Recaída

Um conto erótico de bagsy
Categoria: Homossexual
Contém 2220 palavras
Data: 06/11/2016 00:46:18

A república estava vazia quando cheguei, depois da aula. Parte do pessoal ainda não tinha nem voltado das férias... Sem Joaquim, não faz nem muito sentido estar ali. Eu fui pra lá por causa dele, e mesmo que antes de viajar eu tenha brigado, gritado, berrado, chorado até não ter mais forças; não queria que ele tivesse saído dali.

“Essa casa é um mega achado. Para ser perfeita, só faltava ser só eu e você morando nela”, lembro dele falar em um fim de semana que estávamos só nós dois deitados no meio da sala, engalfinhados e aninhados um no outro. “No momento, esse é o meu lugar favorito na Terra, anjo”.

Nota-lembrete para ser levada a sério: não sentir como se fosse explodir de felicidade e arrepios toda vez que ele fala “anjo” [nem mesmo quando é lembrança].

Nota-lembrete para ser levada super a sério: controlar a maldita língua e não dar o gosto a ele de escutar o apelido carinhoso saindo pela minha boca.

Nota-lembrete para ser levada super a sério, pra valer: parar de pensar em Joaquim o tempo todo.

Se fosse fácil assim, provavelmente eu já teria superado. Mas não tentar de verdade diz muita coisa sobre minha disposição para a coisa.

Então vamos lá, respira fundo.

Estar sozinho em casa, mesmo uma república estudantil, é maravilhoso porque você não precisa vestir a roupa dentro do banheiro e pode zanzar pela casa só com a toalha tampando, ou com nada. E era exatamente com nada que eu estava quando entrei no quarto, e dei de cara com aquela aparição cheirando meu travesseiro.

— Eu achei que quando você disse que tinha se mudado, isso significava que você tinha devolvido sua cópia da chave, Joaquim. — Resmunguei, já enrolando a toalha ao redor do meu corpo, enquanto ele me olhava. — E aqui estamos, você parado no meio do meu quarto cheirando meu travesseiro achando que é território permitido.

— Uau... — Sua expressão fez meu coração disparar levemente. Maldito. — Eu tinha esquecido quão maravilhosa é a visão de te ver saindo do banho, de cabelo molhado respingando pela pele.

— Nem vem, Joaquim. Você já me fez alcançar e extrapolar a cota diária de dividir o mesmo ambiente com você. Isso aqui é território proibido para você agora.

Continuei no mesmo lugar. Me esforçando para não o empurrar para fora do quarto. Me esforçando para não explodir e gritar e chorar e perguntar porque diabos ele faz isso comigo. Mas não posso dizer o mesmo dele. Ele se moveu. Jogou meu travesseiro de volta para a cama e veio até mim. Mantendo aquela maldita curta distância entre nossos corpos, a distância suficiente para que eu sentisse a carga magnética do seu corpo.

— Toda sua linguagem corporal diz o contrário. — Sua mão foi parar na minha cintura. Um puxão da outra mão e com a toalha no chão, meu corpo ficava totalmente à mercê dele. — Isso não é território proibido.

Seu beijo em meu pescoço me desarmou. A corrente elétrica que correu por mim com o toque da boca dele descendo do topo do meu pescoço até a clavícula me arrepiou de forma que eu senti minhas pernas tremerem.

Me rendi, inconscientemente, e o abracei encaixando meu rosto barbeado no seu pescoço, encostando os lábios onde acabava a barba.

— Por que você faz assim comigo? — Sussurrei, com tanta incerteza na voz que nem sei como foi que ele escutou o que eu disse. — Ao mesmo tempo que eu quero te matar por você ser quem você é, eu não quero que você pare.

— Tá nas suas mãos, anjo. Você decide. — Ele passou a mão no meu cabelo molhado. Pude sentir seu queixo no topo da minha cabeça. Ele sempre foi mais alto que eu. — Mas eu não vou desistir. Eu quero você de volta.

