Solar - 22

Um conto erótico de Thonny
Categoria: Homossexual
Contém 1900 palavras
Data: 20/11/2016 15:29:13
Última revisão: 20/11/2016 18:31:19

[Ítalo narrando]

- E quais são as reais chances do Lucas, doutor?

- É difícil precisar, Ítalo. O quadro dele é bem delicado. Ele teve um traumatismo craniano. As chances são boas de recuperação, mas estaria mentindo se dissesse não ter nenhum risco.

- Doutor, meu filho vai ficar com alguma sequela?

- É cedo para dizer, Alexandre. Eu sou pai e entendo perfeitamente o motivo da sua preocupação. Acredito que o Lucas vai ter um tratamento de primeiro mundo, por isso penso que é quase nula a chance de alguma sequela.

- Meu neto vai ficar no melhor hospital. Doutor, já podemos ir?

- Sim, doutor César, o Lucas já está na ambulância.

- Vamos, pai? - falou seu Alexandre.

- Eu vou no meu carro. Meu motorista está aí.

- Certo, pai. Vou na ambulância com o Lucas. Ítalo - virou-se para mim -, como a Clara vai ficar internada, eu sei da sua preocupação com o Lucas, mas você poderia me dar uma força lá na pousada?

- Sim, seu Alexandre. Meu pedido é que o senhor me mantenha informado sobre o Lucas.

- Jamais te ocultaria qualquer coisa, meu querido. Vê se me dá notícias. Ah, e quando a Clara se recuperar, vou te esperar em São Paulo.

- Muito obrigado, sogrão. Você é um pai para mim.

Abracei o seu Alexandre, o doutor César, e beijei a testa do Lucas. O meu amor estava tão machucado.

[Bruno narrando]

- Que cara é essa, Bruno? É por causa da Clara?

- Por causa de tudo. Vou embora de Solar. Nada mais me prende aqui, Tiago.

- Você vai para onde?

- Para onde eu conseguir me virar. Tenho um curso superior e acho que isso já é um ponto positivo. Esqueceu que sou contador?

- Não, mas você nunca trabalhou a fundo na área. A contabilidade da pousada não conta nem como um estágio.

- Pode guardar esse seu sorrisinho rídiculo. Vou mostrar a todo mundo que darei a volta por cima.

- O seu Alexandre já sabe disso?

- Vou ligar para ele.

Liguei para o seu Alexandre e ouvi um pedido de "fiquei, por favor" repetidas vezes, mas estava decidido a ir embora. Depois voltaria para resolver minha situação documental.

[Íris narrando]

- Ainda preocupada com o acidente do veadinho? - perguntou Humberto, alisando meus cabelos.

- Estou. Tenho medo de que...

- Calma! Muita calma, minha linda! Vai dar tudo certo e em breve sairemos dessa cidade de merda! - falou me interrompendo.

Humberto me beijou. Transamos mais naquela noite.

[Victor narrando]

- Amor, você não acha melhor adiarmos o casamento?

- Só é o que nos resta fazer. Os padrinhos do nosso casamento estão impossibilitados, e eu me recuso a casar sem a presença dos meus amigos.

- Eu sei... Quem você acha que seria capaz de ter feito uma coisa dessas com o Lucas?

- Não ouso acusar ninguém, mas a lista é grande: Álvaro, Íris, o pai do Ítalo...

- Ingrid – sentei-me na cama de frente para ela e peguei em sua mão -, você me perdoaria se eu me separasse de você?

- Que raio de pergunta é essa, Victor? Você pretende fazer isso?

- Foi só uma pergunta, Ingrid. Relacionamentos vêm e vão o tempo todo. A vida é cheia de desencontros, histórias mal resolvidas, pontas soltas...

- Perdoaria, sim. A gente tem que estar preparado para tudo. Mas, voltando ao assunto do casamento, temos que ligar o mais rápido possível para os fornecedores, decoradores, não podemos esperar mais. Você acha que daqui para um mês está bom?

- Perfeito, o Lucas vai estar muito bem até lá.

- Se Deus quiser.

O dia amanhece em Solar.

[Ítalo narrando]

- Bom dia, Tiago! Como vai tudo por aqui?

- Dentro da normalidade, Ítalo. Você quer dar uma olhada no caixa, verificar a situação dos hóspedes, para se inteirar na administração?

- Não, cara, o seu Alexandre me pediu para segurar as pontas. Sei que você é um cara responsável. Você é muito diferente de uns e outros.

