Continuando...
Aviso:Este Capítulo tem dois narradores.
Narrador;Felipe
Depois de um longo tempo,as lágrimas pararam de cair,e eu fechei os olhos e me agarrei com mais força a camisa dele.
-Você tá melhor?-Matheus perguntou,acariciando meu braço.
-Não,parece que arrancaram alguma coisa de mim,e só restou o vazio e a dor.-Respondi em voz baixa.
-Vai me contar o que aconteceu?-Ele perguntou,enquanto me apertava mais forte contra seu peito.
-Hoje não,por favor!-respondi sem querer pensar no que D,ou homem que um dia foi o D.
Matheus se levantou com cuidado,e eu me sentei no sofá.Ele ficou de joelhos na minha frente,e acariciou meu rosto devagar,em seguida tocou minha testa com seus lábios.Senti meu peito transbordar de carinho,e toquei em seu peito.
-Porque ainda segura essa flor?Os espinhos dela estão machucando a sua mão.-Ele disse preocupado,após se sentar a minha frente,sobre as pernas.
Olhei para a flor,e percebi que ela tinha perdido um pouco de sua beleza.Mas não queria me desfazer dela,não sabia porque,mas não tive coragem de joga-lá fora.
-Eu vou guardar essa rosa.-Disse,sem querer dar mais explicações.
Matheus me deu um sorriso triste,mas não me perguntou o porque.Ele então se levantou,e depois de alguns minutos voltou com álcool e algodão.Coloquei a flor do meu lado,e estendi a mão pra ele.O contato do álcool com os cortes,ardeu,mas nada se comparava a dor que sentia dentro do meu peito,então aguentei calado.
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Narrador:Eu
Vitor parou o carro ali,tão perto da casa de Felipe,e sentiu uma emoção tomar conta dele,uma vontade de ir até lá e fazer com que ele o escutasse.Mas se controlou e esperou,Henrique se aproximou e entrou,sentando do lado dele,e batendo a porta com força.
Ele deu partida e por mais de uma hora,só reinou o silêncio.Então chegou até uma encruzilhada,e pegou a estrada de terra,estacionando em frente a uma porteira.Vitor desceu e a abriu,voltou e entrou com o carro,descendo em seguida para fechar.
Dirigiu até onde a estrada fazia uma curva e subia até a uma enorme casa que havia ali,cuja aparência era de abandono.Estacionou e desceu junto com Henrique,e então pegaram uma trilha que levava para baixo,para o coração da propiedade.
-Odeio esse lugar!-Henrique disse enquanto lançava um último olhar pra casa.
Um lago imenso de águas cristalinas,surgiu a frente deles,após algum tempo de caminhada.Várias árvores estavam ao redor do lago e formava,juntos com outras espécies de plantas,um refúgio secreto.
-Depois de todo esse tempo,a ponte ainda tá de pé.-Henrique disse animado,enquanto apontava para uma construção de madeira que cortava o lago,no meio.
Vitor se sentou a beira do lago,com a cabeça entre as pernas.A imagem de Felipe,voltando novamente a sua mente e espantando,a casa e as lembranças que ela havia lhe trazido.
-Você não tá legal,né?-Henrique perguntou enquanto o observava com cuidado.
-Eu segui seu conselho,e apareci lá no colégio.Ele já estava me esperando!-Vitor respondeu após respirar fundo,enquanto passava a mão pelos cabelos.
-Como foi?-Henrique perguntou,depois de se aproximar dele e colocar a mão em seu ombro.
-Como você acha que foi?...Ele tava fora de si e falou comigo,como se eu fosse a pior coisa desse mundo.Ele,nem me deixou explicar.-Vitor respondeu,sentindo seu peito se apertar por dentro.
-Ele tá com raiva,e tá magoado.Mas deixa o tempo passar,e tenta conversar com ele de novo.-Henrique disse com o máximo de delicadeza que podia.
-Não,foi melhor assim.Eu levei anos pra construir a minha vida de novo,e não posso jogar fora por causa de um moleque.-Vitor disse,enquanto enxugava as lágrimas que começavam a cair.
-Mesmo sofrendo,seu orgulho sempre fala mais alto.-Henrique disse,após um resmungo.
-Isso vai passar,tem que passar.-Vitor disse com tristeza.
-O mundo da voltas!-Henrique disse após alguns minutos,pensativo.
-Do que você tá falando?-Vitor perguntou,surpreso.
