Capítulo 21
- Ponto de vista do Jonathan -
Acordo de uma noite de sono sofrida em minha cama gelada e vazia, a única coisa que me conforta era sentir seu cheiro em seu travesseiro. É com muito pesar que levanto-me e vou ao banheiro. Tomo um banho e ponho meu terno azul-marinho que ele tanto gosta.
- Tomara que ele esteja mais calmo. – Pensei.
O dia anterior havia sido marcado pela nossa primeira grande briga e eu admito que errei. Mas se errei, eu o fiz por amor. Eu nunca havia me apaixonado por ninguém antes e ainda preciso evoluir muito para saber administrar meus sentimentos. Lembro-me do relacionamento conturbado com Michelle, mulher essa com que casei apenas por interesse. As confusões sempre partiam dela já que não me importava nem um pouco com o que ela fazia. Mas com o Greg é diferente, ele tem meu coração e eu me importo com cada lufada de ar de seu corpo. É por esse motivo que decidi ser o melhor para ele, ser o melhor para o meu garoto, pois preciso de seus sorrisos.
Fui de carro à Starbucks na intenção de comprar algo que o Greg gostasse e assim pudermos conversar antes de iniciar a rotina de trabalho. Comprei bolinhos de Mirtilo e pães doces com recheio de doce de leite, como ele não gostava de café também comprei dois chás de laranja.
- Bom dia Sr.Stoch! – Cumprimentou Lucy ao me ver chegar.
- Bom dia Lucy! – Sempre achei essa mulher muito profissional, até mesmo ao me ver perder as estribeiras e gritar o inferno para dos estagiários ela sempre se manteve firme e nunca se deixou abalar pela minha personalidade forte.
Fui à minha sala e levei um susto ao ver o cubículo do Greg vazio. Tudo bem Stoch, não se desespere ele apenas se atrasou. Sentei à minha mesa pondo as sacolas da Starbucks em sua superfície, decidido a esperar por ele.
Assim foi se passando: segundos, minutos, horas e nada do Greg aparecer. Levantei-me e fui a sua mesa novamente. Suas coisas não estavam mais lá. Meu coração começa a palpitar.
- Será que... – Não! Me recuso a pensar na possibilidade. Ele só está chateado, ele vai voltar.
Fui à recepção do prédio onde Lucy se encontrava digitando algo em seu computador.
- Lucy, sabe me informar se o Greg esteve aqui mais cedo? – Pedi com ainda com alguma esperança restando.
- O Sr.Müller esteve aqui mais cedo, senhor. Recolheu suas coisas no escritório e deixou uma carta de demissão à Sra.Deanna.
Então é isso, ele me deixou. Sinto-me destruído por dentro.
- Como assim carta de demissão? E porque ninguém me repassou nada? – Não espero que responda e saiu revoltado em direção à sala de Deanna.
Subo todos os 8 andares até chegar em sua sala.
- Deanna, preciso da carta de demissão do Sr.Müller! – Praticamente grito nervoso.
- Bom dia para você também, Stoch!
- Não tenho tempo para conversinha, me dê logo! – Falo cortando-a.
- Parece que alguém acordou do lado errado da cama hoje. – Respondeu sorrindo. Lembro-me que dormi do lado em que o meu menino costumava dormir. Sinto um aperto em meu peito. – Aqui está. – Disse estendendo o pequeno envelope.
- Obrigado. – Respondo sem jeito. Eu e Deanna sempre tivemos uma relação legal. Apesar de muito mais velha, fizemos faculdade juntos e a chamei para a minha empresa assim que a fundei. Possuía pouco mais de um terço das ações da empresa tornando-a minha sócia além de ser a minha mais antiga amiga.
- Precisa conversar? – Pergunta.
- Não. – Vou em direção à saída.
- Tem a ver com o garoto Müller, certo? Você gosta dele. – Paro de costas para ela com a mão direita envolvendo a maçaneta surpreso com a pergunta.
- Eu...
- Jon, eu sou tua sócia, mas também sou tua amiga. Sente aí e vamos conversar. – Apontou para o par de poltronas em frente a sua mesa.
Hesitei por um momento, mas logo fui até ela e me sentei.
- Sinta-se a vontade para me falar o que está acontecendo. Tenho te notado ultimamente e você tem estado diferente depois que o garoto virou seu assistente. – Que merda será que está tão na cara assim?
- Eu me apaixonei, Deanna. Meu erro foi esse. – Disse-lhe triste.
- Oh querido, isso é óbvio, mas não há nada de errado em se apaixonar.
- Acredite. Se soubesse o que eu disse para ele não estaria falando isso.