- Isso foi uma indireta, fotógrafozinho de lápide? – falou o Bruno adentrando na pousada.

Longe dali, mais precisamente no hospital de Solar, o delegado Felipe vai colher informações sobre o acidente da Clara.

- Delegado, pela sua presença aqui tão cedo, suponho que veio se inteirar sobre o acidente da Clara. – falou o médico de plantão.

- Acertou, doutor Lauro. Preciso de um depoimento dela. Ossos do ofício. É possível falar com ela?

- Claro. Acompanhe-me.

[Clara narrando]

Vi o médico entrando no quarto com um homem que descobri ser o novo delegado da cidade.

- Bom Dia! Clara Taborda, correto?

- Sim, e o senhor?

- Felipe Veiga, novo delegado de Solar. Prazer, minha jovem. – estendeu-me a mão.

- Prazer, doutor. Pela sua visita, acredito que veio saber sobre o meu acidente. Com certeza não é todos os dias que pessoas caem da escada.

- Acertou, Clara. Me chame apenas de Felipe. A princípio, eu gostaria de saber: você foi empurrada?

- Não, Felipe. Muito longe disso. Ontem eu fui buscar roupas e objetos pessoais para o seu Alexandre e o Luquinhas. Meu namorado... quer dizer, meu ex-namorado, o Bruno, estava conversando com o Álvaro num dos quartos da pousada, aí, como temos muitos atritos, discutimos feio. Para que não piorasse para mim e ele, eu saí correndo do quarto. Estava decepcionada com o Bruno. Onde já se viu levar o Álvaro para dentro da pousada! Aí, como estava abalada e distraída, acabei rolando escada a baixo. Ninguém me empurrou. Não foi uma tentativa de homicídio.

- Só posso desejar que você se recupere logo. Quando você tiver alta, Clara, você poderia passar na delegacia para formalizarmos seu depoimento?

- Passo, sim, Felipe. O doutor me disse que daqui amanhã ou depois terei alta. Como você pode ver, vou ficar com meu braço engessado mais uns quinze dias. Dói um pouco aqui, um pouco ali, mas estarei nova em folha bem depressa.

- Eu torço muito por isso. Agora eu preciso ir. Tenho que terminar de resolver algumas coisas. Você é uma pessoa adorável. Nos veremos em breve.

Felipe veio até mim e beijou a minha testa. De onde saiu esse homem?

[Ítalo narrando]

- Você acha que eu não sei o motivo da Clara ter se acidentado? Você foi muito irresponsável em ter trazido o Álvaro para cá, Bruno!

- Você morre de ciúmes do Álvaro, não é? Isso porque ele deve ser bem diferente de você na cama, deve ser por isso que o Lucas te traiu.

- Repete isso, babaca! – fui para cima dele, mas o Tiago me segurou.

- Eu não vou perder meu tempo com você. Estou indo embora dessa maldita pousada, só voltei para pegar alguns pertences. Se tudo der certo, parto logo dessa maldita cidade e não quero levar nem o cheiro desse mar.

O Bruno pegou o que lhe pertencia e foi embora.

- Calma, irmão. Não adianta querer brigar com o Bruno. Essa amizade dele com o Álvaro é antiga. Eles são carne e unha. Não perde a cabeça, parceiro. Você é um cara do bem.

- Obrigado, meu amigo. Você é gente boa demais. – apertei a mão do Tiago.

Dei uma conferida se estava tudo em ordem na pousada e quando cheguei na varanda encontrei o Victor.

- Como está a Ingrid?

- Está sentindo muitos enjoos. Sei que é normal nessa fase da gravidez. Mais tarde vou levá-la para ver a Clara e depois vamos ao shopping. Ela precisa espairecer um pouco. Alguma notícia do Lucas?

- Infelizmente, não. Mas acredito que esteja tudo normal. Se tivesse acontecido alguma coisa, eu ficaria sabendo.

- Tem razão. Ítalo, tem uma coisa que eu preciso te contar em relação ao acidente do Lucas...

- Pode falar, Victor.

- Eu beijei o Lucas naquele dia que ficamos sozinhos, quando você precisou ir até seu estúdio receber os móveis.

- Você beijou o Lucas? Ficou maluco?

Dei as costas para ele e levei a mão a testa com raiva.

