Continuando...
(Atenção pessoal,o capitulo de hoje tem dois narradores.)
Narrador:Felipe
-Sai da frente!-Disse a encarando.
-Não!-Ela disse em tom de quem estava desafiando.
Perdi a paciência e
no braço dela,então parecendo uma sirene,ela começou a gritar por socorro.Passos pesados vinheram do corredor,e um homem negro apareceu,olhando pra nós desconfiado.Ele era Antônio,o zelador da escola.
-O que está acontecendo aqui?-Ele perguntou.
-Eu estava no banheiro e esse menino tentou entrar.-Paty respondeu parecendo ofendida.
-Isso é mentira!-Disse indignado.
-Não acredito nisso seu muleque!-Ele disse mostrando o punho.
-Mas eu...-Tentei falar.
-Anda,sai daí...vai pra casa,ou chamo a tua mãe.-Ele interrompeu se aproximando.
Lancei um último olhar pra aquela atriz de quinta e me afastei com ele no meu pé.Quando chegamos a rua,seu Antônio ficou parado no portão,esperando que eu fosse embora.A curiosidade fervia por dentro,mas eu não ia voltar e me arriscar.
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Narrador:Eu
O homem saiu do banheiro da escola e analisou Paty,com seus olhos frios.
-Porque não disse que ele estava aqui ainda?-Ele perguntou de braços cruzados.
-Eu achava que ele tinha ido,desculpe...eu...eu não sabia.-Paty respondeu parecendo desconfortável.
-Isso não importa mais.-Ele disse por fim sem demonstrar emoção nenhuma.
-Então se ele souber de você...-Paty tentou falar nervosa.
-Não,a ilusão é menos dolorosa que a verdade.-O homem interrompeu.
-Você se importando se alguém vai sofrer,é um milagre.-Paty disse baixinho com os braços cruzados.
-O que disse?-O homem perguntou com um tom de voz que arrepiou Paty dos pés à cabeça.
-Nada,eu...eu...eu...eu não disse nada.-Ela respondeu nervosa.
-Minha pesquisa é muito mais importante que um muleque idiota.Espero que entenda isso!-O homem disse em tom de voz cortante como o aço.
-Sim,tio!-Paty sussurrou baixinho.
O homem caminhou para fora lentamente e passou pelo zelador que o comprimentou.Ao chegar no portão viu Felipe dobrar a esquina de cabeça baixa e sentiu uma coisa estranha.
A entrada de Felipe na sua vida,não tinha sido planejada e ele não gostava disso.Mas lembrava de seu rosto,do seu olhar.
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Narrador:Felipe
Cheguei em casa e agradeci por não ter ninguém,mas sabia que a qualquer momento minha irmã ia chegar,então decidiu ir pra o meu quarto.Lá começei uma faxina e não tinha idéia de quanto tempo havia se passado até que minha irma,chamasse pra almoçar.Nois fizeram a refeição em silêncio,as vezes cortada por uma pergunta besta e então voltei para o quarto.
Como não havia mais nada para arrumar,me se jogou em cima da cama pensativo.Minha mente vagou por vários lugares até chegar em Matheus.
A Paty não o merecia ser namorada dele,ela andava se encontrando em banheiros de colégios com homens,traindo a confiança do meu amigo.Se ele tinha que ficar com alguém,não seria com ela.
Decidido me levantei e troquei de roupa por uma bermuda jeans preta e uma regata azul clara.Em seguida sai para a rua e para a minha sorte,encontrei o Matheus.
-Felipe eu...-Ele tentou falar parecendo surpreso por me ver.
-Tenho que te pedir desculpas...eu exagerei naquele dia.-interrompi sem olhar pra ele.
Matheus abriu a boca pra falar algo,parecia que não acreditava nas minhas desculpas.Vendo ele sem reação,percebi que era a melhor hora pra falar sobre a vagabunda da Paty.
Imaginei Matheus dando o fora nela e meu peito quase explodiu de alegria.Ele ia acabar com aquele nariz empinado que ela tinha.
-Que bom que você entendeu que a gente vai ser amigos pra sempre.-Matheus acabou falando com um sorriso.
-E como amigo,tenho algo pra te dizer.-Falei tentando controlar aquela escola de samba dentro do meu peito.