— Porra, Joaquim. A gente estava bem, aí você se afastou. Eu fui atrás e você me esnobou. Agora que eu decidi que não quero mais isso, você decide me querer de volta? Não é assim que funciona. Não é do seu jeito. Eu não sou seu brinquedo. Você já me magoou demais, será que você não vê que isso não ajuda em nada?

— É complicado. Você sabe. – Ele afastou nossos corpos o suficiente para nos encararmos.

— Eu sei. Mas já bateu o cansaço, Quim. Não suporto mais levar essa relação nas costas, engolir todo o brejo pra ficar bem com você.

— Me deixa tentar te fazer feliz de novo. Juro que não vai ser igual da outra vez.

— Quem sabe um dia. Hoje, não. Agora, não. É tudo muito recente, pra você ficar forçando a barra além de onde ela já vai. — Respirei fundo antes de voltar a falar, mas sem encará-lo nos olhos. — Acho melhor você fazer o que veio fazer, pegar o que tem que pegar e deixar a sua cópia da chave quando sair.

— É pra eu fazer o que eu tenho que fazer? — Acenei com a cabeça, sem ter coragem de olhar em seus olhos.

Quando me dei conta, já estava dentro daquele beijo. Do beijo dele que envolve o corpo todo, contato físico entre o máximo possível de pele. Ele me abraçava e me beijava como se isso nunca mais fosse acontecer. Parte de mim queria que isso acontecesse, a outra acha um desaforo ter algo de mim tão na dele.

Assim que o primeiro beijo acabou, eu mesmo encaixei o segundo. Eu o puxava e o beijava, arranhava suas costas e o apertava com fome, com saudade. Estava tudo um turbilhão dentro de mim, mas parei de pensar e me deixei levar pelos meus desejos. Eu queria estar assim com Joaquim desde o minuto seguinte do nosso término. Porque era em momentos assim, enquanto eu arrancava a roupa dele – como fazia nesse momento – e nossas peles se encontravam e se queimavam ao toque de tão quentes, é que a gente entendia porque estávamos juntos, porque nos gostávamos, mesmo sendo tão diferentes e complicados.

Quim me puxou para mais perto e me carregou, como se isso fizesse com que nossos corpos se tornassem um, me fazendo cruzar as pernas em suas costas. Andou até a cama, dois passos curtos para o lugar que já tinha presenciado tantas e tantas vezes eu me entregando pra ele e vice-versa.

Joaquim beijou meu pescoço, mordeu a pontinha da minha orelha, me fez gemer como nenhuma outra pessoa soube fazer. Era mágica a forma como ele sabia me conduzir e me enlouquecer de tesão. Os beijinhos pelas inúmeras sardas do meu corpo branquelo, as lambidas no mamilo até endurecerem e ele poder morder e puxar, o cacete moreno duro como pedra roçando no meu pé.

Tudo era muito orgânico. E eu sabia que isso iria ferras ainda mais a minha mente, mas eu me entregava. Puxava-o para mim, fazia com que aquele quarto cheirasse a ele e a sexo, o que era uma mistura de cheiros maravilhosa e viciante.

Quando chegou à minha pica, ele a engoliu de uma única vez, como se estivesse morrendo de fome e saudade e se aquele fosse o lugar certo para ela estar durante todo o tempo. Ele chupava forte, sugava como se quisesse tirar algo de mim. E estava bastante próximo. Aquele moreno lindo, com uma boca carnuda pra cacete, sugando meu pau como se não houvesse amanhã e eu não iria gozar? Só se ele parasse.

E olha que ele parou. Ele queria prolongar aquilo. Talvez por saber que essa seria nossa última vez. Que eu não sou o tipo de pessoa que tem flashback com ex-namorado sempre que bate o tesão. Por saber que esse é o meu momento de fraqueza, mas uma fraqueza tão maravilhosa que estava me deixando em alfa.

