Uma lembraça veio a minha mente e era de Matheus.
Estava deitado em minha cama, Matheus havia me ajudado a entrar em casa, ele estava sentado na beirada de minha cama, seu corpo estava em silhueta, a janela do quarto estava aberta o dia nascia ali fora então ele disse.
- acho que talvez voce não se lembre amanhã, talvez você me odeie para sempre, ou talvez até entenda, mas a questão e que.... E tipo...
- fale logo Matheus para de graça, você está gostando de alguém? Fez alguma burrada? Disse eu entre susurros com os olhos semi abertos quase fechados o sono estava chegando, então adormeci.
Após tentar lembrar do que Matheus tentou dizer a mim, mas sem sucesso fiquei vendo tv, programas de domingo são tão chatos. Estava sentado no sofá, sentado não né jogado mesmo no sofá, a campanhia tocou. Era a Dani, ela entrou subiu para o meu quarto, estávamos sentado em minha cama, falando sobre a festa e comendo salgadinhos, ela disse que tinha trago algo, algo que só nós dois fazíamos juntos, era um maço de cigarros com sabor de menta, olhei para ela, levantei, estava sozinho em casa mesmo, meus pais foram buscar minha irmã na casa de minha avó, eles sempre demoravam muito então, fui até a cozinha , peguei dois copos grandes de refrigerante com gelo e voltei para o quarto, entreguei um dos copos a minha amiga e apanhei o esqueiro e o cinzeiro que estava ali em minha gaveta.
Fumar cigarro era algo que eu só fazia com ela, pois era um momento nosso, onde conversávamos sobre tudo e sobre todos, tínhamos até o nosso jeito de segurar o cigarro, não era algo tão errado, mas era emocionante para nós dois.
Era o amanhecer de segunda-feira, Acordei ao som de Ariana Grande - Dangerous Woman. Me sentei na cama olhei ao redor, em cima de minha mesa havia um cinzeiro com algumas bitucas, copos..... Fui ao banheiro, depois a cozinha, comer algumas bolachas, eu sinceramente não lidava bem com comida de manhã, após me vestir com um jeans meio apertado com rasgos ao joelho, um tênis preto e minha camiseta favorita, uma camiseta preta do ramones, sequei meu cabelo que era bastante liso, mas muito fácil de ficar pra cima, minha franja era até que fofinha, não me achava tão Feio mas também nem muito bonito, me achava normal, nada de muito atraente talvez.
Após pegar minha bolsa, chaves, fone, celular e água, sai de casa e caminhei rumo a minha escola, não estudava muito longe no máximo 10 minutos andando de vagar, estava no 2 ano do ensino médio. Ao chegar, encontrei Matheus encostado no grande portão de entrada da escola, abriu um largo sorriso e veio de encontro a mim.
- Bom dia Thi, tudo bem? Dormiu bem?
Matheus era assim, bastante educado, sempre preocupado e um amorzinho com as pessoas.
- Ah! Sim bom dia foi tudo tranquilo, e com você ?
- tudo ótimo também, fiquei preocupado contigo domingo
- rsrs... Eu fiquei bem, aliás obrigado por ter me levado para casa, não em lembro de algumas coisas mas tudo bem.
- que isso, queria te deixar bem em casa, estava preocupado, aliás você não lembra de nada? Nada do que eu disse?
Sua feição mudou, ele parecia ansioso.
- não me lembro de muita coisa, me lembro apenas de ter comentado algo com vc sobreAh o Théo lembra?
- Ah! O Théo! - o rosto de Matheus entristeceu.
E o sinal tocou, entramos juntos na escola, estudávamos na mesma sala, primeira aula era de matemática, odiava esse professor ele era arrogante e ignorante com as pessoas, ele dizia que não gostava de nós. Após 2 aulas de pura arrogância e outra de Artes enfim o intervalo, Matheus havia comprar seu lanche, estava esperando por ele sentado em um banco onde atras dele havia uma linda árvore de cerejeira, decidi ir ao banheiro já que a fila da cantina estava enorme, Matheus não ia nem perceber.
