Solar - 23

Um conto erótico de Thonny
Categoria: Homossexual
Contém 1772 palavras
Data: 24/11/2016 17:58:41
Última revisão: 24/11/2016 18:04:50

[Ítalo narrando]

- Então foi ele, Felipe!? Ele foi o responsável pelo atropelamento do Lucas? Vou acabar com sua vida, desgraçado! – falei indo para cima do meu pai.

Nessa hora, o delegado Felipe e um dos policiais me seguraram. Meu pai tentou correr, mas logo foi contido pelos outros dois policiais que o algemaram.

- Eu quero que você mofe na cadeia! Se antes eu já te odiava, hoje eu te detesto ainda mais! – acertei um soco e cuspi na cara do meu pai.

Meu pai nada falou, apenas sustentou um sorriso de alegria. Ele devia estar dando por certa a morte do Lucas.

Felipe ainda estava me segurando.

- Você não devia ter feito isso, Ítalo. Foi imprudente da sua parte. Ainda que ele tenha feito mal ao Lucas, agredi-lo não resolve nada. E pode complicar você. Afinal de contas, ele pode processá-lo por agressão.

- "Agressão"!? Ele destruiu a minha vida durante anos, ferrou com o Lucas, e a justiça ainda pode estar do lado dele? Esse mundo está perdido! - falei soltando-me de Felipe e arrumando minha camisa.

- E, quanto a você, mocinha - olhou para a Íris -, pode ser processada por ser cúmplice.

- Eu não sabia nada dessa história, delegado. O Humberto não me disse nada.

- Não precisa ficar assustada, eu só fiz um alerta. O curso das investigações vai esclarecer tudo.

O delegado Felipe deu as costas, mas, logo em seguida, voltou em minha direção e falou:

- Outra hora a gente se vê, Ítalo. Eu sinto muito que tudo isso esteja acontecendo, mas lhe garanto que a justiça será feita. - deu um sorriso que me passou tranquilidade.

Eu nada falei, apenas retribui o sorriso e apertei a mão dele que foi embora. Mais tarde talvez eu fosse vê-lo.

- Agora que essa ceninha ridícula já chegou ao fim, eu posso tomar meu café da manhã em paz? - perguntou o Álvaro, irônico, enquanto se sentava a mesa.

- Por mim que você morra engasgado com esse croissant! Íris, a gente pode trocar duas palavrinhas?

- Se você for rápido, meu amor. Tenho algo para falar com o Álvaro.

- Vai com esse Mané da Kodak logo!

- Quer mesmo brigar, não é?

- Ítalo, por favor, sem escândalos aqui.

- Sem mais escândalos, minha querida. Ou você acha que esse papelão não foi suficiente?

- Vamos antes que eu perca a paciência.

A Íris lançou um olhar de reprovação para o Álvaro enquanto me puxava para o seu quarto.

Subimos até o terceiro andar onde ficava o quarto da Íris. Lembro-me até hoje da suíte 32.

Entramos no quarto e ela foi logo dizendo:

- Eu sabia de tudo, Ítalo. Eu sabia que seu pai tinha atropelado o Lucas. Eu fiquei muito preocupada com o que poderia acontecer com ele. Ele foi muito burro.

- Quer dizer que você estava preocupada com ele? Em nenhum momento vocês pensaram no Luquinhas? Ele é o amor da minha vida e está correndo o risco de morrer por causa da maldade de vocês! – falei batendo na parede.

- Ele te roubou de mim? O que queria que eu fizesse? Aplaudisse e aceitasse o relacionamento de vocês? Você foi e é meu primeiro amor. Eu perdi minha virgindade com você, me entreguei como se você fosse ser eternamente meu. Eu fiquei surpresa e decepcionada como mulher e sua namorada. – ela sentou na cama.

- Ninguém é de ninguém, Íris. Eu nunca quis que você ou qualquer outra pessoa aceitasse o meu relacionamento, mas eu sempre quis respeito. E tem mais: nós já estávamos separados quando vim para Solar. Se eu seguisse a sua lógica, deveria estar até hoje com quem transei pela primeira vez. Faça-me rir, Íris.