-Você lembra da primeira empresa que trabalhou?Lá tinha uma ruiva de olhos azuis,que era louca por você.Tão apaixonada,que inventou que era da administração,pra poder se aproximar de você,mas era uma simples auxiliar de limpeza.-Henrique respondeu,sem demonstrar nenhuma emoção.
-Você tá querendo me deixar pior?-Vitor perguntou,enquanto se levantava.
-Na festa da empresa,você descobriu a mentira dela.Tava alterado pelo álcool e orgulhoso do jeito que é,não deixou passar e humilhou a pobre menina,na frente de todos.Disse coisas pra ela,que eu não diria a pior das putas que já me envolvi.Eu fui atrás dela,e a última coisa que ela me disse,foi:Porque amar dói tanto?...-Henrique continuou,como se ele não tivesse dito nada.
-CHEGA!-Vitor pediu,enquanto se virava para encara-lo,com ódio.
-Ela se enforcou naquela noite...Mas a vida não esquece,ela cobra de tudo que a gente faz.Então meus parabéns,você acabou de receber a sua conta.-Henrique,disse enquanto batia palmas.
-Você nunca vai me perdoar por isso?-Vitor perguntou,enquanto dentro dele,tudo se revirava.
-Amei e amo a Patrícia ainda,mas a Gaby mexia comigo,mas era de você que ela gostava.Ela não merecia o que você fez,então seja lá o que Felipe fez,foi pouco perto do que você merece.-Henrique respondeu,colocando pra fora uma mágoa profunda,enquanto grossas lágrimas caiam de seus olhos.
-Então é isso?Você me odeia?-Vitor perguntou,enquanto as lágrimas caiam sem controle.
-Não,por mais que eu tente,eu não consigo.Eu daria minha vida por você,se fosse preciso.Eu engoli a raiva e a dor que tava sentindo,pra estar aqui agora,porque você precisava de mim...Sou o maior babaca desse planeta,mas te amo e te adoro,apesar de odiar tudo que você faz.-Henrique respondeu,de cabeça baixa,engolindo o pingo de orgulho que ainda tinha.
Vitor sentiu como se abrissem seu peito a força,e arrancassem de dentro seu coração.Como se perfurassem seu pulmão,o deixando sem ar.Então em um ato inesperado,ele se virou e abraçou Henrique com toda força que tinha.
Era um abraço desesperado,que tinha como ingredientes,a mágoa,o ódio,o orgulho ferido,a raiva continda,e o amor profundo que unia os dois.
-A Gaby era importante pra mim também,e por isso larguei a Patrícia naquela pensão pra viajar.Eu morri mil vezes,e achei que nunca mais,fosse me apaixonar por alguém.Mas eu me apaixonei pelo Felipe,e o perdi pra sempre!-Vitor finalmente confessou em voz alta,aquilo que tava preso na sua garganta,enquanto as lágrimas escorriam e caiam sobre Henrique.
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Narrador:Felipe
O resto da manhã,Matheus tentou me animar,mas era como se o D tivesse entranhado dentro de mim e não saísse.A dor e o vazio,não era suficiente,para apagar da minha mente e do meu coração,a imagem dele.
Quando deu meio dia,convenci o Matheus a me levar até em casa e ao chegarmos lá,fui direto pra minha cama.Toda a minha família passou por lá,querendo saber como eu tava,e o Matheus acabou dizendo,que eu tinha chegado a casa dele,passando mal,o que deixou todos preocupados.
-Você não devia ter contado pra eles.-Reclamei,quando minha irmã e minha mãe sairam pra fazer alguma coisa pra eu comer.
-Eu tinha que dizer alguma coisa,preferi dizer a verdade.-Ele disse sério.
Alana logo voltou com uma tigela de sopa,e Matheus disse que me daria.Ela entregou a tigela nas mãos dele,e logo saiu.
-Eu não quero.-Disse sem olhar pra ele.
-Claro,que quer...abre a boquinha.-Ele pediu com um sorriso.
Recusei,mas ele insistiu,então acabei aceitando até a terceira colher.
-Se insistir,vou vomitar.-Disse sentindo meu estômago revirar.
Matheus respirou fundo e saiu,mas logo voltou,sem a tigela.Ele deitou do meu lado,e eu me aninhei sobre seu peito,enquanto ele fazia carinho na minha cabeça.A gente ficou assim,até que ouvimos vozes no corredor e ele voltou a se sentar na beira da cama.
