A história impossível de nós dois. (Capítulo 5)

Um conto erótico de Pudim
Categoria: Homossexual
Contém 1507 palavras
Data: 28/12/2016 22:27:59

Continuando...

Mesmo não demonstrando,a verdade é que eu estava com medo de não conseguir sair daquele lugar.Eu sabia que o André tinha bolado aquela história,pra amenizar minha barra,e eu também sabia que qualquer coisa que dissesse ali,tornaria minha situação pior ainda.Mais o homem sentado ao meu lado,tinha falado em me ajudar.E se esse fosse só um jeito de eles arrancarem uma confissão de culpa?

Decidi pagar pra ver,e após respirar fundo,contei sobre minha mãe e da raiva que sentia por não ter nada,do cansaço por não conseguir ver quando tudo ia mudar.E então contei da noite de ontem,de como eu queria o dinheiro e como topei me meter nessa,de como vinhemos até a cidade e como fomos pegos.Ele escutou tudo em silêncio,e se manteve calado depois que eu terminei.

-Todo marginal usa a desculpa de pobreza,só que isso não é motivo pra que alguém tome o caminho errado.Pobreza não justifica o que você e outros fizeram...Se queria me causar pena,acabou de fazer com que eu sinta mais nojo de você. -Ele disse por fim,enquanto se levantava e caminhava até o fundo da sala,aonde ficou de costas para mim.

-Eu não preciso que ninguém sinta pena de mim,muito menos um metido como você.-Disse sem acreditar no que ouvi,sentindo a raiva me dominar.

Ele se virou rapidamente,sua cicatriz parecendo maior e mais feia do que já era,seus olhos me encarando com frieza.Me levantei com dificuldade,e o encarei com a mesma intensidade.

-E eu não quero sua ajuda.Não quero nada que venha de alguém que se acha melhor do que eu,só porque tem uma merda de diploma.-Disse por fim,explodindo pra fora toda a raiva que estava sentindo.

Sem dar tempo para que ele dissese mais alguma coisa,me virei e fui em direção a porta,aonde bati e um policial abriu,me puxando pra fora e me levando pelo corredor.Quando chegamos em frente a cela,ele bateu com a mão para que todo mundo se afastasse e abriu,me empurrando pra dentro.Me virei e ele tirou as algemas,saindo logo em seguida.Esfreguei os pulsos e fui até o banheiro,onde lavei o rosto e bebi água em desespero,tamanha era a minha sede.

-Cara tu tá afim de um banho?Se tive pega uma das minhas toalhas?-Um moreno disse aparecendo na porta do banheiro com uma nas mãos.

-Valeu!-respondi enquanto ela e um pequeno estojo.

Tirei a camisa e a calça,e entrei debaixo do chuveiro.A água fria ao tocar minha pele,despertou em mim a sensação de alívio,mais não diminuiu o peso que sentia na cabeça.Abri o estojo e me ensaboei lentamente,depois voltei ao chuveiro e deixei a água escorrer mais um pouco.

Desliguei,e quando fui pegar a toalha pra me enxugar,senti o mundo girar.Coloquei as mãos na parede e tentei me manter de pé,mais me sentia fraco e mole.

Esperei,até que melhorou um pouco,e então peguei a toalha,me enxugando devagar.Vesti a calça e sai,entregando ao dono,a toalha e o estojo.Um frio subiu pelo meu corpo,e eu me tremi todo.

Devagar,caminhei até onde o André estava e me sentei ao lado dele.Um careca me ofereceu uma maçã,que aceitei e chamou o André pra jogar cartas.Ele me deu um olhar sério e eu fiquei ali,mordendo a maçã sem vontade,pois sentia meu estômago embrulhado.

O frio aumentou bastante,e eu larguei o resto da maçã a um canto.Me encolhi e abracei minhas pernas.Depois de algum tempo,já me tremia mais que vara verde,sentindo uma vontade enorme de vomitar.

-Tá tudo ok ai muleque?-O careca perguntou enquanto vinha na minha direção.

-Tá!-respondi baixinho.

Ele se abaixou e colocou a mão na minha testa,fazendo um sinal para o André e outro rapaz,que se aproximaram.

-Teu parceiro não tá nada bem.-O careca disse com a mão ainda na minha testa.

-O que rolou?-André perguntou assustado.

-Tá queimando de febre.-Ele respondeu preocupado.

O nó no meu estômago passou a garganta,e antes que eles conseguissem se afastar direito,vomitei.O mal estar pareceu dobrar de tamanho,e eu encostei na parede.

O Careca mandou que chamassem os policiais e sem ligar pra o resto do pessoal,me pegou no colo e levou até um colchão,onde me deitou.Jogaram um lençol sobre mim,mais não adiantou,o frio era insuportável.

Ouvi todos conversando,e fechei os olhos.De repente tudo se transformou em apenas um redemoinho de imagens e sons,sem que eu conseguisse me focar em nada.As imagens passavam na minha mente rapidamente,uma a uma,unindo lembranças do passado a lembranças do presente,formando as coisas mais loucas.

Então,em meio a essa confusão na minha cabeça,eu vi um homem branco com asas enormes.Seus cabelos loiros escuros eram levados pelo vento,e seus olhos azuis escuros pareciam duas pedras preciosas.Ele sorriu e estendeu a mão para mim,tentei alcançar,mais parecia que eu estava preso.

