Marcos e Alana estavam de tal forma apaixonados um pelo outro e envolvidos no momento que estavam vivendo, que haviam esquecido por completo da existência de Bianca...
Mas era a morena quente que estava ali, sorridente, trazendo de volta um passado que desejavam esquecer.
Bianca se aproximou.
- Puxa, mas é assim que vocês me recebem ? Até parece que viram um fantasma ! disse ela.
- Oi, Bianca, foi tudo o que Alana conseguiu dizer.
Marcos se ergueu da mesa.
- Como você conseguiu chegar aqui ? Não lembro de ter lhe passado o endereço...
Bianca sentou numa cadeira muito à vontade, jogando os cabelos para trás e cruzando as grossas coxas, deixando à mostra o fundo da calcinha.
Como é vulgar, pensou Marcos.
- Aquele seu colega da facul, o Nando, ela respondeu, Ele me explicou como chegar aqui...
O Nando me paga, continuou Marcos em seus pensamentos.
Alana permanecia sentada de olhos baixos, quase não podendo disfarçar sua contrariedade com a presença da outra.
- Bem, a gente não esperava que você viesse, disse Marcos.
Bianca se abanava com uma revista dobrada.
- Puta merda, que calor... Nossa, mas você mora onde o Judas perdeu as botas, cara... Isso aqui deve ser um cemitério, nada pra fazer...
Alana e Marcos trocaram um olhar angustiado e perplexo. Sheila, mãe de Marcos, entrou na sala com seu habitual sorriso.
- Vocês não me avisaram que a sua colega também viria! Bianca, seja muito bem-vinda, a casa é sua , você pode ficar no quarto com a Alana. Se você quiser tomar um banho, eu lhe mostro o banheiro...
Bianca se levantou e saiu rebolando atrás da dona da casa, a mochila nas costas.
- Obrigada, tia, um banho é tudo que eu preciso agora... - ela piscou o olho para Marcos e Alana. - Já volto !
Assim que os dois ficaram sozinhos Marcos olhou para Alana, que estava branca como um papel .
- Marcos, eu não vou ficar com ela no quarto !
- Calma, meu amor, você fica comigo no meu quarto... - Marcos fez Alana sentar no seu colo e a abraçou forte, sentindo o corpinho de menina tremer junto ao seu. Alana se agarrava ao seu pescoço com uma espécie de desespero.
- O que ela veio fazer aqui ? O que ela quer, Marcos ?
- Alana, ela mora com a gente lá na capital... Ela não sabe o que está acontecendo. Mas a gente vai conversar com ela, vai explicar tudo... Ah, se eu pego o Nando...
- Sabe, Marcos ? Se eu pudesse eu não voltava para a capital nem para a faculdade... Se eu pudesse eu ficava aqui para sempre. Sei que estou dizendo besteira... Mas era isso que eu queria.
Marcos contemplou aquele rosto pálido e angustiado, igual ao de uma criança assustada. Mais do que nunca Alana parecia uma boneca japonesa de porcelana.
- Talvez não seja besteira, meu amor... Estou pensando umas coisas... Confie em mim.
Alana deu um triste sorriso.
- Eu só confio em você, meu amor...
Bianca era de natureza muito alegre e expansiva, e pouco depois estava tomando café e conversando alegremente com a mãe e as irmãs de Marcos.
Ele estava com os cabelos molhados e usava uma blusinha colada que marcava descaradamente seus mamilos, e um short jeans enterrado na bunda. Marcos pensou que ela era um péssimo exemplo para suas irmãs.
Depois de comer, Bianca se aproximou deles sorrindo.
- Suas irmãs me disseram que tem uma cachoeira aqui, disse ela, Queria ir lá, Marcos...
- Depois, respondeu Marcos com frieza. - Vem , Alana, falou segurando a mão da japinha, e os dois passaram o resto da manhã trancados no quarto dele.
Bianca estava intrigada...
Aqueles não pareciam seus parceiros de safadeza.
O pai de Marcos era diretor de uma escola no centro da cidade e vinha almoçar em casa. Assim que Marcos viu seu carro se aproximando, desceu as escadas e foi ao encontro dele.
- Pai, preciso falar com você...
- Claro, filho, vamos para o meu escritório.
Assim que chegaram lá, Marcos foi direto ao ponto.
- Pai, o prefeito é muito seu amigo, não ?
- Sim, somos amigos de infância...
- Você acha que ele me conseguiria um emprego na prefeitura ? Pode ser coisa simples, mas preciso arrumar um emprego...
Fernando, pai de Marcos, franziu a testa.
- Como assim, filho ? Você está fazendo faculdade na capital...
- Quero trancar a facul. Mais tarde eu continuo . Agora eu quero ficar aqui e trabalhar.
- Mas, por que isso agora, Marcos ? Fazer Veterinária sempre foi seu sonho...
- Porque eu quero me casar com a Alana !