Sou fascinado por mulheres mais velhas, adoro tudo em relação a elas e não me importo com aparências. Claro, tenho um gosto como todo mundo, gosto das donas de casa, aquelas coroas gostosas naturalmente, com gorduras alocadas em pontos estratégicos: um pouco na barriga, fazendo com que elas tenham pequenos pneuzinhos; com pernas gordas, e com algumas estrias e varizes, acho que isso só embeleza mais a mulher; da quelas que estão insatisfeitas em casa e precise de alguém que de carinho e atenção pra elas. E eu sou esse cara.
Desde que terminei o ensino médio venho querendo morar no centro de São Paulo, mas por falta de condições sempre adiei isso. Assim que sai da escola comecei o curso superior de Ciências da Computação (é sou bem nerd), e faltando dois anos para acabar o curso, eu estava com 19 anos na época, consegui um estagio muito bom na área que me deu um salário muito bom. Fiquei superentusiasmado e já queria minha independência, mas esperei. Acabei o curso e fui efetivado na empresa, ganhando então um aumento de salário e enfim realizando meu sonho.
Escolhi por morar bem no centro da cidade mesmo, no bairro da Liberdade, ao lado do metro. Meu apartamento tinha uma suíte e um quarto normal, banheiro, cozinha e sala. Adorava ele, era grande e só eu morava lá, ficava a meia hora do serviço e não muito longe da minha família. Sendo um grande nerd não poderia deixar a quele quarto dando sopa, então montei um quarto geek todo de última geração. Coloquei uma cama de casal na suíte, TV enorme na sala e uma cozinha planejada. Era o meu Jardim do Éden lá. Só que ainda faltava a Eva.
Não gosto de cozinhar, então no começo da moradia comia sempre fora, mais isso não estava funcionando, acabava saindo muito caro no mês e acabava eu comendo besteira na hora da janta. Então estava procurando alternativas para isso...
Um dia comentando com o porteiro sobre esse meu problema, ele me deu uma alternativa.
— Olha seu Henrique, o senhor mora no décimo andar certo? No oitavo andar, mora a Dona Sônia. Acho que ela pode te ajudar com isso.
— Como assim?
— Seu Henrique, a Dona Sônia já mora aqui antes de me contratarem, isso a uns 10 anos. E desde antes disso ela é viuvá e morá só. Não sei dos detalhes, mas sei que ela não recebe visitas com frequência, e falando com ela dá pra perceber que ela é uma boa pessoa, mas muito solitária. Por quê o senhor não conversa com ela?
Fiquei pensando nisso, até que não era uma má ideia. Eu poderia fazer um acordo com ela e pagar pra ela fazer meu almoço e deixar a janta perto da hora que eu volto do trabalho. Por ela ser viuvá, ainda facilitaria minha vida porque assim não cria ciúmes em ninguém. O único problema era como abordar ela… Não sou tímido, mas também não sou cara de pau, e é meio estranho eu bate na porta dela e de cara pedir pra ela me fazer comida. Deixei isso de lado por um tempo.
— Ei seu Henrique!
— Oi, seu José! O que precisa de mim?
— Não preciso de nada não seu Henrique. É que, sabe a quela conversa de semana passada?
— Lembro sim, só que ainda não encontrei uma oportunidade de conversar com a Dona Sônia… Não sei como chegar nela e fala sobre isso.
— Não sei se eu fiz errado seu Henrique, mas depois que nós conversamos a dona Sônia passou por aqui e eu contei pra ela da sua situação, e falei também que tinha colocado o nome dela na conversa.
— Opa seu José, acho que o senhor facilitou minha vida. O que ela falou disso?
— Então seu Henrique, é por isso que te parei hoje. Ela falou semana passada que ia esperar o senhor procurar ela, só que hoje ela passou por aqui e perguntou se o senhor não quer mais do seu plano…
— Se você ver ela novamente Seu José, tem como perguntar se tem problema eu ir conversar com ela na sexta de noite, depois que eu voltar do serviço?
— Sim, pode deixar seu Henrique.
