Entramos naquela casa simples mas muito bem arrumada e limpa, depois dos cumprimentos e algumas conversas Jair apresentou-me a senhora como tia dele, depois de algum tempo conversando apareceram dois rapazes primos de Jair que ao vê-lo o abraçou depois me cumprimentaram.
Quando chegamos Jair falou que seria uma visita rápida mas só saímos de lá depois do almoço.
_ Essa é minha mãe Marcio, foi ela que me criou desde garoto depois que minha mãe faleceu.
_ Deu para perceber como vocês se gostam inclusive seus primos.
_ Eu amo eles o que puder fazer para ajuda-los eu faço, só queria que saíssem desse bairro mas minha tia não sai dai de jeito nenhum.
_ Realmente aqui não parece ser bom de se viver.
_ Aqui é muito perigoso, ainda bem que nunca mexeram com ele e nem comigo quando morei aqui.
_ Posso fazer uma pergunta?
_ Deve.
_ Porque você me trouxe aqui?
_ Para você saber que eu também sou suburbano, e diferente do Marcelo aqui todos sabem que sou gay, apanhei bastante mas bati bastante também, na periferia é diferente de onde moramos aqui homem tem que gostar de mulher mas eu não escondi e muito menos me intimidei com aqueles que tentaram me enfrentar.
_ Vou morrer e não vou entender porque as pessoas não gostam de gay, e como descobriram sobre você ou você falou antes de descobrirem.
_ Deveria ter a tua idade, uns vinte anos quando me apaixonei por um dono de um boteco perto de onde morava, não declarei para ele mas ele percebeu e um dia eu voltando do trabalho ele chamou-me para conversar, o boteco estava vazio eu entrei e começamos conversar e a cada assunto ele roçava o cacete e eu acompanhava sua mão, vendo que eu não tomava atitude ele se aproximou encostando o cacete duro ne minha mão e falou.
_ E aí, tem um tempinho para a gente fazer uma brincadeira.
_ Claro que tentei dar uma de machão.
_ Sei que você gosta, tá aí de cacete duro e não se afastou continua com a mão na minha rola, fica tranquilo sou casado você sabe e não vou ser louco de falar porque se minha esposa descobre estou fodido cara.
_ E você Jair?
_Marcio eu fiquei morrendo de medo mas o tesão falou mais alto eu achava ele lindo era tudo que eu queria ter um momento com aquele homem, ele baixou a porta do boteco e ficamos não sei por quanto tempo trepando.
_ Você deu ou comeu?
_ Porra Marcio tu sabe que curto tudo só não te dou porque você não curte.
_ Não mesmo, só gosto que me chupem.
_ Dei com vontade e ele acabou se amarrando em me foder ao menos uma vez na semana até que um dia estávamos trepando e um cara do bairro viu pela janela e saiu espalhando para todo mundo, a esposa dele foi embora levando os filhos depois de um bom tempo eles voltaram morar juntos e foi assim que descobriram.
_ Caralho, vocês nem para ir num motel.
_ Cara te juro, trepar com ele dentro do boteco deixava eu louco de tesão, chegamos ir em motel mas não foi o mesmo tesão, depois disso começaram me zoar até que um dia um cara veio tirar satisfações e já chegou me empurrando foi ai que dei um murro na cara dele e depois desse tevês mais uns três quando perceberam que eu não era trouxa e nem esses veados que da em cima de qualquer um resolveram me deixar em paz, tanto que você viu varias pessoas me cumprimentando tanto homem como mulher.
_ Percebi mesmo que o pessoal gosta de você.
_ O Marcelo se quiser viver na paz tem que tomar essa atitude antes que aconteça com ele o que aconteceu comigo.
Voltamos conversando sobre a vida dele no subúrbio e outras coisa também até chegarmos em minha casa.
_ Pronto, entregue sem nenhum arranhão, apenas uma marcas na bunda e nas costas.
_ Fora dores nas pernas e cu ardendo né.
_ Mas são dores de amor e prazer, essas dores são gostosas de sentir.
_ Bom meu querido vou nessa amanhã a gente se fala.
Esperei Jair partir e entrei, o pai do Marcelo estava trabalhando no jardim e me chamou.
_ Marcio a patroa mandou entregar esse bilhete para você.
Peguei o bilhete e abri.
_ Garoto preciso muito falar com você é urgente, por favor arrume um tempo e venha falar comigo, desde já agradeço, Sonia.
Fiquei pensando o que seria de tão urgente, decidi que iria e falei para o pai do Marcelo avisar dona Sonia que no dia seguinte eu iria lá depois do almoço.
No dia seguinte lá estava eu sendo recebido por dona Sonia.
_ Até que enfim você veio me visitar em.
_ Estou preocupado com o bilhete.
_ Quer dizer se não fosse o bilhete tu nunca mais vinha aqui garoto?
_ Claro que não é isso dona Sonia.
_ Estou brincando, senta aí fique a vontade, daqui a pouco sai aquele bolo que tu adorou, fiz para você.
_ Não vim para dar trabalho para senhora, não precisava se preocupar com bolo.