- Então me conte, sabe que te considero um filho meu.
Penso por um instante se devo revelar algo tão pessoal, mas acabo lhe contando como forma de desabafo.
Deanna ouve tudo em silêncio. Como uma mulher madura e uma excelente publicitária, aprendeu a ouvir e sinto-me ligeiramente mais calmo com sua atenção.
- Querido, você não deveria ter dito algo assim. Mas está feito, vocês dois se amam, cabe a você agora ter paciência e se reaproximar aos poucos do Greg. Dê um tempo a ele e a você mesmo. Reflita sobre o que você disse e também sobre o que ele disse, saiba ouvi-lo e não decida nada por você mesmo, relacionamento é parceria e sem cumplicidade vocês acabarão se machucando.
- Então eu devo me afastar dele? – Pergunto com raiva. - Eu não posso dar um tempo Deanna, eu preciso dele, eu sinto saudades. – Rebato nervoso saindo da sala e rasgo a carta de demissão.
Não estou com cabeça para trabalho. Vou em direção ao estacionamento do prédio, entro em meu carro e parto sem rumo.
***
Havia deixado meu paletó no carro, tirado a gravata e aberto os dois primeiros botões da minha camisa de linho branco. Sentei à sombra de uma arvore a beira do lago e comecei a discar o numero do meu garoto. A maldita voz que me direcionava para a caixa postal já estava me levando á loucura. Na vigésima sétima ligação eu já sentia vontade de atirar o celular no meio do lago do grande parque em que me encontrava.
- Por favor, meu anjo me atende. – Implorei em silêncio.
Como se atendendo ao meu pedido, na trigésima tentativa uma voz me atende:
- Jonathan, por favor, não torne as coisas mais difíceis.
- Meu anjo, por favor, me perdoa. – Uma lágrima me escorre pelo rosto ao ouvir sua voz.
- Eu perdoo, mas não posso voltar para você, não ainda. – Me agarro em suas palavras como um alpinista se agarra nas pedras.
- Eu sinto sua falta. – Digo e posso ouvir um pequeno soluço de choro do outro lado.
O silêncio toma conta da chamada.
- Tudo bem, eu vou esperar por você. – De repente o conselho da Deanna me vem à mente e por um instante começa a fazer sentido. – Eu te amo, Greg.
- Adeus, Jonathan.
***
Meus olhos estavam inchados e lacrimejavam sempre que me lembrava dele. Eu cheirava, ou melhor, fedia a whisky. Beber era o único jeito de diminuir a dor que sentia. Sempre achei as pessoas que afogavam as mágoas na bebida uns imbecis e que nunca algo tão patético aconteceria comigo. Agora cá estou eu, um bêbado hipócrita.
Que situação de merda.
Dois dias haviam se passado desde que ele se foi, as roupas que havia trago na pequena mala ainda ocupavam meu closet e exalavam seu perfume. Memórias das nossas brincadeiras pelo apartamento povoavam minha mente. Não consegui ir ao trabalho no resto da semana e fiquei em casa ouvindo músicas tristes e enchendo a cara. O meu eu do passado estaria desapontado com minha falta de profissionalismo
- Ponto de Vista do Greg -
- Jonathan, por favor, não torne as coisas mais difíceis. – Falo atendendo ao telefone depois de rejeitar umas trinta chamadas.
- Meu anjo, por favor, me perdoa. – Ele fala com voz de choro. Creio que esteja arrependido, mas não posso voltar para ele ainda, preciso que entenda que não pode interferir assim na minha vida.
- Eu perdoo, mas não posso voltar para você, não ainda. – Minhas próprias palavras me ferem como um punhal.
- Eu sinto sua falta. – Começo a chorar baixinho. Eu o amo e isso só torna tudo mais difícil
Fico em silêncio sem saber o que dizer.
- Tudo bem, eu vou esperar por você. Eu te amo, Greg. – Eu também meu amor, eu também. Quase respondo de volta, mas me seguro e com o coração em frangalhos digo:
- Adeus, Jonathan.
***
Estava com a Lana assistindo a série Arrow cercado de porcarias para comer quando recebo um telefonema. Meu coração bate mais forte ao pensar que poderia ser o Jonathan, mas se acalma ao ver que era o meu pai.
- Oi papai! – Digo com um esboço de um sorriso. Há tempos que não falo com meu pai e fico feliz em ouvir sua voz.
- Oi filhão! O pai está com saudades.
- Eu também pai. Quando que vocês voltam?
- Então filho, era isso que pai queria falar com você. Vamos sair daqui à noite, devemos estar por ai amanhã pela manhã.
