa? – Perguntei.
- O inicio do nosso namoro, ora. – Ah, isso é tão fofo.
***
Era manhã de segunda-feira quando acordamos para ir trabalhar.
- Vamos indo, Greg. Tomamos café na Starbucks. – Falou o brutamonte me apressando.
- Calma, já vou. – Falei pegando o celular em cima da mesa. – Pronto, vamos!
Saímos em direção à Starbucks em um de seus carros. Sim, ele tinha 4 carros em sua garagem sem contar com o que estava com a janela quebrada.
- Deve ser difícil para você. – Falei.
- O que é difícil para mim? – Perguntou.
- Escolher qual carro vai usar. – Respondi.
- Haha, nem tanto. Gosto deste aqui. Você não dirige? – Me perguntou.
- Eu tenho carteira, se é o que quer saber.
- E porque não tem um carro? Seus pais são ricos, certo?
- Sim, eles são, não eu. Eles sempre foram pessoas simples e ralaram muito para chegar onde estão, minha mãe diz que foi a dificuldade que eles passaram que fez com que conquistassem o sucesso. Por isso ela defende que eu devo conquistar as coisas por mim mesmo e é por essa razão que não tenho um carro.
- Bem, é uma bela maneira de ver o mundo. – Concluiu.
- Sim, se você gosta de andar de ônibus. – Falei irônico.
- Hahaha! – Riu o babaca.
- Isso não é engraçado, o maldito ônibus nunca cumpre os horários!
- Tem razão, é por isso que a partir de hoje você vem comigo para o trabalho todos os dias. – O-O que?
- Como é? – Perguntei sem entender.
- Não vou deixar meu namorado andar de ônibus por aí.
- Jonathan, você não precisa fazer isso, eu posso pegar o ônibus.
- Não estou fazendo porque preciso, estou fazendo porque quero. Vou levá-lo ao trabalho e acompanha-lo em casa, sem discussão. – Falou irredutível.
- Tudo bem, mandão!
***
Eu realmente estou apaixonado por esse brutamonte. O jeito como ele sorri ao me ver derrete o meu coração e me faz querer agarrá-lo ali mesmo em seu escritório. Estava ali sentado em meu cubículo digitando alguns documentos e enviando alguns e-mails quando ele me chama.
- Precisa de mim? – Perguntei.
- Sim, quero que leve esse envelope para a Deanna, peça a Lucy para entrar em contato com as indústrias Bridge e transferir a ligação para mim.
- Claro, já volto. – Falei me virando.
- Greg, espera! – Falou de sua cadeira.
- Sim? – Perguntei.
- Não está esquecendo algo? – Questionou.
- Não, que eu me lembre, não. – Falei tentando lembrar-me de algo.
- Tem certeza? – Falou sorrindo. – Onde está o meu beijo? – A-Ahh então é isso. Sorri para ele dando a volta em sua mesa, segurei seu maxilar e o ergui encarando seu rosto.
- Está aqui. – Respondi o beijando.
- Humm, assim eu me acostumo. – Falou brincando.
- Então acho melhor não te beijar tanto.
-Opa, não! Retiro o que disse. – Sorriu.
- Eu já volto. – Falei saindo da sua sala.
Fui ao escritório da Deanna e a entreguei o envelope. Ela era uma senhora magra e esguia, possuía um belo par de olhos verdes e cabelos castanhos claros. Sempre gostei dela, era uma mulher firme e muito educada.
- Muito obrigada Sr.Gregory.
- Por nada, pode me chamar só de Greg. – Falei amigavelmente.
- Muito bem, Greg. Diga ao Stoch que o envio assim que estiverem prontos. Aceita um chá? – Perguntou.
- Adoraria.
Após tomar o chá de laranja com a Deanna e passar o recado para a Lucy retorno ao meu cubículo. Continuo a enviar os e-mails quando uma mulher loira chega.
- Posso ajudar? – Perguntei.
- O Jonathan está? – Falou sem paciência.
- Ele está ocupado, deseja esperar alguns minutinhos? Ou posso ir ver se ele já terminou.
- Claro, vá lá e fale que a esposa dele está esperando aqui fora.
- O que você disse?
Continua...
Pessoal, agradeço a todos que comentaram o cap anterior, infelizmente tá bem corrido aqui pra mim essa semana e não tive tempo de escrever mais e nem de revisar o capítulo para eventuais erros. Espero que compreendam. Agradecerei individualmente depois, amo vcs!!