-Eu também tenho Felipe...Eu estou feliz com ela,sabe?...A Paty é meiga,doce e muito inteligênte.A cada minuto que passa,eu me sinto cada vez mais ligado ela.Tem horas até que imagino que não vou conseguir viver sem ela...E agora que você é meu amigo de novo,parece que tudo tá dando certo pra mim.-Matheus falou em voz baíxá,em um tom que eu nunca tinha visto antes.
A alegria dentro do meu peito se apagou e virou cinza.A cena da Paty sendo humilhada e todo mundo sabendo o tamanho da vadia que ela era,se quebrou em vários pedacinhos.
-Mas aí o que você queria me contar?-Ele perguntou animado.
Senti meu coração ir parar nos pés.Eu gostava muito do Matheus e não tinha coragem de mágoa-lo,não encontrava coragem pra dizer que tinha encontrado a vadia que ele namorava,no banheiro com outro homem.Ele estava apaixonado e as vezes a ilusão era melhor que a verdade.
-Que estava com saudades de você.-Disse por fim me forçando a sorrir.
-Eu também!...Vamos lá pra casa,eu tenho uns games da hora.-Ele disse animado dando tapinhas em meu ombro.
Forcei outro sorriso e o acompanhei até sua casa.O resto da tarde foi divertida,mas a Paty e o homem no banheiro não saiam da minha cabeça então voltei pra casa.
Ao chegar lá encontrei todos reunidos de olhos virados pra mim quando passei pela porta.
-Surpresa!-Gritou um rapaz ao fundo.
Tive que me controlar pra não sair correndo?o garoto parecia uma versão do Justin Bieber aos 13 anos só que com cabelo castanho e mais velho.Um outro rapaz balançou a mão e vi que era outro esquisito,ele tava todo vestido de preto e nas partes de pele a mostra,dava para ver tatuagens.E ele ainda fumava e tinha um jeito de olhar estranho.
-Felipe esses são seus primos,Henrique e Juninho.-Minha mãe disse alegre apontando primeiro para o punk gótico e depois para a versão paraguaia do Justin.
Se ela pensou que eu reconheceria aquelas criaturas,estava totalmente enganada.Eu só queria saber qual inferno tinha soltado aqueles demônios?
-Legal...eu vou pra o meu quarto.-Disse nervoso enquanto passava por todos eles.
-A gente também!-Juninho disse junto com Henrique.
Cheguei ao meu quarto e quase cai duro,tinha duas malas lá.Olhei para trás e vi o Henrique entrando.
-Tem um quarto pra visita.-Falei irritado.
-Eu sei,mas não vou ficar lá.-Ele disse tranquilo.
-Porque?-perguntei irritado.
-O Juninho trouxe todo quarto dele e prefiro ficar aqui.-Ele respondeu novamente com aquele tom tranquilo.
-Mas aqui é o meu quarto!-Disse parecendo um garoto mimado.
-Agora é nosso!-Ele disse com um sorriso.
-Nosso,o caralho!...Esse quarto é meu e eu fico aqui sozinho.-Disse irritado por aquela invasão.
Henrique não se importou e então se sentou na cama e começou a tirar os tênis,jogando eles em cima da minha mesinha,em seguida se deitou.
-Pode se levantar daí seu gótico safado...Se não quer dormir com seu irmão,então vai pra sala.-Eu disse sentindo a raiva me queimar por dentro.
-Não tô nem aí.-Ele disse sem se mecher.
Henrique me olhou com tranquilidade e então pegou outro cigarro e acendeu.Minha raiva explodiu e eu voei nele,a gente rolou um minuto em cima da cama e então o cigarro acabou caindo em cima do peito dele.
Seus olhos ficaram mais intensos e a mão que segurava meu braço intensificou o aperto.A raiva desapareceu instantaneamente e o que sobrou foi o medo.
-Me solta!-Pedi sentindo meu braço doer.
Henrique se levantou e me arrastou até perto do guarda roupa e la me soltou.
-Não me enche a paciência!-Ele disse com um tom frio que me fez arrepiar.
Continua...
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Olá pessoal!
Desculpem a demora,eu tive que ir até a casa de uns parentes e lá não tem internet.
Magnus eu posto do celular e por isso as vezes não fica tão grande quando eu gostaria.
Obrigado a todos que comentaram e leram,espero que gostem deste capítulo.
Até a próxima!