Já dentro do banheiro lavando as mãos, escuto uma conversa, parecia que alguém estava comprando algo, continuo ali, até que um garoto alto, magro e com uma cara nada boa sai de uma das cabines e segue o caminho para fora do banheiro sem olhar pra trás nem para os lados, apenas estava de capuz e cabeça baixa. Derrepente surge outro garoto da mesma cabine e olha em minha direção, faz um aceno com a mão no qual eu retribuo por simples educação e caminha em minha direção, ele estava com um estojo em suas mãos, não era muito alto nem muito baixo, era magro de cor morena e continha em seu nariz um piercing de argola branca, parou ao meu lado largou o estojo abriu a torneira e disse.
- ta afim de um baseado moleque? Tenho aqui de vários preços, tenho outras coisas se quiser também!
Me veio a lembrança da festa onde eu tinha sentido a melhor sensação da minha vida, pensei bem e disse
- Huuuummm... quanto é ? Franzi a testa.
- tem de 5, 10,Tem pó
Disse abrindo o estojo e me mostrando a variedade de drogas que havia ali.
Peguei uma nota de 5 e dei a ele, ele pegou um quadradinho enrolado em papel filme e me deu, disse pra eu fazer bom proveito que aquele era do bom. Após isso sai rápido do banheiro, olhei em direção a árvore e Matheus estava ali, sentado sozinho e claro comendo, uma das coisas que ele mais gostava de fazer, percebi e havia demorado muito no banheiro. Ao me aproximar percebi que ele havia comprado bombons, roubei um e sentei ao seu lado, ele riu e disse.
- onde vc estava em? Me olhou com olhar preocupado
- estava no banheiro, e adivinha o que eu consegui?
Ele fez uma leve careta e mordeu sua coxinha.
- isso aqui ó.
Peguei a maconha do meu bolso e mostrei a ele que só fez arregalar os olhos.
- nossa como você conseguiu isso?
- um garoto me vendeu enquanto eu lavava as mãos no banheiro, lembrei que tinha curtido usar isso na festa e fiquei com vontade.
- ah sim, mas toma cuidado não vai viciar em? E não fica comprando essas coisas na escola que pode dar ruim pra você depois.
- fica tranquilo, e quando vamos fumar isso em? Eu nem sei fazer pra fumar,
Ele apenas riu da minha cara e disse.
- se chama Bolar, se você quiser eu posso bolar pra você fumar.
- ata kkkk, vamos fazer assim, hoje depois da escola mais a tarde, você vai na minha casa e a gente fuma junto no jardim o que acha? Matheus deu um largo sorriso.
Ofereci o jardim porque eu sabia que ele amava aquele lugar, na verdade todo mundo que eu levava gostava, minha mãe tinha amor por plantas, então ela fez um jardim lindo com variedades de flores e plantas além de fazer um laguinho com peixes e ter colocado uma rede entre duas árvores que haviam ali, Matheus dizia que amava por que sempre que estava lá a noite, eram sempre noites de céu estrelado, pois minha mãe havia colocado luzes que piscavam em todo o jardim.
- Ta bom, depois da escola eu vou pro treino e aí vou direto pra sua casa pode ser ?
Matheus jogava futebol, treinava toda segunda quarta e sexta.
- ta bom pode ser, só tira o seu meião antes de entrar na minha casa, pois ele fede muito já falei pra você usar um tenispé ou desodorante pra pé.
- Eu vou tomar um banho antes né, quero estar cheiroso.
Ele apenas me deu um leve soquinho no braço e riu. Adorava ele, era meu melhor amigo né, conheci ele quando entrei no ensino médio, e desde então e uma relação de amor e ódio, já briguei muito com ele e ele já me ajudou muito nas minhas tristes noites de bad.
