Continuando...
Henrique surgiu da cozinha com um sanduíche enorme,e pedindo pra eu dar espaço,se jogou no sofá.O cara era tão folgado,que quis por as pernas em cima das minhas,afastei ele com um empurrão.
-Tô cheirosinho!-Ele disse com um sorriso.
-O que tem nisso aí?-perguntei olhando desconfiado pra o sanduíche.
-Tudo,que consegui achar na geladeira.-Ele respondeu enquanto me encarava.
-Prefiro não saber,o que tem aí dentro.-Disse desviando o olhar dele.
Henrique largou o prato em cima do centro e se levantou,indo até o rack.E então voltou com um controle,ligando a televisão e passando os canais rápidamente.
-Vai buscar um leitinho pra mim,Felipe?-Ele perguntou enquanto largava o controle.
-Você veio da cozinha agora,porque não trouxe?-Respondi observando o desenho na tv.
-Esqueci.-Ele respondeu de boca cheia.
-Cara,você é nojento!-Falei após sentir farelos caindo em mim.
Henrique não ligou e continuou comendo.Eu me concentrei no desenho e tentava não olhar pra ele,que comia como um jacaré faminto.O barulho de choro quebrou o silêncio que havia se formado,e Henrique se pôs de pé em um pulo.Me levantei e fui atrás dele que disparou pelo corredor,e então paramos em frente ao quarto do Juninho.Sem nenhuma educação,ele abriu a porta e entrou,eu o acompanhei e parei próximo a porta.Juninho estava sentado em cima da cama,abraçando as pernas e chorava baixinho.
-O que foi?-Henrique perguntou o mais delicado que ele podia.
-A mamãe não veio Rique.-Ele respondeu entre soluços.
-Eu sei que não é nada,nossa mãe já já chega por aí.-Henrique disse enquanto acariciava o cabelo dele.
-E se ela piorou Rique?E se a mamãe não voltar nunca mais?-Juninho perguntou,enquanto chorava mais alto.
-Nunca mais fala isso,Augusto Junior!...A mamãe é forte e vai melhorar.-Henrique respondeu com firmeza,enquanto segurava o queixo dele,o olhando dentro dos olhos.
-Você promete?-Ele perguntou após um minuto o encarando.
-Eu já menti pra você?-Henrique perguntou sério.
Juninho não esperou mais e se atirou nos braços do irmão,o apertando forte,enquanto deitava a cabeça em seu ombro.Meu olhar encontrou o do Henrique,seus olhos pretos pareciam dois buracos negros,sem nenhum sentimento,mas a mensagem que eles passavam era bem clara.Me afastei em silêncio ate a porta e sai,fechando a atrás de mim o mais suave que podia.
Caminhei ate a sala e voltei para o sofá,a cena que tinha visto ainda bem viva na minha mente,apertando meu peito.Me perguntava,o que seria dos dois se a tia Lu morresse.
Após um longo tempo,Henrique voltou e dando um tapa no meu ombro,ocupou o lugar que eu estava sentado.Pegou o resto do sanduíche que estava ali e voltou a se concentrar na tv,como se nada tivesse acontecido.
-O que foi?-Ele perguntou ao notar que eu o olhava.
-O Juninho...-respondi o encarando.
-Tá se arrumando pra gente sair.-Ele interrompeu automaticamente.
-E você como esta?-perguntei com um tom suave.
-Eu estou bem,Felipe...Não tenho nenhum motivo pra estar diferente.-Ele respondeu ácido.
-Mas...-tentei falar,fazer com ele falasse.
-Você deveria trocar de roupa,se quer sair antes de anoitecer.-Ele interrompeu se virando para me encarar,seus olhos cada vez mais escuros.
Me levantei e lançando um último olhar em sua direção,fui até o corredor e entrei no meu quarto.Peguei uma calça jeans reta preta,uma camisa branca com uns detalhes em dourados e um tênis preto com cardaços brancos,me vestindo lentamente.Em seguida fui até o espelho e me penteie,então ouvi a porta abrir e o Henrique entrou.Ele apanhou uma das malas e abriu em cima da cama.Sem se importar comigo,ele baixou o calção e ficou apenas de cueca boxer preta que fazia um contraste bonito com sua pele morena clara.Percebi que ele tinha um dragão enorme tatuado nos costas e vários outros desenhos que eram dificeis de identificar.Henrique pegou uma calça jeans preta,uma camisa preta e um casaco também preto e se vestiu.E para surpresa geral,ele colocou um tênis preto que havia ali.
-Seu guarda roupa precisa de cor.-comentei,acabando de pentear o cabelo.
-E o seu,de bom senso.-Ele disse terminando de dar nò nos tênis.
Fechei a cara pra ele e passei um pouco de perfume,em seguida sai e fui até a sala.Não demorou muito e Juninho apareceu,vestindo a mais estranha combinação que eu já tinha visto;uma calça jeans verde,uma camisa azul escuro e um tênis vermelho.Logo em seguida apareceu o Henrique todo de preto,o que mostrava bem a diferença entre os dois.
