...CONTINUANDO
Ao olhar para frente me deparei com ele, estava mais lindo que na noite anterior.
- Bom Dia! – Falou ele com um sorriso de canto a canto do rosto.
- O que você está fazendo aqui? Como entrou? – Perguntei nervoso descendo os últimos degraus da escada.
- Vocês se conhecem? – Indagou Esmeralda adentrando a sala.
- Não! – Falei.
- Sim! – Falou ele ao mesmo tempo em que falei.
- Afinal? Vocês se conhecem ou não? – Indagou Esmeralda.
- Bom... Só o conheço de vista. – Falei.
- Hum... Sei... Miguel esse é o Bernardo.
- Bernardo? – Indaguei olhando para ele.
- Bernardo Costa! – Respondeu.
- Ele é nosso novo vizinho e veio me perguntar se tinha uma caixa com ferramentas.
- É que a minha foi furtada durante a mudança e eu preciso instalar umas prateleiras e não tenho nem uma chave de fenda. – Falou ele me olhando.
- Filho você sabe onde seu pai guarda as ferramentas dele?
- Sei, sim! – Respondi.
- Pegue e empreste ao Bernardo! Eu vou pegar a minha bolsa.
Esmeralda foi subindo as escadas.
- Por favor, me acompanhe! – Falei enquanto ele me acompanhava.
Papai sempre guarda suas ferramentas na área de serviço. Peguei a maleta e entreguei a ele.
- Aqui está! Acho que tem tudo de que precisas. Faz um favor... Vê se não perde nada. Meu Pai morre de ciúmes das coisas dele.
- Não se preocupe! Eu sempre costumo cuidar bem das coisas e principalmente das pessoas. Principalmente aquelas a qual me apaixono.
Ele passou a mão em minha cintura e eu senti meu corpo todo arrepiar.
- Anda Filho! Se não vamos chegar atrasados. – Ecoou a voz da minha mãe.
- Melhor você ir! E obrigado pela noite de ontem.
Antes que eu pudesse falar algo, ele segurou meu rosto e me deu um beijo. Foram apenas cinco segundos de um beijo caloroso. Ele se desvencilhou de mim.
- Melhor nós irmos. Se não sua mãe vai gritar de novo.
Ele saiu caminhando na frente e eu o seguindo logo atrás. Fechei a porta da sala e me dirigi até o carro. Entrei e olhei pela janela para em sua direção. Até aquele momento eu não acreditava que tinha me entregado de corpo e alma pra um desconhecido. Eu pensei que fosse um sonho, um pesadelo, mas não. Aquilo tudo era real.
- Se precisar de alguma ajuda o Miguel estará livre no período da tarde. – Falou Esmeralda.
Nesse momento olhei para ela, pois no presente momento eu queria esquecer tudo o que aconteceu.
- Mãe! – Falei a repreendendo.
- Pode deixar Dona Esmeralda, se precisar eu o chamarei. Tenho certeza de que ele será bastante solicito. – Falou e abriu um lindo sorriso.
- Vamos embora se não eu perco o primeiro Horário. – Falei.
Minha mãe ligou o carro e saiu catando pneu. Quanto mais nos distanciávamos mais meu coração ficava aliviado.
- Filho... Eu e o seu pai vamos viajar. – Falou Esmeralda prestando atenção no trânsito.
- Por acaso é mais uma Lua de Mel? – Indaguei.
- Sim! – Respondeu enfática.
- Qual o destino da Viagem? Vocês não estão querendo me levar junto não né?
- Dessa vez não! Você vai ter que ficar. Afinal, você já tem 17 anos, está quase um homem e sabe se virar bem sozinho.
- Nisso terei de concordar com a senhora.
Nesse momento sinto meu celular vibrar, ao pegá-lo vejo que é uma mensagem de um número desconhecido.
“Não consigo parar de pensar em você.”
Como será que ele conseguiu o meu número? – Pensei.
Minha mãe estacionou o carro, me deu um beijo na testa e logo eu desci do carro.