- Ele me fez essa mesma pergunta. Estou lhe contando porque sei o quanto você ama o Lucas, e o quanto ele te ama. Saiba que ele não me deu a menor abertura para que isso acontecesse. Olha, acredito que na noite em que ele foi atropelado, ele estava indo te contar sobre isso. Vi o quanto ele ficou abalado.

- Eu só não te dou uns socos porque você está sendo honesto comigo. Você acha que pode brincar assim com as pessoas? Sua noiva grávida e você beija outra pessoa? O melhor amigo dela?

- Eu sou bissexual como você. Cara, eu quero te pedir desculpas por ter feito isso. Olha, Ítalo, você tem sorte do Lucas ser quem é. Ele te ama.

- Você pretende contar para a Ingrid?

- Não sei. Tenho medo de ela passar mal, morrer... O estado dela é delicado, a gravidez de risco. Aconteceram tantas coisas nos últimos dias.

- Eu deveria estar puto contigo, mas pela sua honestidade em me contar, em me falar sobre o quanto o Lucas é especial, podemos deixar isso em segredo. Irmão, se você não quiser se casar mais com a Ingrid, fala para ela. Não adianta você casar e viver infeliz, fazê-la infeliz. Vocês terão um filho e o ambiente para ele tem que ser saudável.

- Muito obrigado. Ainda está em tempo. Vou tomar essa decisão com calma. Posso te dar um abraço? – ele pediu já com os braços abertos e um sorriso de orelha a orelha.

- Vem cá, vem. Você é gente boa demais.

Quando nos soltamos, Tiago vem em nossa direção.

- Ítalo, o delgado acabou de ligar aqui para a pousada. Ele pediu que você o encontre no Solar Resort.

- No melhor hotel da cidade? Por quê?

- Não sei, ele não falou, mas pediu que você fosse o quanto antes.

- Obrigado, Tiago. Tenho que ir.

Saí em direção ao Solar Resort, cheguei na recepção e vi o meu pai com a Íris em uma das mesas.

- Bom dia! Posso ajudá-lo, senhor? – perguntou-me a recepcionista.

- Sim, eu quero tomar café. Tem alguma mesa disponível?

- Vou acompanhá-lo.

Sentei-me em uma das mesas e fiquei esperando o delegado Felipe. Vejo o Álvaro chegando e sentando na mesa com meu pai.

Levantei-me e fui até eles.

- Ah, então é aqui o covil de bandidos? – cruzei os braços.

- O único bandido aqui é você, Ítalo. Gostariam de ouvir a história da morte do meu filho mais velho? – perguntou ao Álvaro e a Íris.

- Tem certeza de que quer ter essa conversa aqui?

- Você só vai conversar com ele no horário de visitas da cadeia, Ítalo. – falou o delegado Felipe chegando com mais três policiais. – Humberto Allende, você está preso pela tentativa de homicídio de Lucas Villar. Você teve sua prisão temporária decretada. – continuou.

Continua...

Olá, queridos e queridas leitoras! Eis mais um capítulo de Solar. Estamos na reta final. Coisa de mais dez, doze capítulos. Nem preciso falar que senti muita saudades de todos vocês, mas, infelizmente, não tenho tido tempo de postar regularmente. Final de período na faculdade é complicado mesmo.

Como vocês podem perceber, pouco a pouco, estou encaminhando a estória para o final. Preciso acertar algumas coisas, repensar em algumas cenas que já estavam pré-definidas. Como prometido, no casamento teremos um assassinato. Sim, o Victor vai casar com a Ingrid. Já dei um spoiler.

Tentarei escrever mais um capítulo hoje. Dando tudo certo, posto amanhã ou terça.

Muito obrigado por cada voto, comentário e cada e-mail. Cintia, Catita, Red, Magus e Mari, vocês que sempre comentam, todo o meu carinho para vocês. Amo cada um que lê, mas que não comentam por não ter perfil na Casa, enfim, faço tudo para vocês.

Até o próximo capítulo. Beijos!

Meu e-mail: thonny_noroes@hotmail.com

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Comentários

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Merece meu amor!!! Amo seu conto, amo Solar! Volta logo!🌷🌷🌷🌷

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Tu deixou roendo as unhas de curiosidade menino ¬_¬!!!! Que maldade, continua por favor 💅✋ !!!!👏👏👏👏😍🙌😈😣✌💓💘

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tomara que esse periodo na facul passe rapido pra vc poder postar mas rapido kkkkk seu conto é viciante demais^^ finalmente o povo do mau tá pagando o q merece kkkkkkkkk

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