- Você vai me odiar mais por causa disso, né?

- Não tenho que te odiar, porque eu odeio o meu pai. Ele quem atropelou o Lucas. Segue meu conselho: vai embora de Solar, encontra alguém que te ame de verdade. Vai ser feliz, íris.

- Tenho que ligar para o advogado do seu pai. Ele não pode ficar sozinho nesse lugarzinho fétido. Acho que vamos ficar juntos.

- Você e o meu pai? Não me espantam em nada. Essa parceria, sim, é doentia. Boa sorte para os dois. Faz um favor: some da minha vida. Adeus.

- Ingrato! Tanto que o seu pai fez por você... Eu espero que o Lucas morra e vá de uma vez por todas sambar de salto quinze com o capeta. Foi essa a frase que seu pai falou após atropelá-lo. – falou ela, levantando-se e vindo em minha direção.

- O que ele fez por mim? Transformou minha vida num inferno? Sou ingrato mesmo! Só não te dou umas tapas por você ser mulher. Já que usou como exemplo uma frase do meu pai, farei com você o que fiz com ele: isso. – cuspi na cara dela. – Adeus.

Saí do quarto da Íris ao som de gritos, ameaças, pragas e mais um monte de coisas de uma pessoa mimada e que não aceita ser contrariada e não conseguir o que quer.

Cheguei à recepção do hotel e ao passar por ela, através do vidro, vi o Bruno chegando à mesa do Álvaro cheio de malas.

Desisti até de tomar café. “É muita gente ruim num lugar só, meu Deus”, pensei.

Voltei para a pousada. Lá tomaria café com pessoas de bem.

[Bruno narrando]

- O que você faz aqui, há essa hora? – perguntou-me o Álvaro.

- Vim ficar com você. Vou para São Paulo contigo. – sentei-me a mesa.

- Bruno, eu acho que você está confundindo as coisas. Cara, eu não posso te levar comigo. Pirou o cabeção? – cruzou os braços e olhou-me sério.

- São não posso continuar aqui nessa cidade. Álvaro, lá eu me viro, arrumo um emprego de qualquer coisa. Eu posso até fazer programas, te dou parte da grana, mas não me deixa aqui.

- Tenho medo que o Otávio descubra e pare de me ajudar na empreitada de ascensão à família Villar. Você sabe que tem muito dinheiro envolvido na parada, e o Otávio é louco por mim, não vai aceitar outro em seu caminho.

- Já te falei, Álvaro, eu dou um jeito de me virar. A minha única opção, agora, é sair daqui. Vou só negociar a questão da minha carteira profissional. É o tempo que preciso.

- Tudo bem, vou te ajudar, já que você sempre se arriscou por mim. Só fica esperto para que ninguém descubra que você vai comigo.

- Vou fazer tomar cuidado. Quando você vai?

- Ainda não sei. Pede alguma coisa para você comer. Deve estar com fome, não é? Vou pedir para levarem suas malas para o meu quarto.

- Ninguém vai desconfiar da gente?

- A suíte é dupla. Pedi dupla porque achei que o velho ficaria comigo. Acabou que ele quis ficar com o netinho e o filho pródigo.

- Então, tudo bem. Obrigado, meu amigo.

- Somos mais que isso agora. – colocou sua mão sobre a minha.

[Ítalo narrando]

- Que cara é essa, irmão? – Tiago me perguntou quando cheguei.

- Vi o Bruno com o Álvaro, meu pai foi preso, quer mais?

- Filho de uma mãe! O Bruno é uma grande traíra, sempre se fazendo de amigo de todo mundo, de bom moço, mas, no fundo, era um grande traidor. Não duvido nada que o roubo do passado tenha o dedo dele. Preso pelo o quê?

- Bem provável que tenha o dedo do Bruno. Meu pai atropelou o Lucas. Espero que ele crie bicho na cadeia. Depois te explico melhor. Vou tomar café. Estou com uma fome. Depois a gente fala mais sobre isso. Alguma novidade do Lucas, ou por aqui?

- Que maldade, cara! Depois eu quero saber de tudo. Nenhuma até agora.

- Meu celular descarregou. Estou sem comunicação.

