Meu amigo abriu os braços e eu o abracei.
- Eu não posso te perder. (ele sussurrou em meu ouvido).
Eu - você não vai me perder.
Otávio - promete?
Eu - prometo.
Otávio - teu celular continua tocando.
Eu - deixa tocar. (falei abraçado a meu amigo).
Otávio - eu te amo lorin. (disse ele repousando a cabeça em meu ombro).
Minhas mãos, involuntariamente, começaram a massagear o cabelo do Otávio. O corpo dele estava frio, mas o abraço era quente.
Eu - também te amo brother. (falei por fim).
O abraço foi desfeito e nossos olhos se encontraram, os do meu amigo estavam vermelhos da água e talvez do sol. Do nada, eu comecei a rir.
Otávio - que foi mano? (perguntou meu amigo começando a rir também).
Eu - nós estamos parecendo dois frescos.
Otávio riu com mais intensidade.
- Banho? (perguntou ele).
Eu - agora não. Vou descer pra comprar alguma coisa pra gente jantar.
Otávio - relaxa mano. Tem pressa não.
Não esperei meu amigo chamar novamente. Tirei minha roupa e entrei no box. Meu amigo entrou junto e eu pude sentir sua pele respirar. A água caía em nossos corpos deixando o vidro do box embaçado.
Otávio jogou shampoo em meu cabelo e começou a massageá-lo, formando uma grande bola de neve.
Poderia soar estranho, mas não existia maldade naquele gesto. Era como se voltássemos à infância.
O pequeno espaço dentro do banheiro deixava nossos corpos bem próximos; A água quente do chuveiro deixava o vidro do box embaçado; Fechei meus olhos por um instante temendo que o shampoo pudesse deixa-lo irritados, e nesse instante senti duas mãos, macias, percorrendo meu corpo lentamente.
Não posso negar que eu estava gostando daquela sensação. Minha carência havia me tornado fraco ou puto? Sentia desejos afetivos e ardentes por diferentes personalidades de homens. Com meu amigo Otávio não poderia ser diferente.
Tirei totalmente a espuma do cabelo, abri meu olhos e olhei para o rosto do meu amigo. Otávio me fitava com um olhar sereno. Suas mãos massageavam cada detalhe do meu corpo delicadamente. Meu pau começou a endurecer me deixando um pouco envergonhado, não pela situação, mas por ser com alguém que eu via como um irmão.
- Otávio, não! (falei calmamente).
Otávio - Xiiii! (disse ele levando as mãos ate minhas costas).
Eu - Nós não podemos cara.
Otávio - Não fala nada. (disse ele tapando minha boca com sua mão molhada). Me deixa curtir esse momento... por favor. (dizia ele quase suplicando).
Eu apenas balancei a cabeça vagarosamente e deixei aquele sentimento rolar.
Otávio levou as mãos ate minha nuca, e aproximou o rosto do meu.
Sua respiração ofegante e quente estava bem próximo a mim.
Fechei meus olhos e fiquei aguardando seus lábios tocar os meus, mas isso não aconteceu.
Abri meus olhos novamente e Otávio me encarava. Ele respirava acelerado. Seu semblante não era de felicidade nem tristeza, mas sim de alguém ansioso.
Otávio me empurrou contra a parede e meu corpo foi descendo ate eu encostar no chão. Meu amigo ajoelhou na minha frente e finalmente o beijo aconteceu, um beijo lento e firme. Sua língua lambeu meus lábios antes de entrar na minha boca. Senti uma mordida no lábio superior e um arrepio involuntário me aconteceu.
Otávio afastou a cabeça da minha e quebrou o silencio.
Otávio - então? Gostou? (disse ele aguardando uma resposta).
O meu amigo havia virado um homem. Como eu poderia imaginar que o cara beijava tão bem? E suas mãos? Que mãos eram aquelas?
Respondi um sim com a cabeça.
Otávio - não é suficiente. Eu quero ouvir dessa boquinha linda. (disse ele passando o dedo indicador por meus lábios).
Eu - gostei mano.
Otávio sorriu.
Otávio - vem. (disse ele levantando do chão e me estendendo a mão).
Não perguntei pra onde, apenas dei a mão e segui meu amigo ate o quarto.
Otávio deitou no colchão e me convidou para deitar junto a ele.
Otávio - deita aqui. (disse ele com a voz doce).
Assim que deitei, Otávio continuou o serviço que havia começado minutos antes no banheiro.
Dessa vez, o cara era um pouco mais agressivo, com pegadas mais fortes, me fazendo gemer de tesão.
Otávio - lorin?
Eu - fala. (disse com a voz embargada).
Otávio - tu sabe o que vai acontecer aqui né!?
Confirmei com a cabeça.
Minha resposta foi o suficiente para que meu amigo fosse ate sua mochila e tirasse alguns pacotes de camisinha de dentro de um dos bolsos.
Otávio retornou à cama e colocou os envelopes vermelhos ao lado do colchão.
Otávio - tu ta gelado. (disse ele me abraçando).
Eu - um pouco de frio. (falei com a voz calma).
Ele sorriu.
Otávio - ta nervoso?
Eu - um pouco.
Era estranho. Já havíamos feito e dito tanta putaria juntos e agora eu estava constrangido por estar prestes a transar com meu amigo.
Otávio - relaxa. Vai ser tudo bem tranquilo. (disse ele me dando um selinho).
Eu - eu vou tomar um copo com água. (falei tentando levantar).
Meu amigo me segurou.
Otávio - eu pego pra você. (disse ele sorrindo).
Eu ri de nervoso.
Otávio retornou com a água e eu tomei praticamente em um gole só.
Otávio - quer mais?
Eu - não! Valeu.
Otávio retirou o copo de minhas mãos e colocou no canto da parede.
Eu estava deitado olhando para o teto e Otávio estava na posição - papai e mamãe - o cara passava as mãos pelo meu rosto tentando me manter calmo.
Olhei para o lado e vi as embalagens da camisinha brilhando. Peguei uma e entreguei a meu amigo.
Otávio - ta pronto? (disse ele recebendo a camisinha).
Eu - bora lá. (disse tentando me empolgar com a possibilidade de transar com meu amigo).
Otávio - só se for agora. (disse ele abrindo a embalagem e deixando transparecer o conteúdo do envelope).
Continua.