Capítulo 22
-Ponto de vista do Greg -
- Nick? – Falou Lana. Vi o imbecil que a traiu com a mão sob seu ombro. – O que você quer?
- Eu... Estou com saudades, Lana. Por favor, eu ainda te amo, volta para mim? – Olhei para Lana, ela olhou-me de volta, olhamos para o cafajeste e então caímos na risada chamando a atenção de todos a nossa volta.
- Te manca garoto, devia ter pensado nisso antes de me trair. E você não ama ninguém além de você mesmo, você quer é uma palhaça pra aturar as tuas merdas, isso sim, e palhaça, meu bem, eu não sou.
- Lana, você é um pouco palhacinha sim. – Falei irônico.
- Calado, Müller.
- Por favor, eu te imploro Lana, eu aprendi a lição. O que eu preciso fazer para você voltar para mim? – Por um momento Lana fica em silêncio e penso estar sentindo pena do cafajeste que se humilhava em sua frente.
- Tem uma coisa que você pode fazer sim. – Respondeu.
- O quê?
- Você pode pegar o próximo avião para os Emirados Árabes, desembarcar em Dubai e ir ao Burj Khalifa, ouvi dizer que é o prédio mais alto do mundo, daí você pode subir até o último andar e pular. Que tal? – O sorriso psicótico em seu rosto me deu um pouquinho de medo, mas logo comecei a achar engraçada aquela situação.
O olhar de tristeza do rosto do Nick era evidente e por um momento minha mente retorna ao Jonathan. Lembro-me de sua voz triste ao telefone e todo o bom humor acumulado das gracinhas de Lana vai embora.
- Você nunca vai me dar uma segunda chance não é mesmo?
- Nem se você fosse o último cara na superfície da terra. Traição é uma coisa que não perdoo. – Fico em silêncio não querendo me intrometer no assunto dos dois, mas logo minha imparcialidade termina.
- Me dá pelo menos um último beijo? – Perguntou audacioso.
- Nem a pau. – Lana nega. Mas sua recusa não foi o suficiente para Nick que a segura pelos braços e se aproxima.
- Cara, tira as mãos dela!
Assim que gritei Lana o acerta com o joelho, bem entre as jóias. Nick cai ao chão com as mãos sob seus ovos esmagados e gritando em sinal de dor.
- Da próxima vez que me tocar te denuncio por abuso sexual, seu imbecil! – Vociferou Lana com a raiva estampada em seu rosto.
- Lana, vamos sair daqui. – Um pequeno aglomerado de pessoas nos cercava, me deixando constrangido com a atenção alheia em excesso.
- Só saio daqui com o meu sanduíche! – Gritou. Só então olhou para as pessoas. – Tão olhando o quê? – Essa foi a deixa para que todos retornassem a fazer o que estavam fazendo. Moral da história: nunca mexa com uma mulher faminta.
***
Era passada das 11hrs e o avião havia se atrasado por conta do mau tempo. Lana jogava um jogo de tiro em seu celular enquanto eu lia um livro digital no meu.
- Puta merda, Greg. Seus pais estão vindo de carroça?
- Eles já devem estar chegando sua estressadinha. Tá de tpm?
- Estou, e olhe lá como fala comigo ou você vai precisar de um colete à prova de balas.
Continuamos provocando um ao outro até que vejo um homem alto, de olhos azuis e cabelos negros como os meus, acompanhado de uma linda loira com seu sorriso exuberante. Não consigo me segurar e em um impulso saio correndo na direção dos dois.
Ao alcança-los dou-lhes um abraço e o peso da realidade dos últimos dias cai sob meus ombros. As lágrimas começam a correr pelo meu rosto, sinto falta do Jon e nos braços dos meus pais sinto a segurança necessária para desabar.
- Filho que saudades! – Falou mamãe.
- Eu também mãe. Senti muito a falta de vocês! – Digo entre soluços.
- Filhão, você parece triste, aconteceu alguma coisa? – Meu pai me encara com olhar de preocupado. Juro que naquele momento queria contar-lhes tudo, que me apaixonei por um cara que é o meu chefe e que tive que terminar tudo e agora estava em frangalhos, mas a covardia falou mais alto.
- Não, não aconteceu nada. – Minto.
- Você sabe que pode nos contar tudo não é?
- Claro, pai.
- Lana, você está linda querida. – Diz minha mãe ao ver Lana se aproximar.