Passei os próximos dois dias meio nervoso, não sabia o que esperar disso. Sou um cara de 21 anos, que namorou uma vez e se decepcionou muito com o único relacionamento. Na real, sempre fui tarado, mas devido a infância cristã, numa casa comandada por um pai pastor, acabei não me soltando muito e me aventurando mais. Sou um cara legal, e descarado, mas quando se trata do sexo oposto eu fico nervoso, principalmente quando estou só e a femeá é bonita.
Na sexta quando entro no prédio, seu José já fala que ela está me esperando. Subo para o meu apartamento e deixo a bolça no quarto do computador. Chegando na suíte, me olho no espelho e me pergunto se aquela é a roupa certa pra se visitar uma mulher madura. Estava vestindo estilo social esporte: uma camisa social branca com gravata, uma calça jeans e tênis social. Sou um cara negro, 1,74 de altura. Sempre me achei um cara normal, mas dizem que eu sou bonito. Sou muito tapado, gosto de ler livro e ficar na minha e não converso com desconhecidos, mas sei que, quando ia visitar igrejas com minha família as meninas reparavam em mim, sempre percebia olhares e cutucadas discretas do meu irmão falando que as meninas estavam olhando pra mim, mas escolhia ficar na minha, e me orgulho de mais de uma vez as mães oferecendo suas filhas pra mim. Decidi só tirar a gravata e ir desse jeito mesmo, não queria deixar Dona Sônia esperando. Desci pela escada até o oitavo andar e toquei o interfone do 8-C.
Era nove horas em ponto, lembro do horário porque foi nesse dia que meu mundo parou.
— Você deve ser o Henrique?
Dona Sônia foi contra todas as minhas expectativas! Pensei que ela seria aquela senhora idosa, com muitos anos acumulados nas costas e tal. Na verdade, Dona Sônia era linda. Uma coroa enxuta e baixinha de 51 anos. Era loira com cabelo na altura dos ombros, usava um óculos de gral, tinha mais ou menos 1,60 de altura, era muito conservada, tinha um belo par de seios que, mesmo parcialmente escondidos por baixo do vestido leve de verão não dava para esconder. Ela tinha um rosto muito bonito, com rugas de sorriso, deixando claro que ela era alegre.
— Nossa você é linda.
Falei isso de cara sem pensar. Como falei no começo sou fascinado por mulheres mais velhas, então simplesmente não consegui segurar isso. Eu estava realmente impressionado.
— Obrigada… — Notei que ela deu uma pequena ruborizada e meu deu um sorriso lindo. — Você é o Henrique?
— Henrique, isso.
— Então Henrique, pode entrar.
Uma coisa que eu raparei na hora que fui escolher meu apartamento, é que os apartamentos não são todos do mesmo tamanho, no caso tinha dois tamanhos, o meu com 5 cômodos; o dela tinha só 3, uma sala grande que dava de cara com a cozinha, quarto e banheiro. A casa dela era super acolhedora, tinha dois sofás grandes, um virado pra parede da porta e de frente para TV; o segundo sofá fazia a divisão da sala com a “sala de estar”, uma mesa ficava atrás do sofá; as paredes eram brancas, a TV era uma tela plana grande e embaixo dela tinha uma estante cheia de fotos e coisas pessoais; dentro de um cubículo ficava a cozinha e ao lado dela tinha um corredor para lavanderia; tinha um banheiro e o quarto dela que eu não vislumbrei. Meu apartamento era maior, mais o dela transmitia mais a cara de um lar do que o meu, eu ia pra casa só pra dormir e tomar banho essa época, e quando eu ficava muito tempo lá era pra ficar o dia inteiro no computador, era um apartamento minimalista.
Entramos e ela sentou em uma sofá e eu no outro, ficamos um inspecionando o outro.
— Então Henrique, com o que posso te ajudar?
— Olha Dona Sônia, preciso de ajuda em casa e não queria recorrer a minha família para isso.
— Como assim ajuda? Me explique tudo e direito.
— Certo. A senhora falou com o Seu José, certo? Então sabe uma parta da história. Faz um dois meses que eu me mudei aqui pro centro de São Paulo e trabalho muito, sou eu que faço o meu horário, e só preciso cumprir esse horário e estou livre. Só venho para casa de vez em quando no almoço e para dormir. Finais de semana de vez em quando tenho que trabalhar em casa fazendo conferência com chefões da empresa. Esses tempos eu venho comendo só besteira, compro comida instantânea e faço no micro-ondas ou almoço fora na rua e não janto a noite. Isso a curto prazo até que estava de boa, agora tá pesando no bolço e na saúde.