Chamei por ele,e implorei que me ajudasse.Ele recolheu a mão e saiu voando,me deixando ali sozinho.Gritei pra ele que voltasse e ficasse comigo,mas ele sumiu no céu.

E aí tudo ficou escuro,e eu apaguei de vez.

Quando voltei a mim,demorei a abrir os olhos,pois havia uma luz forte.Demorou,mais me acostumei,e então percebi que estava em um quarto azul claro,com um balcão branco,uma cama onde estava deitado,e um negócio próximo a cama que tinha um saco pendurado que era ligado à mim por um tubo fino.Eu estava no hospital,e a última coisa que lembrava era de estar na cela comendo uma maçã.

A porta se abriu,e um homem loiro com uma enorme cicatriz no rosto,entrou.Ao ver ele ali,me lembrei da pequena conversa que tivemos,e a raiva queimou dentro de mim.O que foi bom,pois fez passar parte da moleza que estava sentindo.

-Finalmente,você acordou.-Ele disse enquanto se aproximava.

-Se veio aqui por pena,pode ir embora.Não preciso dela e nem de você.-Disse agressivo,me virando pra não ter que olhar a cara feia dele.

-Deveria me agradecer de joelhos,por estar vivo ainda.-Ele disse no mesmo tom que eu usei.

-Como é?-perguntei surpreso,me mantendo de costas pra ele.

-Os policiais te levaram para o hospital público,e te deixaram lá numa cama no corredor.O hospital está sem remédios e nem médico...Se eu não estivesse lá naquele momento,agora você estaria a caminho do cemitério.-Ele explicou sem paciência.

-Bandido bom é bandido morto,não é?...Porque me ajudou?-rebati,ainda muito irritado.

-Porque você me pediu ajuda!-Ele respondeu se aproximando mais.

-Como é?-perguntei mais uma vez surpreso.

-Quando passei pelo corredor,você estendeu a mão pra mim e me pediu ajuda...Eu não sou tão desumano quanto imaginou,então te trouxe pra cá.-Ele respondeu a beira da minha cama.

-Você é médico?-perguntei.

-Não...Eu sou advogado!-Ele respondeu.

Fiquei em silêncio,imaginando a cena que tinha feito,sentindo a vergonha queimar por dentro.E então me virei,ele me encarou com frieza,apoiado na grade da cama.Em um ato inesperado,coloquei a mão em cima das dele,e nossos olhos se encontraram.E então um sorriso travado brincou em seus lábios,e eu bobo,também sorri.

-Obrigado...muito obrigado.-Disse baixinho,acariciando as mãos quentes dele.

A porta se abriu novamente,e o homem de cabelos escuros e óculos,entrou.Ele olhou surpreso de mim para ele,e então seu olhar caiu sobre as nossas mãos que se afastaram rapidamente.Seu rosto se fechou,e as mãos dele apertaram com força os papéis que trazia.Seus olhos queimavam de tanto ódio,e ele parecia prestes a atacar.

-Desculpe,vou dar mais privacidade a vocês dois,Eduardo.-Ele após alguns minutos em silêncio,saindo pela porta,batendo com força.

-Eu fiz algo errado?-perguntei preocupado,encarando a porta.

-Não,Lúcio...É só o Diego e seus ataques diários.-Eduardo respondeu com a voz cansada,saindo rapidamente pela porta.

Não sabia o que havia acontecido ali,muito menos o que significava aquela cena.Mais pelo menos sabia o nome deles e isso já era um caminho.

Continua...

¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤

Olá boa noite!

Atheno tire suas próprias conclusões kkkkk O cara da cicatriz que é advogado,ele é branco de cabelos loiros escuros,tem 1,89 de altura e é musculoso,seus olhos são azuis escuros e seu rosto tem uma cicatriz que grossa que sai da testa no canto direito e vai até a bochecha no lado esquerdo.

Ru /Ruanito dá língua é um gesto feio,kkkkkkkkkkkk.

Morennaa,ValterSo e Martines muito obrigado e espero que gostem do capitulo de hoje.

Até amanhã.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 3 estrelas.
Incentive Pudim a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

"As vezes as pessoas se apaixonam só pelo toque de sua mão."

0 0
Foto de perfil genérica

Gostando muito! A vantagem de começar a ler um conto já evoluído é que posso ler tudo de uma vez! Kkkk

0 0
Foto de perfil genérica

Amei o capítulo..Sera q teremos um triângulo??

0 0
Foto de perfil genérica

Diego tem um caso com Eduardo, e não vai muito bem esse rolo deles. só falta o advogado ser peludo kkk

0 0
Foto de perfil genérica

MUITO ENGRAÇADO, VC FAZ AS BURRADAS NA VIDA E AINDA NÃO QUER SER REPREENDIDO. RSSSSSSSSSSSSSSS FAZ-ME RIR. REALMENTE DEVERIA MAIS É AGRADECER O EDUARDO MESMO. ACHO QUE DIEGO E EDUARDO TÊM UM CASO E VC ESTÁ ENTRANDO NA PARADA PRA ATRAPALHAR ISSO. VAI SENTIR A IRA DE DIEGO.

0 0
Foto de perfil genérica

Esse capítulo foi demais, gostei muito da alucinação com o anjo e a surpresa ao descobrir quem era... E por fim pintou um clima entre os dois kkk

0 0