- Sim, está uma mulher feita. – Concorda meu pai.
- Ahh, que isso, assim eu me acho. – Eu e Lana somos amigos por um bom tempo, por conta disso ela sempre dormia lá em casa e assim se tornou amiga da minha mãe por tabela. Elas sempre conversavam sobre maquiagem e essas coisas de mulher. – Você também voltou mais gata do que quando foi, amiga. O Sr.Müller que se cuide porque os gatos vão cair em cima.
- Hey eu estou aqui, sabiam? – Protestou meu pai brincalhão.
***
Pegamos um táxi... ou melhor, três táxis para levar toda a bagagem da minha mãe. Estávamos chegando ao nosso apartamento quando me lembrei da situação com meu vizinho não muito tempo atrás.
- Droga! – Falei baixinho.
Entrei no prédio cruzando os dedos das mãos, e dos pés também, implorando a qualquer divindade que me ouvisse para que não topasse com o Leo.
Ao chegar ao nosso andar meu coração estava a mil e só quando entramos no apartamento que pude relaxar um pouco, se não fosse pelas coisas reviradas.
- Greg, que diabos significa isso?
- Eu não sei, mãe. – A sala estava totalmente bagunçada, com o sofá de cabeça para baixo e tapete revirado. As gavetas das estantes estavam abertas e seu conteúdo se encontrava no chão. – Eu não faço a menor ideia, mãe.
- Como não faz a menor ideia? – Perguntou meu pai.
- Tenho passado as últimas semanas na casa da Lana, pai. Faz algum tempo que não volto para cá. – Lana me da um olhar de cumplicidade.
- Adam, liga pra a polícia! – Gritou minha mãe.
***
- Infelizmente está fora do nosso alcance senhora. – Disse o policial após vasculhar o apartamento.
- Então é isso? – Pergunta minha mãe exasperada. – Alguém invade a minha casa, revira tudo e só o que os senhores têm a me dizer é que está fora do alcance de vocês?
- Senhora, nós somos apenas policiais, não milagreiros, se a senhora quiser podemos registrar uma queixa.
- Pois se eu tivesse chamado um pai de santo era capaz de já ter achado o marginal que fez isso. Vou registrar um queixa sim, agora caiam fora da minha casa! – Cuspiu fazendo os dois policiais arregalarem os olhos.
- Amor, se acalme. – Meu pai tentou tranquiliza-la.
- Adam Müller, não me mande ficar calma! Eu quero que você mande trocar as fechaduras e não vou dormir enquanto... – Foram andando para seu quarto até que deixei de ouví-los.
- Caramba, Greg. Não sabia que sua mãe era tão surtada. – Comentou Lana.
- Isso é porque você não convive com ela todos os dias.
- Mas e então a polícia não encontrou nada?
- Aparentemente não. Disseram que as gravações das câmeras de segurança do corredor foram corrompidas e por isso não puderam ver quem invadiu o apartamento. Também não encontraram indício de roubo, tudo parece estar aqui.
- Estranho, quem invadiria a casa de alguém só para bagunçar? – Pôs um dedo em seu queixo em uma expressão de pensamento. - Seria essa a revolta das empregadas domésticas? – Sorriu.
- Não viaja.
Tentamos por o máximo de coisas possível de volta em seus respectivos lugares, estava tudo uma zona e fiquei divagando sobre quem poderia ter feito isso e quais as razões para não levar nada. Quando nos demos conta era tarde da noite.
- Vou tomar um banho. – Falei me levantando do chão.
- Tudo bem, punheteiro. – Brincou Lana.
- Vai se foder! – Rebati dando dedo.
- Muito maduro, Müller.
***
- Agora é a minha vez. – Diz Lana entrando em meu banheiro. – Você vai dormir agora?
- Ainda não, tenho que dar um telefonema antes. – Respondo.
- Humm, vai ligar pra ele? – Pergunta com uma voz doce.
- Não. – Digo seco.
- Pois devia. – E entrou.
Por mais que eu quisesse ligar para ele eu não podia. Ainda estava machucado e o que estava prestes a fazer complicaria ainda mais as coisas.
Disquei o número e aguardei ouvindo os irritantes bips do telefone.
- Indústrias Bridge, em que posso ajuda-lo? – Atendeu a secretária.