_ Não é trabalho nenhum, bom garoto não sou de ficar rodeando vou falar logo.
_ Pode falar.
_ Você e o Marcelo se afastaram né?
_ A gente estamos se falando por telefone dona Sonia.
_ Garoto sou velha mas não sou burra, sei bem o que acontece com vocês dois e mãe conhece o filho que tem, ultimamente vejo o Marcelo triste as vezes nervoso, coisa que não acontecia quando vocês andavam juntos.
_ A gente continua amigos dona Sonia, não tem nada a ver.
_ Tu tá se fazendo de desentendido então vou ser clara, sei que Marcelo não gosta de mulher e sei que vocês dois se gostam, e fique tranquilo que ele não me falou nada é como te disse, mãe conhece seus filhos e o Marcelo nunca namorou e olha que o que não falta é pretendente uma mais bonita que a outra já até vieram perguntar o que fazer para conquistar ele.
_ Dona Sonia não sei o que falar para senhora.
_ Me fale a verdade, eu sei que ele anda com outro rapaz já vi os dois conversando dentro do carro e percebi que esse rapaz não esta fazendo bem para o Marcelo coisa que com você era diferente, com você o Marcelo vivia rindo brincando com a gente depois que vocês se afastaram ele fica mais no quarto só vem para comer e quase não conversa com a gente.
_ Dona Sonia tenho medo de falar e ele saber que eu falei.
_ Garoto a ultima coisa que eu quero e por você em briga com ele o que eu quero e ver meu filho feliz então não me esconda nada para eu poder ajudar meu filho.
Contei toda minha historia com o Marcelo e contei sobre o cara que ele esta saindo, inclusive contei sobre eu e o Jair e o que o cara fez quando encontramos com eles no bar.
_ Eu senti que essa cara não é boa pessoa até comentei com meu velho.
_ Seu marido também sabe do Marcelo.
_ É claro garoto, ele trabalha na sua casa viu a maneira que tu e Marcelo ficaram amigos íntimos tu acha que ele não percebeu nada e até os irmãos do Marcelo sabem a gente não fala nada para ver se ele vem e fala para nós.
Foi nessa frase que vi a chance de Marcelo abrir o jogo para sua família.
_ Dona Sonia ele tem vontade e medo de falar para vocês, o medo dele é vocês aqui não aceitarem ele gostar de homem de as pessoas aqui do bairro zoarem com ele, e quanto o cara ele me pediu um mês para ele se afastar dele com medo que o cara cumpra a ameaça de falar para vocês e para os amigos do Marcelo.
_Não me chamo Sonia se até a semana que vem o Marcelo não vai tá livre daquele rapaz e a gente sentar para conversar com ele, agora me diga uma coisa garoto.
_ Pode falar dona Sonia.
_ Tu esta com outra pessoa, se meu filho resolver ficar com você, você vai aceitar ele de volta.
_ Dona Sonia, essa pessoa com quem estou sabe o que sinto pelo Marcelo apesar de ser um cara maravilhoso eu não consigo sentir por ele o que ele sente por mim e se o Marcelo realmente decidir o que ele quer eu volto para ele.
_ Te dou minha palavra que vocês vão voltar bem antes de um mês, agora vamos mudar de assunto e comer bolo com suco ou você prefere café.
_ Já que a senhora deu opção eu prefiro café, esse bolo com café fica uma delicia.
Comemos bolo enquanto conversamos o pai do Marcelo chegou e se juntou a nós a visita que era para ser tensa acabou numa roda animada de conversa acabei descobrindo que o pai do Marcelo era um piadista tirador de sarro dos bons fazendo-me rir ao ponto de doer a barriga, preferi ir embora antes que Marcelo chegasse.
_ Va se preparando garoto porque semana que vem vai tá tudo resolvido o resto é com vocês.
_ Obrigado dona Sonia.
_ Eu que te agradeço e fique tranquilo que seu nome não vai se falado.
Entrei no carro e fui embora pensando como falar com Jair, por mais que não tivesse dado esperanças ele imaginava que ficaríamos juntos mas eu tinha que falar para ele mas só faria isso se acontecesse o que dona Sonia falou.
Cheguei em casa liguei para o Jair conversamos bastante depois fui deitar e esperar para jantar, aquela semana passou rápido encontrei com Jair trepamos gostoso e nada de Marcelo me ligar estava pensando que não tinha dado certo o plano de dona Sonia, no meio da outra semana Marcelo me liga a noite.
_Beleza burguês?
Sua voz estava seria.
_ Oi tudo bem, e você como está.
_ Preciso falar com você urgente é assunto serio cara, a gente pode se ver amanhã depois do meu trampo.
Pela maneira que ele falava percebi que alguma coisa tinha acontecido.
_ Claro, te espero naquele bar em frente a faculdade.
_ Era lá mesmo que eu ia falar, menos risco de alguém me ver com você, então amanhã a gente se fala.
Alguma coisa muito seria aconteceu e só saberia no dia seguinte, confesso que não alimentei esperanças por causa do tom de voz dele.