Quando nos preparavamos pra sair,minha mãe chegou e deu um sorriso cansado a cada um de nois.
-Tia Rita,como está a minha mãe?-Juninho perguntou enquanto se aproximava e segurava as mãos dela.
-Ela vai ter que ficar mais uma noite no hospital,em observação.-minha mãe respondeu com cuidado.
-A doença evoluiu.-Henrique disse no mesmo tom frio de sempre.
-Não,e que...-minha mãe tentou falar desconcertada.
-Não minta pra mim,tia!-Henrique falou na mesma firmeza que tinha falado comigo.
-Ela está com câncer de pulmão querido,e descobriu um pouco tarde.-Minha mãe disse após um minuto em silêncio,enquanto apertava a mão uma na outra.
-Rique?-Juninho chamou desesperado.
-Nois queremos vê-lá...agora!-Henrique disse com mais firmeza.
-Mas...-minha mãe tentou falar
-Ou a senhora leva a gente,ou a gente chega lá por conta propia.-Henrique interrompeu com um tom de voz que me arrepiou.
Ele não esperou uma resposta e pegou na mão do Juninho,o puxando em direção a porta.Minha mãe repirou fundo,e se virou e os acompanhou,eu não esperei um convite e fui junto.
Entramos no carro e logo estávamos em frente a clínica,lá saímos do carro e entramos todos em silêncio,passamos por um longo corredor e logo minha mãe parou e,bateu a uma porta e todos entramos.
Tia Lu era uma mulher de meia idade,bem parecida com a minha mãe,sendo que seus cabelos eram ondulados em vez de cacheados e seus olhos castanhos claros.Ela estava deitada na cama e nos lançou um olhar cansado,sua aparência era de uma palidez impressionante.
-Mãe!-Juninho chamou indo até ela e ficando de joelhos ao lado da cama.
-Pelo amor de Deus,parece até que alguém tá morrendo aqui.-Henrique disse enquanto se aproximava da cama,com um tom que fez com que olhássemos pra ele surpresos.
-Mãe eu vou dar uma volta.-Disse não me sentindo bem com a situação.
-Tá querido,mas não demore.-Ela disse sem retirar os olhos dos três.
Sai para o corredor e enquanto caminhava,tive a sensação que alguém me observava,mas o local estava cheio de gente,então deveria ser paranóia minha.Cheguei na calçada e sentei em um banco,mesmo sabendo que era lá dentro que eu deveria estar,eu não me sentia bem com a frieza e insensibilidade que o Henrique demonstrava.
Pra me distrair passei a observar as pessoas que iam e vinham,e ao olhar pra cima,senti meu coração acelerar.Um homem estava parado na esquina e me olhava com um sorriso bobo.
-D!-Eu disse sentindo um misto de emoções correr nas minhas veias.
Ele fez um sinal e saiu andando,eu me levantei de um pulo e o segui.Descemos aquela rua e entramos a esquerda em uma e a esquerda em outra e continuamos descemos,até que ele parou em frente a uma cerca e a pulou,eu fiz o mesmo sem pensar.
Ele olhou pra trás,sorriu e entrou correndo no prédio que estava logo a frente.Eu reconhecia aquele lugar,era a antiga usina de algodão da minha cidade.Ela tinha estado em funcionamento no tempo que o vivia do plantio e logo foi desativada,desde então estava abandonada.
Entrei e me vi em um longo corredor,mas o D estava parado mais a frente e corri até lá.Era a entrada pra um pátio que agora estava tomado pela grama.D se encontrava sentado a um canto,girando uma rosa nas mão.Sem querer assusta-lo,me aproximei devagar e me sentei ao lado dele,sentindo meu coração vibrar no meu peito.
-D estava com saudades de garoto mal...D não aguentava mais!-Ele disse triste,enquanto me olhava de um jeito que me arrepiou.
-Eu também...com muita saudade,muita mesmo.E também tava preocupado,tinha medo que algo te acontecesse.-Falei enquanto desejava toca-lo,sentir que ele estava ali mesmo.
D parou de girar a rosa e levou ela até meus lábios,acariciando de leve.Em seguida,pôs a rosa a um lado e se aproximou,senti seu cheiro tomar conta do ar e fechei os olhos,então depois de incontáveis segundos,sua boca estava na minha e trocamos um longo e suave beijo.Terminamos em selinhos,mas logo estávamos nos beijando de novo,só que agora com mais intensidade.Senti seus braços a minha volta e então coloquei os meus em seu pescoço.
Ele interrompeu o beijo e eu abri os olhos,seus olhos dentro dos meus,queimando meu interior com uma vontade nova,uma vontade de tê-lo de todas as formas.D me empurrou levemente pra trás e eu me permiti deitar sobre a grama,ele então se colocou no meio das minhas pernas e se deitou sobre mim,sua boca vindo ao encontro da minha,em um beijo intenso e doloroso,pois ele dava várias mordidas em meus lábios.