— Então, como eu entro nessa história?
— Eu queria saber se a senhora pode cozinhar pra mim. Meu serviço não é longe daqui, então consigo vir pra casa na hora do almoço. Então queria almoçar em casa e com uma comida decente, coisa que não tenho tempo para fazer porque não é um dos meus talentos. O mesmo na hora da janta, queria um alimento decente antes de ir pra cama. É ai que a senhora entra, eu proponho que a senhora faça essas duas alimentações pra mim. E claro, eu faço um pagamento para a senhora também…
Esse tempo todo que eu falava ela só me observava e eu já estava preparado para o não…
— Olha… Esse é um pedido bem estranho. Mas eu aceito. Antes precisamos saber o que você come e se você gosta da minha comida. Eu não jantei ainda, então quer jantar comigo?
Prontamente falei que sim.
Então ela se levantou e foi preparar as coisas na cozinha, enquanto ela fazia isso fui acompanhar ela e fiquei parado na entrada da cozinha conversando com ela. Ela me fez muitas perguntas sobre mim, por quê eu moro só, se tenho parentes próximos daqui, o que eu faço no trabalho, a minha idade. E eu fiz o mesmo, perguntei se ela trabalhava e ela falou que não, mas que vivia muito bem por causa da herança do falecido marido, ele quando vivo tinha imoveis pelo centro da cidade e ela sobrevivia com os alugueis desses imoveis. Era formada em Linguás Estrangeiras e já deu aula em escolas e faculdades, era uma mulher bem culta e inteligente. Tinha um casal de filhos e os dois estavam fora do país. Tinha casa na praia e só morava em um apartamento pequeno porque morá só. Passava o tempo lendo livros e saindo com antigas colegas.
Ela fez um estrogonofe de carne, arroz e feijão. Ajudei ela em algumas partes e fomos para a mesa começar o jantar.
— Nossa, isso está maravilhoso!!
— Muito obrigada, pode aproveitar que tem muito.
— Muito obrigado por isso.
— De nada…
Voltamos a falar amenidades.
— Então, falou de tudo mas não falou de namoradas. Você só tem 21 anos, e já é formado e tem um emprego fixo muito bom e além de ter sua própria casa. Essa é a vida que muitos jovens querem ter.
— Sem namoradas.
— Ué porque? Você é bonito, e é simpático quando deixa de se atrapalhar com as palavras. Poque não namora então?
— Vlw pelo elogio… Tem um monte de motivos pra eu não namorar, eu namorei uma vez e me decepcionei; depois veio a faculdade e tentei encontrar alguém legal mas sem sucesso; hoje não tenho muito tempo pra essas coisas, trabalho a semana inteira, e alguns finais de semana. Não sou uma pessoa bem ativa também, gosto de ficar em casa, adoro ler livros e perco a noção de tempo neles. Então estou tranquilo por enquanto. E você?
— Eu? Sou viúva e estou na mesma situação que você. Não sinto a necessidade de alguém ainda. Estou bem solteira.
Terminamos de jantar. Recolhi os pratos pra fazer uma né, e invertemos as posições, ela ficou parada me olhando e eu fui lavar os pratos.
— Então o que fazemos agora? — Eu pergunto.
— Agora a gente termina os arranjos.
— Tudo bem. Uma dúvida, você prefere cozinhar a onde? Aqui na sua casa ou na minha casa? E outra, o que você vai querer entroca?
— Então, pra mim tanto faz o lugar, pode ser aqui ou lá. Sobre o que eu querer em troca, podemos acertar em um tal valor. Tudo bem?
— Maravilha! Amanhã você está live?
— Estou, porque?
— Porque preciso fazer comprar pra casa e não sei o que comprar. Você pode ir comigo?
— Claro. — Ela deu risada da minha cara nessa hora.
E foi isso. Nos despedimos e fui para minha casa. Passei quase três horas com uma completa estranha num piscar de olhos, e já estou gostando dela.