- Deixa ele comigo que conecto no meu carregador. Fica tranquilo.

- Me ajuda muito.

Tomei um belo café da manhã e resolvi caminhar pela areia da praia. Ver o mar, os turistas, tudo isso me fez lembrar o Lucas. Há pouco tempo eu o estava fotografando pelado na prainha deserta. Quem diria que o cara que eu roubei um beijo no quarto da pousada, se tornaria o meu namorado e a pessoa mais importante para mim.

As lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto. O Lucas tão bom, tão gentil, com um coração enorme, passando por tudo de ruim. Que barra nós estávamos passando! Minha esperança era na recuperação dele e na nova chance de vivermos nosso amor.

Lembrei-me da nossa primeira vez, de como cuidei dele quando quase foi atropelado, da nossa tarde na Ilha dos Contrastes, de quando a Íris nos pegou rolando na areia aos beijos... Eu só conseguia chorar. Chorar um choro entalado e preso na minha garganta.

Recompus-me e fui ao hospital visitar a Clara.

[Clara narrando]

- Clara, tem visita para você. – falou uma enfermeira.

- Quem veio me visitar? – perguntei ajeitando-me na cama.

- Eu! – falou Felipe entrando com um buquê de flores.

- Vou deixá-los à vontade.

A enfermeira sai e nos deixa sozinhos.

- Que honra receber sua visita logo cedo.

- Não é para tanto. Vim te dar uma notícia e saber como você está.

- Estou bem. Qual notícia?

- Antes deixa eu te dar isso. – entregou-me o buquê.

- São lindas! Não precisava trazer nada. Você é muito gentil. – cheirei as flores.

- Fiquei com um medo danado que você tivesse alergia. Ainda bem que estamos no hospital.

- Senta, fica a vontade.

- Obrigado. Estou feliz que tenha gostado.

Felipe senta na cama.

-Então, qual a notícia que você veio me dar?

- Eu descobri quem atropelou seu amigo.

Coloquei as flores no criado-mudo e sentei melhor na cama.

- Quem, Felipe?

- O pai do ítalo, Humberto Allende. Ele ainda não prestou depoimento porque aguarda o seu advogado, mas consegui as imagens de duas câmeras de segurança e dos mecânicos que estavam fazendo o reparo no carro dele.

- Canalha! Desgraçado! – bati na cama e ela cedeu um pouco o encosto.

- Deixa que eu te ajudo.

Felipe levantou-se e foi mexer na alavanca que suspende o encosto. Como a alavanca estava dura, ao empregar força, acabou escorregando e ficamos com os nossos rostos colados. O beijo foi inevitável.

[Ítalo narrando]

Ao entrar no quarto, vejo o delegado e a Clarinha se beijando.

- Atrapalho? - perguntei olhando através da porta entreaberta.

Eles me olharam assustados.

Continua...

Olá, meus amores. Precisei fazer um capítulo na pressa. Não tive tempo de postar antes. Peço desculpas pelos possíveis erros e pelo tamanho do conto. Faço maior da próxima vez. Prometo.

Obrigado, Cintia, Catita, Magus, Red, por sempre comentarem e votarem no conto. Os demais que não comentam, mas que leem, meu muito obrigado. Amo todos vocês.

Esse final de semana eu prometo voltar. Minhas férias estão chegando e nos veremos mais vezes por aqui. Beijos a todos.

Gostaram do casal ClaLipe? Posso continuar?

Meu e-mail: thonny_noroes@hotmail.com

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Thonny Norões a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

lol gostei do casal clalipe tomara que de certo pq a clara merece alguem bom e o delegado parece ser boa pessoa volta logo kkkkkk

0 0
Foto de perfil genérica

Confuso aqui? Achei que Felipe era gay! acho super fofo uma relação clalipe seria bom alguém confiável, se ele for. quero saber se Lucas vai acordar logo?! e dez

0 0
Foto de perfil genérica

Bem feito para essa dupla de FDPs, espero que paguem por tudo o que fizeram e adorei o Felipe se interessar pela Clara 😍😁✊ !!!! Continua logo!!! 👏👏👏👏💘💓🙌😘

0 0