Henrique entrou de repente,todo molhado dos pés à cabeça,e tremia de frio.Matheus apertou a minha mão e disse que ia em casa,mas voltava logo.Concordei,e ele sorriu e saiu logo em seguida.
-O que aconteceu com você?-perguntei,enquanto o observava.
-Fui dar um mergulho com um amigo,mas tava sem cueca,e tive que cair na água de calça.-Henrique respondeu,com a voz tremida.
Ele pegou uma toalha e roupas,e logo saiu.Eu me levantei e tirei a calça,vestindo um calção logo em seguida,e me deitei na cama,me enrolando.Meus pensamentos voltarám pra ele,e senti meu peito se apertar,caindo em lágrimas novamente.
Os dias se passaram,e a cada dia eu ficava pior.Minha mãe e o Pedro,faziam de tudo pra que eu melhorasse,mas a dor que eu sentia era profunda demais,pra que um remédio curasse.Matheus praticamente não saia do meu lado,e ficava deitado comigo quando não tinha ninguém.O que tinha se tornado um alívio,pois quando tava do lado dele,a dor era menor.
Hoje era o sexto dia,uma hora da manhã e eu acordei,tinha tido um pesadelo,aonde via seus dois homens rindo de mim,enquanto seus olhos verdes faiscavam.Me mantive imóvel na cama,e as lágrimas escorreram pelo meu rosto.Sentia falta do abraço do Matheus,dos carinhos e do sorriso.Ele era um alívio,pra a ferida que havia dentro de mim,e ainda sangrava.
Uma música tocou,e logo parou.Mas recomeçou várias vezes,até que vi Henrique resmungar e se sentar no chão.Ele se levantou e saiu pela porta,me deixando sozinho.Desde o dia que ele havia chegado todo molhado,ele só tinha saído de casa para visitar a mãe,que parecia estar bem melhor.E isso me incomodava,porque com ele ali,o Matheus não podia ficar tanto tempo comigo.
Ouvi a porta abrir e me mantive quieto,ele fez um barulho enorme e percebi que se vestia.
-Essa é boa,virei babá de marmanjo.-Ele reclamou irritado.
Ele fez mais alguns barulhos e saiu,fechando a porta devagar.Pra onde o Henrique ia aquela hora da manhã?E o que ele queria dizer com aquilo?
Vi a mala dele aberta em cima da cômoda,e me levantando,fui até ela,a abrindo.Dentro,havia as roupas dele e uma caixa preta.Curioso,peguei a caixa e a abri,dentro tinha vários objetos e o que parecia ser uma foto,que peguei.
Acendi a luz do quarto,e meu coração pulou dentro do peito.A foto era de um homem que eu conhecia bem,era o D,só que mais novo.Virei o verso,e vi que estava escrito um nome:
Vitor Ferrier
Então esse era o nome verdadeiro dele.Voltei a olhar pra o homem na foto,e senti:odio e saudade ao mesmo tempo.Sem me importar,voltei com a foto para a cama e recomecei a chorar,me sentindo pior do que tinha estado até ali.
Há vários dias,eu mal comia e mal dormir,só revivendo aquela dor e sendo perturbado pelas constantes lembranças.So consegui um minuto de paz,quando o Matheus estava comigo.
Eu não podia continuar vivendo daquele jeito,não podia.
Continua....
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Olá,boa noite pessoal!
Edu19>Edu15,o D se chama Vitor,mas não sei o dizer se o D é o D kkkkkkkk
Chria vixe,acho que você desceria a porrada no D/Vitor.
Martines o Felipe descobriu que ele mentiu,mas analisando bem,o Felipe não sabe absolutamente nada sobre o homem que era o D,nem mesmo o nome,que ele só descobriu agora.A ligação entre o Henrique e o Tutor,no caso,o Vitor,ela vai ser revelada em alguns capítulos,mas os dois têm uma história dolorosa e bastante triste.Ja a Paty,ela não seria falsa.Mas ela é obediente ao tutor dela,e acaba que não tem coragem pra questionar o que ele faz.
VALTERSÓ o Felipe,ficou muito abalado com o que descobriu,é normal a forma como ele reagiu.
Nick Yale obrigado e bem vindo kkkk,esse conto ainda vai ter muitas reviravoltas.
magus Felipe correu pra o que era um porto seguro pra ele.
Greader tá todo mundo sofrendo,até o D/Vitor.kkkkkk
Ru/Ruanito é uma bela confusão.
Bem,obrigado pelas notas pessoal.Espero que gostem desse capítulo.
Até a próxima pessoal!