- Que ótimo! – Digo feliz.
- E como vai com o MBA? – Pergunta me deixando sem o que falar. Como dizer que me apaixonei pelo meu chefe, começamos a namorar, terminamos e eu me demiti tornando impossível que eu terminasse meu MBA?
- Tem ido bem, pai. – Minto. – E a empresa?
- Ah filho, uma bagunça. Desde que expandimos tenho andado atolado em trabalho e para completar um funcionário perdeu o inventário dos estoques e acabamos tendo que recontar tudo.
- Poxa que chato. E a mamãe?
- Sua mãe deve estar comprando mais sapatos, como sempre. Acho que vamos ter que fretar um avião para o Brasil só para levar os sapatos dela. – Falou fingindo indignação.
Um sorriso se abre em meu rosto. Falar com meus pais sempre me fez sentir melhor. Lembro-me quando eu era pequeno e brigava com os colegas na escola e meu pai me aconselhava a partir para violência apenas em último caso. Certo dia cheguei em casa com uma marca de mordida no braço e ele, revoltado, foi falar com a escola que não se prontificou em resolver a situação. Foi então que ele me levou a uma academia de artes marciais. Um tempo depois o mesmo garoto tentou me agredir e eu quebrei seu braço. Minha mãe, chateada, foi falar com ele.
- Sabia que o seu filho quebrou o braço de um coleguinha hoje na escola? – Falou nervosamente.
- Sério filhão? Você usou a chave de braço? – Perguntou orgulhoso.
- Como é? – Minha mãe ergueu as sobrancelhas.
- Digo, não faça mais isso Gregory! – Falou me dando uma piscadinha.
Sempre pude contar com o meu pai e sempre recebi seu apoio nos momentos difíceis. Sou quem sou hoje por conta dele e da minha mãe, eu os devo muito.
- Bem filho, eu tenho quer ir. Ainda preciso arrumar as coisas, até amanhã!
- Tudo bem pai, não deixa a mamãe abusar dos cartões de crédito. Até amanhã!
***
- Greg, estou com fome. – Disse Lana sentada ao meu lado enquanto esperávamos meus pais desembarcarem.
- Aguenta um pouco Lana, você não vai querer pagar uma fortuna nessa comida de aeroporto.
- Escuta aqui Müller se eu não comer nada agora mesmo eu vou cometer um atentado terrorista. – Que dramática.
- Tudo bem, vou pegar algumas rosquinhas. – Falei ao me levantar.
- Rosquinhas é o caralho, me traga um cheeseburger e batatas fritas! – Como alguém com uma aparência tão meiga e delicada consegue comer tanto?
- Vai acabar engordando mais assim. – Provoco.
- Você disse o que? Por acaso está insinuando que estou gorda? – Sorri achando graça de sua irritação. – Gregory Müller, por acaso perdeu amor à vida?
Fomos juntos ao Mc Donald’s do aeroporto e enquanto esperávamos na fila uma voz nos chama:
- Hey, com licença. – Diz.
Viramo-nos e o queixo de Lana bate no chão.
- Nick?
Continua...
Oi babies! Espero que tenham gostado do cáp. estamos entrando na reta final praticamente e já tenho uma ideia para um próximo que acontecerá com o Will, o primo do Greg. To tendo umas ideias legais, se alguém quiser conversar comigo e sugerir algo me mande um e-mail ou me chame no skype que vou adorar rs. e-mail e skp: dr.pepper97@outlook.com
Morennaa , comentou sim, eu me lembroooo S2 S2 S2
VALTERSÓ , confusão é o tempero do bolo certo? Hehehe concordo que a pisada foi feia, será se vão se resolver?
nayarah , Hehehe não pode mesmo, será que esse é o fim ?
magus , KKKKKKKKKKKKKKK fiquei com medo agora, mas pode deixar que eu volto se não vc me arrasta de volta 😂😂
josem , <3 <3
Nick Yale , FAZ ISSO NÂO!!! Se eu morrer ai eu n termino o conto KKKK , fala com seus amigos que vou tentar n demorar tanto (medo) 😂😂😂😂
Quelsilva , Hehe essa imaturidade é normal em início de relacionamento certo? Agora é torcer para q as coisas se resolvam e eles fiquem mais fortes S2
paiper trovao , KKKKK tu é ótimo. Me esforço pra dar um upgrade que bom que está gostando hehe s2
Catita , Todo mundo ficaria chateado né? N morre não se não eu fico triste KKK
Cintia C , OWNNN obrigado linda, mto fofo da sua parte. Beijoooooos!!