- Tenha um bom dia filho!
- A senhora também! – Falei enquanto ia adentrando a escola.
Para minha alegria faltavam apenas duas semanas para o fim do ano letivo. E eu como sempre já estava aprovado na maioria das disciplinas. Já que eu não era bom em fazer amizades, ao menos eu era bom nos estudos.
Entrei na sala e me dirigi a minha carteira. Nesse momento sinto meu celular novamente vibrar. Ao pegá-lo vejo que é mais uma mensagem.
“Estou com saudades dos seus beijos.”
Travei o celular e guardei no bolso, pois o professor de Geografia adentrou a sala de aula.
- Bom Dia Turma! Bom... Eu preciso fazer umas atividades de recuperação com vocês. O que eu chamar pode se retirar da sala de aula, pois esses já atingiram a média e já estão aprovados.
Para minha alegria eu já sabia que estava aprovado nessa disciplina. Esperei o momento de ele me chamar e logo sai da sala. Fui para o pátio da escola e me sentei num banco. Meu celular novamente vibrou. Peguei-o e era mais uma mensagem de texto da criatura.
“Vai me evitar, é... Eu se fosse você não faria isso.”
Eu tinha duas opções. Evitá-lo e ver o que acontecia, ou respondê-lo. Optei por respondê-lo.
“Deverias saber que estou em aula e o uso do celular é proibido.”
Enviei e não demorou mais que dois minutos e uma nova mensagem apareceu na tela do meu celular.
“Quando chegar peço que venhas até a minha casa. Temos muito o que conversar.”
O que diabos ele quer de mim? Isso só pode ser obra do capeta, do satanás. Mas que ele é um homem tentador isso é. Alto, Corpo sarado, Olhos castanhos cor de mel, Barba por fazer, Cheiroso e Beija bem pra caralho. Ai meu Deus que Homem é aquele. Logo sou tirado dos meus pensamentos, pois um menino da minha sala se aproxima.
- E ai Miguel, tudo bom? – Falou ao se aproximar.
O Nome dele é Kelven. Estuda comigo desde a Quinta série.
- Sim! E com você?
- Bem também! Sabe... Eu estava querendo te convidar pra minha festa de aniversário.
- Fico surpreso com o seu convite, mas infelizmente não poderei comparecer.
- Calma! Eu nem disse quando era e onde era. Pra você me dispensar assim. Bem que disseram que você é Antissocial.
- Eu mesmo não! Olha só Kelven, nós estudamos juntos a mais de cinco anos. E só agora você decidiu me convidar para a festa de seu aniversário. Poupe-me! – Falei e me levantei e sai caminhando em direção a quadra poliesportiva.
- Espera! Deixa eu falar... – Falou Kelven me seguindo.
Virei-me e o encarei. Ele estava trêmulo, seus olhos brilhavam.
- O que você quer? – Falei.
Ele me empurrou em direção ao beco e me encurralou na parede.
- Você é um idiota! Deveria apenas ter aceitado o meu convite. Eu tinha preparado uma surpresa pra você.
- Hã? – Foi o único som que consegui emitir.
Ele segurou minha camisa com as duas mãos e me beijou. Logo tratei de me desvencilhar dele e dei uma tapa em sua cara e sai correndo. Para minha alegria o sinal tocou e logo entrei na sala de aula.
- Aconteceu alguma coisa Miguel? – Perguntou Karina.
Karina é uma colega de sala a qual eu tenho uma boa afinidade.
- Nada não Karina! – Falei ao me sentar.
Nesse momento Kelven adentrou a sala de aula e me fuzilou com os olhos.
- Eu só posso ter urinado no santo graal. Eu mereço... – Pensei.
- Você falou algo Miguel? – Indagou Karina.
CONTINUA...
Será que Miguel está se metendo em mais uma roubada? O Que o aguarda? Isso vocês só saberão no próximo capítulo. Meu nome é Bruno Del Vecchio e é nessa que eu vou.