Foi a minha vez de tomar alguma iniciativa. Se eu já estava na chuva, iria me molhar. E se era pra ter algo pra lembrar, que fosse uma senhora lembrança. O fiz ficar em pé em frente a cama e sentado diante dele, comecei a cheirar e beijar seu púbis. Sempre tive um tesão gigantesco nos seus pentelhos cheios e com cheiro de homem, e queria guardar um pouco daquilo.

Podia sentir seu pau latejar embaixo do meu queixo. O apertei com minha mão direita e o punhetei devagar, cobrindo e descobrindo a cabeça do seu pau não circuncidado. Aproveitei a punheta para ir para suas bolas. A posição não era das melhores, então acabei me ajoelhando no chão para facilitar o acesso. O tesão já tomava conta de mim e eu não pensava mais em nada. Só queria escutar os urros de tesão de Joaquim enquanto eu chupava e lambia seus ovos na minha boca, e aplacar o fogo que consumia dentro de mim.

Se eu tinha uma certeza era de que nós dois iriamos cansar, mas não iriamos dar o braço a torcer e parar o outro nesse momento. Éramos muito orgulhosos para admitir, mas era o lugar no mundo que queríamos estar e não sair mais.

Joaquim urrava e acariciava meu cabelo ondulado, e eu fui afastando do seu saco e subi lambendo seu pau até abocanhar a cabeça do seu pau. Quim urrou ainda mais alto, e juntou meu cabelo num rabo de cavalo com sua mão, como se para tentar controlar meus movimentos, mas só de provocação, eu engoli todo o seu pau de uma vez – e engasguei.

– Ai, que delícia, anjo. – Ele sussurrou, interrompendo o fio de baba que ligava sua pica à minha boca.

Beijei a cabeça do seu pau e voltei a engolir até a metade, sugando sua rola da mesma forma que ele chupou a minha, querendo receber o prêmio viscoso e branco que sairia dali. Mas ele me interrompeu.

Me colocando de quatro na cama, eu já sabia o que viria. Meu ex-namorado abriu as bandas da minha bunda, e após mordiscar cada lado, começou a passar levemente seu nariz por entre os montinhos empinados do meu rabo. Quando eu já estava para enlouquecer com o toque, ele deu um beijo bem no meio do meu anelzinho fechado e começou a praticar com a língua.

Eu gemi. Gemi alto e grave. Um gemido que acabou porque eu não tinha mais ar para transformar em voz, e não porque a sensação tinha parado. Eu tinha sido pego de surpresa com aquele toque. Ele estava se empenhando pra ser o melhor de todos também. A maior lembrança.

Quase gozei. E por isso pedi.

– Vem Quim. Me fode. Me faz teu, mais uma vez. Eu quero te sentir dentro de mim.

Joaquim babou mais minha rosquinha, e veio com seu pau que já é babão ficar flertando a entrada. Com um pouquinho de paciência, gemidos de incomodo e jeitinho brasileiro, logo ele estava todo dentro de mim.

O ritmo foi aumentando. Eu não me mexia, estava viajando nas sensações que ele me causava só de entrar em mim. E quando eu achei que ele não iria mais me surpreender, ele começou uma metida fenomenal enquanto apertava meus mamilos alternadamente e sussurrava coisas desconexas, mas que eu parecia entender completamente.

Não foi uma foda longa. Estávamos no auge do tesão e do momento e do encanto quando o gozo começou a se aproximar. Eu rebolava e empurrava meu quadril pra trás toda vez que ele ameaçava tirar o pau ou ficava parado, para me provocar.

Então ele começou a gemer meu nome. E meu apelido. E coisas safadas e tesudas no meu ouvido. Sua metida continuava consistente, ritmada, mas eu sentia que ele estava perto de gozar. Eu sentia que ele estava no seu ápice.

Quando senti sua mão voltar ao meu pau eu não consegui mais controlar. Seu polegar esfregava na minha cabeça supersensível, e eu acabei gozando. Os espasmos do meu gozo eram tão intensos que eu podia sentir meu cuzinho apertar com bastante força o seu pau dentro de mim. Isso também o fez gozar.