Era aula de Educação Física, como sempre os meninos estavam jogando futebol, as meninas estavam jogando vôlei próximo dali, e eu? Estava sentado na arquibancada vendo o jogo dos meninos. Matheus estava jogando, ele fazia parte do time que estava ganhando, só não considerava ele o melhor jogador do time, pois havia outro, sim aquele em que todas as escola existia. " O garoto popular mais gato e perfeito" não tão perfeito assim né, ele tinha músculos, um cabelo legal, um largo e lindo sorriso com dentes branquíssimos, seu charme eram suas covinhas onde todas inclusive eu deliravam. Já havia pego ele, ninguém mais sabia além de Matheus, meu melhor amigo não gostava dele, já havia discutido e até saído na mão com ele, Matheus odiava mais ainda pelo o fato de eu ter tido algo hás escondidas com o dito cujo.
Gabriel era seu nome, nada mais rolou além de um beijo, ta bom não foi apenas um beijo, eu paguei um boquete a ele no banheiro da escola, mas ninguém além de mim ele sabia disso, nem mesmo Matheus. Gabriel havia me mandado algumas mensagens antes da festa, não havia visto ele naquela noite, apesar de o mesmo dizer que iria, talvez ele não pudesse ter ido, ou apenas eu não havia o visto por ele estar pegando alguma vagabunda por aí.
Gabriel acenava em minha direção, em seu rosto continha um sorriso lindo de morrer, retribui seu aceno de mão, o sinal tocou todos os meninos estavam sem camisa, um delírio para os meus olhos, afim de não morrer de desejos, sai daquele lugar. Saindo da quadra antes que eu pudesse atravessar o portão uma mão segurou em meu ombro direito e me puxou.
- Ei Thi espera aí um minuto só já volto. Disse Gabriel segurando sua camisa na mão.
Estávamos apenas só os dois ali encostados na parede atrás da quadra, Gabriel continuava sem camisa, ele segurava minha cintura, seu rosto estava bem próximo ao meu, já sabia o que iria acontecer. Seus lábios eram macios, sua língua feroz, Gabriel sabia beijar como ninguém, sentia seu pau duro encostar minha coxa, ele se esfregava em mim, conduzia um beijo lento e sensual, o terminou em selinhos.
- cara você beija muito bem, Matheus me olhava com desejo.
- para de zoar, você sabe que tem o melhor beijo né. Estava vermelho, sentia vergonha.
Gabriel apenas riu e lascou mais um de seus delírios em minha boca, o beijo estava bom, mas precisávamos subir para aula, ele me disse que mandaria mensagens a noite e se despediu.
Estava em minha carteira do lado da janela olhando a rua e as pessoas que ali passavam, imaginando Gabriel pelado quando alguém conhecido passou, estava sozinho, caminhando de óculos escuros, com a camiseta nos ombros estava sol, meu coração estava acelerado era ele, mas como assim era ele , realmente estava lindo Théo, o segui com os olhos até ele dobrar a esquina.
PAH!
Havia levado um tapa na cabeça, Matheus ria igual uma criança.
- qual foi a sua Matheus ? Olhei sério para ele.
- ta aí sonhando acordado, presta atenção na aula mané, é matéria de prova.
Apenas cerrei os olhos e virei para frente.
A querida obrigação da escola havia acabado, estava almoçando com meus pais, o único som sobre a mesa, era o do silêncio, após a briga com meu pai, ele não tocava no assunto e muito menos eu, ele havia sido horrível comigo, disse palavras que eu nunca achei que ele fosse dizer a mim e tudo isso porque? Ele Não deixava eu sair, dizia que as pessoas iriam me maltratar na rua, dizia que eu ia apanhar por ser gay. Eu entendo ele, pai preocupado com a segurança do filho gay, mas havia motivo para tantas palavras ruins que ele havia usado. O almoço terminou igual começou, no silêncio, minha mãe me deu tchau e seguiu rumo para o trabalho com meu pai.