Hoje é dia de capítulo duplo hehe
CAPITULO 18: MARINA
Infelizmente o Sandro conseguiu fugir e isso deixou todo mundo tenso. A Maria Clara contratou mais seguranças, fazendo com que cada um de nós tivéssemos um segurança na cola. Ainda tentei protestar, mas foi em vão.
Eu passei a ficar mais tempo na casa da Maria Clara e por isso se formou um vínculo muito forte entre mim e os irmãos dela. O Sandrinho era maravilhoso.
Num dia da semana a Maria Clara precisou comparecer a uma reunião na construtora e eu fiquei em casa com o Fabinho e os irmãos dela. Quando ela chegou veio me falar que a Jade tinha ligado para ela. Desde o dia em que dei um bolo na Jade e no André não tive mais notícias deles. A Jade havia falado sobre a aposta para a Clara, porém ela não falou a verdade. Contou uma versão distorcida só pra me ferrar. A Maria Clara ficou sentida, eu percebi. Me pediu um tempo pra pensar e eu respeitei isso. Se eu insistisse em ficar ali poderia ser pior. Peguei minha bolsa e fui embora.
- Vai embora? -- Perguntou-me Sandrinho assim que abri a porta para ir embora.
- Vou sim. -- Respondi.
- Por que?
- Sua irmã precisa de um tempo. Tchau Sandrinho.
Saí dali e não fui pra casa. Fui atrás da Jade.
- Qual o seu problema Jade? -- Perguntei assim que ela abriu a porta.
- Entra. -- Eu entrei. -- Quer água? Café? Whisky? -- Aquilo me enfureceu. Ela estava deboxando de mim. Se eu não fosse tão civilizada daria uns tapas nela.
- Por que você falou aquelas coisas para a Maria Clara? Pensei que você fosse minha amiga.
- Amiga? O que você sabe sobre amizade Marina? Abandonou seus amigos assim que começou a namorar com aquela mulher... Lembra quando o André se envolveu com aquela mulher casada? Ele começou a dedicar tanto tempo pra ela que já não tinha mais tempo pra nós. Você ficou irada e fez com que ele terminasse com ela.
Eu lembrava muito bem daquilo. Eu fiquei com tanta raiva que o André terminou o romance.
- Agora é você quem ta fazendo isso com a gente, só que pior. Porque o André era manipulado por aquela mulher, já você Marina, se afastou de nós por vontade própria. Você não é mais a mesma.
Era verdade. Nós éramos amigos há muitos anos e eu havia deixado eles de lado como um brinquedo velho que é esquecido assim que se ganha um brinquedo novo.
- Me desculpe Jade. De verdade.
Ela me olhou surpresa como se não fosse a resposta esperada.
- Você me pediu desculpas?
- Pedi.
- A Maria fez milagre mesmo, hein?!
- Eu amadureci Jade. Estava na hora, né?!
Fui pra casa depois de uma longa conversa com a Jade. Eu estava no meu quarto olhando algumas fotos que eu tinha tirado com a Clara quando minha mãe chegou. Conversamos um pouco e ela agiu de uma forma estranha. Ela me abraçou e disse que me amava muito e que se um dia acontecesse algo não era pra mim se esquecer que ela e meu pai me amavam muito. E ao sair do meu quarto me desejou um Boa noite acompanhado de um "se cuida minha filha". Minha mãe nunca foi dessas coisas... Foi bem estranho...
A Maria Clara me ligou no dia seguinte querendo conversar. Pelo jeito que falou comigo deu pra perceber que ela tinha me perdoado. Me animei com aquela ligação. A gente iria almoçar num restaurante que eu sempre frequentava. Não podia correr o risco de ir parar num restaurante self-service. Deus me livre.
Fui para o restaurante bem confiante. Felizmente o plano da Jade não tinha dado certo. No carro eu ia cantarolando uma música da Beyoncé animadamente.
Parei no sinal e fiquei observando os pedestres atravessarem a faixa de pedestre. De repente sinto algo em minha cabeça, era uma arma. O Sandro estava encostado na porta do motorista apontando uma arma pra min.
- Abre a porta se não eu estoro seu miolos agora. -- Falou ele.
Pensei em arrancar com o carro, mas seria burrice. Então abri a porta e pulei para o carona. Eu nunca andava com as janelas abertas, mas naquele dia em especial estava fazendo muito calor. O ar condicionado não estava adiantando de nada naquele calor.
Ele parou num acostamento, abriu a mochila -- ele não parou de apontar a arma pra mim -- e tirou uma algema e uma espécie de saco preto. Prendeu as minhas mãos e pôs o capuz na minha cabeça. Eu só conseguia sentir medo. Nunca senti tanto medo na minha vida. Eu estava nas mãos daquele bandido.