Suas mãos correram por debaixo da minha camisa,tocando minha pele,despertando cada pedacinho para sua presença,e eu arranhei suas costas por cima da camisa.Ele se levantou,ficando sentado nas próprias pernas e me olhou,enquanto puxava sua camisa e a retirava,a atirando para um lado.
E então se deitou sobre mim de novo,unindo nossas bocas em um beijo intenso e desesperado.Senti suas mãos descer ate a minha cintura e puxar a minha camisa,arqueei as costas e deixei que ele a retirasse de mim.
Se mantendo afastado apenas por um braço,D me olhou enquanto mordia os lábios inchados.Levei os meus braços até seu pescoço,e o puxei para mim,sentindo sua pele entrar em contato com a minha,me fazendo queimar de tanto desejo e tesão que estava sentindo por ele.
Senti seu coração bater em compasso com o meu,a sua respiração ofegante em meu ouvido.Ele então começou a me morder no ombro,subindo devagarzinho até meu pescoço sem parar de morder,passou a ponta da língua em minha orelha enquanto acariciava e arranhava a minha barriga.
Enquanto isso,eu acariciava seu peitoral,passando a ponta dos dedos em seus mamilos.Depois desci até a sua barriga sequinha,sentindo o suor que já escorria.E então levei minha mão até suas costas,o arranhando com vontade,enquanto soltava um gemido.
Ele parou o que estava fazendo e me encarou.Sua mão correu até o meu peito e com seu polegar começou a acariciar e apertar o meu mamilo.Ele se afastou e aproximou,tocando meu peito com a língua,lambendo com vontade.Não consegui segurar e soltei vários gemidos,sentindo meu pau super duro,ficando todo babado.
Ele deu vários beijos nos meus peitos e subiu novamente,até a minha boca,me beijando intensamente,como se quisesse me engolir.Por instinto coloquei minhas pernas em volta de sua cintura,e senti seu menbro duro pressionando a a minha bunda.Pela primeira vez em minha vida,senti uma vontade de sentir um pau dentro de mim,me rasgando por dentro,me preenchendo.Cravei minhas unhas com mais força em seus ombros e rebolei no seu menbro duro,sentindo a fricção das duas calças.D soltou um gemido e com as mãos na minha cintura,pressionou o pau com mais força na minha bunda.
E então um pensamento penetrou minha mente como um veneno que se espalha pela água,e eu senti meu desejo se apagar,como ao fogo quando se joga terra.Se eu desse meu cu ali pra ele,eu seria gay.Mas será que eu queria ser gay?
Tentei me afastar,mas ele segurou minha cintura com força e tentou me beijar novamente.Coloquei minha mão em seu peito,mas ele era mais forte,então sua boca encontrou a minha em um beijo que não tinha nada de bom,apenas dor.
Um barulho veio de longe e ele saiu de cima de mim,assustado.Ficou em pé por uns minutos,observando e em seguida se sentou ao meu lado,respirando fundo.Eu me sentei,abraçando minhas pernas e deixei que akg umas lágrimas escorrerem.
-Garoto mal!-ele chamou com a voz rouca.
-A gente não pode D,não pode continuar isso...A gente é sujo.-Eu disse sentindo vontade de tomar banho e de me lavar.
-Não...Garoto mal não é sujo.-Ele disse após um minuto em silêncio,parecendo não crer nas próprias palavras.
-Você tinha razão D,a gente não pode mais se ver.-Disse enquanto me levantava.
Apanhei minha camisa e sai correndo,ele não veio atrás de mim e fiquei agradecido por isso,pois o melhor era que continuássemos afastados,um bem longe do outro.
Continua...
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Oi pessoal!
Boa noite e boa madrugada.
Martines acho que não entendi quando diz pena a gente não ser reconhecidos,mas se entendi você acha que não reconheço quem comenta?Na verdade eu leio cada comentários de vocês e sinto falta quando alguns não postam,se não cito é porque as vezes chego cansado,mas sempre agradeço vocês por me acompanharem.Quanto ao resto do seu comentário,será que é uma torcida para o Matheus?kkkk
ivo/BH eu imagino que uma criança especial de muito trabalho,mas tente ver o lado bom da coisa.Espero que goste desse capítulo.
Magus o D sempre volta,o difícil é ficar kkkkk
Greder obrigado pelo elogio e pelo comentário.Como parece que você não gosta do D,acho que este capítulo não vai ser bem do seu agrado,mas espero que goste.
Marcos Costa,Fla Angel,Ru/Ruanito,Luny e Edu19>Edu15 obrigado por estarem sempre aqui.E espero que gostem desse capítulo!
Obrigado a todos que leram,as notas 10 e espero que o conto esteja do jeito que gostem.
até a próxima....