- Ponto de vista do Jonathan –
Uma maldita semana já havia se passado desde que havíamos terminado e meu mau humor não estava melhor. Lucy havia organizado uma nova seleção de estagiários para ocuparem o lugar do Greg. Claro que fui totalmente contra, mas a Deanna insistiu que eu tivesse alguém para organizar minha agenda.
O primeiro estagiário que contratei possuía notas medianas, por mais que eu fosse exigente não estava com paciência para entrevistas e contratei o primeiro a chegar. Infelizmente não durou muito tempo no cargo. O moleque fazia um barulho com as canetas que me deixava louco.
- Moleque, cai fora da minha empresa antes que eu fure seus olhos com essas canetas! – Gritei em direção ao garoto moreno.
- Desculpe Sr.Stoch, não sabia que estava incomodando.
- Não vou falar de novo, cai fora!
O segundo estagiário, na verdade era uma estagiária, tentou aquecer no micro-ondas seu sanduiche de frango embalado em papel alumínio e acabou começando um pequeno incêndio na cozinha do prédio.
- Você por um acaso é retardada? Não sabe que alumínio explode dentro do microondas? – Gritei com um extintor em mãos.
- Sr.Stoch me desculpe! – Falou desesperada.
- Desculpo sim, mas não precisa voltar amanhã, está demitida!
A terceira tentativa tinha que ser a da sorte. A nova estagiária parecia ser menos imbecil, foi o que pensei até contar os erros de português nos documentos que redigiu.
- Quarenta e sete erros de português, dentre eles, erros de concordância. Srta.Rodriguez onde foi que se alfabetizou?
- Mil perdões Sr.Stoch, é que eu não dormi muito bem essa noite, terminei com meu namorado e...
- Não precisa dizer mais nada, pode ir para casa descansar. – Sorri.
- Poxa, sério? – Perguntou não acreditando.
- Sim, está demitida.
Começo a pensar que as pessoas a minha volta estavam gostando do que eles apelidaram de “A saga dos estagiários”. Enquanto isso eu sentia cada vez mais falta do Sr.Müller e o seu profissionalismo.
***
- Então podemos fazer um aplicativo onde os clientes poderão acompanhar de perto o processo de elaboração do marketing. – Art falava enquanto minha mente divagava sobre o Greg - Ei cara, estou falando contigo. – Disse Art acenando em minha frente.
- Ah, sim?
- Jon em que universo você está?
- Desculpa Art, não estou com cabeça para isso agora.
- É por causa do seu estagiário não é?
- C-como assim? – Pergunto nervoso.
- Cara, sou teu amigo desde criança. E aquele dia que me pediu para rastreá-lo eu saquei tudo. – Puta merda, quantas pessoas mais sabem?
Conto toda a história ao meu melhor amigo, que me ouve sem julgamentos. Uma lágrima me escorre pelo rosto ao lembrar de quando o Greg se declarou para mim.
- Olha Jon, eu só tenho um conselho para te dar, irmão, corra atrás de quem você ama. Porque se arrepender de nem mesmo ter tentado é a pior coisa que se pode acontecer.
- E-Eu... Art, obrigado por... – Fui interrompido pelo som do meu celular tocando.
Quando vejo a foto do meu garoto estampada em minha tela atendo esperançoso.
- Greg que bom ... – Do outro lado uma voz me corta.
- Pode ir parando Stoch, não é o Greg aqui. Estou te ligando porque o meu amigo precisa de você e eu preciso vê-lo feliz. – Diz a voz feminina.
Continua...
Oi meu povoooo, espero que tenham gostado do cáp. Um bjão!
nayarah, não foi dessa vez ainda, mas ta chegando. Bjooo
magus, vai ter uma próxima temporada com o primo do Greg rs. O cáp ta com as 6 páginas do word de sempre hehe você está muito voraz mocinho S2
Cintia C, KKKKKKKKKK chorei com esse comentário, já já as coisas se resolvem (ou não)
VALTERSÓ, torçamos para que a bonanza continue quando se resolverem né? Abraços
Morennaa, que nada é o ex da Lana ( o que traiu ela), eu que te amo! S2
Catita, Lana tem juízo hahahaha, dedico a joelhada no saco a você kkkk S2
Nick Yale, (medo novamente) adoro o seu dom de ameaçar sem ameaçar KKKK S2
Quelsilva, KKKKK Greg que abra os olhos S2
paiper trovao, logo logo saberemos Hehe S2
Marcos Costa, Obrigado por acompanhar !!!