Nota da autora: Oie gente! Resolvi remodelar a Historia da Melissa. Apaguei os seis capítulos antigos e vou publicar a partir de hoje capítulos menores, mais fáceis de ler, retirando alguns problemas de tempo e de continuidade além de expandir a estória. Espero que gostem. Beijus a todos.
Capítulo 12
Comecei a vida normal, somente meu quarto estava em obras coisa que gerou um certo ciúme dos meus irmãos e mammy prometeu a reforma de um quarto por ano a partir do meu, mesmo assim eles iam esperar mais já que o próximo da fila foi da Marcela e depois o quarto dela e da tia Marluce. Girl Power meu bem...
Resolvi me mostrar para pessoas conhecidas e os primeiros foram a Sara, Mara e o Lisandro. Chamei eles para um lanche lá em casa sem dizer nada. Eles chegaram e foram recepcionados pelos meus irmãos dizendo para esperar um pouco pois eu estava terminado de arrumar. Minha mãe e a Marluce chegaram com pães quentinhos, vários brioches e presunto, queijo e manteiga, passaram um café novo e eu desci do meu quarto, usava uma sandália melissa transparente, um short de sarja rosa e uma blusa rosa também, com a maquiagem leve que comecei a acostumar e a bijuteria de sempre também, comecei a estabelecer um certo padrão estético. Todos ficaram de boca aberta, a Sara levantou e me deu um abraço forte, de amiga mesmo e disse que estava emocionada e que sempre irá me apoiar nas minhas decisões. A Mara meio bruta, o jeito dela, disse que eu estava um filé e se eu precisar de um trato ela estava à disposição, agradeci ao elogio, recusei o trato oferecido e dei um beijo na bochecha dela. O Lisandro ficou sem reação aparente, só percebi que houve um certo movimento na calça dele, um sorriso tímido e repetiu as palavras da Sara meio sem graça dizendo que tinha o apoio dele e que eu estava muito bonita, sendo a última palavra com dificuldade em flexionar o gênero. Foi uma tarde muito alegre e me diverti muito, no final do dia minha mãe me viu indo para o quarto, me chamou e disse que estava muito orgulhosa da minha coragem e beleza, mas me chamou atenção que a reação das pessoas não seria tão positiva como está sendo até aquele momento e que eu deveria estar preparada para algo menos positivo. Me deu um frio na espinha e um medo, nem dormi direito.
Chegou o dia das consultas, antecipadamente o endocrinologista pediu uma série de dosagens hormonais minha e outros exames de sangue. Fui com minha mãe e com a Marcela, na sala de espera eu estava contida e muito apreensiva, a Marcela parecia que estava em casa, conversou com a secretária, sobre a morte do Doutor Júlio, conversou com um outro gayzinho que tinha a primeira consulta também, tentou tranquilizar a bibinha, até que fui chamada. Antes o médico disse que era só eu para entrar, e conversou comigo, me mostrando tudo que podia acontecer comigo, me mostrando o mapa do inferno, mas como a gente ia conversando com ele via que minha decisão era irreversível e tinha apoio familiar e tudo mais. Ele fez a função dele como médico, depois relaxou chamou minha mãe e a Marcela, dizendo que Marcela estava ótima, fez até uma mini consulta com ela e depois foi atencioso comigo, me receitando três tipos de hormônios diferentes, um que tiraria os efeitos dos hormônios masculinos e outros dois que ajudariam a "aflorar a menina que estava destro de mim." Perguntei se meus seios iam crescer naturalmente, ele disse que ia depender da minha genética e vendo o corpo da minha mãe ele imaginava que iria ficar com seios mais ou menos do tamanho de uma laranja, mas existia as diferenças individuais podendo ficar entre um limão e uma laranja Bahia. Pediu para eu voltar em três meses com os mesmos exames de sangue realizados, para analisar os efeitos da hormonioterapia. Sai com a prescrição e muito feliz, passamos na farmácia e já compramos os hormônios para os três meses de tratamento. A felicidade gerada pelo endócrino, foi diminuída com a do cirurgião plástico, ele foi muito grosso, disse que só fez o trabalho na Marcela por consideração ao Doutor Júlio, e como ele havia morrido ele não fazia mais aquele tipo de trabalho, e custaria no mínimo 25 mil reais a realização daqueles procedimentos que foram feitos na Marcela. Me senti um lixo, decepcionada, acabada. Marcela se sentia culpada, mas minha mãe disse que a gente não podia ter ideia do idiota que o médico era e ele estava interessado no dinheiro do Doutor Júlio. Como disse minha mãe ele era o protótipo de um Babaca. Fui acalmada pelas duas dizendo que tudo seria resolvido, que a gente esperaria os três meses para ver o efeito dos hormônios e enquanto isso faríamos uma pesquisa de um cirurgião plástico que fosse humano e fizesse esse tipo de cirurgia. Mamãe disse que tinha economias suficiente para bancar a minha transformação, eu disse que não queria ser um fardo e que também eu arranjaria um jeito de ganhar dinheiro por contra própria sem ter que vender o corpo.
Julho estava acabando, passou quase um mês do retorno de Marcela e a cada dia eu me sentia mais confiante em relação a minha decisão e a minha orientação sexual, apesar da Melissa ainda não ter sido inaugurada, mas meu plano era esperar o impacto do retorno as aulas e ver o que aconteceria, eu esperava que fosse algo muito estressante, mas eu estrategicamente fiz com que a notícia fosse espalhada pela rádio pião da escola para que a novidade não fosse tão fresca assim. Depois do retorno a escola já tinha planejado ir comer um pãozinho quente na padaria...