Os urros e gemidos de Joaquim gozando eram música para os meus ouvidos. Me peguei sorrindo satisfeito com isso.

Despenquei na cama, e ele veio junto, ainda com o pau encaixado. Ele acariciava meu cabelo enquanto tentávamos respirar normalmente outra vez. Quando ele conseguiu voltar a respirar normalmente e seu pau escorregou para fora de mim, já mole, ele beijou meu pescoço demoradamente e depois se levantou, me deixando deitado na cama ainda terminando de me recuperar.

— Eu te amo, anjo. — Ele sussurrou assim que vestiu sua roupa, sem ao menos tomar banho pra tirar a camada de suor do seu corpo. E antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, ele já estava fora do quarto. Em questão de minutos escutei a porta da frente bater. E eu continuava como uma estátua, no meio do quarto sem me mexer. Minha mente, pelo contrário estava funcionando na velocidade da luz. A única certeza que eu tinha no momento era: Esse cara ainda vai me enlouquecer.

_______________________________________________________

Oi gente, tudo tranquilo? Enquanto não vem mais nenhuma ideia pra nenhum dos dois contos que eu comecei a publicar aqui, decidi postar esse conto único que nada mais é do que um teste de narração. Queria escrever sobre o ponto de vista de um passivo e uma coisa mais complexa sentimentalmente falando, e deu nisso. Ficou bom? Aguardando opiniões nos comentários.

Desde já agradeço a todos que leram, e espero que tenham gostado!

Abraços ursinos,

bagsy.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive bagsy a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Hahahahahaha, Plutão meu querido, valeu pelo elogio também adoro seus comentários! Vou tentar escrever mais coisas sim, tanto continuar os outros quanto outros nesse estilo. E sim, sou ativo, mas o que falei foi mais por que todos os narradores das minhas histórias também são ativos, então tinha que mudar um pouco né? Hahahaha sentiu calor pq? Se me pegasse ia fazer o que? Fiquei curioso hehehehe 😏

0 0
Foto de perfil genérica

Ammo teus conto. Que bom que tens postado algo. Se te faltar inspiração para continuar os outros, escreve relatos curtos como este. Achei interessante o que disseste:" Queria escrever sob o ponto de vista de um passivo". Isso foi uma confissão de que és ATIVO. Me deu um calor da porra ler isto. Ah se te pegasse de jeito!!!!kkkk

0 0
Foto de perfil genérica

Jota, meu querido, sempre um maravilhoso enchendo minha bola hahahaha to tentando me inspirar e escrever coisas que eu gostaria de ler. Espero que tenha gostado do anjo e so Joaquim, que na minha mente é um puta cretino vale nada kkkkk abraço seu contador gatão, ou melhor, ursão. JADES, meu querido, sempre me disseram que eu pareço mais velho fisicamente (sempre me dão 25/27, mas também acham que sou hetero logo de cara então tá tudo errado hahahaha), mas tenho a teoria que tenho uma alma velha e bem tarada pq várias das coisas que eu escrevo ou já experimentei ou tá na lista de coisas a serem experimentadas hahahahahaah e eu preciso dizer que adoro seus contos, mas nunca começo a acompanhar eles do inicio e tenho que Tomar vergonha na cara pra adiantar a leitura hahahaha um abraço procê!

0 0
Foto de perfil genérica

Eu, S. Cara, valeu pelo feedback, espero que eu escreva mais logo também pq fico todo agoniado com não conseguir escrever algo que me sinta seguro pra postar. Irish, muito obrigado pelo feedback, espero que tenha sentido tesão também lendo ;).

0 0
Foto de perfil genérica

Eu adoro o jeito que você escreve! Certinho e emocionante, como já li nos coments do Jota, você parece mais velho haha. Parabéns! Continue escrevendo!

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Ficou muito bom, sim, coeso e bem escrito. Valeu!

0 0
Foto de perfil genérica

Gosto dessa narrativa. Gosto da intensidade muito bem transcrita e quase minuciosa que você adotou nesse conto. Espero por mais escritos, senhor!

0 0